O FILHO DO AMIGO DO MEU PAI...

Door FSViturine

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LIVRO 02 "Eu queria chorar. Minhas lágrimas estavam presas em meus olhos e teimavam em não cair. Era a segund... Meer

PRÓLOGO
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20 (PARTE 1)
Capítulo 20 (PARTE 2)
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30 (Por Lucas)
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 38 - ÚLTIMO
Capítulo Bônus - Felipe
EPÍLOGO

Capítulo 37 - PENÚLTIMO

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Door FSViturine

Ao voltar para meu quarto, encontrei a porta entreaberta, e assim que me aproximei, logo vi Gustavo e Felipe sentados em minha cama, jogando vídeo game. Quando entrei e fechei a porta, os dois me olharam com curiosidade.

- Porque essa TV está tão alta? – perguntei estranhando.                                       

- Tentei disfarçar o barulho. – Felipe disse, encolhendo os ombros e fazendo sinal com os olhos na direção de Gustavo. Sorri para ele ao entender sua intenção. Os olhos de Gustavo ainda estavam um pouco assustados e ele não me falou nada, por isso resolvi não tocar no assunto, pois a última coisa que queria naquele momento era vê-lo chorando novamente. - Está tudo bem? – perguntou Felipe quando me sentei na cama com eles. Apenas sorri e afirmei com a cabeça. Ele me retribuiu o sorriso e deu uma tapinha em minha perna, me consolando. Estranhei o fato de Felipe não perguntar o que tinha acontecido, porque qualquer outra pessoa em seu lugar, quando me visse, perguntaria o que havia acontecido, mas ele não fez isso. Felipe se contentou apenas em me ouvir dizer que estava bem. 

Acabei ficando ali calado enquanto observava os dois jogando vídeo game e só precisou de alguns segundos para Gustavo esquecer o que tinha acontecido. Felipe, assim como Lucas, levava o maior jeito com crianças. Meu irmão se divertia como nunca enquanto jogava com meu melhor amigo, que ao contrário de Lucas, sempre ganhava todas as partidas. E agora os papeis se invertiam porque Felipe implicava com Gustavo que começava a gritar de raiva sempre que perdia. Eu, claro, não resistia e sempre dava ótimas risadas quando via meu irmão dando socos no colchão.

••

Algum tempo depois, meu pai bateu na porta do quarto e logo em seguida entrou. Seus olhos foram diretamente para mim, mas o ignorei enquanto notava ele entrar e se aproximar de meu irmão.

- Gustavo, vamos comer? – perguntou Doutor Augusto, chamando sua atenção. Quando o notou ali, meu irmão logo largou o controle do game e correu em sua direção. - Não vai almoçar? – perguntou papai, me olhando. Continuei sem olhá-lo, pois estava disposto a não perdoá-lo tão cedo por causa daquele castigo estúpido, por isso, apenas neguei com a cabeça. Não precisei olhar para meu pai para saber que ele revirou os olhos para mim. - Quer almoçar com a gente, Felipe? – perguntou o velho. Meus olhos correram rapidamente em direção a Felipe. O normal seria que ele negasse, mas isso não aconteceu, para minha total surpresa.

- Claro! Será uma honra. – disse Felipe, com um sorriso largo estampado em seu rosto, ignorando completamente minha expressão cética. Ele levantou da cama e saiu, seguindo meu pai e me deixando ali em meu quarto, sozinho, de boca aberta.

- Traíra! –resmunguei para mim mesmo.

Como não queria dar o braço a torcer, mesmo estando faminto, acabei indo para meu notebook. Abri minha caixa de e-mail e torci para que houvesse algum novo e-mail de Samantha, mas infelizmente não havia nada. Por isso, acabei não resistindo e escrevendo algo para ela, mesmo sabendo que não deveria preocupá-la com o que estava acontecendo nos últimos dias.

Samantha, você não imagina por tudo que tive de passar hoje, durante horas atrás! Sempre achei que seria duro enfrentar minha família, minhas avós e todos os outros, mas não imaginei que quando isso acontecesse, estaria perdendo todos eles. No início, torci para isso tudo valesse apena, pois achava que estava fazendo isso por Lucas, mas depois minha ficha acabou caindo. Todo barraco, as brigas e até mesmo o soco que dei em meu tio, serviu somente para uma coisa: para me libertar e tirar o único peso que estava carregado nas costas. Agora, posso ser quem realmente sou de verdade, sem me preocupar com o que as pessoas irão pensar.

Acredite, a coisa foi realmente feia. Meu pai expulsou todos de casa, até mesmo minha avó, que é mãe dele. Mas o pior de tudo foi o castigo que ele me deu por ter batido em meu tio. Doutor Augusto Viturine me proibiu de ver Lucas logo hoje, quando tudo o que mais queria era vê-lo. Mas não se preocupe comigo, ok? Agora está tudo bem. Passei os últimos minutos me divertindo com Felipe que tem sido a pessoas mais legal e compreensiva nos últimos dias. Lipe foi super bacana com Gustavo e conseguiu como poucos, distrair meu irmão de todo essa agitação, apesar dele ter me decepcionado minutos atrás, mas isso não vem ao caso.

