7. Deflorador de virgens

2.1K 177 59
                                    

SURPRISE!!!

Quinta-feira, 21:56, algures de Beira Rio.

Quando eu era pequeno e ficava doente, minha mãe enfiava uma colherada de antibiótico goela abaixo. Ela é tipo a Rochelle, só que sem o xarope.

A verdade é que tudo é mais fácil quando somos apenas crianças inocentes. Quer dizer, se imagine com 7 anos andando na rua. Então você vê um prédio gigantesco e a primeira coisa que pensa é: ele vai até o céu! Você realmente acredita que pode subir e apertar a mão de Deus. Ou encontrar João, do pé de feijão; fica a seu critério. Enfim... É o máximo!

Mas aí vem o mundo e todo seu capitalismo e isso acaba...

Você deve estar pensando que andei usando drogas. Não te culpo, afinal até eu mesmo pensei.

- Você fica tão sexy pensativo.

Encaro a morena em minha frente. Há 1 hora estamos "conversando" e tudo que consigo pensar é em crianças inocentes.
Acho que seu nome é Paola e sua pele é bronzeada demais para ser daqui. Ela se inclina e beija meu pescoço. Me sinto como num filme americano sendo atacado pela garota gostosona. Porém... Não estou no clima.

Suspiro e coloco uma mão em seu pescoço. P-alguma coisa sorri presunçosa. Aproximo seu rosto do meu e toco de leve em seus lábios. Passo a língua em seu lábio inferior e ela abre mais a boca. Sinto que estou em modo automático. E, merda, não sinto nada. Nem desejo, nem excitação.

Tento aprofundar o beijo, mas tenho uma sensação estranha. Estou realmente confuso e não gosto disso.

Levanto e jogo 50 na mesa.

Se é para ser como num filme americano que tenha um desfecho digno de tapa na cara.

Sábado, 06:10, casa da família Cooper.

- Era preciso mesmo acordar de madrugada? - Marvin reclama novamente.

- Desculpem meninos.

Joey lança um olhar feio para Marvin. Heather tem uma expressão de pesar.

- Não ligue para o Marvin. Ele é preguiçoso. - Joey diz e a abraça de lado. Desvio o olhar.

- Sentem. Vou chamar as meninas.

Ela sai e como bons folgados, nos jogamos no sofá. Não totalmente já que Tyler desce as escadas no segundo seguinte.

Aí vai uma coisa sobre Tyler Cooper: Não queira, em hipótese alguma, entrar nas calças da sua irmãzinha. Caso contrário, diga adeus ao seu rostinho bonito e fabricante de esperma.

Ele para e nos encara com as sobrancelhas arqueadas. Rapidamente os meninos se ajeitam.

Ele bem que poderia colocar uma camiseta.

- Que merda estão fazendo aqui?

- Olá, Tyler! - Joey sauda como se fossem melhores amigos.

- Você aqui de novo? - Ele pergunta, revirando os olhos.

Encaro Joey, curioso. Como assim "aqui de novo"?

- Um bom filho a casa torna... - Brinca.

- Até que enfim vocês chegaram!

Olhamos para o topo da escada, onde Ana desce correndo.

Tyler bufa e segue para o que eu acho ser a cozinha.

- Tia Mariah preparou seus famosos sandubas. - segue para uma porta de correr. - Essa é a deixa para vocês me seguirem!

Chuto Marvin que cochila no sofá. Ele resmunga mas segue Ana.

- Olá, meninos!

Mariah sorri e a semelhança entre ela e a filha é incrível.

Depois de comer aquela coisa que apelidei de paraíso - e Corey devorar mais do que a metade - começamos a reunião.

- Bem, como vocês sabem a Mãezonas é uma instituição que abriga mulheres e crianças abandonadas pela família, sejam adolescentes ou idosas. - Linda começa e seus olhos brilham. - Mas ultimamente estamos enfrentando uma crise. O fundador foi Marc Willians e há alguns meses faleceu, deixando tudo para seu filha, Yara. Porém ela ainda tem 20 anos e não pode "liderar" a instituição.

- Espera um pouco... Ela é maior de idade, qual o problema? - Corey pergunta.

- Ela só poderá quando completar 21...
A reunião durou umas 2 horas. Temos um mês para organizar tudo.

Pela primeira vez em anos me sinto realmente útil.

- Quem vai pegar mais disso? - Corey está com a boca cheia apontando para a bandeja vazia. - E acabou o suco.

- Eu pego. - Levanto e reviro os olhos para o gorila branco em minha frente.

- Te ajudo.

Heather levanta e eu a sigo. Passamos por um corredor e posso sentir seu cheiro.

Meu coração bate tão forte que acho que vai perfurar meu peito e pular no chão. Meu corpo está tão quente que posso ver a fumaça se dissipar. Mas não é nisso que estou focado.

Seus lábios estão entreabertos. Sinto minhas pernas bambearem e um frio no estômago.

Eu quero isso.

Ela parece a porra de um anjo, me encarando tão intensamente que me sinto transparente. Ela sorri e sinto meu chão tremer.

Sinto sua palma macia e quente em meu rosto. Coloco minha mão sobre a sua e, fechando os olhos, suspiro. Seu corpo me atrai como um imã.

- Você é tão... - sussurro inebriado.

Me aproximo mais, ficando poucos centímetros de seus lábios. Pouso minha mão livre em sua cintura, apertando levemente. Rodeio seu corpo com os braços em um abraço desesperado. Eu esperei muito por isso.

Toco seu pescoço com a ponta do nariz respirando profundamente. Quero guardar esse cheiro. Puxo devagar a alça de sua blusa, beijando de sua mandíbula até seus ombros. Ela arfa e sinto meu controle ir pelos ares. Afasto a cabeça, olhando em seus olhos. Sua pupila está dilatada e suas bochechas levemente coradas. Ela molha os lábios, atraindo minha atenção. Puta merda. Ela consegue ser tão sexy e inocente ao mesmo tempo que me deixa maluco.

- Foda-se.

Mordo seu lábio inferior, sugando em seguida. Ela ofega e eu aprofundo o beijo. Aperto mais sua cintura e levo minha mão direita à sua nuca. Enrosco seu cabelo em meus dedos. Suas mãos estão em minha nuca e seus dedos dançam por ali e esqueço Paola, Vanessa, qualquer outra garota. Eu só quero essa.

Arrasto minha mão pela lateral de seu corpo, parando atrás de sua coxa. Puxo-a para cima e ela enlaça suas pernas em mim.

Enfio a mão dentro de sua blusa, fazendo círculos com o polegar.

Quando chego ao fecho de seu sutiã recebo um balde de água fria.

Literalmente.

- Mas que porra...?

- Da próxima vez que tiver sonhos eróticos certifique-se de trancar a merda da porta. Você não geme muito baixo.

Edward joga a garrafa em mim - agradeço por ser de plástico - e sai, batendo a porta do quarto. Suspiro frustrado.

Levo as mãos ao rosto e esfrego até arder. Logo a porta é aberta novamente.

- Ah... Acho que Tyler não irá gostar nada, nada de saber que você quer deflorar a virgindade da irmãzinha dele.
Pego uma almofada e ataco em Edward, que fecha a porta e sai rindo.

- Não é como se ele precisasse saber...
Rio e desabo na cama.

+++
Até a próxima!

Como resistir a Heather Cooper (Em revisão)On viuen les histories. Descobreix ara