Love Game In Vegas

By breathinreddie

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Eddie Kaspbrak é um jovem de apenas dezenove anos que acaba de terminar um relacionamento longo e problemátic... More

AVISO ABSURDAMENTE IMPORTANTE!
Chapter II - Waldorf Astoria.
Chapter III - The Wedding.
Chapter IV - The Final Verdict.
Chapter V - The First day.
Chapter VI - Problems More Problems.
Chapter VII - I'm Sorry.
Chapter VIII - Scared, Eds?
Chapter IX - Kennedy Lake.
Chapter X - Nightmares.
Chapter XI - New York Night.
Chapter XII - Waves.
Chapter XIII - Just 89 Days.
Chapter XIV - The Cause Of My Euphoria.
Chapter XV - Dreams.
Chapter XVI - 31 Days.
Chapter XVII - Hollow.
Chapter XVIII - The Jealousy Makes You an Idiot.
Chapter XIX - The First "I Love You".
Chapter XX - Game Over.
Chapter XXI - Where It All Ends.
Chapter XXII - Start Again.
Chapter XXIII - The Love Is An Act Of Resistance.
Epilogue - Loving Is A Funny Thing (Final).

Chapter I - Let's Fuck Vegas!

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By breathinreddie

New York, USA

(7:15 am)

O sol acaba de dar o ar da graça, na cidade mais populosa dos estados unidos. A grande Nova York, recebe seus cidadãos, e turistas, de braços abertos, com todos aqueles: prédios, letreiros, atrações e claro, histórias...

Dentre essas inúmeras histórias, há uma que se destaca, justo por sua complexibilidade em tamanha coincidência, ou simplesmente destino, chamem do que quiser. Essa na qual se derivou de, situações nem um pouco agradáveis, tais situações essas, que levaram seus cujos protagonistas à se aventurarem em outra cidade muito popular também nos Estados Unidos, — e no mundo inteiro — justo por: seus jogos de azar, festas, cassinos, atrações inusitadas, e claro, pelo famoso ditado que diz que: tudo que acontece nela, fica nela. E será essa cidade em específico, que será responsável por unir dois mundos completamente opostos, e será ela também, que irá separá-los...

Mas esses são assuntos futuros, nada de pressa por aqui, dizem que ela é inimiga da perfeição, já eu, digo que é a uva-passas no arroz com galinha no natal.

Dessa vez, a sorte não pareceu tão amigável no início, todavia, a vida é cheia de surpresas, o destino adora nos fazer de brinquedo, podendo nos içar ao mais longe possível daquilo que queremos, e nos deixando à beira de um abismo, profundo e sombrio. E neste cujo momento, dentre milhões de novaiorquinos, lá se vão dois deles, subindo apressadamente às escadas da Penn Station Times, Sq, na 42nd. St, que embora sejam escadas rolantes, para quem está apressado, é o mesmo que perder a vida toda ali, ainda mais se você for ligar para os idosos na sua frente, que andam mais lentos que a órbita de Plutão, fora os que ficam digitando em seus celulares distraídos, esquecendo totalmente a muvuca de gente atrás de si.

— Vamos Bevvie, vamos nos atrasar! Droga, eu não devia ter dormido tão tarde.

— Eddie ainda falta uma hora, criatura, de carro é mais rápido.

— Ora, mais rápido! Já viu o trânsito? Por acaso esqueceu aonde mora? Não existe essa de “chegar mais rápido” em Nova York, existe: você sair no mínimo com três horas de antecedência, se quiser ser pontual.

— Tá, tá bom homem, só se acalma, pelo amor de Deus! Não consigo acompanhar seus passos desse jeito!

A moça de cabelos de cor mogno, cortados em estilo Chanel, reclamou após ter que correr um pouco, para alcançar o rapaz à sua frente, do qual este, caminhava apressado com passos maiores que suas pernas, enquanto discutiam sobre chegar ou não cedo, quem os via, juraria serem um casal, onde: o marido estava reclamando da esposa, que sempre demora a se arrumar, enquanto a mesma, reclama que ele é muito afobado.

No entanto, não eram um casal, quer dizer, não romanticamente, eram melhores amigos desde o ensino médio, consideram o amor que sentem um pelo outro, um amor platônico de amigos, que surgiu desde a primeira vez que trocaram um simples “alô!” numa aula qualquer, e se mantem até os dias de hoje, se estendendo até mesmo no trabalho, já que Beverly estava em uma parceira, com a empresa de publicidade do qual Edward estagia.

Se você perguntasse em qualquer agência de moda, ou até mesmo em campanhas publicitárias, sobre “quem é Beverly Marsh?” Todos te darão uma só resposta: “É a estilista americana mais bem paga, desde o ano passado, e embaixadora da Marsh's Women, fundada pela sua avó: Rosemary Marsh.” não é a toa que seu sobrenome está bem ao lado de outros renomes como: Armani, Prada, Versace, Gucci, Sain't Laurent, Louis Vuitton, Victoria's Secret, Chanel, e dentre muitas outras altas costuras, e lojas famosas, que só uma peça íntima, custa o salário do mês todo de quem é proletariado.

Beverly se tornou a embaixadora, quando sua mãe percebeu seu grande talento para a costura, tal como sua avó, que já falecera há alguns anos, apesar de sempre rer tido a vida boa, e o futuro praticamente ganho, com um sucesso garantido, ela realmente se dedica naquilo que faz, provou que não é só de sobrenome que se faz crescer uma marca, ainda é muito jovem, mas é inteligente o suficiente, pra saber bem como aproveitar os privilégios que seu sobrenome lhe deu, e assim, poder aos poucos, ir fazendo seu próprio legado, conquistando grandes parceiras com empresas famosas, usando apenas seu trabalho independente, e uma boa referência, uma delas é a “Tandem NYC”, localizada bem na Madison Avenue: a mais famosa rua da propaganda mundial.

Onde também, é o local de trabalho mais desejado por Edward Kaspbrak, do qual vem sonhando com uma vaga desde que conseguiu passar em primeiro lugar, na seleção bem restrita deles, para estágio.

Moda e publicidade, andam lado a lado, são como marido e mulher, do qual fazem a composição de uma nova família, e onde o filho dessa união se chama: Marketing. Podendo ser tanto pessoal, quanto digital, empresarial, o que for, e são essas belezinhas que tomam conta de 87,9% da inflação dos Estados Unidos, além de ser a principal responsável pela movimentação da bolsa de valores, e pelo PIB anual.

