33. CUMPRIMENTO DE PROMESSA

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NA SEGUNDA-FEIRA, Sarah e Enrique foram cedo para o campus porque ela queria ver o laboratório que ia sequestrar seu namorado no final de semana. O doutor Janson já estava lá, e a princesa de Durina entregou seu companheiro nas mãos do Lorde de Moolna.

É claro que a saída de Sarah do alojamento com Enrique, no sábado de noite, já era do conhecimento geral. Ela foi cercada de perguntas e, rindo, não apenas confirmou que estava morando com ele, como também exibiu a aliança. A inveja feminina grassou solta, exceto Anabel, que, no almoço, dava pulinhos de tão entusiasmada.

– Enrique ficou lá pelo laboratório, estão comendo pizza de novo. Ele já perdeu duas vezes no xadrez para o doutor Janson! Está indignado!

Mas até o noivado-relâmpago de Sarah e Enrique ficou logo em segundo plano, porque o grande assunto era a festa de encerramento do semestre. Era dia vinte e quatro de maio, e a comissão revelaria a grande surpresa dia dois de junho. Tinham apenas mais oito dias para descobrir o segredo e desmoralizar a comissão! Havia conspirações e planos malignos por todo o campus. A comissão organizadora recrutara os grandalhões do time de basquete como escolta e desfilava com eles por todo o lado.

A janta foi no Bar do Berto, com o doutor Janson, Anabel e os demais jovens do laboratório. Todos estavam entusiasmadíssimos com as ideias de Enrique, avisando que Sarah não teria muito tempo para namorar, não!

– Hoje estamos liberando o cara cedinho pra você, mas, amanhã, ele é nosso! Tem tanta ideia dentro dessa cabeça dele que dia de vinte e quatro horas é pouco!

Os outros concordaram enfaticamente, Sarah protestou e houve muitos risos na mesa. Eram uma típica e unida equipe feliz com seus resultados.

No contato da noite, a mãe de Sarah mais uma vez insistiu na visita naquele final de semana e novamente Enrique recusou. O laboratório não permitiria. Bem, no próximo final de semana, então?

– Diga a ela que tem chances – concordou Enrique, sorrindo.

Sarah transmitiu a resposta, sorrindo também. Mas não acreditou nem na resposta, nem no sorriso animado de Enrique. A Rainha, do outro lado do contato, não acreditou também.

***

O DIA SEGUINTE foi muito semelhante. Sarah levou Enrique até o laboratório e, após o final das aulas, retornou para lá. Disse a Enrique para continuar o que estava fazendo e sentou em uma salinha com um livro, o que foi suficiente para distrair o rapaz.

– Pô, Enrique, assim não dá! – reclamou Trovão. – Ela está colaborando, se meteu lá no canto quietinha, mas a sua cabeça sumiu daqui!

– Eu vejo como Sarah está, Enrique. – O doutor Janson sorriu e Enrique sorriu também. Sarah ficaria bem com o psicólogo!

Carl Janson entrou na salinha com dois copos de café e fechou a porta atrás de si.

– Agora atenção aqui, ô gênio apaixonado!

Sarah fechou o livro assim que o homem entrou.

– Estou verificando se você não está muito incomodada com os horários dele – informou o Lorde de Moolna, entregando um café a ela. – Como está seu senso de perigo?

– Quieto e em alerta máximo.

– A coordenação da Escola decidiu que Enrique é um elemento valioso demais para ficar sem segurança fixa. Providenciei para que contratassem gente em quem confio. O apartamento, o percurso de vocês e a área do campus que ele frequenta estão sob vigilância. Também iniciei pesquisas sobre a família dele, mas a área a investigar é muito grande. Como não posso ir pessoalmente, os resultados serão lentos. O ritmo de trabalho de Enrique aqui no laboratório se intensificou muito. Poderia dizer que você o motiva, mas creio que ele está se preparando para usar o trabalho do laboratório como pretexto para adiar a ida a Durina o máximo que puder.

Olho do FeiticeiroOnde as histórias ganham vida. Descobre agora