96. RESPONSÁVEIS

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Oi, gentes.

Desculpem a ausência do sábado, mas acontece que um dos filhos se mudou definitivamente justo no final de semana...

Não sou tão durona assim. A inspiração se foi para o espaço a semana inteira, só de saber o que ia acontecer domingo.

Este é um capítulo curtinho, mas foi o que, de coração, consegui escrever.

No sábado tem mais.

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O BEBÊ ALDARET ERA o primeiro príncipe com sangue de Senira em séculos. Se Deila era, desde o nascimento, um encantador clone de Lila, o pequeno Aldaret mostrou total disposição em clonar seu pai. O parto foi mais difícil porque Lila era miúda, e Aldaret, já ao nascer, era um bebê bastante grande, muito maior do que sua irmãzinha. Seus cabelos não eram uma penugem loura, mas uma convicta cabeleira escura. E os olhos...

– Tomara que ele tenha os seus, Denaro! – exclamou Lila, entusiasmada. – Porque ele é a sua cara!

– Não sei, não, mas acho que ele só tem cara de nenê, por enquanto! – riu-se o orgulhoso papai.

Aldaret-avô sorriu, com seu novo neto nos braços.

– Bem, Denaro, minha vez de dizer... É uma honra que seu filho tenha meu nome, porque você está se mostrando um grande Rei para Senira, e tenho certeza de que vai se tornar maior ainda!

Denaro, surpreso, sorriu e corou tudo junto, Lila caiu na risada da cara do companheiro e Deila, ajudada pelos ventos que já controlava bastante bem, pulou para os braços do avô, para ficar juntinho do irmão. Aldaret, com o coração explodindo de felicidade, aconchegou os dois netos contra si.

Assim era Senira... E a Grande Matriarca, que pretendia continuar por ao menos dez dias no Palácio, acompanhando a neta, brincando com a bisneta e abraçando o novo bisneto, obrigou-se a voltar no dia seguinte para o Arquipélago.

– Há séculos não acontecia um evento deste porte e, com certeza, nunca aconteceu tão perto de um dos Palácios – disse a Matriarca, preparando-se para partir. – Apesar de a morte negra não deixar vestígios, preciso ao menos tentar investigar.

– A senhora e mais todos os Palácios. – Denaro, de braços cruzados, não estava nada satisfeito com a partida da Matriarca. – Todos os Reinos vão mandar investigadores. A senhora sabe, eu sei, e, com absoluta certeza, o Imperador também sabe. Não está mais segura lá.

– Estou. Ele jamais viu através de meu disfarce, tenho uma identidade bem definida na corte e o próprio Palácio Imperial me serviria de retaguarda, se fosse necessário. Relana sabe que estou lá para proteger seu herdeiro. E não, você não vai comigo de forma alguma.

– Mas...!

– Denaro, ele odeia nossa Linhagem. Se suspeitar de você, não vai nem mesmo esperar ter certeza para matá-lo. E você, por mais que tenha aperfeiçoado suas técnicas de luta com Aldaret, não é páreo para ele. Ele já era perigoso antes; agora, está muito mais. Treina até a exaustão dentro do Palácio e exercita o treinamento nas vilas de sem-dono que extermina. Você não vai arriscar sua vida assim, à toa. Eu posso coletar informações com muito mais facilidade. Afinal, estou justamente no local onde as informações vão se concentrar.

– Eu estava pensando mais nas outras Linhagens, e no perigo que vão correr tão perto de Relana!

Lila esboçou um sorriso que era, meio a meio, orgulhoso e triste.

Olho do FeiticeiroOnde as histórias ganham vida. Descobre agora