non-kisses

By evolvelarry

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A rivalidade entre eles nasceu quando ainda eram crianças e, sendo absolutamente honesto, Harry não acredita... More

Capítulo Um - Três Décimos
Capítulo Dois - Trégua
Capítulo Três - Telhado
Capítulo Quatro - Tentativa e erro
Capítulo Cinco - Tiranossauro Rex
Capítulo Seis - Terças-feiras
Capítulo Sete - Tem certeza?
Capítulo Oito - The 100
Capítulo Nove - Tutti-frutti
Capítulo Dez - Thor (parte 1)
Capítulo Onze - Thor (parte 2)
Capítulo Doze - Talvez
Capítulo Treze - Tangível
Capítulo Quatorze - Tortas de Abóbora
Capítulo Quinze - Todas as Estrelas do Céu
Capítulo Dezesseis - Tão Apaixonado
Capítulo Dezessete - Transigir
Capítulo Dezoito - Treze minutos
ESPECIAL DE NATAL
Capítulo Dezenove - Trancados
Capítulo Vinte - Together? Together.
Capítulo Vinte e Um - Terra
Capítulo Vinte e Dois - Tranquilidade
Capítulo Vinte e Três - Transato
Capítulo Vinte e Quatro - Toques e beijos
Capítulo Vinte e Cinco - Telefonema
Capítulo Vinte e Sete - Tudo errado
Capítulo Vinte e Oito - Tentando
Capítulo Vinte e Nove - Ter tudo
Capítulo Trinta - Tudo bem
Capítulo Trinta e Um - Testando o terreno
Capítulo Trinta e Dois - Tanto tempo
Capítulo Trinta e Três - Troca
Spotlight
Capítulo Trinta e Quatro - Triunfo
Capítulo Trinta e Cinco - Times Square
Capítulo Trinta e Seis - Styles
Capítulo Trinta e Sete - Tomlinson
ESPECIAL (bônus - parte I)
ESPECIAL (bônus - parte II)
Cenas deletadas
Agradecimentos
ESPECIAL DIA DOS NAMORADOS

Capítulo Vinte e Seis - Término

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By evolvelarry

Harry questiona-se se agora ele será considerado uma pessoa impulsiva, ou se essa explosão é um caso isolado. Talvez o ajude no futuro, quando ele tiver coragem de conversar sobre todas as atitudes de sua mãe que o fizeram sentir-se mal.

Outro pensamento que passa por sua cabeça enquanto sua mãe processa o que ele acabou de dizer: ser covarde é uma grande merda.

— Antes que você me pergunte se eu tenho certeza ou diga que é uma fase — começa Harry, aproveitando-se do silêncio. Agora que a merda está feita, é melhor acabar logo com isso. — Eu tenho uma pessoa, ok? E isso não muda absolutamente nada na pessoa que eu sou. Continuo o mesmo Harry estudioso e que fica longe das drogas.

Sua mãe olha para ele, bem fundo em seus olhos e sorri, suavemente.

— Ok, querido. Acredito em você, só estou... surpresa — diz ela com carinho, pegando Harry totalmente de surpresa. — Obrigada por ter compartilhado isso comigo, imagino que deve ter sido muito difícil.

Ele hesita e avalia a expressão facial no rosto dela, buscando qualquer sinal que contraria as palavras doces. Mas não há.

— Eu... — começa ele dando a volta da mesa de centro para se sentar ao lado dela. — Isso significa que está tudo bem? Estamos bem? — Questiona fitando suas mãos, as quais ainda seguram a autorização de viagem. Ele estende o papel e o deixa em cima da mesa.

— Claro que estamos bem, querido — responde sua mãe passando os braços por seu ombro, puxando-o para perto. — Saber que você está longe das drogas realmente conforta meu coração, mas eu ouvi você dizer que tem um namorado?

Harry congela e se não fosse pelo abraço, daria um jeito de escapar dali.

— Nós não estamos namorando — diz rapidamente. — É complicado, mas estamos caminhando para isso, eu acho — responde ele tentando encolher os ombros e demonstrar que não é nada demais.

— Hmm... entendo — diz sua mãe. Eles ficam alguns minutos em silêncio, até que ela solta. — É Louis, não é? Aquele jantar que você preparou, era um encontro?

— Em minha defesa — começa Harry —, eu não planejei que fosse um encontro. Apenas aconteceu.

— Sei... — provoca sua mãe, fazendo-o revirar os olhos. — Mas fico feliz que você me contou agora, quando vocês ainda não avançaram no relacionamento. Me sentiria péssima se não conversasse com você sobre usar preservativo.

Como se a conversa não pudesse ficar mais constrangedora, sua mãe diz isso, fazendo Harry se levantar com um pulo, decidindo que está ótimo de informações por hoje, sua mãe pode descobrir sobre o resto depois.

— Não precisamos conversar sobre isso agora. Boa noite — diz Harry deixando a sala, ignorando os chamados de sua mãe.

— Eu só quero que você se cuide, querido! — Grita ela a suas costas. — Podemos conversar sobre isso depois!

— Sim, claro — grita em resposta enquanto sobe as escadas rapidamente, sentindo seu rosto quente.

[...]

Na manhã seguinte, sua mãe prepara o café da manhã e insiste que eles conversem sobre "a importância do preservativo no sexo anal". Harry sente que poderia morrer de vergonha.

Nunca passou pela sua cabeça ter esse tipo de conversa com sua mãe, principalmente considerando que ele não esperava perder a virgindade no ensino médio.

Por mais que assegure a ela que está ciente das DSTs, ela insiste em dar a ele um folder. Onde diabos ela arrumou aquilo não é possível saber, mas como ela guardar um monte de tralhas em seu escritório, Harry desconfia que ela passou a noite procurando.