Samantha, estou com saudades. Queria que os meses passassem rapidamente e que você logo estivesse de volta, pois apesar de ter tirado esse peso das costas, continuo com medo do que vai acontecer entre mim e Lucas. O que aconteceu parece ter erguido um muro entre nós dois e isso só servirá para piorar nossa relação que está se desgastando pouco a pouco. Queria tê-la aqui do meu lado, me orientando sobre o que fazer, mas entendo que ainda tenho que esperar um pouco para ter a minha maluquinha de volta.

Então é isso! Eu te amo e me manda notícias, por favor.

Antes e enviar aquela mensagem para minha melhor amiga, limpei as lágrimas que escorriam pelo meu rosto e reli aquilo por duas vezes, e ao fazer isso e ver as verdades naquelas palavras, o vazio pareceu tomar conta de mim, principalmente ao me dar conta de que estava certo em relação a Lucas e eu.  

••

Felipe, como havia dito, almoçou com toda minha família e só voltou para o quarto depois de quase uma hora. Achava que ele já havia ido embora, mas quando estava quase cochilando em minha cama, o vi colocar a cabeça dentro do quarto e sorrir de maneira divertida.

- O que foi? – perguntei curiosamente enquanto me sentava na cama. Ele se aproximou e também sentou, de frente para mim.

- Seu pai é muito bacana, sabia? – disse Felipe. Franzi minha testa ao escutá-lo

- Porque está dizendo isso? – perguntei, estranhando seu comentário. Felipe deu um risinho e baixou sua cabeça em seguida, olhando para suas mãos que estavam sobre sua perna.

- Você sabe que perdi meus pais faz anos, e já faz algum tempo que não me divertia desse jeito como me diverti lá em baixo, com seu pai, seu irmão e Pedro. Estava sentindo falta disso. – comentou ele, ainda sem me olhar. Fiquei sem jeito com o que ele havia acabado de falar. Ouve uma sinceridade tão grande em seu tom de voz, que me fez ficar com nó na garganta. Foi estranho, pois eu queria de alguma forma acolhê-lo em meus braços e consolá-lo por aquilo.

- Sinto muito. – foi a única coisa que consegui dizer. Seus olhos então logo se ergueram e encontraram os meus. Felipe me encarou profundamente antes de falar.

- Estou bem! – garantiu ele com seus lábios retorcidos num leve sorriso. – Seu pai está conseguindo disfarçar bem a raiva dele, sabia? – disse ele, mudando o assunto.

- Como assim?

- É óbvio que pelo barulho, o que quer que tenha acontecido hoje o deixou muito bravo. Vi isso nele, mas mesmo assim, na frente de seu irmão e de mim, ele está animado e conversa como se nada tivesse acontecido. – explicou Felipe. Acabei sorrindo e percebendo o jeito como Felipe era observador.

- É, ele tem mesmo essa mania! –falei, pegando meu celular e mexendo nele.

- E Lucas?

- O que tem ele? – meus olhos voltaram para ele rapidamente. Felipe levantou de minha cama e caminhou até a janela, o que achei totalmente estranho.

- Como vocês estão? – ele olhava pela janela, para rua.

- Sinceramente? Não sei. – falei e ele mais uma vez não perguntou o que tinha acontecido, mas por mais estranho que fosse, fiquei com vontade de me abrir com ele, e foi isso que acabei fazendo. – Ontem tirei o maior peso que carregava nas costas. – comecei a falar, agora olhando para minhas mãos e começando a me dar conta do quanto era estranho e um pouco difícil pensar naquilo. Felipe se virou para me olhar e em seguida ele sentou na cadeira, de frente para a cama.

- Como está se sentindo? – perguntou ele, e quando o olhei, encontrei seus lindos olhos azuis me observando. Encolhi os ombros antes de falar.

- Sempre tive medo de enfrentar a família de meu pai e de minha mãe. São duas famílias completamente difíceis e complicadas. – falei, o olhando.

- São pessoas preconceituosas? – perguntou Felipe. Estava feliz em vê-lo entender o que eu queria dizer, sem que precisasse entrar em detalhes.

- É! E ontem, quando menos esperava, essa bomba caiu em cima da família de minha mãe. – eu disse, logo começando a explicar para Felipe, absolutamente tudo o que havia acontecido na noite anterior.

Ele escutou tudo atenciosamente, sem me interromper ou questionar alguma coisa. Também lhe falei sobre o que tinha acontecido naquela manhã, e as coisas que ele provavelmente teria escutado. O estranho foi que Felipe não se mostrou surpreso nenhum segundo se quer. Às vezes, ele até dava alguns risinhos, como se entendesse perfeitamente aquela situação. Para Felipe, aquilo tudo pareceu tão... Normal.

- Sabe Gui, meu sonho é me formar em Serviço Social e estou prestes a conseguir isso, mas apesar disso, amo meu trabalho na agência. Amo aquele ambientes e as pessoas com quem convivo. – disse ele, sorrindo. – Você sabia que mais da metade dos funcionários são homossexuais? – perguntou.

- Mesmo? Até as mulheres? – perguntei um pouco surpreso.

