67. HÓSPEDES

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Pessoal, desculpem. Não estou me sentindo bem hoje (uma dessas viroses do mal, provavelmente), e o cérebro se recusa a ir até o ponto onde este capítulo deveria terminar.

Vou postar aqui como está agora, com cerca de 2.000 palavras. Complemento assim que der. Talvez até amanhã, se os vírus colaborarem...

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DEPOIS DE TUDO que a princesa e o Rei de Senira haviam dito, a pergunta de Sulon era a única possível. Eles tinham falado de assuntos de Linhagem. Segredos de Linhagem! E Linhagem alguma revelava seus segredos a quem pudesse passá-los adiante. A resposta do Rei também era a única possível... Na cortesia e no sorriso do Rei de Senira, estava uma sentença de prisão provavelmente perpétua.

– Não foi com este objetivo que viemos a Senira, majestade – disse Sulon, nada surpreso, mas engolindo em seco. – Por que nos contaram tanto, se isto impede nossa saída do seu Palácio?

– Não era nossa intenção, mas Denaro é uma fonte tão preciosa de informações que houve uma... mudança de planos. – O Rei tornou a sorrir. Não parecia, de forma alguma, um carcereiro. – Vocês ainda não compreenderam o alcance de tudo o que ele relatou.

Sulon se voltou para o amigo e, para sua surpresa, Denaro não tinha ouvido uma só palavra de sua conversa com o Rei. Sentado diante da princesa de Senira, com as mãos da garota ainda presas entre as suas, Denaro apenas a olhava, como se ela fosse seu mundo inteiro. Lila sorria, cercada de belíssimos brilhos e cintilações.

– Lila! – chamou o Rei, retirando o par de seu silencioso mundo particular. – Por favor, conduza nossos hóspedes a seus aposentos.

Denaro soltou as mãos da garota com precipitação, surpreso e encantado com sua ousadia. Lila sorriu maravilhosamente.

– Claro, pai! Eles jantam com a gente, né?

O Rei assentiu com um gesto de cabeça e acrescentou, de modo que apenas a mente da filha captasse:

(– Não atropele as coisas. Deixe o rapaz se declarar. Rapazes gostam disto!)

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LILA SAIU COM OS JOVENS, que olhavam tudo com assombro. Senira parecia feito de espelhos, vidro e cristal! Para guardas acostumados com a austeridade de Durina, o Palácio de Senira chegava a tontear.

– Com o tempo, vocês acostumam! – assegurou Lila. – Então? Querem ficar juntos ou em quartos separados?

– Juntos, alteza, se não for incômodo – respondeu Sulon.

– Quartos? Mas nós...!

– Nós agora sabemos demais sobre a Linhagem, Denaro. Somos, nas palavras do Rei, hóspedes por tempo indeterminado.

Só então Denaro compreendeu as implicações da conversa com a princesa de Senira... E com seu pai, que todo o Império acreditava estar morto!

– Não se preocupem! – Lila sorriu, toda simpatia. – Vamos falar sobre isto e mais um monte de coisas no jantar.

– Eu preferia não falar de mais nada.

Lila olhou Sulon e riu.

– Ei, agora não faz diferença quanto a mais você souber, porque já sabe demais! Se eu fosse você, aproveitava e deixava a curiosidade falar. Bom, senhores hóspedes de Senira, é aqui!

Uma enorme porta abriu-se diante da princesa, deixando ver um igualmente enorme aposento. Pelo aspecto dos móveis, era uma sala; Lila, com uma risada, mandou Senira diminuir os brilhos. A intensa luz se reduziu a poucas faíscas, mostrando paredes brancas e móveis e enfeites muito coloridos.

Olho do FeiticeiroOnde as histórias ganham vida. Descobre agora