Disso, Eddie entende muito bem, está cursando publicidade, sua área desejada está no Planner (planejamento), e não é para tanto, sua capacidade e criatividade em: criação, perfil analítico, estratégia de público, análise de oportunidades no mercado, identificação de canais de comunicação, e despertar de interesse de vendas, sempre foram seus maiores talentos. Faltam apenas dois períodos para sua formatura, ele conseguiu estar em primeiro lugar, quando recebeu uma boa indicação de seu pai, um grande empresário e publicitário, que foi a maior inspiração de Eddie, que hoje segue seus passos.

Apesar do leve “nepotismo”, Eddie sempre fez por merecer, pois sempre estudou muito, se esforçou ao máximo, e sempre entregou tudo de si em nome do trabalho, e ele não foi o único de sua turma, a conseguir oportunidades, pois como é de publicidade que estamos falando, sempre há oportunidades, ainda mais se seu país for uma potência mundial que lucra bilhões todos os anos, somente em cima disso.

— Ele disse que estaria aqui na frente nos esperando, eu vou matar o Bill! — dissera ele, assim que verificou seu relógio de pulso, pela vigésima vez.

— Talvez tenha se perdido, meu Deus, hoje isso está mais cheio do que o normal, ou é impressão minha?

— Acho que nunca vou me acostumar com isso.

— Nem eu...

Ela termina de arrumar o blazer, limpando-o, os dois haviam chegado ao Times Square, onde o outro amigo havia dito que os pegaria de carro, porém estavam no horário de pico, tudo muito movimentado, gente de um lado pra outro, rostos quase iguais, roupas mais ainda, esbarrando neles o tempo todo, apressados, falando ao telefone, algo que estava deixando Kaspbrak quase a arrancar os cabelos de tanto nervosismo, e estresse! Odeia atrasos, se pudesse redefinir o horário mundial da sua maneira, estaria realizado.

— Você acha que fica melhor, com o blazer, ou sem?

Olha para ela, realmente Beverly é uma mulher bem elegante, seu look estava compostura por: uma calça social de detalhes listrados com boca de sino, blusa de tecido fino e pouco transparente dando bastante destaque no dorço, e na cor de sua pele, onde faziam um V no colarinho, e saltos enormes onde ficava mais alta que Eddie, se bem que a diferença de altura dos dois, não é tanta assim, no entanto, não era apenas isso que chamava atenção nela, além dos cabelos ruivos e olhos verdes cintilantes, eram os acessórios que usava, os brincos quase da cor de seus olhos, davam destaque ao mesmo, além do colar, no qual fazia o desenho de sua clavícula, uma perfeita representação de elegância e empoderamento, segundo os olhares atentos e publicitários de Edward, que poderia muito bem usar como inspiração, para a criação de uma nova campanha.

Sua mente astuta, não demorou a trabalhar, enquanto pensava no visual, e no texto que usaria, para chamar a atenção dos clientes.

— Eu acho que se não namorasse, me apaixonaria facilmente por você. — Eddie deixa seus pensamentos fluírem, ela deu uma risada divertida.

— Eddinho, eu e você sabemos que isso nunca iria acontecer, seria mais fácil você se apaixonar pelo Bill, do que por mim. — Disse com escárnio, olhando-se pela tela do celular.

— Estou aqui tentando fazer um elogio digno, e você com sarcasmo, depois reclama que eu não reparo em você.

— Eu nunca reclamei.

— Mas ficou com raiva, quando eu não elogiei seu cabelo cortado, sendo que eu nem tinha percebido direito.

— Mas isso estava estampado! Eu tive razão em reclamar.

— Certo, certo, não vou discutir com você.

— Até porquê eu sou a única pessoa no universo, que vence você numa discussão Edward, e te coloco pra mamar a hora que eu bem quiser! — Mandou beijo a ele.

— Beverly!

— O quê? É verdade.

Ele acabou sorrindo de lado, enquanto balançava a cabeça em negatividade, como de costume, lembra da época da adolescência quando ainda estudavam juntos, e sua mãe não gostava nenhum pouco de Bev, justo pela mesma ter um vocabulário tão informal, e dizer palavrões quase que o tempo inteiro, ela vivia em sua casa a maioria do tempo, levava bebidas e cigarros escondida, foi com ela que ele aprendeu a ter mais voz pra dizer “não” às loucuras que sua mãe lhe submetia, foi com ela que aprendeu a ter coragem, pois “Bevvie” como costuma lhe chamar, sempre foi sua maior inspiração.

Quando ainda imberbe, Eddie chegou a acreditar que estava apaixonado por ela, depois de se beijaram em uma brincadeira de verdade ou consequência, por um tempo ficou com aquilo na cabeça, contudo, ao se descobrir melhor, se conhecer e se entender melhor, viu que isso tudo não passava de grande admiração e respeito mútuo pela moça de personalidade tão forte, e sumidade notável. Via nela, a imagem daquilo que sempre quis ser: forte, independente, corajoso, resolvido e Etc... Não como uma paixão adolescente efêmera, por isso, veio o termo “amor platônico de amigos”.

Já ela, sempre fora uma garota muito a frente de sua época, desde criança, ela sabia que estava destinada a ser grandes coisas, e fazer a diferença, nunca foi uma pessoa arrogante, sim irônica, seu excesso de sensatez e independência, lhe fazia destacar-se entre as garotas da escola, e nunca teve muitas amigas em sumo a isso, as mesmas achavam que Beverly só queria pagar de inteligente e sensata, para chamar a atenção dos meninos, e ser “aquela garota”, quando a mesma só queria ver a hora de poder começar a trabalhar com sua mãe, e expôr suas costuras ao mundo. Garotos? Ainda mais da escola? Onde detestam garotas inteligentes e decidias demais, e não têm nada a acrescentar em relação ao seu futuro? Ora essa!

Quando conheceu Eddie, ele sempre foi diferente dos outros, não é a toa que realmente era o único garoto da escola que se tornou tão íntimo de Marsh, os dois sempre foram inseparáveis, depois chegou Bill, o mais novo do grupo, e que ainda estava no começo do ensino médio, sendo “adotado” pelos veteranos, quando pediu ajuda dos dois na biblioteca da escola, para um trabalho, assim, eles dois se formaram no ano seguinte, Bill foi o último, agora está no primeiro período da faculdade de ciências contábeis, do qual ele odeia, mas precisava de um curso bom pra agradar aos pais, e entre: medicina, direito, engenharia, física, ou administração analítica das ciências exatas, ele achou essa mais fácil e, que não faça ele desejar se matar, logo no primeiro dia de aula.

— Então, como foi o encontro com aquele cara do Tinder? — Eddie questiona.

— Um completo desastre! Ele era um babaca, acredita que ele flertou com a garçonete, bem na minha frente? E só sabia falar de duas coisas: dele mesmo, ou do trabalho dele.

— Te avisei que, sair com homem hétero era um sacrifício e tanto.

— Nem sei porquê ainda coloco expectativas em homens, são todos uns otários, tirando você e o Bill, os únicos possíveis, ah e o tio Frank também!

— Esses idiotas não merecem você, e outra, o dia que houver algum homem que te mereça, e faça de você a pessoa mais feliz, este sim, terá meu respeito!

— Idem... — Ela sussurra.

— Mm?

— Hã, nada! E aí, com ou sem o blazer?

— Está um pouco quente, acho melhor não usar agora, pra não acabar suando.

— É, você tem razão. — ela retira colocando por cima da bolsa.

— Essa roupa, foi aquela que você usou no desfile do Victoria's Secret?

— Você lembra?

— Claro, aquele desfile foi um marco pra sua carreira, pena que não pude ir por causa da faculdade... — Torceu o lábio para o lado.

— Eu entendo meu bem, quando convidei você, não esperava muito que pudesse ir, mesmo assim, quis tentar... — Ela sorriu.

— Prometo que na próxima, eu vou.

— No aguardo, e eu queria dizer o mesmo sobre você, mas eu já disse que esses ternos que você escolhe são quase todos iguais Eddie! — disse para o terno escuro, e sem gravata.

— A empresa exige formalidade Bevvie! Não posso me vestir como se fosse ir ao Met Gala, aliás... Falando nisso, depois que formos liberados, você vai no shopping comigo?

— Opa, adoro compras! Quem sabe agora você me deixe te vestir. — Disse animada, arrumando o colarinho dele.

— Não, não vai ser pra comprar nada para mim, é que... Hoje, eu e Asher estamos completando dois anos de namoro, e vamos noivar esta noite também! — Abriu um sorriso, só que ela franziu o cenho, respondendo:

— Oi? Noivar? Eddie você só tem dezenove anos...

— Eu sei, acha que vai ser agora? Boba, isso vai demorar um pouco, mas queremos selar nosso compromisso de uma vez, ninguém disse que já vamos casar assim, de repente, nem tenho tempo pra isso.

— Ele sabe disso?

— Claro que sim! Ora, por que não saberia?

— Porque você tem mania de decidir as coisas pelas pessoas?

— Isso não é verdade! Tudo que fazemos, é como um casal, tudo mesmo.

— É mesmo? Então me diz, quem pediu quem, em namoro primeiro?

— Eu. Mas-

— Quem é que sempre planeja jantares, viagens, até mesmo passeios entre vocês dois?

— Eu, porém...

— Quem é que toma as decisões sempre?

— Eu Beverly, eu. — responde num revirar de olhos.

— Viu só? Você faz tudo sozinho! Às vezes, parece que o Asher não está nem aí pra nada, só está acomodado mesmo.

— Já conversamos sobre isso...

— Eu sei, entenda como quiser, eu só quero seu bem, deveria pensar mais nisso, já que nem uma foto de vocês ele postou pra comemorar nada, pode me chamar de paranoica se quiser, só não diga que estou mentindo.

— Ainda está cedo, tenho certeza que daqui pra mais tarde, ele vai fazer alguma coisa

— Se você diz.

— Mas o que deu em você hoje, hein? É tão difícil assim, gostar do Asher nem que seja um pouquinho? Poxa, ele é a pessoa que eu escolhi pra passar o resto da minha vida junto...

— Esse é o problema Eddie, você escolheu ele pra passar o resto da junto, mas e ele? Ele escolheu você?

— Claro que sim!

— Eddie...

— Olha, já chega dessa conversa, okay? Estamos felizes, e é isso que importa, ele confia em mim, por isso deixa que eu toma as decisões por nós dois, vai ou não me ajudar a fazer uma surpresa a ele?

— Vou, claro que vou...

— Ótimo.

Ela nunca foi de se meter na vida dos amigos, mas há uma questão em pauta: ela ama Eddie, até mais que um familiar, e nunca gostou de Asher, não por ciúmes de amigo, ou outra coisa, é porquê sempre sentiu que Asher não é totalmente verdadeiro, seu jeito cínico, forma de tratá-lo, de demonstrar pouco interesse no que fazem, até mesmo a forma de falar, gritam que ele não quer o mesmo que Kaspbrak, é claro que ela sabe que Eddie o ama, mas que não é totalmente correspondido, já chegou a conversar com ele sobre isso, porém acabaram brigando, então resolveu não falar mais sobre, só que isso não quer dizer que esconda sua enorme antipatia por Asher Curtis.

— Eu estava pensando em levar ele para jantar, mas isso já fizemos ano passado... Já sei! — ele sorriu. — Vou organizar uma festa surpresa, podemos chamar algumas pessoas também, acho que dá tempo, já que ele só chega depois das nove do trabalho!

Ouviram uma buzina, salvando Marsh de entrar numa nova discussão, olharam em sincronia para o carro de Bill, do qual já estava estacionado, o mesmo abaixou os o óculos de sol, e lhes deu um sorriso charmoso, dizendo:

— Bom dia gatinhos, querem dar uma volta?

— Isso era pra ser sexy? — Bev revira os olhos, os dois entraram no carro, Eddie na frente e ela atrás, pra não amarrotar a roupa.

— Bill, você está a dez minutos atrasado, DEZ MINUTOS! Nem vai dar tempo da gente tomar um café antes.

— Já viu o engarrafamento que está no Queens? Não me culpa, não! Eu saí cedo de casa.

— Sim, mas isso não é desculpa, e outra, existe uma ferramenta no celular chamado “Google assistente” que inclusive indica pra gente, quais avenidas estão engarrafadas e, quais caminhos mais fáceis podemos usar, se sair mais cedo ainda, consegue sim chegar a tempo!

— Relaxa Eddie, vamos chegar a tempo.

Começou a dirigir, Bill era o amigo mais novo do grupo, como já havia mencionado, tinha acabado de se formar no ensino médio, e como a faculdade fica a poucos metros do trabalho dos dois, eles vão juntos quase todos os dias de carona com ele, apesar do estresse, o trânsito se apaziguou, podendo levar todos aos seus respectivos destinos, fazendo com que assim, o dia de fato comece para os três jovens adultos.

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ

Do outro lado da cidade.

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Quando a porta do elevador se abriu, dela passou um rapaz quase desesperado, deixando até mesmo cair seu óculos, devido se atrapalhar todo e até tropeçar nos próprios cadarços dos sapatos, que se quer amarrou direito. Todos do gabinete olham em sincronia, alguns reviraram os olhos, outros dão risadas escondido, outros chacoalhavam a cabeça em negatividade, mas ninguém opina, continuam em seus trabalhos normalmente.

Cenas como aquela, no qual viam Richard Tozier chegando atrasado, eram comuns até de mais em todas as segundas-feiras... Não, você não tá entendendo, não era uma ou duas, eram TODAS as segundas. Sempre desarrumado, com as mãos cheias de papéis, e todo desastrado, algumas vezes até terminando de se arrumar; houve até uma vez até que, saiu daquele elevador que dá acesso ao último andar da empresa, calçando os sapatos e abotoando as calças.


— Atrasado de novo, Tozier? — Um rapaz de cabelos louros e cacheados, questiona segurando com um copo descartável e mordendo as beiradas.

— Pois é, acredita que minha condução atrasou de novo?

— Engraçado, que atrasa toda segunda-feira.

— Isso lá são modos de falar com seu futuro patrão, Sr. Uris?

— Do jeito que você está ferrado na mão do chefe, não vai conseguir nem se promover a secretário que vai levar cafézinho pra ele, quem dirá suceder a sala presidencial. — sorriu.

— Eu gostaria de saber, quem é a pessoa que faz os contratos desta empresa, para demiti-la! Por deixar esse tipo de gente abusada conviver no nosso meio!

— Pode ter certeza que foi a mesma pessoa que contratou gente como você meu bem, que além de chegar atrasado toda segunda, ainda coloca a culpa na condução, sendo que mora a dois bairros daqui.

— Tire logo meu pau da boca, que você ganha mais.

Os dois acabaram rindo, a verdade era que Stanley era o único naquele gabinete, que tinha tamanha ousadia de falar assim, pois além de melhor amigo de Tozier, era um dos melhores promotores e braço direito do chefe, cuidando também das finanças e área administrativa da empresa, e Richie, bom... Nem ele mesmo sabe o que exatamente faz ali, e porquê.

Na verdade sabe sim, ele agora vivia por “conta própria” quando seus pais compraram um apartamento de solteiro pra ele, e seu pai o concedeu um emprego em sua empresa. Me serve um nepotismo bem fresquinho? — Sim senhor!

— Richie Tozier, deixe-me vê, seu despertador imaginário quebrou outra vez? Hã?

Todos do gabinete ficam calados, quando o chefe aparece, Stanley que estava em pé no bebedouro, fica sério outra vez, voltando para seu lugar bem de mansinho.

— Err... Então! Aquele mesmo problema da condução, máaaaas eu cheguei! E isso que importa, isso aí gente! Continuem trabalhando. — Finge estar exercendo seu trabalho. — Vocês são incríveis, estou muito orgulhoso!

Estende os braços de forma dramática, fazendo quase todos reviraram os olhos em sincronia, o homem continua sério, se aproxima dizendo rígido:

— Na minha sala, AGORA.

Olhou para o amigo, que fez um sinal de “Você está fodido!” mas o homem para de andar e olha para Uris:

— Ah, você também, Sr. Uris!

— E-Eu? — A voz dele sai trêmula, mais pálido que fantasma, e Richie levou a mão até a boca, quando um ruído saiu de sua garganta, sinalizando a risada presa — O que eu fiz, senhor?

— Eu preciso que assine algumas coisas por mim. Ou será que ficar sentado de frente pra esse computador jogando uno on-line escondido o dia todo, lhe parece mais interessante? Hm?

— De forma alguma, estou indo senhor.

O outro voltou a cor normal, se levanta, sendo assim, os três seguem até dele, e foi só fechar a porta, que alguns fofoqueiros foram para atrás da porta ouvir.

— Você acha que ele vai demitir o Tozier? — Um comenta sussurrando.

— Óbvio que não, onde já se viu demitir o “intocável”? — disse uma moça revirando os olhos.

— Esse moleque é irresponsável demais, enquanto têm muita gente capacitada, que rala muito pra manter esse emprego, esse aí faz piada e parece que caga pra empresa.

— Fazer o quê? Ele é filho do dono, esses branquelos burgueses nunca vão saber o que é passar dificuldade na vida. Tenho dito! — Disse uma mulher afrodescendente, serrando as unhas gigante de acrigel, que fazem “tec, tec, tec” a cada movimento que ela faz com os dedos.

— Meritocracia é meu pau. — Disse o faxineiro entrando na conversa.

— E aí? Quem topa um bolão? Ele sai ou não?

— Aposto trinta conto que ele sai.

— Aposto cinquenta que não.

— Aposto setenta, que o Wentworth passa a mão na cabeça dele pela trilhonézima vez, e ainda promove a vice-presidente, nos obrigando a aceitar todos caladinhos.

— Fechado! — Todos dizem juntos.

— Os senhores não deviam estar trabalhando? Se o patrão pega vocês ouvindo conversa, é demissão na certa. — Uma secretária diz. — Afinal, de privilegiado aqui há somente um, e ele está na sala do chefe.

— Amor, cuida do seu trabalho, que a gente cuida do nosso, sim?

— Ouvir conversa é trabalho, agora?

— Isso aqui... — Mostra o dinheiro que todos apostaram. — É negócio!

— Shiiu. Eles começaram a falar! — Avisa outra mulher.

— Eu acho que ele não vai fazer isso, o Wentworth se finge de cego quando se desse filho dele, por isso não gosto dele.

— Nem eu.

— Nem eu!

— Eu, muito menos...

(Dentro da sala)
 

Wentworth se senta, entregando uma pilha de papéis para o pobre Stanley, que deu um sorriso forçado, fingindo que amava aquele emprego quando na verdade tinha vontade de se jogar pela janela, daquele décimo quinto andar, todas as vezes que o patrão colocava ele pra ler e assinar uma pilha daquilo, todos os dias e, sua imensa vontade de aplicar um golpe nesse filho da puta, assinando um papel que leve a empresa a falência só aumentava, porém nunca faria isso por respeito ao seu melhor amigo, e também porquê seria preso. Mais por isso, na verdade.

— Esse seu comportamento irresponsável, já passou de todos os limites Richard, eu estou sendo alvo de fofocas até em jornais, por conta dos meus “funcionários” quando na verdade se trata somente de você.

— Olha, eu...

— Ouça! — O mesmo se cala. — Richie, você sabe que eu sempre tratei você como um filho, não sabe?

— Pai, eu SOU seu filho. — revirou os olhos.

— Sim, sim,  Enfim... O que quero dizer, é que você não me deu escolhas... — Ele gira na cadeira. — Está demitido!

Nesse momento até mesmo Stanley que estava concentrado, olhou pra ele com os olhos mais arregalados do que o do gato de botas naquelas cenas fofas. Porém, logo voltou a “ler” o documento, ou apenas fingir, sendo que sua atenção estava toda voltada na conversa alheia.

