Legend - O Mago Infernal (Liv...

By Y_Silveira

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Órion Kilmato ao perceber uma grande evolução de seus poderes é sequestrado por estranhas criaturas demoníaca... More

Sobre o livro
MAPA - GUIA
EPÍGRAFE
PRÓLOGO
PARTE I
I- O ASSASSINATO DO REI
II- A VISITA
III - O JOVEM MAGO
IV - Cosmos
V - A PROFECIA
VI - GRIMT'S
VII - BORBOLETAS
VIII - O EGRESSO
PARTE II
X - UM ASSASSINO EM FRENTE
XI - DÚVIDAS
XII - SUNIRA
XIII - A FACE DE ISTH
XIV - A FLECHA
XV - A FLORESTA
XI - O BORDEL
XVII - BERILO
XVIII - A PRESENÇA
XIX - ARCABUZ
XX - CONVALESCENÇA
XXI - A ALMA INFERNAL
XXII - MAHIN
XXIII - A DESPEDIDA
XXIV - A REVELAÇÃO
XXV - O TREINAMENTO
XXVI - PIRATAS?
XXVII - ENCONTROS
PARTE III
XXVIII - UMA VIDA ESTRANHA
XXVIX - UM DESTINO INCERTO
XXX - SEM SURPRESAS
XXXI - A AFRONTA
XXXII - A RUÍNA
PARTE IV
XXXIII - ENTRE GRADES
XXXIV - PESO MORTO
Aviso - Mudanças
XXXV - A BUSCA

XIX - A FUGA

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By Y_Silveira


Náidius marchava em uma trilha pedregosa e esburacada, onde o solo seco e duro fazia calos em seus pés. O Sol estava a se pôr logo atrás projetando uma sombra gigante em sua frente, de um caminho alaranjado e longo. A vista nas laterais eram de cercados e grama rala, sem nenhum animal por trás das cercas, algumas árvores fechavam uma floresta e sem nenhum foco de vida humana por ali. A frente colinas se erguiam, totalmente nuas de vegetação, a não ser as mesmas gramas ralas e rochedos de tons amarelos e vermelhos, bastante desgastados, formando ao seu sopé uma terra avermelhada e fina.

Sônia andava atrás de Náidius, lentamente, um pouco mais distante dele. Eles haviam discutido por um bom tempo, mas a maga teimou em ir embora. Aquele jovem não conseguia compreender que o mundo fora dos portões de Sidelena era tão violento e traiçoeiro. E nada se comparava a mero bandidos que ela assustou certa noite. Mas Náidius era orgulhoso. Ele não estava fazendo isso apenas porque realmente desejava salvar Órion — até porque, entrar em Coimbra já se tornaria algo impossível, imagina chegar até Danjú? —, o que ele queria realmente era uma aventura, era sair de casa e tomar um caminho que não fosse o mesmo destino da família.

A maga entendia bem o que era aquele desejo. Ela entendia muito bem o que era sonhar em ser livre, o que era não ter escolha e viver o que sua família lhe propusera. Talvez por isso ela se candidatou a ajudar à Seita, mesmo contra a vontade do seu pai, e talvez... a mesma vontade de ser livre foi o que matou a sua mãe. De uma forma ou outra, foram aquelas políticas medíocres que ceifaram aquela vida.

— Já está escurecendo. — Náidius comentou, despertando Sônia de seus devaneios.

Sônia percebeu, embora as nuvens jaziam em um misto de laranja, rosa e lilás, ao redor o crepúsculo dominava.

— Que fique claro! — Náidius voltou a resmungar. — Quando eu sair de Sidelena, não mais permitirei que me acompanhe.

Sônia suspirou. Preferiu ficar em silêncio do que continuar com aquela conversa chata. Náidius era tão rabugento que mais parecia o seu avô com seus 367 anos. Enquanto escurecia, ela pensava em uma forma de passar a noite, já que não chegariam ao portão Leste por tão cedo.

