Capítulo Vinte e Um - Parte II

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O vilarejo era demasiado comum. Talvez sofresse até com a falta de avanço, as casas no centro eram feitas de pedra, mas todas as outras nas redondezas de madeira gasta. Havia um único grande poço que alimentava o vilarejo inteiro, além de uma taberna, uma pequena Kapelle, mercearias de nada mais havia. Parecia em certas partes um vilarejo abandonado. Não era nada que a princesa esperava, não para um lugar que poderia se considerar tão sagrado. Mia tinha em mente que quando chegasse no vilarejo no qual a Sacerdotisa fora assassinada, sua cabeça entraria em erupção com memorias da vida Dela. A garota pensou que se sentiria estranha, mal, rancorosa ou algo similar. No entanto, não sentia nada e não via nada desde sua chegada. Ela não parecia estar ali. A princesa achava que eles estavam no vilarejo errado.

– Emily, nós nos enganamos. Este é o lugar errado – disse preocupada enquanto andavam pelas as ruas cercadas de trabalhadores. – Ceres ainda não se manifestou, não sinto nada. Aqui não é o lugar certo.

– Estamos sim, princesa.

– Então por que eu não sinto nada?

– Ceres se aproveita se aproveita de suas fraquezas emocionais, Mia. Você não está sentindo nada porque está centrada em encontrar o príncipe e irritada por...

– O nome de Lucky ainda não é um palavrão.

– Afinal estamos rodando, mas procurando o que exatamente? – Perguntou Elliot, desviando o assunto.

– Estive estudando e descobri que Joseph Borislav fora enterrado em uma cripta construída para pessoas que possuem poderes espirituais nas redondezas desse vilarejo.

– Então, Ceres também está sepultada lá? – Elliot questionou.

– Estava. O corpo de Ceres fora roubado anos depois de sua morte. O copo dela fora roubado na mesma época em que começaram os boatos que ela ressuscitaria.

– E não acharam o culpado? – Perguntou a princesa, boquiaberta.

– Não procuraram. As pessoas têm medo de revirar o passado, Mia. Isso mexe com o presente delas e isso as apavoram. Bom, no momento eu estou tentando ter uma boa memória, precisamos de um lugar para ficar antes e acho que conheço um lugar onde possamos ir.

– Uma estalagem? – Quis saber o príncipe, a bruxa confirmou.

Mia queria sabia que era necessário procurar um lugar para descansar durante a noite, contudo aquela ideia deixou-lhe desconfortável, cada momento sentia estar um passo mais longe de Thor e aquilo lhe preocupava.

Seguiram para a estalagem que Winston conhecia, após pedir algumas informações, alcançaram uma casa afastada do vilarejo. Era uma construção grande de madeira com um toque bem rustico, era mais apresentável que as outras casas que viram. Ao entrarem, sino tocou, fazendo uma mulher surgir pela porta do fundo do ambiente levemente decorado.

Antes que a tal desconhecida dissesse qualquer coisa, sua pupila dilatou quando seu olhar alcançou a bruxa. Emily se aproximou rapidamente tirando o capuz da cabeça e disse excitada:

– Soraya! Há quanto tempo! – As duas se afagaram num abraço por cima do balcão.

– Eu senti uma forte energia, nunca poderia imaginar que seria alguém tão poderosa quanto a mim! – Mia fitou Elliot um tanto impressionada. – O que você está fazendo aqui, minha querida?

Emily hesitou.

– É um pouco complicado. Mas me fale sobre você! Está realmente morando aqui?

– Os tempos mudaram Emily, as coisas não são mais como antes: bruxas estão sendo caçadas por todos os lados... – ela disse com repulsa. – Aquele miserável rei de Gardênia está conseguindo se apoderar do Clã das Bruxas, o maldito mandou matar todos que não o ajudassem, é o fim dos tempos, minha querida. Em que ano você me imaginaria cuidado de uma estalagem caindo aos pedaços? – Soraya fez um gesto com os olhos demonstrando seu desgosto, se abaixou e ressurgiu com uma garrafa de vinho.

Ceres - Você sabe quem é o Inimigo [LIVRO 1 - COMPLETO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora