Love Game In Vegas

By breathinreddie

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Eddie Kaspbrak é um jovem de apenas dezenove anos que acaba de terminar um relacionamento longo e problemátic... More

AVISO ABSURDAMENTE IMPORTANTE!
Chapter I - Let's Fuck Vegas!
Chapter II - Waldorf Astoria.
Chapter III - The Wedding.
Chapter IV - The Final Verdict.
Chapter V - The First day.
Chapter VI - Problems More Problems.
Chapter VII - I'm Sorry.
Chapter VIII - Scared, Eds?
Chapter IX - Kennedy Lake.
Chapter X - Nightmares.
Chapter XI - New York Night.
Chapter XII - Waves.
Chapter XIII - Just 89 Days.
Chapter XV - Dreams.
Chapter XVI - 31 Days.
Chapter XVII - Hollow.
Chapter XVIII - The Jealousy Makes You an Idiot.
Chapter XIX - The First "I Love You".
Chapter XX - Game Over.
Chapter XXI - Where It All Ends.
Chapter XXII - Start Again.
Chapter XXIII - The Love Is An Act Of Resistance.
Epilogue - Loving Is A Funny Thing (Final).

Chapter XIV - The Cause Of My Euphoria.

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By breathinreddie

Ps: Vim me desculpar por ter faltado com o nosso compromisso semanal ontem, mas em minha defesa, eu fui em um aniversário e saí cedo demais de casa, por isso não deu tempo de revisar e nem vir aqui, de qualquer forma espero que gostem!!

Enjoy yourself & Degustem! 🤓📖 ♥️
 

°•°•°•

  
(10:09pm)
 

Richie havia acabado de atravessar o cruzamento e assim que subiu a calçada, jogou o copo de milkshake já vazio na lixeira, após isso, enfiou as mãos nos bolsos laterais da jaqueta, assobiando descontraidamente uma música qualquer, ao mesmo tempo em que caminhava a passos lerdos. Havia saído naquela tarde e ido até às redondezas do Empire State Building — seu local favorito para caminhar quando queria distrair um pouco sua mente — precisava pensar; refletir sobre o que era viável ou não, e como iria filtrar tudo que vem sentindo por Eddie, e organizar em sua mente. Ainda se sentia confuso e um pouco perdido, droga, é a primeira vez que está se entregando ao amor, e isso lhe assusta muito! Não é como se existisse tutorial visto que, cada pessoa tem sua forma única de lidar com sentimentos, principalmente os mais complicados.

Parou de andar imediatamente, quando viu alguém, do qual tinha certeza de que não era estranho, ele estava parado na esquina de sua casa, e quando seu olhar fixou nele, teve vontade de sair correndo dali, porém o outro já havia lhe visto e acenado, era tarde demais! Asher abriu um sorriso andando em sua direção. “O que porra ele tá' fazendo aqui?” Richard pensou.

— Oi, Err... Eu esqueci seu nome, você que é amigo do Eddie, não é? — Asher guarda o celular no bolso, Richie ficou quieto por alguns segundos, até que retorna a própria órbita, balançando a cabeça.

— R-Richie... — Foi tudo que conseguiu dizer, e se torturou mentalmente por sua voz ter falhado.

— Richie, isso! Perdoe meu esquecimento, são tantos nomes na cabeça, que é difícil de decorar. — Abriu um sorriso mais espontâneo, ele realmente era um cara bonito, Richie odiava ter que admitir isso, entretanto, como ninguém saberia as coisas que ele pensa, não havia mal algum em pelo menos lá no fundo da sua mente, aceitar isso. — Como ‘cê vai?

— Hã... Eu estou bem, mas... O que você está fazendo por aqui? — Perguntou forçando um sorriso simpático.

— Eu vi o Eddie entrando nessa rua ontem, quando passava por aqui, vim visitar uma amiga e por coincidência o vi, sabe se por acaso ele está morando nessa região? — Seu coração bateu mais forte.

— Hm? Eddie? Que Eddie?

— Eddie Kaspbrak. Seu amigo de faculdade. — Olhou estranho.

— Eddie... Eddie... Ahhhh, esse Eddie aí! Sim, sim eu sei, são tantos nomes... — Finge-se de desentendido, batendo na própria testa.

— Sim, ele. Você estava indo visitá-lo?

“Não, eu moro com ele seu imbecil!”

— Eu? Ah, não! Eu só estava passando por aqui, moro na próxima rua... Quer dizer, na próxima avenida! É, eu sempre caminho por aqui, nem mesmo sabia que ele morava por aqui.

— Ah, então ele realmente mora aqui?

— Eu não disse isso, E-Eu não sei. — Viu uma confusão no rosto do rapaz de olhos azuis. — Quer dizer, eu não sei porquê a gente não vê muito, ele... Ele deve vir aqui por um motivo não é? Não sei, um amigo, um namorado, um marido...

— O quê? Ele? — Asher riu. — O Eddie não é do tipo que troca de namorado assim rapidamente, na verdade, acho que ele só vai arrumar alguém daqui há muitos anos, se é que vai arrumar, e marido? Nem se fala!

— E por que diz isso? Ele é livre, desimpedido e bonito, tenho certeza que pode arrumar alguém a hora que quiser...