 - Claro! E ao contrário do que muitos acham, ninguém os desrespeitam. Os funcionários héteros não descriminam quem é gay, e isso é o principal ponto quando Roberta, minha chefe, contrata alguém. Tenho muitos amigos na agência que são gays e muitos deles já passaram pelo o que você está passando, então acredite, você é um cara de sorte, pois há muitos gays que são expulsos de casa e tem que submeter a coisas horríveis para sobreviver.  Você tem sorte de ter Doutor Augusto. Tenho certeza que muitos caras da agência dariam tudo para ter uma vida como a sua. – falou Felipe, fazendo com que eu sentisse algo estranho em minha garganta. Seu jeito de falar era intenso e eu não queria imaginar o que esses caras que ele havia mencionado, já haviam passado.

- Eles devem ser legais, mas posso ter perguntar uma coisa? – falei, disposto a quebrar aquele clima tenso que havia se tornado. Felipe deus os ombros como resposta e entendi isso como um sim, por isso, tentei não rir ao falar. – Você nunca pegou um desses caras da agência? Por que eles devem ser muito bonitos. – o sorriso em meu rosto deixou claro que eu estava apenas o provocando, mas Felipe me encarou por um tempo antes de falar. Ele parecia estar pensando no que dizer.

- Sim, são todos muito boa pinta. – ele enfim sorriu. – Meus relacionamentos é algo muito complicado de se falar. – ele disse, desviando os olhos. Não sabia se ele tinha fugido de minha pergunta de propósito ou se apenas a havia ignorado.

- Por quê? – perguntei de forma curiosa, já que Felipe nunca falava de seus relacionamentos. Não achava que ele tivesse um. Pelo menos, ele nunca havia me falado sobre isso e nunca o vi com uma garota além de Bianca. 

- Nunca quis algo sério com alguém antes. – ele falou, encolhendo os ombros e sorrindo de maneira envergonhada. – Comigo sempre foi apenas sexo.

Ok! Não estava preparado para ouvir isso.

- Mesmo? – tentei disfarçar a surpresa em minha voz.

- Com quantos anos você perdeu sua virgindade? – perguntou Felipe, me encarando. Minhas bochechas devem ter corado instantaneamente.

- Dezesseis.

- Perdi a minha com quatorze! – ele riu, enquanto eu fiquei boquiaberto.

- Você era uma criança! – falei, fazendo-o rir.

- Uma criança muito esperta! – brincou Felipe, me fazendo rir.

- Com quem aconteceu? – minha curiosidade foi maior que a vergonha. Felipe demorou alguns segundos para me responder.

- Com uma vizinha. – ele disse.

- E como foi?

- Você é muito curioso! – ele rebateu, me fazendo rir ainda mais. – Tudo bem! Foi estranho, porque eu era muito novo, mas apesar disso, era um garoto grande e ela era pequena. Foi constrangedor! – disse Felipe, com uma careta.

- Então não foi uma primeira vez perfeita? – perguntei, só para provocá-lo.  Felipe negou rapidamente com a cabeça.

- Longe disso! Mas tive outras experiências logo em seguida. Não gostava de namorar, por isso sempre deixava claro antes de me envolver com alguém, que era apenas sexo. Sempre foi assim. – disse ele, dando os ombros.

- E nunca se apaixonou por ninguém?

- Não.

- Não acho que conseguiria ficar com alguém só pelo sexo. – acabei confessando. Felipe sorriu maliciosamente.

- Claro! Você não tem experiência alguma. – disse ele, sorrindo largo. Eu fiz careta.

- Claro que tenho! – falei um pouco indignado.

- Ah, ok! Com quantas pessoas você se relacionou mesmo? Ah! Só uma. E há quanto tempo? – Felipe se divertia com aquilo enquanto eu ficava emburrado.

- Dois anos. – resmunguei.

- Senhor! Você sabe pelo menos o que é um cunete?

- Felipe! – berrei, jogando o travesseiro em sua direção. Ele gargalhava alto, se divertindo com minha expressão pasma. – Vamos parar de falar sobre isso. – eu disse, fazendo careta.

- Ok, Ok! Mas se você quiser, posso lhe ensinar algumas coisas. – meus pelos se eriçaram ao escutar sua provocação. O encarei por alguns segundos e vi o sorriso safado em seu rosto. Podia jurar que seus olhos azuis estavam faiscando enquanto ele me fitava.

- Cala a boca! – joguei novamente o travesseiro nele que riu e logo ficou de pé.

- Bom, já estou indo. Faz quase seis horas que eu estou aqui e tenho uma tese para concluir. – disse Felipe, pegando seu violão que havia deixado num canto do quarto.

- Tudo bem, mas quando vamos ter a segunda aula? – perguntei, levantando da cama.

- Não sei. Amanhã não vou poder porque tenho aula e depois uma sessão de fotos. – ele falou, com uma cara pensativa, e quando ia falar algo, Felipe me interrompeu. – Quer conhecer a agência, amanhã? Posso te apresentar os caras que te falei. Vocês vão se dar bem, e fique tranquilo! Vou deixar claro que você é propriedade privada. – brincou Felipe, piscando em seguida. Pensei um pouco antes de aceitar seu convite, pois era impossível não pensar em Lucas e no que ele acharia daquilo, mas minhas férias estavam ficando completamente entediadas. Eu queria muito sair de casa, e por esse motivo, acabei aceitando a oferta de Felipe.

