- agora você se acalma - diz assim que eu abro meus olhos me viro o encarando - nem me olha assim você surtou e quase me mata - fala abrindo a marmita.
- eu não quero comer - digo seca.
- você quer comer, então abre essa boca - vem com a colher cheia de comida e eu abro a boca.
- da ao menos pra me desamarrar - digo de boca cheia.
- não, você é maluca e ainda por cima mau educada - diz sério e continua me dando comida.
- o caveira está aqui ?
- sim chegou a pouco tempo, então come logo porque se ele vim aqui nem comer você não vai mais.
Termino de comer toda a marmita e me sinto revigorada, termino de tomar a água e garrafa de água e o brutamonte joga o lixo pela janela.
- agora vê se não faz escândalo porque eu não vou te ajudar - diz sério e eu concordo.
Escuto gritos e mais gritos de Carlos e leticia e tento comer mais o brutamonte puxa a corda me impedindo, ando mais rápido e assim que eu chego vejo caveira e o GM maltratando os dois e se divertindo com a situação.
- DEIXA ELES SEUS IMBECÍS - digo com raiva e os dois vem pra cima de mim.
Sinto quando o brutamonte solta a cordas que me mantém presa e é enxotado do quarto.
- vai aprender a não se intrometer aonde não é chamada AMOR - GM diz no meu ouvido puxando meus cabelos com força pra trás.
Henrique Menezes
15 dias depois
Hoje se completa 15 dias que meus pais e Sarah estão desaparecidos, o hospital está um caos e toda a mídia está vindo com tudo pra cima querendo informações pra mais uma polêmica envolvendo a família Menezes depois da surra que a Sarah deu na Débora no dia da festa de confraternização do hospital, querendo saber aonde meus pais estão e querendo saber qual "viagem" repentina eles fizeram.
Não tive outra desculpa melhor que essa, estou tomando as rédeas do hospital e vou no morro sempre que posso pra vê se tem alguma notícia.
Sempre vou ver a Nicole no colégio e invento mil desculpas por tantos dias sem vê sua mãe, cada vez que ela coloca suas mãos pequenas em volta do meu rosto me perguntando novamente porque Sarah não foi vê ela meu coração se aperta.
E quando ela aparecer vou esclarecer que entre nós não existe mais nada, não pode existir nada, não quando a pessoa matou o seu irmão e dormia ao seu lado sem se quer um peso na consciência, ela poderia me matar também a qualquer hora.
Desde que comecei a me relacionar com ela minha vida tem desandando, não tenho mais o apoio da minha mãe que sempre esteve comigo, meu pai já nem fala nada pra não querer chatear eu acho, eu estou confuso mais uma certeza eu tenho, não vou querer mais estar com ela, não como homem e mulher.
Vou ser o pai mais presente na vida da minha filha dando todo o apoio que ela precisar, nesses dias tenho ficado com a Débora e quando o desespero vem ela que me ajuda, me consola tem sido uma verdadeira mulher diante de toda essa situação, a única que sabe que meus pais estão desaparecidos e tem feito de tudo para encontra - lós.
Coloco alguns papéis que estavam em cima da mesa do meu pai e guardo todos dentro da gaveta, pego uma foto de cima da mesa em que havíamos tirado no Natal, eu, minha mãe, meu irmão e meu pai.
Eu era feliz e não sabia.
Uma lágrima solitária escorre sobre meu rosto e a porta se abre e Débora entra na sala com seus saltos batendo com o chão.
- estava procurando por você.. - caminha até mim celando meus lábios com seu beijo.
- tinha alguns papéis e tive que organizar - digo baixo.
- vamos pra casa você precisa relaxar - cruza seus braços em volta do meu pescoço.
- pra que ir pra casa se eu posso relaxar aqui - aperto sua bunda por cima da sua calça colando a mesma comigo.
- eu quero - solta pequenos gemidos quando coloco minha mão por debaixo de sua blusa apalpando seus seios.
Sim Débora, eu vou te fuder com força do jeito que você gosta.
...