— Essa não é a questão meu amigo, é que aquele ali, é mais difícil de lidar do que qualquer outra coisa, sempre foi assim desde que a gente se conheceu, antes de mim ele só namorou uma vez mas acabou rápido, fui o relacionamento mais duradouro que ele teve, e tenho certeza que ele ainda gosta de mim.

— E... E você? Ainda gosta dele?

Richie pergunta engolindo em seco, e desviando o olhar, a verdade é que só perguntou por educação, não tinha o menor interesse em saber.

— Eu sinto falta dele, essa é a verdade eu estava muito frustrado naquele tempo, justo por não consegui ter espaço dentro da minha própria casa, nosso relacionamento já não era mais o mesmo, mas... Eu sinto falta dele, de ficar com ele, até porquê ele pode ser como for, mas na cama ele é uma loucura!

Richie encarou o chão, mordendo a parte interna da bochecha, quando sentiu algo ruim em seu âmago crescer, cerrou os punhos e se concentrou apenas em sua respiração, ele não havia respondido sua pergunta, parecia mais sentir falta de coisas carnais, do que de Eddie em si, e Eddie não merecia isso. Sentiu uma vontade imensurável de socar esse babaca no mesmo momento, mas se conteve, não seria burro de bater nele assim, do nada, pois tem quase certeza de que ele revidaria, e como explicaria se chegasse em casa cheio de hematomas? Afinal, ele só havia saído pra dar uma volta, e sabe que Eddie não iria aceitar qualquer desculpa prontamente dita, ainda mais do jeito que ele é ansioso e preocupado, estaria entregando tudo.

— B-Bom, Hm... — Limpou a garganta. — Eu acho que ele ainda está muito chateado por tudo que aconteceu entre vocês, mas pelo o que pude ver, ele está muito bem em relação a isso, está tocando a vida pra frente, está feliz, e olha vou te contar... Nunca vi ele sorrir tanto na vida! Eu não sei onde ele mora, ou com quem anda, mas se eu souber pode ter certeza que aviso você.

— Faria isso mesmo?

— Claro, por que não?

— Certo, aqui está meu cartão... — Entrega um cartão com o número pra ele. — Obrigado amigo!

— De nada... Amigo.

Força mais um sorriso, vendo ele caminhando em direção oposta entrando em um carro, deu um “tchauzinho” pra ele que deu a partida, na mesma hora Richie amassa o cartão em que estava o número dele, e joga no primeiro lixo que vê, esperando em Deus que ele nunca mais apareça ali, ou lhe veja novamente, Eddie não pode nem sonhar com a besteira que ele fez em procurar Asher há um tempo atrás, e também rezou para que ele não fosse procurar pelo anel, do qual devolveu para Asher, com o intuito de lhe atingir antes de tudo acontecer.

Se arrependimento matasse, Tozier era um homem morto agora!

Chegou em casa e tentou melhorar ao máximo seu humor, para que não precisasse chegar de cara fechada, e se caso Eddie já estivesse dormindo,  tentaria ao máximo não fazer barulho para acordá-lo, fechou a porta vendo as luzes quase todas acesas, franziu o cenho, ainda estava do mesmo jeito desde a hora que saiu? como se o mesmo tivesse saído também.

— Eds? Está em casa, amor?

Chama mas não obtendo respostas, vai até a cozinha, o pacote de biscoitos ainda estava aberto, e a caixa de leite ali, estranhou mais ainda, ele jamais deixaria aquilo ali por muito tempo, por já conhecer perfeitamente o jeito organizado dele, lhe deixou mais intrigado ainda, foi até o outro compartimento, mas ao que entrou lá, ficou paralisado por alguns segundos em estado catatônico; ele não havia saído, estava ali, mas sentado ao chão apoiado ao pé da cama, a cabeça entre os braços escondida como se estivesse dormindo, mas viu cacos de vidros muito próximo dele e vários farelos e biscoitos espalhados pelo chão, e lençol da cama. Só então notou que se tratava do copo e prato quebrados, e uma das pernas do menor estava por cima dos estilhaços, junto de vários respingos de sangue, que faziam um rastro até os pés dele, seu coração acelerou e seu cérebro voltou a funcionar gritando:

— EDDIE! — Correu rapidamente até lá, mas percebe que o mesmo não estava consciente, e isso lhe deixou mais assustado ainda. — HEY! Eddie!? — Chamou o balançando, até que em sua mão, vê uma cartela de comprimidos, e o celular dele desligado. — Puta merda, acorda! HEEEY! O que você fez? O QUE VOCÊ FEZ PORRA!? MAIS QUE DROGA!

Gritava balançando ele, seu coração começa bater mais forte ainda, junto de um nervosismo sem tamanho apodera-se do ser, segurou o rosto dele, depois verifica sua respiração, estava muito falha, quase inexistente, toca em seu tórax e sente seu coração também batendo bem fraquinho, e o corpo mais gelado.

— Ah, Meu Deus! Ah, meu bom Deus! — Abraçou o corpo dele, sentindo suas lagrimas descerem como cascatas. — O que foi que você fez, Eddie? Acorda! Acorda, por favor...

Abraçou mais forte, fechando os olhos, depois o carrega, foi colocá-lo na cama porém, ela estava molhada, então seguiu até a sala o colocando sobre o sofá, ainda saía sangue no canto do calcanhar e haviam pequenos cortes pela perna, no calcanhar era um corte médio, só que muito profundo, o deitou ali, balançando seu rosto sereno e pálido, seus lábios estavam quase sem cor, mas ainda respirava, era sua única esperança!