☽✳☾ 

Náidius estava tão perdido naquela parte de Sidelena que até mesmo se perguntava o porquê de nunca ter conhecido todo o lugar em seus quase dezoito anos. Horrivelmente ele precisaria da ajuda da maga para chegar até o portão Leste. E sorte dele, ela não conseguir carregar tanto peso ao caminhar pelas linhas do ar. Ela necessita de estar com o corpo leve. Seria ridículo ser carregado por ela pelos céus.

Sônia havia escolhido um local para acampar. Não estava tão distante da trilha que seguiam, mas era assombrador a noite. Ao redor era cercado daqueles rochedos desgastados, muitas árvores cresciam por cima deles, onde suas raízes abriam fraturas, colaborando com as intempéries que assolavam o ambiente. A escuridão da noite dava àquele semblante formas assustadoras. Os galhos retorcidos e uma coruja inquietante desempenhavam uma cena de horror.

No momento Náidius estava sozinho. A fogueira crepitava, carbonizando os gravetos e cascas de árvores que encontraram nas redondezas. Sônia havia se preocupado em ir arranjar comida, já que pelas linhas do ar, ela seria mais rápida e facilmente encontraria algum mercador, mesmo que a noite.

O jovem erguia a lâmina de sua espada para o alto. Observado o brilho lustroso, o qual, refletia as chamas da fogueira. O cabo peculiar, curvado como se fosse o cabo de um guarda-chuva, se encaixava perfeitamente em sua mão, era quase como se fosse feito para ele próprio. Mas ele se lembra de quando mais novo, se meteu em uma encrenca por essa arma, mas no final, sua mãe a comprou. A sua mãe...

Antes que ele se pudesse se perder em pensamentos, no céu ele identificou a maga Cosmos, carregando consigo um saco de linho, não muito grande e com um nó cego.

Sônia aterrissou no gramado ralo e Náidius fingiu não dar muita importância, continuou seu foco em sua espada. A maga caminhou até ele, repousando o saco de linho no chão e agachando-se ao lado.

— Eu consegui comida. Não é grande coisa. O pobre homem que abordei em uma estrada não tinha muita mercadoria. Ele estava bem assustado.

— Imaginou que fosse um assaltante. Há uma hora dessas, nenhum mercador deveria perambular nas estradas. — Náidius comentou, sabendo por experiência própria como a violência assolava Sidelena. — Principalmente alguém vindo do céu...

Sônia parecia curiosa sobre o assunto. Ela curvou mais as costas e olhava atenta para o jovem.

— Em Coimbra essas coisas não acontecem. — Ela falou. — Lá é tão calmo. É tanta paz que...

Náidius suspirou, já aborrecido.

— Olha, eu não estou muito afim de papo. Eu só quero comer e dormir, o quanto mais rápido sair desse lugar, melhor.

Sônia entristeceu o seu semblante. Apenas assentiu por aquela tamanha grosseria. Olhou para o saco de linho ao seu lado e desatou o nó. De dentro, retirou um pedaço de queijo, alguns pães e biscoitos de polvilho azedo. Dentro também tinha uma garrafa de meio litro, arrolhada. Era algum tipo de licor.

— Não sabia que você era de beber este tipo de bebida. — Náidius comentou, olhando de lado.

Sônia retirava a rolha sem muita dificuldade.

— Por que acha? Uma maga Cosmos não poderia consumir um pouco de álcool?

— Acho que não tem idade para isso.

Sônia sorriu e deu um longo gole pelo gargalo da garrafa.

— Você não tem idade. Eu sou bem mais do que aparento ser. E isso lá fora não tem muita importância. — Ela entregou a garrafa a ele. — Experimente, é de pêssego com ervas.

Náidius segurou a garrafa um pouco desconfiado, mas a virou em seus lábios bebericando um pouco da bebida doce e alcoólica com um leve frescor das ervas condicionadas.

Ele observou no pescoço de Sônia, sempre notou que ela carregava um cordão, mas nunca viu o pingente. Sempre estava escondido por baixo da roupa. Entretanto, dessa vez estava a amostra e era de se estranhar. Era uma semente. Uma semente de formato cônico nas duas extremidades, um pouco mais arredondadas. Possuía uma cor de madeira forte, quase como se fosse a casca de uma árvore. E o mais interessante disso tudo, era que tinha algo escrito em tinha preta. Estava em sidelênico. Apesar da pouca luminosidade, ele conseguiu traduzir.

