Capítulo 7: O soldado entrega sua alma

1K 125 27
                                    

Senhoras do Santuário,

Minhas calorosas saudações (para todas ficarem quentinhas!!!!)

No capítulo 7, Isadora e Kiron vivem momentos decisivos e intensos.

Um agradecimento especial à querida Gilmara Rodrigues que sugeriu a música desse capítulo.

Com carinho, lembro a vocês que Meu Destino é Você, a história de amor de Eva Martins e Theodoro Santini, está a venda no site da Amazon:

Não perca tempo e leve essa linda história de amor para o sua casa!

Beijos

Nina Reis

********************

"Dançar é sentir, sentir é sofrer, sofrer é amar... Tu amas, sofres e sentes. Dança!" (Isadora Ducan - Bailarina).

"O luar prateado parecia acariciar a mata nativa" - Isadora pensava ao mirar a paisagem noturna através do vidro blindado da janela do quarto designado para passar a noite.

Apesar dos protestos de Ângela, que insistia em examiná-la, Dora optara por tomar um longo banho e trocar o vestido sujo e rasgado por algo limpo e confortável. Grata e aliviada, identificara sobre a cama, duas de suas bolsas de viagem. Uma com as coisas e roupas que levara para se preparar para o espetáculo no Teatro Municipal e outra, que deixara preparada, pois seu voo para Florianópolis, o destino que planejara para suas férias, estava marcado para dali a poucas horas.

Ela fechou os olhos, inspirou profundamente e voltou a contemplar a vista de sua janela. A dor em seu peito tornou-se quase insuportável, assim como o latejar em sua cabeça, que mesmo após o forte analgésico que Angie ministrara, não aliviara.

Dora recordou o momento que entrara no banheiro e fechara a porta atrás de si.

Fora a primeira vez que ficara sozinha aquela noite.

O modesto banheiro, que transformava o quarto, que contava apenas com uma confortável cama de casal, uma mesinha de cabeceira e um guarda roupas, em uma suíte, era igualmente simples e limpo. Um par de toalhas limpas estava dobrada sobre o balcão, assim como a escova e a pasta de dentes, novas, ainda em suas embalagens.

Arrancara as roupas de seu corpo e se colocara sob o jato quente do chuveiro. A sensação de frio parecia consumi-la. Mordeu os lábios para abafar os gemidos de dor quando a água tocara sua pele e músculos machucados. A dor mais intensa, aquela vinha de dentro para fora, tornava-se mais forte a cada segundo.

Permanecera um longo tempo parada sob a água aquecida. A alma desejava gritar, mas nenhum som saía de sua garganta...

Abraçou a si mesma e tentou chorar, extravasar as emoções que a sufocavam, mas não conseguira. Os gritos, o choro e as lágrimas pareciam represados em algum lugar dentro dela. Após vários minutos, abrira os olhos e se deparara com seus itens de banho em um nicho na parede dentro do boxe. Um sorriso triste, de gratidão, surgira em seus lábios ao perceber que Angie cuidara de suas necessidades.

Lavara o corpo e o cabelo, lutando contra as dores e a ardência dos ferimentos. A dor física não a assustava. O ballet a ajudara a lidar com dores atrozes em seus pés, membros e músculos. As dores emocionais, por outro lado, tentavam derrubá-la.

Ao deixar o banheiro, sentia-se um pouco mais humana.

Ângela a examinara, a medicara e a ajudara a se vestir, apesar de seus protestos. Durante todo o tempo, a enfermeira resmungara sobre não perdoar os agentes da Abaré por terem mentido para ela sobre o que ocorria àquela noite.

EM HIATO - Prefácio de um amor - Série Santuário 3.5Onde as histórias ganham vida. Descobre agora