Pegou o celular do bolso, quase deixando cair de tão nervoso que estava, ligando para a emergência imediatamente.

— Vai, atende, atende porra! Por favor! — Suplica enquanto passa as mãos nos cabelos dele tirando da testa, quando ouve a voz da mulher quase berra. — EU PRECISO DE UMA AMBULÂNCIA, AGORA!

— Boa noite senhor, o que aconteceu?

— M-Meu marido, ele está desacordado, eu não sei o que aconteceu, cheguei em casa e encontrei ele assim, ele está com a respiração muito fraca e os batimentos cardíacos também, por favor, ele precisa de ajuda! Ele pode morrer moça, pelo amor de Deus! — Começa chorar, segurando a mão do outro rapaz e apertando forte.

— Qual é o estado físico dele, nesse momento?

— Como assim!?

— Checa a pulsação, sabe fazer isso não sabe?

— Claro que sei, e já fiz, está um pouco irregular!

— Respiração?

— Fraca.

— Tem algo pra medir a pressão?

— Eu? Não! Não tenho, só por favor, preciso de ajuda imediatamente!

— Há algo de suspeito que o senhor acha que pode ter causado isso?

— E-Ele... Ah, ele estava segurando uma cartela de remédios, são calmantes só que muito fortes!

Ele se mexe? Alguma contração? Está soltando algo pela boca? Vômito ou algo parecido com espuma?

— Não, nada, mas ele não se mexe, não abre os olhos, eu estou balançando ele mas realmente não responde e está ficando muito gelado!

— Qual tipo de remédio e quantos comprimidos foram consumidos?

— Eu não sei que droga é essa! É Zolpidem, e me parece ter efeito antialérgico, analgésico, e anti-estresse ao mesmo tempo, 700 ml, ele tomou quatro de uma vez!

— Muito bem, já estou verificando aqui; o que seu marido acabou de ter, foi uma indolência crônica por conta dos calmantes e anti-estresse, ele está em uma espécie de torpor imediato, qual a idade dele?

— Dezenove.

— Certo, não pode ter uma reação diferente, olha só, primeiramente eu preciso que o senhor se acalme-

— ME ACALMAR O QUÊ MOÇA? MEU MARIDO ESTÁ QUASE MORRENDO E VOCÊ QUER QUE EU ME ACALME? POR QUE NÃO ME PODE AJUDAR DE UMA VEZ!?

— É o que estamos fazendo! Mas o senhor precisa colaborar, porquê se não fizer, o estado pode se agravar bem mais, e não dará tempo de dar entrada no hospital, me escute, vou precisar que o senhor siga meus comandos, está de acordo?

— Sim, sim, desculpe, o que preciso fazer?

— A primeira coisa que precisa fazer é: colocar ele debaixo de um chuveiro com água morna, não quente! Apenas morna, ou banheira se caso tiver. Isso vai aumentar a temperatura do corpo dele, fique no máximo dez minutos, se caso ele acordar, vai dar a ele algo que contenha um excesso grande de cafeína, ajuda a cortar o efeito dos remédios, e a sonolência também.

— Mas e se ele não acordar?

— Se ele não acordar com isso, ligue novamente eu estarei aqui esperando, e já saberei do que se trata, envie para gente seu endereço e seus dados junto com o dele, e a ambulância chegará em alguns minutos, mas se caso ele acordar, apenas continue o processo! Pode ser que ele tenha reação, então esteja preparado para isso.

— Tá, tá bom, mas... Ele está em perigo?

— Isso só saberemos quando o senhor fizer o que pedi, se ele não acordar ligue imediatamente! é provável que que quando ele acorde não consiga se mexer, devido alguns efeitos colaterais imediatos, mas isso vai passar em alguns minutos, não se assuste! E tente não se desesperar. Ele vai voltar aos poucos, e a consciência também, só faça imediatamente!

— Tudo bem, obrigado!

— Boa sorte, senhor.

Ele desliga o celular, jogando em qualquer lugar e corre até o banheiro ligando o chuveiro e ajustando a temperatura para que a água fique morna, em seguida foi até Eddie, retirou sua camisa com cuidado, o carregando novamente levando as pressas até lá, coloca ele dentro da banheira debaixo do chuveiro o segurando enquanto a água começar a molhá-lo, vendo o sangue do pé nele escorrer junto com a água, teve que entrar junto para que o mantesse ali em baixo, se molhando todo também, ele molhava a cabeça e rosto dele enquanto continuava a tentar lhe despertar, manteve a cabeça dele o tempo todo erguida para que a água pegasse bem no rosto dele, só que com cuidado para não adentrar as vias nasais.

— Eddie? Acorda meu bem, por favor, eu tô com medo, não faz isso comigo...

Abraça o corpo dele mais forte, que começa a ficar mais quente que antes, segura o rostinho dele todo molhado, retira os cabelos da testa dele, deu leves batidas como forma de despertar, já estava voltando a ficar nervoso, enquanto rezava para que tudo desse certo, fechou os olhos com força, abraçado ao corpo dele, suas lágrimas se misturavam com a água, mal dando pra notar que Tozier começou chorar de angústia, pedia com toda suas forças para que Deus ou o universo não faça isso com ele, não tire Eddie de si, não fazia ideia do que havia acontecido, mas sabia que iria se culpar pelo resto da vida por não ter estado lá para impedir.