— Sana... — Nádius leu em voz baixa, estreitando os olhos ao identificar os símbolos. — Esperança. — Ele traduziu.

Sônia se engasgou com um biscoito, e de boca cheia tossiu até conseguir engolir. Encarou Náidius e no mesmo instante percebeu que seu "colar" estava amostra. Ela o escondeu por dentro da roupa imediatamente.

— Qual é o problema? — Náidius estranhou aquele desespero. — É só uma semente. Isso é moda dos Cosmos?

— Não é apenas uma semente. — Sônia rebateu. — É a única semente de uma árvore extinta em Coimbra.

— E daí? Pensou que eu fosse roubar sua semente estranha? Por que não planta isso? Assim a árvore deixa de ser extinta.

Sônia suspirou. Aquilo era algo tão pessoal dela que era difícil comentar sobre o assunto com outra pessoa. Embora, ela sabia que Náidius pouco iria se importar, por mais que ela se abrisse com ele.

— A semente está adormecida, ela não vai germinar. Foi o trabalho de minha mãe tentar resgatar essa árvore e todas as sementes se partiram. Esse é o único presente que a minha mãe me deixou antes de morrer. — Ela segurou a semente com a mão. — E com essa palavra escrita... Eu nunca entendi bem o que isso queria dizer.

Náidius deu mais um gole na garrafa e pegava um pão.

— Vocês são muito estranhos. Uma semente de presente? Seria melhor ter deixado algo de valor.

— Talvez você não entenda qual é o verdadeiro valor. — Sônia pausou por alguns segundos. — Me lembro de ter dito que não queria conversa. Melhor comer e dormir. Farei o mesmo.

A maga se levantou e deu a volta ao redor da fogueira até o lado oposto do rapaz. Lá se deitou no chão e lhe virou as costas.

Nádius a havia aborrecido. Mas de fato, uma semente adormecida era a herança mais inútil que se poderia deixar a alguém. Apesar que, receber uma semente seria um melhor fardo a se carregar do que possuir o sangue de um feiticeiro.

☽✳☾ 

A dupla se encaminhava próxima a uma vila após caminharem mais da metade do dia a pé. Por sorte, ainda conseguiram carona com um carroceiro que seguia viagem para fora de Sidelena.

A carroça era coberta e o seu interior era coberta por feno. O carroceiro sairia de Sidelena em busca de mercadorias que não eram produzidas na região, como arroz e algodão, frutas como maçãs e pêssegos, e também água ardente. A lei permitia a saída dos mercadores, contudo, possuindo um documento assinado pelo rei. Além disso, possuíam um prazo de retorno com no máximo quarenta e cinco dias e sessenta dias para as viagens mais longas que consistiam em métodos marítimos.

Náidius apoiava as costas em um bolo de feno. Estava pensativo com os olhos focados para o teto de madeira da carroça. Sônia estava a sua frente, porém, a maga ainda demostrava certa mágoa pelo deboche do rapaz sobre sua semente. Talvez o jovem não compreendesse o quanto aquilo havia sido importante para a mãe dela e quanto isso era importante para si. Talvez ele nunca pudesse compreender já que nunca teve uma mãe que lhe amasse de verdade.

Náidius ainda estava ponderando sobre sua deixa de Sidelena. Sônia estava calada desde que acordou e nem lhe deu uma luz sobre algum plano para deixar o portão Leste. Contudo, ele só imaginava se esconder por baixo daquele feno todo e tentar passar despercebido nas revistas.

— Acho que já estamos chegando. — Sônia falou, quando percebeu o balanço da carruagem mudar e o trotar do cavalo ficar com um som mais agudo. Era o pavimento ladrilhado da vila. — Talvez já sabe o que fazer. Quando a carroça parar de andar irei descer primeiro e falar com o carroceiro. Trate-se de se esconder bem por baixo do feno. Irei inventar uma história. E boa sorte durante a revista da guarda!

Náidius percebeu a dureza da maga naquelas últimas palavras. Ele não fazia ideia do quanto ela era rancorosa, mas de qualquer maneira ele assentiu. Seria o melhor a se fazer mesmo, ela guardar mágoa, e só assim lhe deixar seguir o seu caminho sozinho.