— O quê? Não, você não pode fazer isso!

— Sim, eu posso. Eu sou o dono dessa empresa, E além do mais, sustento você até hoje, mas isso precisa ter um fim.

— Está me demitindo, ou me deserdando?

— Os dois.

— Mas eu sou seu filho! Não pode me desamparar!

— Na verdade sim, eu posso isso também, você está com vinte e um anos nas costas, nem terminou a faculdade que eu e sua mãe pagávamos caro, não sabe fazer nada da vida e, quando eu quis lhe dar uma oportunidade de ser gente, você simplesmente a desperdiça: chegando atrasado, dormindo no horário de expediente, mexendo no celular o tempo todo, E AINDA COLOCA MEU NOME NOS JORNAIS DE FOFOCA! — Indica sua foto no jornal.

— A-Ah isso? Ah pai, não se estresse com isso, você sabe como esses jornais fazem de tudo pra conseguir audiência, todos sabemos que não é verdade. Tudo em nome do bom e velho sensacionalismo!

— Pegue... — Praticamente joga o jornal em sua direção.— Sabe ler, pelo menos, não sabe?

— Claro que sei, né!? — resmungou.

— Então leia! — Ele ajeita os óculos, e abre o jornal olhando no entanto desinteressado. — É PRA LER EM VOZ ALTA.

Se assusta quando pai grita de novo, Richie revira os olhos, morrendo de preguiça, mas limpou a garganta começando a ler:

— O empresário Wentworth Tozier, pode deixar a qualquer momento sua posição no ranking dos oito empresários mais influentes da América, por conta das reclamações sobre sua forma de administração na “Hill West Architects” uma das empresas mais famosas de construção, do qual havia entrado com destaque máximo até o ano passado, sua posição no ranking agora está atrás de Frank Wilherm Kaspbrak e, sua influência no ramo da publicidade... Ah, isso é balela! — joga o jornal de volta à mesa.

— O quê?

— O que essa porra tem de tão importante?

— Richie...

Stanley sussurra tentando ajudar, porém era tarde demais, Wentworth levantou-se, fazendo o jovem recuar um passo pra atrás, então ele começa a falar com o rosto queimando de raiva:

— O MEU NOME ESTÁ MANCHADO POR SUA CAUSA SEU DELINQUENTE! SE VOCÊ NÃO FOSSE TÃO IRRESPONSÁVEL E FIZESSE ALGUMA COISA DIREITO NA SUA VIDA, EU PODERIA MUITO BEM IGNORAR ISSO, MAS NÃO! SE EU FIZER ISSO SÓ VOU ESTAR PASSANDO A MÃO NA SUA CABEÇA COMO SEMPRE FIZ! E JÁ CHEGA, VOCÊ VAI APRENDER A SER GENTE, VAI APRENDER A TER RESPONSABILIDADES PORQUÊ A PARTIR DE HOJE VAI VIVER POR CONTA PRÓPRIA E DE MIM NÃO TERÁ MAIS NENHUM CENTAVO! AGORA SUMA DAQUI, E NEM ADIANTA IR CORRENDO PROS BRAÇOS DA MAMÃE, COMO SEMPRE FAZ, EU NÃO VOU MUDAR DE IDEIA! — Sentou de volta — Entendeu agora,  Richard ‘Heinrich’ Tozier?

— Entendi pai, eu e os Estados Unidos inteiro.

Disse o mesmo, claramente inconformado. O mesmo, olhou na direção de Uris, e questionou:

— Terminou isso, aí?

— Quase, senhor... Espera isso aqui é-

— Os papéis da demissão do meu filho, isso mesmo!

— Você vai mesmo me demitir? É isso mesmo? E quem vai ficar no meu lugar? Porque vai ter que achar um novo assistente de gabinete, não vai?

— Na verdade eu já achei. E o que o senhor Uris tem em mãos, além do seu papel de demissão, é o contrato do novo assistente, só está esperando minha confirmação que estarei fazendo em alguns minutos, esvazie sua mesa, pra quando ele chegar.

— Ah, então é assim? Vai preferir um estranho sendo seu assistente, do que seu próprio filho?

— Sim.

— Mas, mas... Isso não é justo!

— Sinto muito Richard, enquanto você não crescer, e ter a maturidade que precisa, eu não vou poder mantê-lo por perto, aqui está, assine aqui.

— O que é isso?

— Sua carta de demissão.

— Não vou assinar isso!

— Então, irei te demitir mesmo assim.

— Pois eu não me importo! Pode me demitir, quer saber? Eu não preciso de você! Eu não preciso de nada disso aqui, eu vou viver por conta própria.

— O que não vai durar um dia. — Disse com escárnio, lendo o documento.

— Quer apostar quanto, comigo?

— Apostar o quê, se você não tem dinheiro nem pra pagar suas contas? Se é que você tem contas.

— Já chega! Já fui humilhado demais, eu vou me virar SOZINHO, e você vai vê só o que perdeu!

Exclama enchendo o peito com um orgulho inexistente, abriu a porta vendo os funcionários que estavam ouvindo a conversa, quase caírem uns por cima dos outros devido o susto, mas não ligou, ergueu o queixo e estufou o peito começando a caminhar rumo a porta quando seu pai lhe chamou, sorriu achando que tinha o convencido a desistir, e que o mesmo iria pedir para que ele ficasse.

— Sim?

— Sua mesa, mandei esvaziar! Ou eu mesmo esvazio e jogo tudo fora. — Olhou para sua mesa, passando a língua na parte interna da bochecha, assim, foi até a mesma toda desorganizada, começando a arrumar suas coisas.

— Certo, acabou o show, VOLTEM PARA SEUS TRABALHOS! Cambada de abutres.

Wentworth grita, e todos voltam a cuidar de suas vidas, exceto Richie, que agora tem uma caixa cheia de troços para tirar dali, mas ainda sim convicto de que não era seu fim.

(A noite)
 

— Tudo certo, ele disse que está vindo!

Eddie quase grita de alegria, atraindo a atenção da amiga que estava lhe ajudando a deixar o apartamento no qual ele morava com o namorado em um clima mais “romântico” saíram pela tarde do trabalho, e foram direito pro shopping comprar algumas coisas, Eddie sabia que seu relacionamento já não era mais o mesmo, mas ainda sim, estava disposto a salvar ele, e nessa noite havia planejado várias coisas, havia desistido da ideia de fazer uma festa surpresa, e resolveu fazer um jantar a luz de velas, que nem era tão a luz de velas assim, já que eram velas de LED, porém ainda sim, preparou cada detalhe, e mandou pedir a comida que chegaria em uma hora.