Beijou o topo da cabeça dele, fechou os olhos com força, a medida que fungava baixinho.

— Querido Deus... Não me abandona agora, não tira meu Eds de mim. — Olhou pra ele, enquanto seus olhos estavam molhados. — Acorda meu bem, por favor, eu... Eu te amo, fica comigo.

Sussurrou enquanto tentava conter a própria respiração, a cada segundo que ele passava ali ainda desacordado, o coração de Richie se afunda em um mar de desespero e angústia, quando estava convencido de que ele não iria acordar, e iria levantar dali direto pra ligar pra emergência novamente, sente o mesmo se mexer fazendo-lhe quase gritar de alívio.

— Está me ouvindo? Eddie?

Chama quando sente uma mexida no corpo dele, até que de repente o mesmo começa a ter algumas contrações na região do estômago, como se fosse vomitar, mas não faz, apenas tenta se mexer incomodando com a água em seu rosto.

— EDDIE! — Não contém a euforia quando de repente ele abriu os olhos, estava com certa dificuldade de despertar. — Ai graças a Deus você acordou! Meu Deus, eu fiquei tão preocupado com você!

O abraçou.

— Eu... Não consigo me mexer... — Sua voz saiu fraquinha. — Chee...

— Calma amor, isso é normal, a moça da emergência disse que vai ser só por alguns minutos, mas que vai ficar tudo bem... — Segura a mão dele, a beijando em seguida. — Só espera um pouquinho, aos poucos seus movimentos vão voltar, tá?

O mesmo agora fixou seu olhar em Richie, estava no colo dele, até que levanta a cabeça perguntando:

— Emergência? O que aconteceu?

— Eu cheguei e você estava desacordado, fiquei desesperado achando que tinha acontecido algo pior, e também está machucado, talvez não sinta agora porquê seu corpo está dormente. Não me assusta mais desse jeito Eddie, eu quase morri!

— Desculpe, eu... Eu não queria deixar você assim. — Os olhos dele enchem de lágrimas. — Eu só faço besteira...

Começa chorar.

— Shiiu, Ei, Ei, não! não estou brigando com você, não chore, por favor! — Abraçou ele, estranhando seu comportamento, abrigou-o em seus braços e beijou o topo de sua cabeça, se sentindo aliviado por ter ele de volta, trouxe ele para si passando a mão em sua costa como tentativa de cessar o choro dele. — Eu só... Estava com medo, está lembrando de algo? O que houve meu amor? conta pra mim. Hum?

— Eu... – Soluça encostando a cabeça no ombro do outro, Tozier sente seus olhos marejarem novamente, nunca viu ele daquela forma tão fragilizada, e isso quebrou seu coração em mil pedaços. — R-Richie...

— Shiiu... Eu estou aqui, estou aqui agora meu bem.

Abraça-o novamente afagando seus cabelos encharcados, Eddie lhe abraçou tão forte que era como se ambos fossem se fundir, Richie sussurrava palavras de conforto para si, enquanto esperava pacientemente ele se acalmar, minutos pós minutos o choro finalmente cessou, e aos poucos ele conseguia se mexer outra vez, segurou o rosto dele limpou os olhos dele, estavam vermelhos e inchados, encostou a testa na dele, houve um breve silêncio, depois disse-lhe:

— Vou cuidar de você. Tudo bem?

— Eu tenho tanto medo... Eu só queria que as coisas não fossem desse jeito.

— Ei, está tudo bem agora, só fica calmo tudo bem? — Ele concordou. — Se sente melhor?

— Mais calmo... Obrigado.

— Não me agradeça, eu realmente estou muito preocupado com você, mas vou esperar você se acalmar primeiro. Não quero te encher de perguntas.

— Eu estava muito nervoso, tive medo de ter uma crise... Eu só queria ficar bem...

— Mas quase se matou, se caso não acordasse eu teria que levar você pro hospital!

— Eu não queria dar trabalho, juro que não queria.

— Eu sei que não.

Olhou pra ele segurando seu rosto, unindo sua testa na dele outra vez.

— Como se sente agora?

— Eu acho que bem, só estou com sono... Muito sono, e agora molhado também. — Sorriu e seus olhos estavam quase se fechando.

— Eeei, não dorme! — Richie lhe balançou. — Não pode dormir agora.

— Tudo bem... Não durmo... — Disse fraco, Richie viu que teria que agir urgentemente contra aquela sonolência que não era saudável, e que era efeito dos laxantes.  — Eu achei que... — fez esforço para abrir os olhos. — Achei que esses remédios me fariam bem.

— Se depender de mim, você nunca mais vai tomá-los! Vamos! Tenho que te dar cafeína.

— Não consigo sair...

— Eu sei, vem.

Deu um jeito de sair primeiro, pegando uma toalha, e tentando levantar Eddie, o enrolou na toalha, tirando a parte debaixo da roupa dele, o cobrindo em seguida.

— Ai! — Eddie grunhiu quando tentou andar.

— Ah merda, seu machucado, esqueci desculpe!

O carregou mais uma vez, deixando Eddie sem jeito.

— Olha eu já te carreguei umas duas vezes só enquanto esteve desacordado, não precisa ficar com vergonha, tudo bem?