O carroceiro parou a carroça assim que Náidius conseguiu se esconder por completo por baixo de todo aquele feno desgrenhado. Ele ansiava nervoso, afinal, não só estaria se arriscando como assim arriscando a vida daquele homem que lhe guiou até ali por tamanha gentileza.

Sônia ao sair da carroça percebeu uma enorme fila que se formava de carruagens até o portão. Eram dois guardas revistando carruagem por carruagem, enquanto outro analisava a documentação de saída do condutor. Era um processo chato e burocrático, certamente ela não teria paciência de passar por isso.

A maga agradeceu ao carroceiro pela carona, embora ele não perguntar por Náidius, ela mencionou que ele já havia partido para o seu destino. Uma bela de uma mentira. Sônia aguardaria até a deixa do rapaz. Embora ele não merecesse toda essa ajuda, ela ficaria de prontidão caso algo desse errado.

Aquela vila era bem idêntica a todas as outras por onde a maga passou em Sidelena. Havia muitos mercadores com suas barracas de feiras, comercializando de tudo. Aproveitavam a movimentação das carruagens para oferecer seus produtos aos viajantes. Não passava de três ruas, tudo em volta era bem rural, com várias plantações de árvores frutíferas, hortas e criações de porcos.

O portão Leste era um portão de saída de Sidelena e o Oeste de entrada. A saída se dava direto ao porto que não ficava muito distante das muralhas. Havia navios onde se cobrava uma alta taxa para os viajantes com suas cargas e animais. E não era algo de muito luxo. As embarcações eram sujas e enfestadas de ratos e aranhas, sem falar com a estrutura podre e cabos desfiando. A necessidade de se ganhar um pouco de dinheiro era entregada a própria sorte.

Sônia acompanhava a carroça onde Náidius se escondia. Tentava conter ao máximo a sua apreensão, mas era difícil. O que o jovem estava preste a fazer poderia complicar o máximo a própria vida. Talvez não sairia de uma prisão por tanto tempo.

A vez da revista do carroceiro havia chegado. Sônia acompanhava há certa distância, se misturando a alguns mercadores em suas barracas. Um guarda coletava a documentação do homem enquanto outro levantava a lona da carroça coberta. Nesse momento o coração da maga se apertou.

— Quanto feno! — O guarda que analisava o interior da carroça estranhou.

Realmente era uma grande quantidade, entretanto, ao ser questionado novamente o carroceiro respondeu que a maior parte seria para alimentação do cavalo durante a viagem. De fato, um argumento convincente, já que iria viajar por muitos dias.

O carroceiro foi permitido de passar e Sônia suspirou de alívio. Os portões se abriram e o cavalo trotou lentamente carregando a carroça com o jovem escondido por baixo do amontoado de feno. Porém, a alegria durou não por muito tempo. Antes que a carroça pudesse passar por completo um guarda percebeu algo.

A lona ainda estava levantada e Náidius moveu um braço, descobrindo parte de sua mão. A ótima visão do guarda não deixou passar aquela cena despercebida.

Hey! — O guarda gritou em alerta, chamando atenção dos outros na portaria da torre ao lado do portão. — Pare a carruagem!

O carroceiro parou, nervoso, com um suor escorrendo por sua têmpora, e ele sem compreender o que havia de errado em sua carroça. Cerca de cinco guardas armados se aproximavam, incluindo o guarda que percebeu o corpo estranho no feno. Esse último guiava os outros na frente, se aproximando lentamente e percebendo a curta distância que se tratava de uma pessoa escondida tentando emigrar de Sidelena.

O guarda em frente portando sua espada se dirigia em frente, enquanto uma multidão de mercadores se aglomeravam curiosos próximos ao portão para observarem o conflito.

Náidius estava imóvel, não sabia o que fazer. Respirava pesadamente por baixo daquele feno, e conseguia apenas um pouco de visão entre os feixes descobertos. Um dos guardas portava sua espada desembainhada, enquanto os outros quatro atrás estava com suas lanças afiadas. Com toda aquela apreensão, ele se moveu novamente, mas dessa vez para tocar o punhal de sua espada nas costas, com isso, parte do seu corpo foi revelado.