- Ok! Vou com você. – falei. Ele pareceu surpreso com minha resposta, mas não falou nada a respeito.

- Está combinado então! Quando sair da faculdade, ligo para você. – disse ele.

- Tudo bem. – falei e nos despedimos em seguida.

Assim que Felipe foi embora, a primeira coisa que fiz foi ligar para Lucas, pois já que não poderia vê-lo, queria pelos menos escutar sua voz e poder desabafar tudo o que havia acontecido naquele dia. Mas tive que ligar várias vezes, pois a ligação sempre caía, e só depois de alguns minutos Lucas finalmente atendeu minha ligação.

- Oi. – foi à única coisa que ele me falou e a partir disso, percebi que ele estava estranho.

- Está ocupado? – perguntei. O ouvi suspirar.

- Um pouco! Mas pode falar. – disse Lucas, mas acabei ficando alguns segundos calados, tentando entender aquilo. – Guilherme? – ele chamou.

- Melhor a gente conversar amanhã. – acabei falando.

- Amanhã?

- Minhas avós descobriram sobre mim, meu tio veio aqui e armou outro barraco, soquei a cara dele e meu pai expulsou todos de casa. Também não podemos nos ver hoje, pois meu pai proibiu, por causa do soco que dei em meu tio. E para finalizar, vovó ameaçou pedir a guarda de Gustavo a justiça. – eu disse, talvez sendo mais tranquilo que o necessário, pois Lucas ficou longos segundos calado do outro lado da linha.

- Então amanhã a gente se fala. – ele finalmente falou, e o pior, foi que antes que eu pudesse falar alguma coisa, Lucas desligou em minha cara, sem se despedir. Não sabia o que pensar daquilo e não fazia a mínima ideia de porque ele estava agindo daquela maneira, ou talvez preferisse acreditar que não sabia. Mesmo que isso não fosse algo que eu normalmente faria, escolhi acreditar que estava tudo bem e esperar o próximo dia para que nós pudéssemos conversar.

••

- Já estou descendo! – falei enquanto terminava de me arrumar rapidamente. Era por volta das dez da manhã e Felipe havia ligado minutos antes avisando que estava saindo da faculdade e que passaria por minha casa para irmos à agência. Agora, Felipe havia ligado novamente informando que já estava em frente a minha casa.

- Estou esperando! – disse ele, deixando claro pelo tom de sua voz que estava sorrindo. Então desci as escadas correndo e quando cheguei à cozinha, encontrei papai e Maria. Ela lavava louças e meu pai terminava de tomar café. Ele logo me olhou de esguelha, estranhando a forma na qual estava vestido.

- Aonde você vai? – perguntou Doutor Augusto, franzindo a testa.

- Sair com Felipe. – eu disse, indo até a geladeira e pegando uma maçã.

- Aonde?

- Ele me chamou para conhecer a agência onde trabalha! – expliquei enquanto mordia a fruta de forma apressada. – Tenho que ir! Thau. – falei, saindo da cozinha as pressas e correndo para encontrar Felipe.

Quando saí para fora de casa, sorri ao vê-lo dentro de seu carro, me esperando com um sorriso estampado no rosto, mas antes que pudesse falar alguma coisa, ergui meu olhar para casa de Lucas e o vi sair pelo portão. Ele ainda não havia me visto, pois estava de costas, por isso não pensei duas vezes.

- Pode me esperar mais um pouco? – pedi para Felipe, que me olhou dos pés a cabeça, fez careta e afirmou positivamente.

- Tudo bem. – ele disse. Então o que fiz em seguida foi atravessar a rua correndo até a casa de Lucas, e assim que subi na calçada, ele se virou para mim e pareceu surpreso ao me ver.

- Bom dia! – eu disse, sorrindo para ele que não falou nada. Apenas sorriu torto. – Já está de saída? – perguntei. Nós dois estávamos parados no portão.

- É! Só vou pegar a mochila para sair. – disse Lucas, me olhando dos pés a cabeça. – Vai sair? – questionou ele. Tentei não sentir um nó na garganta ao perceber que ainda havia hematomas em seu rosto.

- Felipe me convidou para conhecer a agência onde trabalha. Ele quer me apresentar alguns amigos. – eu disse, o observando, e por incrível que pareça, Lucas não esbanjou nenhuma reação. Ele apenas afirmou com a cabeça. – Está tudo bem pra você? – perguntei, franzindo minha testa. Seu sorriso forçado não me convenceu.

- Claro! Sem problemas! – disse ele, com um sorriso ainda mais falso. – Acho que ele está te esperando. – disse Lucas, apontando com os olhos na direção do outro lado da rua. Felipe nos observava.

- Está tudo bem com você, Lucas? –perguntei já achando tudo aquilo estranho demais. Ele deu os ombros.

- Claro! Vou pegar minha mochila e ir para o trabalho, ok? Depois a gente se fala. – disse ele, completamente seco e logo me dando as costas. Fiquei ali, parado e olhando ele entrar em casa para pegar sua mochila. Lucas nem se quer me beijou como sempre fazia. Ele estava tão... Estranho.