Ele concordou se segurando. Logo lhe tira dali, ainda estavam muito molhados, teve medo de escorregar com ele, porém por sorte seu piso é antiderrapante e não correria esse risco, pela primeira vez agradeceu infinitamente por ter tido essa ideia de colocar piso antiderrapante desde o início, justamente pra quando chegasse bêbado e quisesse tomar banho, não escorregasse e morresse sozinho (e pelado) ali, pelo menos uma vez na vida foi inteligente.

Richie o deixa sentado na parte da cama que não estava molhada, assim vai até o closet vendo a zona que aquilo estava, dava perfeitamente para uma pessoa se esconder ali, e ninguém ia perceber, só pelo amontoado de roupas, achou um shorts de Eddie limpo, logo pegou uma camisa sua limpa, e levou pra ele.

— Está muito sonolento ainda?

— A dor do pé me fez despertar mais um pouco... — Disse com os olhos pesados. — Mas consigo me vestir sozinho, se é o que quer saber.

— Ótimo, eu só preciso de dois minutos, é o tempo que levo pra passar um café bem rápido, e morno!

— Café? Agora? Não.

— Café, agora, sim! É a única coisa com mais teor em cafeína dessa casa, e você vai beber sim.

— Mas Chee... Vou ficar acordado a noite toda. — Fez bico.

— Sim, e eu vou estar com você, agora se vista e eu já volto!

Foi até a cozinha, ligou a cafeteira, pegou um filtro de papel, logo adicionando a quantidade certa de pó de café necessária para um café bem forte, logo depois colocou a água e ligou a mesma, enquanto deixava a mesma fazer seu trabalho, voltou até onde Eddie estava, o mesmo havia terminado de se vestir, Richie pegou a toalha para se trocar também, antes que pegasse um resfriado pelas roupas molhadas, pegando também uma muda de roupa limpa, entrega a ele as loções que ele gosta de usar sempre pra dormir.

Retira a camisa, enrola a toalha na cintura e retira a parte de baixo, vestindo uma cueca e depois uma calça de moletom, assim retira a toalha do corpo secando-ss direito, passa o desodorante, e spray corporal, antes de vestir um moletom bem quentinho e enxugar os cabelos. Nem estava nos seus planos tomar mais um banho por hoje, no entanto, imprevistos acontecem o tempo inteiro.

Pegou um balde e colocou a sua roupa molhada dentro, depois a dele também, já que agora estaria responsável pelas lavagem da roupa dos dois por aquele mês inteiro, depois pegou um pano e uma vassoura pra limpar aqueles cacos de vidro, antes que se machucasse também, ajudou ele a ir para o sofá enquanto terminasse ali, lhe deu seu celular.

Voltou para o “quarto” tirando as coisas que estavam em cima da cama, varreu tudo e juntou, depois passou o pano onde estava molhado de leite, catou o prato do chão colocado na pia, depois separou o vidro do lixo reciclável, Eddie está sentado, enquanto observava o trabalho do outro, totalmente inerte, parecendo perdido em seus próprios pensamentos. Richie ainda estava estranhando muito seu comportamento, ele não falou nada nem quando Richie varreu com a vassoura molhada — algo que Eddie detesta, por achar nojento — mas deixaria isso para outra hora, terminou de limpar tudo, depois foi até a parte de cima do closet pegando uma nova colcha de cama limpa e confortável, tirando a antiga que estava suja, sorte que não molhou tanto o colchão já que o conjunto era como um edredom, e ficava como uma camada sobre ela, retirou tudo e coloca a outra, arrumando bem bonitinho.

— O cheiro do café está forte. — Eddie comenta.

— Merda! — Richie correu até lá, indo ver se já estava bom, não demora para a cafeteira parar e o café ficar pronto, ele retira o recipiente com a bebida quente, e transfere para uma xícara — Gosta doce ou amargo?

— Doce... Pode colocar um pouco de leite também?

— Amor, tem que ser puro, senão não vai fazer efeito.

— Por favor...

— Tudo bem, só um pouquinho. — Disse vendo um sorriso largo aparecer em Eddie, coloca um pouco de leite, e também de mel para adoçar, assim mistura, e assopra um pouco para não entregar tão quente, vai até a sala e dá a xícara pra ele. — Aqui Eds, bebe tudo.

— Obrigado, Chee.

Agradece lhe abrindo um sorriso com os olhinhos quase fechando, Richie beijou sua testa, e voltou para terminar o que estava fazendo.

— Assim que terminar, vou cuidar desse machucado, pelo visto o corte foi profundo.

— Agora que estou conseguindo sentir meu corpo novamente, está começando a doer bastante.

— Eu imagino, mas fique parado aí! Eu volto já.

— Tudo bem.

— Não se mexa!

— Não vou.

Fez um sinal de “estou de olho em você”  Eddie sorriu, colocando o celular de lado cruzou as pernas vendo seus machucados, e assoprou o café, bebericando o mesmo e esperando por Richie.
 

°•° Alguns minutos depois... °•°
 
 

— NÃO, NÃO POR FAVOR, EU VOU MORRER!

— Eddie se eu não tirar isso, vai infeccionar! Me deixa logo tirar esse vidro daí de dentro! — Richie tenta segurar o pé dele, se referindo a um caco de vidro que ainda se encontrava dentro do corte. — Vai ser rápido meu bem, você nem vai sentir.