— Certo, então eu já vou indo, qualquer coisa já sabe, pode me ligar.

— Valeu Bevvie, você é o anjo da minha vida!

Ela pega sua bolsa, dando um beijo na bochecha do amigo, ela deixa o apartamento, assim Eddie aproveita para tomar um banho bem rápido, e se vestir de maneira mais casual, se perfumando por inteiro para receber o namorado, quando estava terminado de se arrumar, ouve um barulho na sala, sorriu sabendo que era ele, saiu do quarto de forma apressada e vendo ele acabar de passar pela porta, o olhando dos pés a cabeça.

— E aí.

— Oi amor! Estava esperando você, tenho uma surpresa.

— Surpresa!?

O de olhos azuis deixa suas coisas no sofá franzindo o cenho, Eddie vai até ele o abraçando e lhe beijando, mas Asher não retribui nenhum dos dois, lhe afasta o olhando estranho com tudo aquilo.

— Eu não entendi...

— Feliz dois anos pra gente! Bom, eu pensei em planejar outra coisa, mas levar pra jantar fora já fizemos ano passado, sessão de filmes é muito genérico e, a cobertura do prédio já está fechada para uma festa, então, teve que ser improvisado! Você lembrou que estaríamos completando dois anos de relacionamento hoje, não lembrou? — Fala tudo mais rápido, que um rap.

— Eddie-

— Ah, já sei! Você fez alguma publicação fofa no Facebook? Meu Deus, eu ainda nem entrei nas minhas redes sociais hoje, olha a comida chega em uma hora, você pode esperar ou...?

— Eddie, nós precisamos conversar-

— Eu pensei em pedir um vinho, porém não sei se você prefere tinto ou branco, já que o cardápio que pedi é próprio para o tinto, bom, a Bev disse que eu deveria decidir, mas não quero correr o risco disso ficar ruim, então eu pensei-

— Eddie, ME ESCUTA. — O rapaz segura os ombros do outro mais baixo o fazendo calar e olhar assustado. — Apenas me deixa falar, por favor!

— Asher, está tudo bem?

— Não, não está! Não está nada bem, faz tempo que eu quero ter essa conversa com você, mas você vive fugindo disso, eu só quero que você me ouça, um segundo! Pode ser, ou tá difícil?

— Pode, claro que pode, mas você parece nervoso... — responde com a voz mais baixa, e triste.

— Eu realmente queria tornar tudo da maneira mais simples possível, porquê não quero te magoar, mas isso não está sendo possível no momento.

— Tudo bem, me desculpa, pode falar eu estou ouvindo. — Ele suspirou e soltou Eddie, levando as mãos até os cabelos e depois o olha mais uma vez.

— Eu quero terminar.

— O quê?

— Não está dando mais pra continuar com isso, nós dois não estamos mais dando certo...

— Asher, o que está dizendo?

— Somos muito diferentes, eu e você queremos coisas diferentes para o futuro, não vou me casar com você Eddie, sinto muito.

Eddie estava lhe olhando estranho, até que riu.

— Pare de brincadeiras amor, você não vai me fazer cair nessa, eu já te conheço!

— Não é brincadeira alguma! Eu estou falando sério, estou sendo 100% verdadeiro com você, me desculpa mas não consigo mais continuar com isso, eu só não queria que ficasse chateado... Mesmo sabendo que vai, eu gosto de você, mas... Mas não como antes, entende?

— Me deixe ver se entendi, você está terminando comigo bem no dia que estamos completando dois anos juntos? É isso mesmo? Você estava planejando isso desde quando?

— Eu nem lembrava que hoje era nosso aniversário de namoro, pra ser sincero! Eu iria fazer isso de qualquer jeito, não importa o dia, só estava tentando achar uma forma de fazer isso, sem machucar muito você.

Eddie sorriu de incredulidade balançando a cabeça em negação, depois começou a andar de um lado para outro, com uma das mãos dos cabelos, um nó imenso formou em sua garganta como se tivesse engolido algo que não estava descendo.

— Eddie, por favor não fique chateado-

— Não ficar chateado? Está me pedindo pra não ficar chateado? Eu passei a tarde inteira tentando preparar algo legal, pedi pra sair mais cedo do trabalho pra tentar agradar você, ou quem sabe salvar nosso namoro!

— Me desculpe, okay? Eu juro que não queria que fosse desse jeito...

— Ah, não queria?

— Não, não queria! Acha que eu estou gostando de estar nessa situação de merda? Por favor!

— Então por que não avisou antes? Hã? Por que não deixou claro pra mim, que não me ama mais, e que queria terminar? É TÃO DIFÍCIL ASSIM SER VERDADEIRO CONSIGO MESMO, ASHER?

— VOCÊ NÃO ME DEU CHANCE ALGUMA DE SER VERDADEIRO CONTIGO, CACETE! — Eddie se cala. — Você simplesmente age da forma que quer, decide tudo, faz as coisas sem me consultar antes e, ainda espera que eu concorde? E quando eu discordo de você, Deus me livre! Você só falta me comer vivo, VOCÊ PLANEJA FAZER UM PLANO EDDIE! isso é bizarro pra caralho! Eu nunca tive o espaço que preciso, não sei se você sabe, mas em um relacionamento OS DOIS têm que decidir as coisas e, sempre deve haver limites em ambos espaços, e eu? Você nunca parou para se perguntar, porquê nosso namoro já não é mais o mesmo há muito tempo atrás? Estamos morando juntos há um ano, e nem isso foi capaz de mudar alguma coisa, só piorou tudo! Somos jovens demais, porra, eu tenho vinte e um anos! e você dezenove, quem caralhos constrói uma vida aos dezenove e vinte e um anos? Isso não existe! Estamos no século XXI e eu nem sei porquê moramos juntos! Eu não estou pronto para dar um salto tão grande na minha vida, não ainda, entendeu?

— Ah, você não está pronto? Devia ter pensando nisso antes de concordar em me aceitar morando com você! Ou será que já esqueceu de quem foi a ideia? Já esqueceu de todos os nossos planos?

— SEUS PLANOS! não meus. Eu nem sei onde estava com a cabeça há um ano atrás, mas isso aqui, é vida real! Não estamos em um conto de fadas onde tudo são flores e a vida é cor de rosa! A realidade tende a ser bem dura, eu não quero mais continuar com isso, porque não estou pronto para ter essa vida ainda, eu sei que demorei um ano pra dizer isso, porém não está dando mais, eu preciso de tempo, e espaço.

— Então, o que você quer afinal Asher? Qual a porra do seu problema? Por acaso está gostando de outra pessoa, é isso?

