Capitulo 41

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Acordo sendo sacudida por alguém e quando finalmente minha vista se limpa posso ver claramente dona Cida a minha frente, seu semblante preocupado me encara... me afasto bruscamente com seu toque em minha pele e ela se afasta, me pergunto quanto tempo fiquei ali no meio do caos que estava a cozinha.

Caralho.

- oque aconteceu menina, voltei pra pegar um remédio meu que havia esquecido e te encontro nesse estado - diz aflita.

Me apoio em meus braços e consigo me sentar escorando minhas costas no balcão atrás, minha cabeça doi com algumas pontadas e resolvo criar forças pra me levar e digerir tudo que aconteceu.

Quando lembro de tudo lágrimas voltam a molha meu rosto rapidamente, eu o perdi, pensar em toda raiva com ele me olhava me fazia ficar com mais pesar ainda.

Tudo que eu fiz foi pro seu bem não posso esquecer disso.

- pega uma pílula pra dor de cabeça - falo baixo pra mulher desgastada a minha frente e ele caminha e pega uma pequena caixa vermelha de remédios.

- oque aconteceu minha filha, porque está tudo desse jeito? Eu estou preocupada Henrique passou em frente lá ao barzinho queimando pneu em seu carro - ela pega um copo de água colocando açúcar e me entrega na tentativa de que eu me acalme um pouco mais.

- não que seja da sua conta mais ele descobriu tudo dona Cida, descobriu que eu matei o seu irmão - falo enxugando minhas lágrimas e seu olhar se perde ao encontrar com os meus, sua boca se abre e fecha novamente mais não diz nada.

- vá descansar eu arrumo tudo por aqui - ela fica sem jeito ao me ajudar e eu entendo.

Nunca permitir que ela tivesse contato físico comigo, a dispenso com um sorriso forçado a ela e subo pro quarto assim que entro o mesmo está todo revirado e vejo alguns papéis rasgados espalhados pelo chão.

Junto do chão alguns pedaços e vejo que era sobre a investigação que havia feito de Artur, porcarias de papéis.

Solto os pedaços de papéis entre meus dedos e me jogo na cama, queria poder explicar tudo pro Henrique e mostrar que o irmão não era essa princesa toda da Disney que ele pensa.

Eu já não torturei tanto Arthur por causa do Henrique e ele nem pra relevar isso não releva.

Mais ele jamais iria me escutar nessa situação, temo por não saber oque ele pode fazer, ele pode me entregar pra polícia ou sei lá querer atropelar alguém no meio da rua.

Não entendo a dor de cabeça que ainda martela mesmo depois do remédio, talvez fosse por tamanho susto que tomei porque eu realmente não esperava toda essa confusão, não agora, eu só queria jantar com o homem que eu amo e poder transar depois de tudo.

Mais a bomba só explode quando não estamos esperando e isso é um fato, vou até o banheiro lavando meu rosto da pia, meus olhos cansados e inchados me lembram o quanto eu preciso dormir, não seria o ideal mais eu estou péssima.

Depois de um banho demorado resolvo finalmente sair do banheiro, me enrolo no roupão e pego uma toalha pequena na tentativa de enrolar meus cabelos mais a mesma não segura porra nenhuma, jogo ela no chão já sem paciência e troco de toalha pegando uma grande.

Assim que passo pela porta do banheiro um vento forte e gélido entra no quarto e um calafrio se passa na minha espinha, fecho a porta da sacada e me jogo na cama ignorando esse mau pressentimento.

Pego o rádio que tá no criado mudo mandando um recado pros vapor.

- não deixa entrar ninguém nem sair ninguém nessa porra hoje.

Meu celular vibra caindo algumas mensagens e vejo que é do Henrique, abro rapidamente e assim que entro na conversa meus olhos se arregalam com fotos dele e da Débora, fotos deles transando, não acredito que ele foi buscar consolo nos braços da médica vadia.

DESGRAÇADO.

meu corpo inteiro se enrijece e a ira me sobe à cabeça, jogo meu celular na parede com força e o mesmo se estilhaça com o impacto, meus olhos secam e em um pulo já estou no closet me vestindo pra sair.

Visto uma calça jeans de lavagem clara e um moletom preto, pego o boné e as chaves da minha moto, por último minhas luvas e eu estou pronta pra matar qualquer pessoa que se por no meu caminho.

Desço as escadas rapidamente, minha barrinha ronca e eu vou na cozinha, dona Cida ainda arruma algumas coisas que estão fora do lugar e eu pego o pote de leite em pó jogando em cima da banana.

- não deixe ninguém entrar aqui em casa - falo comendo a segunda banana com leite em pó e minha fome agradece.

- tabom, vai deixar algum recado? - diz com medo e eu arqueio a sobrancelha pra ela.

Como pode ser tão sinica, nunca fiz nenhum mal pra ela por mais que merecesse.

- nenhum, só vou sair e não quero ninguém me enchendo o saco muito menos aqui em casa - término de comer e jogo a louça suja na pia.

.............

Não demorou muito pra chegar na praia, mesmo o trânsito ser um absurdo consegui vim cortando os carros e chegar o mais rápido possível.

Mesmo que eu não tivesse passado minha infância vindo a praia ou até depois de adulta minha mãe sempre gostava de me contar histórias da sua adolescência de quando ela vinha com suas amigas e que aquele era o seu lugar de paz.

Não que eu encontrasse paz aqui mais eu me sinto mais perto dela de alguma forma, um homem senta ao meu lado e o ignoro por estar ali e permaneço quieta sentada no banco e observando o movimento das pessoas.

- posso saber oque uma mulher bonita como você faz sozinha? - fala educado me olhando e eu me recuso a olhar pra ele.

- ser bonita não é desculpa a ter companhia - digo grossa e ele rir.

- calma eu só queria saber se tem namorado! - ele rir mais ainda e aquilo me estressa de alguma forma.

- tem algum palhaço aqui pra ficar rindo de tudo? E cala a boca que minha vida pessoal não te interessa - o olho nos olhos e ele fica sério mais logo depois da um sorriso tímido.

- desculpa, mais você fica ainda mais linda estressada - fala colocando suas mãos no bolso e estica suas pernas pra frente.

Sabe aqueles homens mongoloide, cá está um no meu lado feito um idiota.

- eu não te perguntei nada, inclusive porque tá aqui mesmo eu sei desfrutar muito bem da minha companhia, somente dela - digo grossa e ele aperta meu punho com força.

- acontece que você se envolveu com coisa errada e agora vai pagar - diz segurando meus braços e seu semblante muda totalmente como de anjo ao demônio.

- me larga seu maluco - tento me soltar já ficando sem ar e consigo dar um chute no seu braço.

Ele vem pra cima de mim e começamos uma luta corporal, acerto um murro na sua cara e ele me acerta outro em cheio, procuro por minha arma na cintura e eu esqueci.

Droga.

Permaneço lutando com ele até sentir dois tiros, acertando minha perna e no meu braço, caio no chão com todo impacto do meu corpo e o homem que antes lutava comigo agora estava em cima de mim com um olhar demoníaco.

- vou ter que por a princesa pra dormir - vem com um pano branco em mãos e me sacudo sentindo meu corpo doer pelos tiros que acabei de levar e o sangue quente molhar minha roupa.

- NÃO - grito e ele apenas sorri colocando o pano no meu nariz com brutalidade.


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