13. Não fique desesperado

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Segunda-feira, 06:45, Colégio Columbia.

Eu tentei. Juro que tentei.

Tentei convencer minha mãe de que estou doente demais para sair hoje. Mas, segundo ela, dessa vida de vagabundagem eu não sei a metade da metade. O que não me surpreendeu, por que a) Ela é Valentina Libertini e b) Ela é Valentina Libertini.

Ou seja, sem escapatória.

Suspiro pela caralhocenta vez. Além de me obrigar a vir para a escola, ela fez questão de me trazer. Cedo demais. Aposto que nem Hailee chegou - Isso porque ela compete com Heather o posto de aluna exemplar.

Heather.

Ainda estou muito puto para opinar sobre ela no momento.

Mas é engraçado que nem mesmo uma mensagem ela me enviou. Deve estar muito ocupada com o Rodrivômito.

Sacudo a cabeça, tentando apagar a cena.

- Você tem Parkinson?

Franzo o cenho, olhando para a garota parada ao meu lado.

- Acho que você já teria percebido... - murmuro.

Hailee me encara com aquela expressão que tanto me assusta: compenetrada demais. Sinto como se eu fosse um animal sendo avaliado por um caçador.

Ela dá de ombros, sentando ao meu lado.

- Você está aí se tremendo todo. Não é normal.

Encaro a garota ao meu lado. Olhos verdes e pele clara. Seus olhos brilham em minha direção e me lembro de com quem estou falando. A garota que é obcecada por mim. Diz a lenda que ela tem um pôster tamanho família no quarto.

- Escuta, Hailee... você sabe se... - começo, mas uma voz estridente soa pelo pátio.

- Oh, meu Deus! Eu sou sua fã número 1! - a garota começa a pular e gesticular para a camiseta. Jesus, tem uma foto minha ali.

É assustador.

Sorrio para ela. Marco disse que isso seria normal e que temos que nos acostumar.

Faço menção de levantar, mas uma sombra salta em minha frente.

- Você só pode estar ficando louca, ô água de salsicha. Eu sou a fã #1! - Hailee praticamente rosna para a menina ruiva.

A garota cruza os braços e bate o pé esquerdo no chão. Ela tem uma expressão desafiadora.

- Ah é? Então me diga, projeto de puta mirim... Qual o nome da avó materna do Came?

Eu não acredito no que estou vendo e ouvindo. Hailee olha com desdém para a garota e assume a expressão de superioridade.

- Fácil, fácil. Francesca Leichsenring Libertini. - ela responde, pronunciando corretamente o sobrenome.

Isso parece deixar a tal garota enfurecida, já que suas bochechas mais parecem dois tomates.

Sinto dedos gelados se enrolarem no meu braço, puxando suavemente. No meu interior, rezo para que seja ela.

Deixo que me puxe. É mesmo surreal ver sua vida ser discutida bem na sua frente.

- Logo cedo e essas duas já estão se atracando. - então o reconhecimento me bate.

- Conhece a ruivinha? - pergunto para Isa, enquanto ela me arrasta pelo pátio.

- Quem não conhece?! - revira os olhos e vira bruscamente em um corredor. - Ela e o projeto cor de rosa vivem disputando para saber quem é a fã suprema. - ela enruga o nariz, olhando para mim. - Você nem é tudo isso.

Como resistir a Heather Cooper (Em revisão)Where stories live. Discover now