— Não! Pelo amor de Deus, não! — Leva as mãos até a cabeça. — E mesmo se estivesse, nem tudo se resume a sentimentos, o que eu quero dizer a você é que: essa vida a dois pra mim já deu o que tinha que tinha que dá, e eu quero terminar! Eu quero espaço também.

— Asher... — Juntou o pouco de paciência que ainda lhe restava dizendo com a voz embargada. — Eu enfrentei minha família pra ficar com você, será que não entende isso?

— Você tinha escolhas, fez porquê quis, não me culpe por isso Eddie, eu nunca forcei você a nada.

Ao ouvir a aquilo, o rapaz mais baixo abriu a boca sem saber ao certo o que dizer, uma lágrima desceu pelos seus olhos quase esverdeados de tão claros, Eddie descruzou os braços e desviou o olhar, não queria chorar na frente dele, não queria demonstrar que aquilo lhe afetou mais do que devia. O rapaz de olhos azuis se senta no sofá, levando as mãos até o rosto, ambos pensativos demais, tentando chegar a um consenso, mas na verdade não iriam a lugar algum, até que Eddie toma atitude de sair dali, indo até o quarto do agora ex-casal, vasculha suas coisas atrás do celular, não demorando a sentir a presença do outro no local também.

— O que vai fazer?

— O que você acha? Se é espaço que você quer, é isso que terá!

— Eddie não precisa sair assim, olha, está tarde e...

— Asher olha só... Não precisa fingir que se importa comigo quando já me disse tudo que tinha pra dizer, tenho certeza que qualquer buraco que eu me enfiar nessa cidade, vai ser muito melhor do que ficar mais um segundo aqui com você, depois de tudo isso que me disse,  você precisa de espaço, e eu de distração, então sejamos razoáveis.

Pegou uma pequena bolsa de mão, onde colocou alguns utensílios pessoais, e roupas para dormir fora, e principalmente remédios, fechou a mesma.

— O que eu quero dizer, é que não precisa ir assim às pressas, você pode ficar aqui, até conseguir um novo lugar pra morar...

— Agradeço sua caridade, mas não precisa, não se preocupe, não vou ocupar seu espaço por mais tempo, só peço que espere até amanhã, quando vou mandar buscar minhas coisas.

— Ah, Eddie fala sério! Do jeito que está agindo parece até que estou te expulsando! Eu estou sendo o mais compreensível possível, porquê sei que saiu da casa dos seus pais pra ficar comigo, eu tenho consciência disso, só que isso não significa que eu seja obrigado a continuar infeliz do jeito que estou!

A cada palavra dele, era como uma facada no peito de Eddie, uma lágrima desceu de seus olhos, porém ele limpou-a rapidamente, respondendo:

— Fique tranquilo, eu sei que você jamais faria isso, não vou sair por aí dizendo o que não aconteceu, se é com isso que está preocupado.

— Só não queria terminar desse jeito, eu gosto de você, não da mesma forma que antes, mas ainda sim você é alguém importa pra mim, eu...

— Boa noite, Asher! Faça bom proveito do jantar.

Fechou a bolsa, e passou por ele, nem ao menos trocou de roupa nem nada, havia mandado mensagem avisando a Berverly que estava indo para sua casa, e que explicava tudo quando chegasse, porém nem ele mesmo sabia se estaria pronto para falar sobre aquilo, precisava tirar toda aquela tensão da sua cabeça, o seu excesso de cansaço impediu que a tristeza se manifestasse, no momento, só o que conseguia sentir era raiva e uma sensação de insuficiência interna. E assim que entrou no Uber, quando o motorista lhe deu um simples “boa noite senhor!” sua resposta foi começar a chorar, como uma criança.

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ

°•° Em paralelo a isso °•°

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ
— Eu não preciso dele! Fala sério cara, eu sou muito bem capacitado e posso fazer minha vida da maneira que eu quiser!

Richard leva o copo de cerveja à boca.

— É mesmo? E vai fazer o quê Richie? Vender arte na rua, ou se prostituir? Porquê até onde sei, você não tem nenhuma graduação, nem experiência em empregos, não faz nada da vida, meu amor, você não tem nada além de um grande senso de humor.

— Stanley, à vezes eu tenho sérias dúvidas se ainda devo te chamar de amigo, sério.

— Eu menti? — O cacheado disse bebendo sua cerveja também, estavam em um bar perto da casa de Richie, eles sempre iam quando precisavam distrair a cabeça, ou jogar conversa fora, tal como dois bons e velhos amigos. — Apenas te conheço, e tenho sim o direito de ser realista contigo.

— Esse é o seu problema, você é realista até de mais...

— Richie, o que quero dizer é que, você precisa amadurecer, seu pai está certo quando diz que precisa ter responsabilidades-

— Ou, pode parar! Sem essa de lição de moral, já não basta tudo que eu ouvi dele, e outra, pare de puxar aquele saco velho e murcho dele, só porquê trabalha lá!

— Não sou puxa-saco, apenas estou dando uma certa razão... Olhe pra você, faz três anos que atingiu a maioridade e mal sabe se virar sozinho, isso é uma vergonha cara.

— Sabe o que é vergonha? Broxar no meio de uma transa, isso sim é vergonha — Stanley revira os olhos. — E outra, eu sei muito bem como ganhar dinheiro.

— Ah, mesmo? Como?

— Por exemplo: eu aposto cinco dólares que consigo beber essa cerveja primeiro que você! — aponta para os dois copos quase cheios.

— Ah, Richie fala sério... — Se encaram por um minuto, até que... — beleza, VALENDO!.

Os dois começam a beber rapidamente, Uris conseguiu beber mais rápido e acabou primeiro.

— Passa os cincão pra cá, vai! — Ergue a mão com um sorriso de vitória.

— Meu bem, olha pra mim! Estou mais duro que meu pau quando acordo de manhã, tu acha que tenho dinheiro pra pagar algo?

— O quê? Richie você vai me fazer pagar a conta sozinho, por tudo que a gente bebeu desde que chegamos aqui?

— Sim, afinal o empregado aqui é você, não eu.

— Vai se foder.

— Se quiser podemos... Mas vai ter que pagar, já que na situação que me encontro, qualquer dinheiro é bem-vindo. — Piscou, enchendo o copo outra vez.

— Crie vergonha nessa cara e vá procurar trabalho, isso sim!

O mesmo disse repreendendo Tozier, que dá risada.

— Hein, agora falando sério... — Richie está pensativo. — Preciso arrumar grana, e rápido!

— Precisa mesmo, aquele apartamento não vai durar dois meses inteiros, ainda mais com as contas de luz, água, e manutenção... É, você se fodeu bonito agora. Meus parabéns!