Não esperei que Lucas voltasse e logo voltei até Felipe, que saiu do carro quando me aproximei. Fiquei sem graça quando vi a forma que estava vestido. Ele usava apenas uma bermuda fina estampada azul, uma camisa regata branca, mostrando seus braços fortes e chinelas havaianas brancas. Felipe também usava óculo escuro que escondia seus olhos. Seu cabelo estava impecável como sempre.

- Onde pensa que vai arrumado desse jeito? – perguntou ele, quando me aproximei. Felipe ria.

- Você vai trabalhar assim? – questionei, vendo ele se divertir com minha pergunta.

- Não importa como me visto, já que lá eles irão me arrumar! – disse ele. Franzi a testa com seu jeito descontraído e sem falar nada, corri na direção de casa. – Aonde você vai? – perguntou Felipe, vendo que eu entraria em casa.

- Trocar de roupa! – eu disse, já entrando. A única coisa que escutei em seguida foi sua risada.

Subi rapidamente até meu quarto e em cinco minutos, tirei minha calça e vesti uma bermuda jeans. Também acabei pegando um boné que vi em cima de minha cama e o coloquei. Depois disso, desci as escadas correndo e quando cheguei ao lado de fora, fiquei paralisado ao ver Lucas conversando com Felipe atrás do carro. Felipe estava encostado nele e não me viu, mas Lucas me encarou nos olhos. Ele tentou disfarçar e pude perceber que falou algo disfarçadamente para Felipe, que olhou para trás e me encontrou. Eu então me aproximei dos dois e notei que Felipe estava estranho, de cabeça baixa, enquanto Lucas o observava.

- Está tudo bem aqui? – perguntei desconfiado. Felipe me olhou e deu um sorriso sem graça.

- Só estava pedindo desculpas a Felipe pelo outro dia. – falou Lucas, sem tirar os olhos de Felipe que evitou olhá-lo.  – Bom, vou indo! Estou atrasado. Se cuida, ok? – disse Lucas, passando a mão pelo meu ombro e me olhando rapidamente, e foi nesse momento que tive certeza de que algo estava errado. Algo nos olhos de Lucas me deixou nervoso.

- O que estavam conversando? – perguntei para Felipe quando ficamos sozinhos.

- Ciúmes? – brincou ele. – Agora sim você está vestido adequadamente! – ele falou, já mudando de assunto. Apenas revirei os olhos e não disse mais nada.

••

- Não vai mesmo me contar, não é? – perguntei quando paramos num sinal. Felipe e eu já estávamos a caminho da agência.

- O quê?

- O que você e Lucas estavam conversando! – falei sério. Ele revirou os olhos, negando com a cabeça e dando partida no carro quando o sinal abriu.

- Ele estava me pedindo desculpas, não lembra? – falou ele, tranquilamente. Se fosse com outra pessoa, Felipe até teria me convencido, mas nós estávamos falando de Lucas!

- De ontem pra cá, Lucas tem agido de maneira estranha e tenho quase certeza de que você sabe o motivo. – afirmei. Felipe novamente riu. se divertindo com meu estresse.

- Não surta Gui! Falei com Lucas por cinco minutos. Não daria tempo dele me falar sobre os problemas de vocês e eu não seria a pessoa certa para Lucas conversar sobre isso. – resmungou Felipe, pondo um fim naquele assunto.

A agência ficava num lindo prédio num bairro não muito longe de minha casa. Felipe estacionou o carro no estacionamento que ficava ao lado da agência. Nós havíamos passado metade do caminho calados, já que eu ainda estava chateado por Felipe não me contar o que Lucas havia lhe dito.  E nós continuamos assim até entrarmos no prédio.

Por dentro, o lugar era incrivelmente lindo e bastante moderno. Na recepção, passamos por uma recepcionista que nos cumprimentou e não pude deixar de notar o quanto ele se derreteu quando Felipe a cumprimentou. Tentei não rir daquilo quando nós entramos no elevador. Sabia que ele estava me olhando de esguelha, mas o ignorei completamente.

Quando o elevador chegou ao andar que ficaríamos, segui Felipe por um corredor que levou a porta de uma sala e fiquei completamente surpreso quando ele abriu a porta sem ao menos bater.  O local parecia ser a sala de alguém, já que parecia ser um escritório. O lugar era grande e por todos os lados havia pôsteres gigantes de modelos lindos e extremamente sexys, mas deixei de admirá-los assim que notei que não estávamos sozinhos. No sofá grande que ficava na lateral da sala, perto de uma enorme janela de vidro, estavam sentadas cinco pessoas. Duas mulheres e três caras, que pareciam bastante animados.

Odiava chegar num lugar em que todos paravam para me olhar, e foi exatamente isso que aconteceu quando Felipe e eu entramos naquela sala. Todos pararam o que fazia e olharam em nossa direção. Minhas bochechas devem ter corado rapidamente quando vi todas aquelas lindas pessoas me olhando nos pés a cabeça.