Os guardas recuaram um passo, sendo surpreendidos pela estranha movimentação.

— Saia daí! — O guarda ordenou. — Saia ou teremos que intervir a força!

O carroceiro amedrontado deixou a carroça, tomando distância para assistir de longe e entender o que estava acontecendo no interior de sua carruagem.

Náidius continuava imóvel. Ele sabia que caso se entregasse ele seria preso, mas caso não, os guardas lhe tirariam dali a força, ou seja, também seria preso. E se ele reagisse? Se fracassasse seria facilmente morto. Ele não conseguia derrotar simples bandidos, imagine cinco guardas armados, portando armaduras que protegia todos seus pontos vitais e ambos totalmente bem treinados?

Os guardas se aproximavam em prontidão, pelo visto Náidius não tinha mais tempo para pensar. Porém, seria um covarde deixar ser pego e ser preso sem ao menos conhecer a metade daquele mundo lá fora, sem ao menos chegar perto da possibilidade de poder salvar Órion.

O seu corpo agiu antes mesmo dele decidir o que iria fazer, antes mesmo dos guardas se aproximarem o suficiente e lhe ordenar a sair. Ele apenas se levantou, sacando a sua espada e mirando o gume no torso protegido do homem, tilintando em um som faiscante, e ao mesmo tempo lhe chutando na barriga. Com a rapidez e agilidade imposta pelo rapaz o guarda é empurrado pelo impulso, caindo sobre os braços dos outros logo atrás.

Náidius ainda estava atordoado pelo seu próprio golpe. Estava agachado, de cabeça baixa e seu coração batia acelerado enquanto o braço que sustentava seu corpo estava trêmulo. De cabeça baixa tentava sentir o punho da sua espada deitada no chão. Ele sabia que não havia ferido aquele guarda, mas sabia que havia reagido e não haveria mais como voltar atrás.

— Náidius! — Uma voz gritou do alto. Era a Sônia. — Fuja!

O jovem levantou a cabeça e notou que os guardas já haviam recobrado a noção da realidade pós o seu ataque, ele não teria tempo de fugir, mal de se levantar, lanças e espada já miravam sem sua cabeça e os grunhidos ressoavam alto enquanto um público logo atrás servia de testemunhas para o que estava preste a acontecer com a sua vida.

— Náidius! — Sônia gritou novamente.

O rapaz olhou para o alto, onde a maga estava em pé nas linhas do ar, bem acima das muralhas e da torre. Ele não sabia qual seria o plano dela, mas insistiu novamente que ele fugisse. Ele então reagiu, se levantou e correu sem olhar para trás, apenas escutou gritos escandalosos dos guardas e sentiu na sua pele aquela sensação gelada que eriçava seus pelos da nuca.

Sônia havia conjurado um cerco de chamas azuis separando os guardas do jovem fugitivo. E mesmo confusos com aquela muralha de fogo gelado, eles se atreveram a lançar suas lanças mesmo sem saber o sentido já que o campo de visão estava tomado pelas labaredas.

Náidius desatou a correr sem saber para onde. A saída dos portões levava a uma estrada em um campo aberto e gramado com quase nenhuma árvore. O chão era arenoso e dificultava de movimentar, tendo suas botas afundando na areia. Ao longe, ele via uma grossa faixa azul quase se misturando a cor do céu. Talvez aquele seria o tal "mar" que tantos mencionam em Sidelena e de quão belo era e de quão grande era de perder de vista. Ele nem tinha tempo de admirar tal paisagem, ainda sentia que estava sendo perseguido.

Sentiu o seu braço ser rasgado repentinamente, a ponta da lança passou de raspão ao seu lado. A fisgada lhe fez fazer careta de dor e apesar da dor, ele sabia que não poderia parar de correr. Enquanto sentia o sangue encharcar a manga recém dilacerada de sua camiseta ela escutava barulho das armaduras se movimentando. Ele estava sendo perseguido, e o pior, havia largado a sua espada para trás. 

☽✳☾ 

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