— Não é possível, tem que haver um jeito de conseguir muito dinheiro, mas ao mesmo tempo, que não precise de muito esforço, e que não demore...

— Sabe que isso praticamente impossível, não sabe?

— Não... Não, não é não. — Foi quando uma luz pareceu acender na sua mente astuta, logo ele sorriu abertamente olhando para Stanley que continua lhe olhando esquisito. — Se bem que...

— Nem vem! Eu não vou ser cliente dos seus programas, somos amigos! Transar com você seria como sei lá, cometer incesto, pode esquecer!

Richie lhe olha estranho.

— O quê? Não idiota! Eu nem estava falando sério sobre fazer programas, eu pensei aqui e me surgiu uma ideia do caralho, um jeito de conseguir muito dinheiro em uma só noite...

— Haja cu pra dar! Boa sorte, e faça a chuca direito, viu?

— Esquece essa porra de programa homem! Estou falando de outra coisa, um lugar aliás, um lugar que a sorte e o azar caminham lado a lado, um lugar que ou você sai falido, ou muito, mais muito rico... — Sorriu cálido. — O único lugar do mundo, onde o que você faz lá, fica somente lá.

— Huh? Que lugar, criatura?

— Stanley, meu homem.. É claro que eu só posso estar falando de (...)

    °•°×•°•

— (...) Las Vegas? — Eddie questiona, após a amiga jogar dois cupons na mesa que estavam sentados.

— Óbvio!  Tudo que você mais está precisando no momento: distração, bebidas, festas, e muito sexo! Quem sabe assim, esquece o babaca do Asher.

— Bev, eu não estou a fim de perder minha dignidade por conta de um término... — Bebe um gole do Monte Carlo que havia pedido. — E a gente nem pode estar saindo assim pra viajar, temos nossos trabalhos.

— Claro que podemos, eu já pedi nossa licença de duas semanas, eu sou a embaixadora meu bem, disse que você me acompanharia em uma viagem.

Ele cospe a bebida, dizendo:

— O QUÊ?

— Surprise!

— Ficou maluca? Não, eu não vou pra Las Vegas!

— Sim, você vai.

— Não! Definitivamente, não!

— Por que Eddie?

— Porque, ora porque... Não estou com vontade, só quero ficar em paz, com meu sorvete de flocos, minhas séries, até eu arrumar um lugar pra ficar, e talvez... — suspirou — E se talvez Asher só estiver estressado demais? Será que me equivoquei em ter saído?

— EDWARD ACORDA! PELO AMOR DE DEUS! — disse Bev o assustando, já estava cansada de ouvir as lamúrias do amigo. — O Asher nunca te amou da mesma forma que você o ama, ele TERMINOU com você entendeu? Não é por conta do estresse ou porquê está confuso, e sim porque é um babaca que não merece alguém tão incrível, esforçado e lindo, como você! não é sua culpa, VOCÊ é quem é bom demais pra ele, entendeu? Tira isso da cabeça e se por um acaso, aquele idiota pensar em tentar voltar com você, vai se ver comigo, você merece coisa melhor, muito melhor!

Ele abaixou a cabeça, ainda estava muito triste, ela se aproximou e o abraçou de lado.

— Eu só queria entender... Qual o problema comigo?

— Nenhum, o problema está nele.

— E o pior foi que, puta merda eu enfrentei minha mãe por causa daquele filho da puta! Eu saí de casa por causa dele, e agora terei que voltar? Isso é humilhante demais.

— Já falei que você pode ficar lá em casa o tempo que for preciso! Querido eu só quero seu bem, eu te avisei várias vezes sobre o Asher e você vivia brigando comigo, agora eu quero dar a você uma das melhores experiências que alguém da nossa idade pode ter, quero que você seja feliz e aprenda a viver outra vez, vamos voltar a ser o trio de antes, que saía, fazia várias besteiras juntos e não tinha medo das consequências. Até o Bill já concordou em ir!

— Espera, vocês estão planejando isso pelas minhas costas esse tempo todo?

— Sim, agora aceita de uma vez!

— Mas...

— Eddie, o que você tem a perder?

— Dinheiro e dignidade?

— Esquece essa merda de ética moralista! Que se foda, já temos meio caminho andado, eu preciso de diversão, você precisa esquecer o Asher, e o Bill... Bom, ele vai estar lá, que mal tem? — ele ficou pensativo. — Vamos lá Eddie... Não pode ser tão...

•°•×°•°

— Ruim assim! Qual é Stanley? — Richie segura o amigo. — Larga a mão de ser todo corretinho e vem ser feliz pelo menos uma vez na vida!

— Richie ao contrário de você, eu tenho um emprego, e preciso estar lá todos os dias.

— Credo, não joga na minha cara! O que eu quero dizer, é que meu velho gosta muito de você e vai te dar esse recesso antecipado, mas não pode nem sonhar que estaremos indo juntos.

— Mas como? Como iremos pra Vegas? O que eu tenho de dinheiro guardado, só vai dar pra uma semana e, se eu estivesse sozinho! Com você a conta vai ser mais alta.

— Quem disse que é você quem vai pagar? Esqueceu que eu fui demitido? Tenho direito a receber meu salário do mês, incluindo férias, horas extras, e mais outras coisas que deve dar uma boa quantia ainda. — Piscou para o mesmo.

— E por que não usa isso pra se manter aqui, enquanto procura outro emprego? Ao invés de querer ir pra Las Vegas arriscar o certo pelo duvidoso.

— Porque é como eu disse, a sorte e o azar caminham lado a lado, eu posso sair daqueles cassinos milionário, e é óbvio que vou dividir com você! Mas precisa me ajudar, huh?

— Ou, você pode perder tudo, e eu me foder junto com você.

— A gente nunca vai saber se não tentar... Vamos Stanley... Por favor velho amigo, só mais essa vez!

•°•×°•°

— Vamos Eddie, por favor! Por favor por mim e pelo Bill! — A garota junta as mãos.

— Ai Bev...

— Prometo que não vai se arrepender! — Ele fica pensativo — Só diz que sim, diz que sim, diz que sim!

Assim, Eddie Suspirou fundo, decidindo:

— Tudo bem... Talvez isso dê certo.

— ISSO AÍ!

•°•×°•°

— Okay Richie, mas se der alguma merda, você vai vender seu apartamento e vai me pagar pelo prejuízo!

— Esse sim é o verdadeiro Stan The Man! O primeiro e único! — Ergue o copo de cerveja — NÓS VAMOS PARA VEGAS, CARALHO!

— E eu vou me arrepender...

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ

continue...
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ

Preparem a playlist, não esqueçam de votar, vamos todos para vegas, ula lá lá! 🥂

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