- Lipe! – disse uma mulher que eu não havia notado quando entrei naquele lugar. Ela estava sentada atrás de uma enorme mesa de vidro, por isso, logo adivinhei que ela era a chefona, pois era a única ali que estava vestida socialmente, usando um blazer feminino. Ela era jovem e incrivelmente bonita.

- Olá, bom dia! Trouxe visita. – disse Felipe, sorrindo animadamente e levando uma de suas mãos até minhas costas. – Esse aqui é Guilherme! – apresentou ele, enquanto sua chefa se aproximou de mim. Ela era ainda mais simpática que Felipe, o que achava ser impossível. – Gui, essa é Roberta, a dona da agência. – disse ele enquanto observava sua chefa me abraçar e beijar meu rosto. Eu estava um pouco estático por causa de sua espontaneidade.

- Impressão minha, ou você está nervoso? – provocou Roberta, me fazendo corar rapidamente.

- Se ele não estava, acabou de ficar! – brincou um dos caras que estava ali. Todos riram, fazendo que eu ficasse ainda mais envergonhado.

- Ele é tímido pessoal! Pega leve. – disse Felipe, ainda com sua mão em minhas costas.

- Parece que alguém finalmente conseguiu conquistar o loiro. – cochichou uma das garotas para o cara o seu lado, mas não baixo o suficiente. Olhei rapidamente para Felipe, numa tentativa de entender o que aquilo significava, mas ele não me olhou. Em vez disso, seus olhos estavam fixos em Roberta, que olhou para seus modelos e respirou fundo antes de falar.

- Pessoal, o que estão esperando para irem trabalhar? – todos se colocaram de pé rapidamente quando Roberta falou, mas mesmo assim, não conseguiram esconder a graça em algo que estava acontecendo. Estava havendo uma troca de olhares entre aquelas pessoas e eu me senti completamente perdido.

- O que está acontecendo? – sussurrei para Felipe, que me olhou. Foi aí que notei suas bochechas muito vermelhas. Seus olhos pareciam um pouco assustados. E antes que ele pudesse falar alguma coisa, minha atenção foi atraída quando vi todos se moverem rapidamente para saírem da sala, deixando somente Roberta, Felipe e eu.

– Felipe! Também já estão te esperando! – disse Roberta com as sobrancelhas erguidas. Ele parecia distraído.

- Ah! Ok. Já estou indo chefa. – disse ele, rindo e olhando para mim. – Não vou demorar ok? – disse ele, me encarando.

- Eu espero. – falei, lhe dando um sorriso que ele retribuiu antes de sair da sala, deixando-me sozinho com Roberta, que voltou para sua mesa e começou a verificar algo em seu computador. Enquanto isso, comecei a observar os enormes pôsteres dos modelos que havia ali. E foi enquanto fazia isso, que acabei encontrando algo que me deixou boquiaberto.

Felipe estava sem camisa, usando apenas uma calça de cor branca, que estava aberto e revelando grande parte do que deveria estar escondido. O pôster era um dos maiores, por isso, me perguntei por que não o havia notado antes. Felipe tinha uma expressão séria e sexy no rosto que fez com que eu me remexesse onde estava. Fiquei vários minutos analisando aquela linda fotografia.

- Ele é lindo, não é? – perguntou Roberta, me surpreendendo.

- Sim! – falei um pouco envergonhado por estar deixando aquilo tão óbvio. - Ele está diferente nessa foto. – falei. Ela levantou de sua cadeira e caminhou até onde eu estava. Assim como eu, Roberta passou a observar a fotografia.

- Ele é um ótimo modelo. – disse ela, agora me olhando.

- Aposto que sim. Ele parece ser bastante responsável e maduro. – eu disse.

- Felipe é uma ótima pessoa. – disse Roberta, sorrindo. Retribuiu aquilo e continuei calado. – Ultimamente ele tem falado muito de você. – falou, me fazendo franzir a testa.

- Mesmo? – perguntei, com uma careta no rosto. Ela acabou rindo.

- Claro! Sou tipo sua confidente e ele sempre me conta sobre sua vida. – falou Roberta, me guiando até o sofá, onde nos sentamos. - E me disse que vocês se tornaram grandes amigos. – disse ela, parecendo me analisar.

- Ele é um cara bacana e um bom amigo. – eu disse, desviando o olhar para minhas mãos.

- O que acha de vermos como ele está se saindo no ensaio? – perguntou Roberta, num tom animado e logo ficando de pé. Eu acabei rindo com seu jeito extrovertido.

- Não vou atrapalhar? – perguntei, também ficando de pé. Ela deu uma risada irônica e logo cruzou seu braço no meu, enquanto caminhávamos até a porta.

- Claro que não! Só peço que se prepare para o que está prestes a ver. – um frio correu em minha espinha quando vi um sorriso malicioso surgir no rosto daquela mulher.

••

Puta que pariu!

Felipe estava seminu, usando apenas uma sunga preta. Também usava botas militares prestas que iam à altura de sua canela, e um óculos de nerd. Seu cabelo estava arrumado de forma moderna.  Felipe parecia à vontade, fazendo caras e bocas para o fotógrafo que o fotografava sem parar. Roberta lhe dava instruções enquanto meu amigo continuava fazendo posições extremamente sexys. Houve então um momento em que ela fez sinal para que eu me aproximasse e foi nesse instante que Felipe me notou ali. Seus olhos se arregalaram e ele ficou paralisado onde estava. Não consegui conter o riso.