Dirijo por algumas horas até chegar no morro, o trânsito das 18:00hrs é infernal, chego na casa de Sarah e todos estão reunidos como sempre desde o seu desaparecimento.
- oi - digo assim que entro dando de cara com todos cabisbaixo na sala.
Real eu também to.
- alguma novidade? - Carla diz me encarando.
- nenhuma, e vocês ? - pergunto me sentando no sofá.
- também não tenho.
Ficamos por mais algumas horas pensando em lugares consideráveis em que Sarah pode ter ido, e eu me pergunto, se ninguém quer acreditar em que meus pais estão com elas aonde eles estão? Não tem nexo sair assim sem mais nem menos.
Subo pro quarto da Nicole e ligo o ar fechando a porta logo em seguida, fico deitado e logo uma foto da Sarah com a Nicole bebê me chama a atenção, Pego a mesma acariciando a mesma, viro e tem um pequeno texto escrito atrás.
"Meu amor, meu mundo com você agora é diferente, lutarei por você, viverei por você, te mostrarei a força de um amor de mãe, te protegerei como uma leoa com seus filhotes e te amarei até o fim!"
Choro ao ler aquilo, na foto Sarah estava magra e seu olhar cansado demonstra todo o sofrimento que teve para que Nicole viesse ao mundo, me sinto um idiota por não ter estado ao seu lado no momento que mais precisou.
Caminho até uma cômoda pequena branca e reviro algumas roupas atrás de mais foto e a única coisa que encontro é um diário, abro o mesmo e encontro mais textos.
"É diário, me sinto uma velha imatura por estar escrevendo ainda aqui, mais ultimamente eu tenho estado tão feliz que eu tinha que me expressar de alguma forma, minha vida nunca foi flores mais tenho feitos do bagaço a laranja dando o meu melhor, tenho pessoas que nunca pedi pra estarem ao meu lado mais estão e eu agradeço muito por isso, mostram que eu sou querida de alguma forma, Sofia com seu jeito besta que me irrita mais está sempre comigo, nossa infância cheia de brigas e reconciliações, lembro que me dava ódio sempre que alguém se aproveitava na ingenuidade dela porque ela nunca soube quando as pessoas estavam apenas querendo se aproveitar dela e dava espaço na sua vida, o Mika é um gay que está com a Carla querendo se mostrar um homem de família, na real eu estou muito feliz por ele e "espero" que realmente esteja sendo porque se eu levar ele pra casinha nego vai sofrer na minha mão kkkkkkkkk, brincadeira eu tenho que acreditar mais na mudança das pessoas, a Carla parece uma Cátia a sonsa mais eu gosto dela, me ajuda sempre que posso, o Victor é meu irmão que o crime me deu, quer ser meu irmão mais velho mais ele sabe que eu tenho mais juízo que ele, o João é a amizade colorida que a vida me deu, porque fogo a gente não negava e deu no que deu, a única notícia triste é que já não somos mais amigos, mais como uma pessoa com maturidade eu só desejo o melhor pra ele, larguei minha amizade colorida com ele por causa do Henrique, porra mano esse homem me faz subir pelas paredes, me faz mulher, me faz se sentir amada de verdade, o ponto de Luz da minha vida: Nicole, como eu amo essa garota, confesso que morro de saudades de te-lá por perto de mim mais não confio em deixar ela por aqui, enfim VIDA, continue assim porque você já me rendeu choro demais!
E antes de terminar, espero que um dia eu consiga perdoar a dona cida e vê-la novamente como madrinha, sim mãe eu sinto sua falta então tenho que arrumar outra pessoa pra bater cabeça comigo."
Termino de ler a carta e minhas mãos tremem, lágrimas quentes escorrem pelo meu rosto e eu já não consigo controlar todo o choro que venho guardando todo esse tempo, sinto alguém sentar na cama e olho pro lado vendo Sofia me olhar cabisbaixa.
- tenha fé que ela vai aparecer - diz me abraçando de lado.
- porque que eu sinto como se ela tivesse morta? - digo com um no em mim garganta.
Mais um pra por na conta...
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Final de semana rendeu em meu povo, capítulo enorme aí pra vocês! ❤️