Capítulo XVI: a resistência

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ਏϊਓ

×× Megan ××

Quando eu tinha 8 anos, meus pais se mudaram para uma cidade pequena no oeste do Texas. Era um lugar tranquilo e parado no tempo, não havia luxo, não havia uma grande urbanização, apenas os mesmos moradores de sempre.

Nas tardes quentes, mamãe fazia uma limonada gelada, arrumava um cesto de guloseimas, fazíamos piquenique a sombra de uma árvore, e ela me falava histórias sobre nosso povo.

Eu ficava encantada por cada uma delas, mas a minha preferida sempre foi de como os vínculos funcionavam, para nos manter em evolução.

Ela dava exemplos de como nossos poderes poderiam deixar um mundo melhor, se usados para as coisas certas. Eu perguntava qual seria o meu, se seria um poder elementar como o dela, ou mental como os dois meus pai. Não importa quantas vezes eles me disseram que não importava o poder que o destino me desse, desde que eu o usasse com sabedoria.

Eles me falaram em como o mundo pode ser cruel, o quanto o preconceito dos não-dotados era o último dos nossos problemas. Os dotados classe A sempre foram mais fortes, tendo até dois poderes diferentes, o segundo sendo um presente do Espírito.

Isso era herdado através do sangue. O sangue também determinava os parceiros de vínculo, todo ser dotado tem amostras de seu sangue incluído em um banco de dados, o Sistema é o responsável por controlar isso, e quem mantém o Sistema é o próprio Conselho.

A ironia de tudo, é que o Conselho é composto pelos seres dotados mais fortes da Terra, a maioria tendo sangue puro, ou seja, eles se reproduzem apenas com parceiros determinados pelo vínculo.

Eles se eternizaram no poder.

O central de um vínculo, determina o tamanho do poder que os membros terão, e se dividirão seus poderes. Não é algo predeterminado, apenas acontece. Sabemos que, quanto mais força os membros de um vínculo tem, mas fortes todos ficarão.

Um depende do outro.

Não dividimos apenas uma casa, uma cama, uma família... nós dividimos a nossa essência.

O poder de um dotado é o que ele tem de mais precioso, por isso odiamos neutralizadores.

E foi um grupo de neutralizadores que começou a guerra entre os dotados. Eles eram rejeitados, mesmo quando muito fortes, porque traziam ameaça aos poderes dos membros do conselho.

Eles passaram anos construindo famílias fortes e com poderes evoluídos. Neutralizadores eram uma ameaça a tudo o que eles criaram.

O que eles não esperavam, era que outros dotados, fossem apoiar os neutralizadores.

Assim nasceu a Resistência.

Como meus pais disseram, não importa quais são seus poderes, desde que você use para o bem. A resistência é o contrário disso. Eles começaram lutando por seu direito a democracia, tentando acabar com o nepotismo enraizado, mas pessoas más intencionadas, inclusive membros de dentro do conselho, passaram a mudar seu discurso de liberdade, para um contra os não-dotados. Para eles, os não-dotados não passam de uma raça inferior.

Eles precisavam de recursos nessa guerra, conseguiram patrocinadores, cartéis, treinaram soldados, infiltraram espiões, mas perceberam que não eram fortes o suficiente para ir contra as forças armadas do conselho.

RED: uma história de harém reversoWhere stories live. Discover now