— Não, isso dói! Eu prefiro a morte!

— Deixa de ser exagerado, drama queen! Olha, faz o seguinte... — Deu um travesseiro pra ele, já estavam de volta na cama — Faz igual quando se está perdendo a virgindade, morde o travesseiro, e abafa o grito-

— Richie!

— O quê? Comigo foi assim, mas tudo bem, finge que é outra coisa então, anda, coragem mine-homem.

— Vai doer!

— Você nem sentiu a dor ainda e já está com medo dela? Entende uma coisa, a dor não existe, é apenas uma reação do cérebro, se você não vê, não vai sentir.

— Isso não é verdade!

— É sim, quer ver uma coisa? Fecha os olhos e morde logo esse negócio, quando sentir qualquer coisa, não olhe e tente morder o mais forte que conseguir, você vai vê que não vai durar nada, eu vou ser rápido, prometo! — Ele cruza os dedos, Eddie parece pensar naquilo, suspira.

— Só se você prometer que quando eu falar pra você parar, você vai parar imediatamente, tá bom?

— Tá bom, prometo!

— Aqui...

Estende o mindinho pra ele, Richie revira os olhos sorrindo, e segura em seguida dando um beijinho no mindinho dele, e vê as bochechas dele ganharem cor.

— Feliz agora?

— Sim.

— Certo, fecha os olhos agora.

O mesmo ainda muito receoso fechou e afundou o rosto no travesseiro, Richie segurou sua perna novamente, e pegou a pinça, não teria oportunidade melhor do que essa! Foi de uma vez só, não teve essa de parar quando ele pedisse, Eddie bem que tentou se sobressair, gritar ou espernear, mas não teve jeito, Richie era mais forte e conseguiu sozinho lhe segurar e retirar o caco de vidro do corte perante os berros, sorte que os apartamentos possuem abafadores, senão aqueles gritos acordariam o prédio todo, e provavelmente em questão de minutos a polícia estaria batendo na porta deles, pra saber o que diabos era aquilo.

Eddie chegou até a chorar da forma mais infantil do mundo, sem vergonha nenhuma disso.

— Pronto, acabou, acabou Eddie pode abrir os olhos como a gente combinou. — Exclama com sarcasmo, vendo o rosto choroso dele ficar amuado, a verdade é que ele só manteve os olhos fechados no primeiro segundo.

— Seu filho da mãe! Você disse que pararia!

— É, mas se eu fizesse isso a gente ainda estaria nessa de tira e não tira, melhor sentir a dor de uma vez só, do que ficar sentindo ela aos poucos e demorar mais ainda. — Colocou o curativo ali selando com band-aid. — Viu como não doeu?

— Não doeu porquê não foi com você!

— Nossa que resmungão, queria vê se fosse algo pior!

— Tá vendo esse corte? — ergueu o pé pra pra cima. — Eu senti como se tivesse enfiando uma faca de uma vez só!

Richie segurou o pé dele, aonde havia acabado de fazer o curativo, dando um beijinho na parte de cima do pé do mesmo, Eddie ficou levemente rubro, e tentou manter o rosto sério.

— Ainda dói? — coloca de volta na cama.

— Um pouco, mas é por causa do remédio que você passou por cima pra não infeccionar.

— Vai passar bebê, É só não se mexer tanto pro remédio fazer efeito e logo ficar bom de novo. Agora vai ter um problema, você mal consegue andar, cortou justo o calcanhar, imagine voltar as suas atividades diárias e essa coisas?

— Eu posso dar um jeito.

— Nada disso! Vai ficar de repouso sim, e nem tente dizer o contrário!

— Mas como eu vou trabalhar?

— O quê? Estamos falando da sua saúde e você preocupado com trabalho? É sério isso?

— Richie, um cortezinho no pé, não é motivo suficiente pra faltar serviço.

— Cortezinho? Meu amor, eu estava quase vendo tuas tripas através dele.

— Que exagero!

— Exagero nada, não vou discutir mais com você hoje, termina de beber logo isso, e durma!

— Impossível, eu estou tomando cafeína, esqueceu? — Ergueu a caneca de café que ainda não havia terminado.

— Mas vai descansar sim, nem que eu tenha que te vigiar pra isso.

— Okay papai Richie, já vou!

Disse cruzando a perna ainda com dificuldade, então bebe tudo de uma só vez, e deixando em cima da escrivaninha ao lado da cama, logo pega um copo que estava com uma jarra de água que também deixado pelo outro pra não ter que se levantar de noite, e bebe um pouco pra tirar o gosto do açúcar da boca, leva seu olhar até o celular, Richie estava mexendo no dele, mas logo desliga e coloca no bolso do moletom bocejando.

— Meu Deus, já são uma e meia da manhã! Eu nem tinha percebido.

— O quê? — Eddie olha no relógio. — Puta que pariu! Eu já deveria ter dormido há umas quatro horas atrás, amanhã acordo cedo!

— Você ainda acha que vai trabalhar amanhã?

— Eu não posso faltar, jamais!

— E como vai então? Mancando igual um saci?

— O que porra é saci?

— Um personagem do folclore brasileiro, ele só tem uma perna e anda assim ó.. — Imitou tirando uma gargalhada de Kaspbrak.

— Idiota, é mentira sua.

— É sério, quer vê pesquisa no google essas histórias.

