Capitulo 46

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- agora você se acalma - diz assim que eu abro meus olhos me viro o encarando - nem me olha assim você surtou e quase me mata - fala abrindo a marmita.

- eu não quero comer - digo seca.

- você quer comer, então abre essa boca - vem com a colher cheia de comida e eu abro a boca.

- da ao menos pra me desamarrar - digo de boca cheia.

- não, você é maluca e ainda por cima mau educada - diz sério e continua me dando comida.

- o caveira está aqui ?

- sim chegou a pouco tempo, então come logo porque se ele vim aqui nem comer você não vai mais.

Termino de comer toda a marmita e me sinto revigorada, termino de tomar a água e garrafa de água e o brutamonte joga o lixo pela janela.

- agora vê se não faz escândalo porque eu não vou te ajudar - diz sério e eu concordo.

Escuto gritos e mais gritos de Carlos e leticia e tento comer mais o brutamonte puxa a corda me impedindo, ando mais rápido e assim que eu chego vejo caveira e o GM maltratando os dois e se divertindo com a situação.

- DEIXA ELES SEUS IMBECÍS - digo com raiva e os dois vem pra cima de mim.

Sinto quando o brutamonte solta a cordas que me mantém presa e é enxotado do quarto.

- vai aprender a não se intrometer aonde não é chamada AMOR - GM diz no meu ouvido puxando meus cabelos com força pra trás.

Henrique Menezes
15 dias depois

Hoje se completa 15 dias que meus pais e Sarah estão desaparecidos, o hospital está um caos e toda a mídia está vindo com tudo pra cima querendo informações pra mais uma polêmica envolvendo a família Menezes depois da surra que a Sarah deu na Débora no dia da festa de confraternização do hospital, querendo saber aonde meus pais estão e querendo saber qual "viagem" repentina eles fizeram.

Não tive outra desculpa melhor que essa, estou tomando as rédeas do hospital e vou no morro sempre que posso pra vê se tem alguma notícia.

Sempre vou ver a Nicole no colégio e invento mil desculpas por tantos dias sem vê sua mãe, cada vez que ela coloca suas mãos pequenas em volta do meu rosto me perguntando novamente porque Sarah não foi vê ela meu coração se aperta.

E quando ela aparecer vou esclarecer que entre nós não existe mais nada, não pode existir nada, não quando a pessoa matou o seu irmão e dormia ao seu lado sem se quer um peso na consciência, ela poderia me matar também a qualquer hora.

Desde que comecei a me relacionar com ela minha vida tem desandando, não tenho mais o apoio da minha mãe que sempre esteve comigo, meu pai já nem fala nada pra não querer chatear eu acho, eu estou confuso mais uma certeza eu tenho, não vou querer mais estar com ela, não como homem e mulher.

Vou ser o pai mais presente na vida da minha filha dando todo o apoio que ela precisar, nesses dias tenho ficado com a Débora e quando o desespero vem ela que me ajuda, me consola tem sido uma verdadeira mulher diante de toda essa situação, a única que sabe que meus pais estão desaparecidos e tem feito de tudo para encontra - lós.

Coloco alguns papéis que estavam em cima da mesa do meu pai e guardo todos dentro da gaveta, pego uma foto de cima da mesa em que havíamos tirado no Natal, eu, minha mãe, meu irmão e meu pai.

Eu era feliz e não sabia.

Uma lágrima solitária escorre sobre meu rosto e a porta se abre e Débora entra na sala com seus saltos batendo com o chão.

A Dona Do Morro Onde as histórias ganham vida. Descobre agora