- Qual foi Felipe? Nunca te vi com vergonha de ninguém, cara! – falou o fotografo, rindo enquanto continuava a tirar fotos. Roberta e eu nos olhávamos e riamos do jeito de Felipe, que pareceu travar com minha presença. Ele já não fazia mais tantas poses como antes.

- Ele está com vergonha de você. – Roberta cochichou em meu ouvido.

- Melhor esperar lá fora então! – eu disse e ela logo negou com a cabeça.

- Não! Senta aqui. – ela disse, me fazendo sentar numa cadeira que estava próxima. - Ele logo vai se soltar novamente. – garantiu ela, piscando para mim. Eu apenas franzi minha testa e voltei a olhar para Felipe. Ele continuou envergonhado, e mesmo assim, o fotografo não parou de tirar fotos.

Então aos poucos, Felipe voltou a se soltar como antes. Ele já não me olhava mais. Era como se estivesse fingindo que eu não estava mais ali, pois isso devia deixá-lo menos tímido. Já eu, fiquei calado durante maior parte do tempo, apenas observava o ensaio, mas acabei entrando numa enrascada quando um probleminha íntimo acabou surgindo quando eu menos esperei.

Merda! Eu estava excitado!

- Roberta? Onde posso beber água? – perguntei a olhando de forma desconfiada. Eu estava com as mãos sobre minha ereção, de forma disfarçada, tentando esconder aquela situação constrangedora. A chefa de Felipe sorriu simpaticamente e apontou para um canto da sala onde havia um bebedouro. Não era bem o lugar que eu esperava que ele estivesse, mas já que tinha aberto a boca, tinha que ir até lá. Então esperei que todos estivessem mais distraídos para que pudesse me levantar, e quando isso aconteceu, levantei da cadeira desajeitadamente e fui até o bebedouro o mais rápido que pude, sem chamar a atenção. Quando cheguei, fiquei de costas e comecei a respirar fundo numa tentativa de controlar o que estava acontecendo, mas enquanto bebia o quinto copo de água, senti uma mão em meu ombro e quando me virei, quase engasguei quando vi Felipe ali, na minha frente, vestido daquela forma. Ele logo começou a rir.

- Calma! – disse ele, ainda rindo.

- Você me pegou de surpresa! – eu disse, tentando não gaguejar. Felipe acabou franzindo a testa.

- Está tudo bem, Guilherme? – perguntou ele, me olhando dos pés a cabeça, e para piorar ainda mais a situação, seus olhos pararam em minha mão que escondia minha ereção. Seu olhar me deu a certeza de que ele havia notado aquilo, mas pra minha sorte, Felipe não falou nada a respeito. Isso não diminuiu minha vontade de sair dali correndo.

- Estou ótimo! – respondi, completamente sem graça. Um sorriso safado surgiu em seu rosto.

- Só mais uma hora e tudo estará terminado, para seu alívio. – disse ele, descendo olhos.

- Ok! – falei rapidamente, antes que seus olhos pudessem me alcançar. Felipe riu e antes que voltasse ao seu ensaio, piscou para mim, fazendo minhas bochechas corarem pela milésima vez naquele dia.

••

- Então, o que achou? – Felipe perguntou quando já estávamos em minha casa. Nós dois continuávamos dentro do carro. Já era noite, pois depois de sairmos da agência, havíamos passamos pelo shopping para comer algo. Também aproveitei a oportunidade para procurar por Lucas, mas um dos vendedores me informou que ele já havia voltado para casa.

- Todos são muito legais! Principalmente Roberta e Vini. – eu disse. Vini, ou seja, Vinícius, era um modelo que participou da sessão de fotos com Felipe, e num dos intervalos da sessão ele veio falar comigo e batemos um papo rápido. O cara não precisou me dizer que era gay, nem eu. De alguma forma, nós já sabíamos disso, por isso nos demos bem.

- Ele deu em cima de você? – perguntou Felipe, com as sobrancelhas unidas.

- Não seja tão protetor! Ele é um cara bacana. – eu disse, soltando meu cinto de segurança. Felipe resmungou algo inaudível, mas o ignorei. – Quando teremos nossa próxima aula de violão? – perguntei. Ele continuou de cara feia por alguns segundos, mas logo respirou fundo e deu os ombros.

- Amanhã? – perguntou, me encarando. Sorri largo.

- Combinado! – falei, já saindo do carro e em seguida vendo-o ir embora.

Quando entrei em casa, não encontrei ninguém a vista, por isso, subi rapidamente as escadas e fui até o quarto de Giovana, onde encontrei Clarisse colocando-a para dormir. Sorri com a cena e então fiquei ali por alguns minutos, babando pela minha irmãzinha. Segundo Clarisse, papai havia estava no hospital e Pedro havia levado Gustavo e Victor para comer algo em uma pizzaria, então, assim que deixei o quarto de Giovana, fui para o meu, e assim que entrei, fiquei imóvel quando notei aquela figura sentada em minha cama, com as luzes apagadas.