— E desde quando você gosta de ler sobre o folclore de outros países? Ainda mais latino americanos?

— É que eu sempre lia pra minha sobrinha, então tinha que procurar histórias pra ler quase todos os dias, desde as mais aterrorizantes até às mais idiotas como de princesas e sapos, então apareciam várias histórias legais de diversos países incluindo: folclore brasileiro, africano, inglês e italiano, pensa num povo que têm bastante criatividade pra inventar coisa, viu?

— Igual você.

— Enfim, não tem como você ir, tenho certeza que se mandar um aviso ao seu chefe ele irá entender.

— Mas... Você não entende...

— Não mesmo, e nem quero entender, daqui você não sai!

— Estou preso em casa agora, Richie?

— Sim, e se conforme pelo fato de ser na casa inteira, porquê por mim ficaria aí deitado o dia todo até isso passar.

— Deus me livre! Prefiro a morte do que ficar deitado em uma cama o dia todo sem fazer nada, me dá agonia!

— É sempre assim, quando não pode quer ficar em casa sem fazer nada, e quando é preciso ficar em casa e não fazer nada, quer sair. Por isso que é desse jeito!

— Richie você está mais paranóico do que eu, é só um corte no pé homem! Acha que eu nunca me cortei antes? Para de agir igual aquelas idosas de posto de saúde.

— Eu sou as idosas de posto de saúde? E você aqueles velhos teimosos que nunca obedecem nada, nem quando é algo para o próprio bem!

— Tá, tá já entendi agora cale a boca porquê o velho teimoso aqui quer tentar dormir!

— Vou apagar a luz.

— Boa noite, idosa do posto de saúde!

— Boa noite, velho teimoso!

Eddie deitou-se de bruços com um grande sorriso no rosto, seu coração estava muito mais em paz agora ali com ele, nunca pensou que pudesse se sentir tão bem, mesmo depois de ter passado por tudo aquilo, agora as coisas voltaram a ficarem tranquilas e descontraídas, até as briguinhas de idosos deles voltaram ao normal, e isso lhe fez sentir uma felicidade muito grande irradiar em si, não conseguia parar de sorrir, sentia vontade de dizer muito mais a ele, porém seus receios eram maiores, então apenas se conformou com aquilo.

Se embrulhou e abraçou seu travesseiro, logo vendo ele apagar a luz, fechou os olhos e não passou muito tempo, sentiu algo desabar ao seu lado o assustado, quando olhou para o lado da parede, era ele quem havia deitado ali, ao mesmo tempo que estava surpreso, um sorriso de orelha a orelha molda na boca, Richie estava desembaralhando os fones de ouvido, quando lhe olha e diz:

— Vou dormir aqui hoje. Se importa?

— Não, claro que não. Só fiquei um pouco surpreso.

— Não quero estar longe, caso você passe mal ou sei lá.

— Está tão preocupado comigo assim, Chee?

— Sim, mas não fique se achando viu? Agora feche os olhos e durma, amanhã conversamos melhor.

Eddie sorriu e concordou com ele, voltando a ficar de bruços e abraçar seu travesseiro mais forte, enquanto encarava a luz do abajur acesa ainda, mesmo de costas conseguia sentir os movimentos dele em colocar os fones e se ajeitar melhor, Eddie apaga a luz do bajur, e se arrasta um pouco mais para o meio, ouve a voz dele mais próxima:

— Toma aqui. — Se vira pra trás vendo um lado do fone estendido em sua direção. — Disse que vai ser impossível dormir hoje por conta da cafeína, então aproveita pra ouvir o resto da nossa playlist.

— Bom isso.

Sorriu pegando o fone e colocando do lado esquerdo novamente, como a janela ficava ao lado da cama do qual Richie estava, não deixava a casa ficar totalmente escura, às vezes isso era bom, mas também não ao mesmo tempo, ficaram de frente um para o outro, e agora dividiam os fones, a partir da música que pararam da última vez que ouviram, ele deu play e um som bom e aconchegante começa tocar, ele abre os olhos observando o rosto do mesmo.

Richie era muito pálido, que mesmo no escuro seu rosto ainda ficava bem visível, reparou seus traços, desde a curva da sombrancelha fina e bonita, até a curva os lábios, de baixo dos olhos um pouco marcado pelo óculos recém tirados, ainda sim, sublime à luz do luar, no qual adentra aquela janela de vidro e deixa aquele ambiente num tom meio azulado, ele estava de olhos fechados, algumas vezes fungava pelo nariz ou tirava o excesso de umidade por conta do clima, mas não abria os olhos, Eddie encarava cada parte de seu rosto, algo que ninguém podia negar: Richie é um homem muito bonito, e ele sabe disso. Óbvio que nunca vai admitir isso em voz alta, pois o excesso de convencimento de Tozier, deixa o jovem Kaspbrak envergonhado e sem jeito, mas ainda sim, não consegue evitar o quanto seu coração bate forte quando está cara à cara com ele, até que pra surpresa de Eddie, Richie disse ainda de olhos fechados:

— Meu Deus Eds, pare de me encarar tanto ou vai abrir um buraco no meu rosto.

Eddie sentiu vontade de rir, ao mesmo tempo que o nervoso lhe dominou e nem havia como negar que não estava olhando pra ele, já que o mesmo abriu os olhos na mesma hora que disse isso, e sua única reação foi revirar os olhos respondendo:

— Durma de uma vez, seu enjoado! — Resmunga pra ele que sorriu começando a lhe encarar também.

