Oblíquo

By luanaSales97

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Caio sabia, estar apaixonado era uma maldição que em nada parecia com filmes ou séries de TV onde tudo acaba... More

Epígrafe e apresentações
Ele não está tão a fim de você
Alguém tem que ceder
Questão de tempo
A barraca do beijo
Sim ou Não
Três homens em conflito
Guerra Fria
Feitiço da Lua
Trinta anos esta noite
O brilho eterno de uma mente sem lembranças
Um momento pode mudar tudo
O Primeiro Amor
E se fosse verdade?
Por trás de seus olhos
Uma noite alucinante
Sempre ao seu lado
A doce vida
Dia do sim
A felicidade não se compra
O Date Perfeito

Abaixo o amor

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By luanaSales97




GENTE, eu tive uns problemas de saúde e sumi, mas agora voltei estou de volta não sumo mais. Só queria dizer isso mesmo meus pitelzinhos <3


Damien sorri de lado com satifação antes de se aproximar de mim.

– O que você quer?

– A minha recompensa. – Reviro os olhos e empurro o ombro dele para longe.

– Amadureça, ok?

– Um beijo no rosto não é grande coisa. Você sempre se faz de difícil – ele reclama, o tom saindo bem humorado e não chateado.

– Ou você é muito fácil – completo e ele se esforça para parecer chocado.

– Para você, Caio, claro que sim – Damien diz, sorrindo mais abertamente agora. Odeio a sensação de calor que isso me dá. Então saio dali, me levantando.

– Sai do quarto – ordeno.

– Eu não vou sair – ele diz, convicto, se levantando também. – Vou dormir aqui hoje, você passou mal, se lembra? Vamos ver o filme na sala. Pode ir se juntar aos meninos, eu vou trazer meu cobertor para cá.

Bufo em frustração.

Damien era cheio dessas pequenas manias irritantes acompanhadas de uma cabeça dura sem igual. Uma delas era a super proteção. Eu não reclamaria se fosse o que parece ser, se fosse de fato um flerte descarado com uma desculpinha para dormir ao lado. Deus sabe que eu queria que fosse exatamente isso, mas esse era apenas um jeito meloso de demostrar que se importa

Eu não sou o tipo que tira casquinha.

Faço um gesto com as mãos, como se espantasse aquela ideia para longe. 

Damien era burro, tão burro que chegava a ser cruel. 

Olho para minha cama de casal que não é nem de longe muito larga e o imagino ali deitado, ocupando a maior parte do espaço. 

Existem certas torturas que procuramos evitar. 

Essa coisa toda de me tratar como a um irmão era bem reconfortante, até não ser mais. Saio pela porta e vejo Pedro sentado próximo a parede, sua cabeça se levanta e os olhos claros parecem aliviados ao me verem bem. Sorrio um pouco e estendo minha mão para que ele se levante. 

– Eu pedi bolo no Ifood. – ele diz, passando o braço por meu ombro e me empurrando para a sala. – Ele tem recheio de chocolate, sabe? Muito recheio.

Assinto, sorrindo para a ideia, não para o bolo. A fome foi perdida a algum tempo.

Pedro expressava afeto da exata mesma forma de Damien, com excessos. Talvez por terem sido criados juntos eles dividissem também essa característica, acontece que em Pedro todo esse mimo era mais que bem vindo.

Ali eu não alimentava segundas intenções.

– Você considera aceitar um pedido de casamento? – brinco, enroscando meu braço em sua cintura.

– Se for você que o faz. Estou pronto para o sim. – ele retruca, uma risada transparecendo na voz.

– Vocês estão fazendo eu me senti solteiro. – Lucas reclama. Sentado em meu sofá com uma bacia de pipoca em mãos e o controle rodando pelo catálogo da Netflix. – O Damien não vem?

– Ah, ele vem. – Pedro diz. – Com certeza vem.

– Estou aqui. – Damien responde, não preciso me virar para vê-lo. Ele anda até Lucas e toma o lugar ao seu lado no sofá. – Estava arrumando nosso quarto, vou dormir com o Caio hoje.

O olhar dele não veio para mim, mas para a pessoa parada ao meu lado. Sinto certa hostilidade e um impulso natural de mandar ele a merda chega a ponta de minha língua. 

As coisas eram assim. 

O pequeno surto era ciúme, eu sabia disso e podia ver em cada centímetro do corpo de Damien. Ele queria que Pedro tirasse os braços de mim, que eu fosse ao lado dele e me sentasse lá para que ele pudesse encostar a cabeça em meu ombro. 

A cena era um clássico e eu a odiava com todas as forças. 

Por isso mesmo seguro a mão de Pedro com a minha. 

– Vamos sentar? Lucas vai escolher algum filme do Adam Sandler se ficarmos aqui.

– Esposa de Mentirinha é uma obra genial. – ele reclama, parece alheio, mas não está. Damien respira fundo e volta os olhos para a tela de TV. Me sento no outro sofá, o de dois lugares, e estendo a mão para receber o controle.

A campainha toca e Pedro vai até a porta receber o pedaço de bolo que não tenho certeza se tenho estômago para engolir. 

– Pediu comida? – Damien me pergunta enquanto Pedro cruza a sala, se senta ao meu lado e me entrega o bolo.