- Te assustei? – a voz de Lucas surgiu de forma mansa e logo o vi levantar.

- O que você está fazendo aqui sozinho e como entrou? – perguntei, levando minha mão até o interruptor para acender a luz, mas antes que eu o alcançasse, Lucas se aproximou rapidamente de mim.

- Deixa apagada! Quero namorar um pouco. – pediu ele. Sua voz estava estranha e diferente. Ele estava quase sussurrando.

- O que você tem? – perguntei já preocupado. Lucas então segurou minha mão e me levou até a cama, onde se sentou de frente para mim. Não conseguia ver seu rosto com perfeição, mas sabia que ele estava sério. – O que está acontecendo, Lucas? Desde ontem você anda distante de mim e me trata com frieza. O que eu fiz? – perguntei, sentindo um nó se formar em minha garganta.

- Não! Você não fez nada, Gui. Eu te amo! – ele falou de forma desesperada, segurando meu rosto com suas mãos e me abraçando com força em seguida. Fiquei sem entender tudo aquilo. Sabia que alguma coisa havia acontecido, mas tive medo de dizer algo, então, a única coisa que fiz foi abraçá-lo com a mesma força que ele me abraçava. – Só quero te amar essa noite e ter certeza de que você vai ser sempre meu. – Lucas sussurrou, com uma voz embargada perto de meu ouvido. Meu peito apertou instantaneamente. Aquilo era um sinal!

- Lucas, o que está acont... – eu ia falar quando ele me beijou, assim, do nada. Minha respiração logo acelerou com o beijo inesperado. Uma de suas mãos estava em minha nuca, enquanto a outra passava para minhas costas. Seus lábios sugaram os meus com vontade e eram lentamente chupados por ele. Então lentamente, acabei cedendo aos seus toques e suas cariciais. Entreguei-me a ele de corpo e alma.

Lucas inclinou seu corpo sobre o meu, me fazendo deitar na cama. Ele pousou em cima de mim com suas pernas, uma de cada lado, me deixando por baixo. Aos poucos, ele deitou seu corpo sobre o meu, deixando-nos completamente colados. Seus lábios logo começaram a desviar dos meus e percorrerem meu rosto, descendo lentamente até minha nuca. Suas mãos acariciavam minha cintura enquanto começavam a subir, levantando minha camisa e tirando-a aos poucos. Assim que fiquei sem ela, Lucas se desfez da dele, logo voltando a colar seu corpo ao meu. Estremeci ao sentir nossos peitos nus e quentes se encontrarem. Ele continuava a me dar beijos e leves chupadas no pescoço, enquanto eu começava a acariciar suas costas. Desci minhas mãos lentamente pelas covas de suas costelas até chegar ao cós de sua bermuda, que comecei lentamente a descer e passar minhas mãos por sua bunda. Lucas suspirou um pouco forte ao sentir meu toque. Então aos poucos, nós dois nos despindo, tirando peça por peça das roupas que nos restavam. Nossos beijos ficaram cada vez mais profundos. As mãos de Lucas caminhavam por todo meu corpo e seus dedos deslizavam suavemente pela minha cintura até minhas pernas.

- Eu te amo. – ele ofegou com seu rosto colado ao meu. Pude sentir sua respiração e ele logo voltou a me beijar, nos girando na cama e me fazendo ficar por cima. Sua língua vasculhava cada centímetro de minha boca e seus lábios chupavam os meus, os deixando húmidos. Lucas começou a abrir minhas pernas, fazendo com que eu me sentasse em seu colo, e assim que fiz isso, ele segurou seu pênis e começou a encaixá-lo em mim, me fazendo gemer ao sentir a glande entrar e logo me invadir, causando aquela sensação estranha e prazerosa. Lucas continuou forçando até que eu pudesse senti-lo inteiramente dentro de mim, dando início a aquela sensação de prazer.

••

Aquela foi uma transa diferente e estranha. A forma na qual Lucas me tratou na cama... Seu jeito calmo e carinhoso, as juras e mais juras de amor, me fizeram estranhar aquela situação. Foi uma noite ótima como várias outras, mas de alguma forma, foi como se aquilo tivesse deixado um vazio dentro de mim, principalmente quando Lucas não disse uma só palavra se quer quando terminamos de fazer amor. Ele apenas me abraçou forte e deixou seu rosto escondido em minha nuca, me cheirando como sempre fazia quando dormíamos juntos.

Não sabia se ele havia dormindo, a única coisa que escutei, foi sua respiração, seguida de vários suspiros. Já eu, demorei a dormir novamente. Estava perdido em pensamentos, distante, curioso e de certa forma, com medo do que o comportamento de Lucas podia significar.

Então na manhã seguinte, quando acordei, já imaginava que ele não estivesse na cama, ao meu lado. Lucas devia ter levantado cedo para ir ao trabalho. Eu ainda estava sem roupa, por isso, antes de levantar, peguei minha cueca que estava jogado ao lado da cama e a vesti. Em seguida, levantei e fui em direção ao banheiro para lavar o rosto. E foi quando voltei para arrumar meu quarto que meus olhos logo encontraram aquela carta. 

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