— Estou sem sono.

— E eu muito menos. Hein, você tem um gosto musical bem alternativo, uma hora toca Arctic Monkeys, aí do nada muda para uma banda antiga, aí volta pra atualidade... — Se refere as músicas que estão passando, o mesmo sorriu. — Bem confuso.

Tozier umedece seus lábios.

— É que eu só coloquei as músicas que me lembram você, Eds... — Disse em um sorriso cálido — E acredite, é você quem é alternativo demais, uma hora está de um jeito, outra hora muda, há momentos em que tenho certeza que te conheço, e outros, que não faço a menor ideia de quem você seja. Você é imprevisível de um jeito visível, uma contradição em forma física, que me deixa tão confuso ao ponto de sempre me perguntar a mesma coisa: O que será que se passa nessa mente astuta?

Eddie ficou calado por um momento, como se ainda digerisse tais palavras, ou estivesse pensando em uma resposta, aproxima mais seu rosto próximo do dele e sorriem um para o outro.

— Eu penso em várias coisas ao mesmo tempo, talvez minha cabeça seja como uma TV, que toda hora que se troca de canal e vem algo novo, mas quando estou com você, eu não consigo pensar em nada...

— Eu me sinto do mesmo jeito, minha mente fica toda em branco.

— Talvez nós estejamos começando a compartilhar das mesmas emoções, como disse a Twitchell.

— É... Isso é estranho, e ao mesmo tempo...

— Bom, curioso, e novo...? — Eddie completa mordendo os lábios. — Sim, com certeza.

— Se eu disser que nunca me senti assim antes, você acredita?

— Sim, e se eu disser que também não, você acredita também?

— Óbvio que não! Você estava em um relacionamento sério, quase noivado, qual é?

— Mas eu não sentia metade das coisas que venho sentindo nesses últimos dias, sério... É incrível como não tem nem três meses que a gente se conhece, mas parece que já se passaram anos, isso é tão novo pra mim quanto é pra você, eu também me sinto assim...

— Assim como?

— Assustado, Às vezes inseguro, mas também... Feliz.

Confessa olhando bem no fundo dos olhos dele, que pela pouca iluminação se tornam tão negros quanto os seus, segura sua mão, e se deixa levar pela música que tocava, onde não faz ideia de quem cante, ou qual seja o artista, mas o trecho em específico lhe chamou bastante atenção, onde dizia:

“Take my hands, now You're the cause Of my euphoria.”

(Segure minhas mãos, agora você é a causa da minha euforia)

A medida que a música se aproxima do fim, eles se aproximam mais ainda, como em uma cena de filme, seus narizes resvalam um sobre o outro em um ato de carinho, enquanto as respirações quentes se misturam, Kaspbrak se inclina para a frente, entrelaçam as mãos, corações batendo tão forte, respiração em sincronia, como se tivessem nascido para se completarem, serem parte de um só aglomerado.

Richie segura o rosto do mais novo, os lábios se tocam de maneira casta, fecham os olhos aprofundando o selar até que as bocas se encaixem, sentia como se aquela fosse a melhor coisa que existisse no mundo, sempre sentia isso quando o beijava, era como se fosse sempre a primeira vez, os lábios de Eddie moviam contra os seus de forma sincronizada, lhe causando arrepios.

Arfou mais pesado, quando a língua dele entrou em sua boca, quente e úmida deslizando sobre a sua, ao mesmo tempo que as mãos do mais novo descem de seu rosto até seu peitoral, e entram por dentro do moletom, o mesmo lhe explora por dentro, arranhando de leve sua barriga para lhe deixar arrepiado, e consegue. Sorriu entre o beijo, Richie segura sua cintura apertando-a um pouco, afastam os lábios um do outro ofegantes, se encaram intensamente como se pudessem ler pensamentos ou conversar telepaticamente.

Voltam a se beijar, com Richie um pouco por cima, mas não tanto. Eddie é o primeiro a quebrar o contato, fazendo carinho no cabelo do outro, sorriram em meio a troca de carícias, não passariam daquilo, é claro que Richie queria, mas também respeitaria o momento do outro, várias coisas aconteceram e tudo que precisa fazer é descansar, deitou-se novamente o trazendo para deitar em seu peito, assim o outro lhe abraça também passando a perna em volta de si, ficando bem agarrado a ele, Richard beijou sua testa enquanto fazia carinho em seus ombros e costa.

Bocejou fechando os olhos, mas não queria dormir, queria ficar mais com ele, e ter certeza de que o mesmo está bem agora, mesmo que pelas suas reações ele demonstrasse que estava bem, ainda sim, depois do susto de hoje só teve mais certeza de que não podia mais ficar longe dele, e que seu medo de perdê-lo está além da anulação de votos do casamento, não quer perder Eddie, não quer o ver partir, então tomou uma decisão, e quando se pegou chorando por causa dele, e pensou que algo grave havia acontecido, só teve mais certeza ainda de que está completamente apaixonado por Eddie, e por tudo que há nele.

E ele é maior causa de sua euforia.

Continue...

  

Notas da autora:

Raven encontra-se chorando em posição fetal por saber que nunca será a causa da euforia de ninguém.
😭😭😭

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