86. RETORNO

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Espremendo laboriosamente o cérebro nesta (ainda) ressaca das festas de final de ano,

saíram 2.500 palavras.

2016 ainda não engrenou...

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A EXPRESSÃO DE SARAH E ENRIQUE, no outro dia, dispensava perguntas sobre a eficiência de Durina ao cancelar os bloqueios. Sorrisos fáceis e olhos brilhantes, apaixonados e bem falantes, os jovens eram a personificação de uma noite excelente, durante a qual, provavelmente, haviam dormido muito pouco. Sarah aceitou a proposta de lua-de-mel, e passaram o resto do dia organizando malas e itinerários. Donasô sempre fora a encarregada das malas de Enrique, e o rapaz a recebeu com um caloroso abraço:

– Nunca mais diga que Sarah não me quer mais e eu nunca mais brigo com você!

– Você nunca tinha me chamado de dona Soraia, moleque!

– Você nunca tinha dito que eu merecia perder o amor da minha vida!

Pazes feitas, Donasô se encarregou entusiasticamente da tarefa malas, liberando-os para a questão itinerário.

Por sugestão do doutor Carl, eles se manteriam bem afastados do mar durante toda a lua-de-mel.

– Quanto mais longe do mar, menores as chances de sustos com Relana. Há muito para ver e fazer no centro do continente. – O Lorde encarou Enrique. – Mas tudo distante das cordilheiras das quais você não gosta.

– O nome de Enrique já é conhecido em toda a Terra, doutor – lembrou Sarah. – Providenciou outros documentos para ele?

– Para ele e para você. Seu nome, como a garota do maior gênio da Terra, está quase tão conhecido quanto o dele.

– Garota nada, esposa – corrigiu prontamente Enrique, arrancando um belo sorriso de Sarah. – E não sou o maior gênio da Terra coisa nenhuma. O senhor é que é! Eu só sei aerodinâmica. O senhor sabe tudo!

– Eu tenho muito conhecimento. – O homem sorriu. – Isto não é ser um gênio. É ser um Lorde de Moolna. Ser gênio, na opinião do meu pai, é fazer os helicópteros silenciosos que você fez!

– Ah, tá! – riu-se Enrique. – Mas e se alguém nos reconhecer, mesmo com os nomes trocados?

– Considerando a facilidade de Sarah em hipnose, não me preocupei com isto.

– Altero a memória de qualquer um que nos reconhecer – garantiu a moça. – Aqui, doutor Carl. Vamos incluir esta cidade na viagem. Dizem que os gêiseres são espetaculares!

Assim, naquela noite, os príncipes de Durina partiram para o costume superficiano de lua-de-mel. Prevista para durar quinze dias, acabou estendida para trinta, graças à tendência de Enrique de se focar em uma coisa por vez; no caso, Sarah, seu único e grande amor.

No retorno a Durina, Enrique ficou muito espantado com seu presente de compromisso: Renato.

– Como assim?! – exclamou o jovem, rindo e olhando o letrado que continuava ajudando Donasô a se adaptar a Durina.

– Renato é fluente no idioma da superfície e se aperfeiçoou ainda mais desde que passou a instruir Donasô. Conhece todos os costumes de sua cultura e pode acompanhá-lo tanto no Império quanto na superfície. Renato já concordou em ser sua memória auxiliar. Ou seja, senhor meu companheiro, Renato e Donasô vão se encarregar de lembrar você de tudo que você já avisou que vai esquecer. E ai de você se eles disseram que avisaram, reavisaram, e você ignorou!

Olho do FeiticeiroOnde as histórias ganham vida. Descobre agora