– Ganhei um presente. – Respondo. Comendo uma garfada, dando de ombro e focando na TV. Eu era bom nisso, em disfarçar. Foda-se se o clima ficaria ruim, eu não podia simplesmente negar o bolo, me sentar ali e fingir que nada aconteceu.

Eu não podia obrigar meu amor a ser correspondido e não era essa minha intenção, mas me reservava ao direito de evitar Damien o quanto pudesse. 

– Eu te dei um, onde está?

– Comeram – Pedro diz, se acomodando. – Comeram tudo. Acho que você o deixou na bancada ou sei lá. Não sobrou para o Caio. Estava com pressa, não é?

– Galera o filme. – Lucas aponta para a TV e eu solto um pouco do ar preso em meus pulmões.

Que merda. 

– Acabou, mas agora estou com meu pedaço e preciso de uma água. Parem com essa encarada feia, os dois. Escolham um filme e eu já volto.

Me levanto e sigo para a cozinha, vendo que sou seguido de perto. 

Damien se encosta no balcão enquanto me assiste abrir a geladeira e pegar uma garrafa cheia.

– Então estão todos chateados comigo.

– Só respondo por mim. – digo, indo ao armário e pegando um copo. – Relaxa.

– Não gosto quando Pedro fica tão protetor. Você acha que ele pode estar afim de você? – ele parece natural ao levantar a hipótese, como se fosse apenas uma consequência lógica. Justo ele, que agia da exata mesma forma.

Me engasgo e levo a mão a boca.

– Que porra? Ele é hétero. – retruco tentando puxar o ar. Damien dá de ombros

– Ele te disse isso?

– Não? – minha voz subiu de tom, eu sabia, mas não podia evitar.

Damien se abaixa o suficiente para que o rosto fique na altura do meu.Os olhos descendo até minha boca. Eu tento me segurar para manter meu olhar firme ali, sem engolir em seco ou desviar.

– Eu posso entendê-lo. – Reviro os olhos e o empurro para longe.

– Sabe que eu odeio quando faz esse tipo de brincadeira. – ele ri.

– Como eu posso evitar quando você é a coisa mais adorável do mundo?

– Caio, vamos. Escolhemos um filmes esquisito. É sua cara. – Grita Lucas e Damien bota a mão em meu cabelo.

– Vou deitar, amanhã eu trabalho logo cedo. – não tenho tempo para uma resposta e suspiro aliviado quando o vejo sair, era melhor assim.

Lucas escolheu The breakfast club, e nós o assistimos como o usual. Comi meu bolo e me despedi de meus bons amigos na porta de casa, olhando a bagunça deixada para trás por estranhos. 

Lucas viria amanhã para ajudar, e ter uma conversa. 

Ótimo.

Recolho alguns pratos e jogo na pia antes de tomar banho e ir para cama. Damien, como prometido, estava lá, esparramado como o de costume. Sinto meu coração acelerar, me traindo completamente. 

Sigo na ponta dos pés e me espremo do meu lado da cama, o mais longe possível. 

– Você demorou. – ele murmura de olhos fechados. A face relaxada, como se aproveitasse ao máximo a escuridão, o ambiente.

– Achei que estivesse dormindo. – respondo, desviando a atenção para algum ponto que não fosse ele.

– Eu quis esperar. – a voz sai lenta, quase sonolenta dos lábios dele. Damien abre os olhos e o verde quase brilha quando se foca em mim. O corpo dele se vira, os braço direito apoiando a cabeça.

– Damien, por que? – Murmuro, cansado.

– Eu não consigo dormir brigado com você. – ele se aproxima um pouco mais, o suficiente para que eu sinta como a pele dele é quente, a cama era pequena demais, eu sabia. nem toda a distancia do mundo séria o bastante para evitar que ele estivesse perto demais. Damien respira fundo, uma profundidade incomum, tranquila. Arrastada.

– Não estamos brigados. – digo, na esperança de um recuo que eu não queria de verdade que acontecesse.

Meu corpo era um grande traidor.

– Se não estivéssemos, você não estaria assim tão longe de mim.

– Gosto do meu espaço pessoal. – Damien gargalha baixo, como se fosse uma boa piada e então se aproxima o bastante para me abraçar. O dedos correndo em volta da minha cintura, me puxando de leve para ele.

– Não gosta não. – eletricidade. É tudo o que consigo sentir. Se eu me movesse o bastante encostaria minha boca na dele. – Posso chegar mais perto.?

– Damien... Você está perto.

– Isso não tem nada demais, certo? Esse carinho. Eu gosto de ficar com você assim. – a mão dele passeia, subindo por meu torso até chegar em meu rosto, meu cabelo.

– Está flertando, isso não é justo. – amdito, baixinho.

– Flertando?

Fico em silêncio. Desejando poder recolher as palavras.

– Você nunca me viu flertar, Caio. – ele sussurra próximo ao meu ouvido, quase ofendido.

– Certo. – digo, tomando alguma distancia, respirando melhor. olhando para o teto. ficando em silêncio.

– Sobre hoje. – ele começa, parece estranhamente cauteloso. – Eu realmente não estava fazendo nada no quarto.

– Não é da minha conta. – respondo, fechando os olhos e sinto um contato leve.

Damien beija a ponta do meu nariz. 

– Claro que é, você sabe disso. – continuo em silêncio porque nada daquilo significava alguma coisa realmente.

Nada.

– Vou deixar que durma agora, Caio. Boa noite.

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