Senhoras do Santuário,
Minhas amorosas saudações!
O capítulo 11 ainda não está pronto, mas para não deixá-las esperando muito tempo, carinhosamente libero a primeira parte do capítulo!
Preparem seus corações e o ventilador! Rsrsrsrsrsrs
Beijos
Nina Reis
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O perfume de orquídeas selvagens o envolveu no mesmo instante em que Isadora abrira a porta do apartamento. O aroma incendiava seu corpo já dolorido pela saudade e embriagava seus sentidos.
"Porra" - Ele praguejou consigo mesmo, mirando os olhos negros.
Kiron ignorou, por aquele momento, pelo menos, o fato de Isadora não ter seguido nenhum procedimento de segurança ao abrir a porta do apartamento. A maneira como os olhos negros miravam os seus, completamente estupefatos, revelava que ela sequer se dera o trabalho de verificar através do olho mágico quem estava do outro lado.
"Yá ónoma tu Thée!" - o soldado gemeu silenciosamente.
A bailarina tinha os cabelos presos em um rabo de cavalo displicente, usava um moletom masculino, grande demais para ela, e estava descalça. As unhas dos pés, marcados por anos da prática do ballet, eram extremamente curtas e estavam cobertas por um esmalte escuro, quase negro.
Seu corpo rugiu com ferocidade, reivindicando a mulher que o encarava em um misto de espanto e esperança. O olhar se fixou na peça de roupa masculina. Aquele moletom pertencia a outro homem...
"A peça de roupa de outro homem acariciava o corpo de sua mikrúla um" - pensou.
"Melhor assim... Não havia esperanças para eles!" - recordou-se.
Uma dor colossal esmagou seu peito.
"Entretanto, ele não conseguira partir... Não ainda..."
Já estava dirigindo há quase meia hora quando a dor se tornou insuportável...
E quando dera por si, tocava a campainha do apartamento do qual não deveria conhecer o endereço e mirava a mulher que deveria esquecer. O soldado sabia estar cometendo um erro ainda maior que o cometido em Campos do Jordão.
"Não havia futuro para eles" - admoestou a si mesmo, mais uma vez, e contemplou os olhos que o faziam pensar em duas pedras ônix.
Tudo o que conseguia pensar era no quanto necessitava experimentar o sabor de ambrosia dos lábios quentes, macios e molhados de sua pequena bailarina. Sedento, mirou a boca entreaberta e a viu ofegar em antecipação.
- Isadora - murmurou em um grunhido rouco.
"Ele viera por ela"- a frase se repetia em sua mente desde o instante que abrira a porta.
Completamente esquecida de que estava descalça e usava somente um moletom velho por sobre a roupa íntima, com o peito retumbando a uma velocidade assustadora, a bailarina mirava os olhos verde-acinzentados que estariam gravados para sempre em sua memória. Dante olhava para ela com uma intensidade inédita.
Era como se ele necessitasse enxergar sua alma, e desejasse que ela enxergasse a dele.
"Seu coração entraria em colapso em questão de segundos, ela sentia." - pensou perdida na imensidão dos olhos claros.
Cristo! Como ela se arrependera por não tê-lo deixado entrar com ela no chalé, em sua última noite em Campos do Jordão. Passara a última semana xingando a si mesma e a seu orgulho por tê-lo mandado embora.
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EM HIATO - Prefácio de um amor - Série Santuário 3.5
General FictionKiron é um homem orgulhoso de sua origem, afinal sua pátria é considerada o berço da civilização ocidental, da filosofia, da literatura e da democracia. Tragédia, para ele, não era uma expressão que resumia as lendas dos mitos e deuses gregos. Era...