Harry apenas quer chegar logo na escola e contar a Louis sobre tudo. Ele sabe que poderia ter mandando uma mensagem ou telefonado, mas dizer pessoalmente parece bem melhor.

Felizmente o trajeto até a escola é curto, de modo que sua mãe não consegue tempo o suficiente para fazer muitas perguntas ou voltar no assunto de preservativos.

Enquanto esperam na fila de carros entrando no estacionamento ou deixando os alunos na entrada principal, ela se vira para Harry e pergunta:

— Você gosta desse garoto? Louis?

Harry sorri e desvia o olhar, pensando nos olhos bonitos e muito azuis de Louis. Em seu sorriso largo e brilhante e em seu cabelo castanho. Ele pensa na maneira como Louis olha em sua direção quando estão sozinhos. Ou quando estão em público, mas se encaram como se estivessem sozinhos.

Inevitavelmente ele pensa sobre o corpo de Louis e em seus dedos passando por ele. A maneira como Louis lambe o lábio inferior e coloca a mão em sua cintura.

— Sim — responde Harry consegue desviar seus pensamentos de volta a realidade. — Eu gosto.

— Louis é um bom garoto — comenta sua mãe —, muito educado e gentil. Lembro quando ele me procurou para falar sobre sua festa de aniversário e organizou tudo praticamente sozinho. Não é ele que sempre tira notas boas?

— Sim — responde Harry orgulhoso enquanto pega sua mochila do chão e solta o cinto de segurança, se preparando para descer.

— Ah, que gracinha! Bonito e inteligente, que partidão — disse sua mãe sorrindo em sua direção.

— Jesus Cristo, mãe, podemos parar de falar sobre Louis? Já estou envergonhado o suficiente por uma vida toda.

Sua mãe estaciona em frente à escola, mas coloca a mão me seu braço, impedindo-o de sair.

— Apenas fico feliz sabendo que você encontrou uma pessoa boa para você. Acho que vocês são perfeitos um para o outro. Pode ir agora, boa aula — diz soltando seu braço.

Harry desce murmurando um "tchau" fraco, perguntando-se em que tipo de realidade alternativa ele caiu.

Assim que entra na escola, ele vai até o armário de Louis, esperando encontrá-lo antes da aula começar. Felizmente ele o encontra onde esperava, com o armário aberto procurando alguma coisa.

— Louis — chama Harry se aproximando.

Louis olha em sua direção e sorri ao vê-lo, surpreso. Antes que possa dizer qualquer coisa, Harry o abraça apertado.

— Eu contei a ela ontem à noite — diz Harry ainda abraçando-o. — Sobre mim. Ser gay. E deu tudo certo.

— Meu Deus! Sério? — Pergunta Louis abraçando-o fortemente. — Estou muito feliz por você, babe.

Harry sorri e fecha os olhos. Ele também está muito feliz.

[...]

Cerca de quinze minutos após a primeira aula começar, sua mãe manda uma mensagem. Harry franze o cenho e desbloqueia o celular, pois ela nunca manda nada quando sabe que ele está na escola.

Harry, desculpa não ter dito noite passado que eu amo você. Fiquei atordoada com as informações e depois preocupada.

Mas eu te amo. Beijos.

Ele responde dizendo que a ama também e depois guarda o celular, sorrindo.

[...]

Durante o almoço Harry conta aos meninos sobre sua mãe. Não é comum para ele chegar contando coisas tão pessoais assim, geralmente envolve longos monólogos internos antes de abrir a boca.

Neste dia, contudo, ele simplesmente solta a notícia.

Seus amigos ficam felizes por Harry e ele consegue ver que é genuíno, e esse momento aquece seu coração.

— Senão fosse pela prova de Literatura amanhã, nós poderíamos sair para comemorar — comenta Liam e Harry congela por dois segundos, tentando lembrar de qual prova ele está falando. — Vocês já estudaram?

— Ainda não — responde Niall. Louis e Zayn assentem como resposta.

— Vou ler minhas anotações hoje à tarde — responde Harry relaxando, agradecendo a si mesmo por ter deixado a matéria em dia na semana passada. — Mas podemos sair no final de semana. Ou não. Não sei. Só consigo pensar na competição — adiciona.

— Vai dar tudo certo na competição — disse Louis —, certo? — Questiona virando-se para Harry, como se apenas depois da confirmação dele pudesse afirmar.

— Certo — concorda ele, sorrindo.

[...]

Na quinta-feira eles decidem ir direto para a casa de Harry, para passarem mais tempo juntos, uma vez que não há reuniões neste dia.

— Você não se incomoda de estudar na minha cama? Podemos descer se você quiser. Ou trocar de lugar — sugere Harry quando eles chegam.

— Não me importo de ficar na sua cama — responde Louis seguindo-o para dentro. — Ei, como você foi na prova de ontem? Esqueci de perguntar.

— Bem, eu acho — responde Harry trancando a porta da frente. — Achei mais difícil que as anteriores, e você?

— Não diria "mais difícil", mas definitivamente mais chata para responder — diz ele e Harry assente.

Quando chegam ao quarto, Louis vai direito para a cama de Harry, abre a mochila e pega seus óculos antes de tirar o celular do bolso, provavelmente para avisar sua mãe que não está na escola.

Harry senta na cadeira da escrivaninha e o observa, resistindo ao impulso de ir para a cama também. Ele sabe que se Louis se tornar uma distração grande demais ele terá de estudar sozinho, porque não pode se dar ao luxo de perder horas de estudo dias antes da semifinal.

Louis deve pensar da mesma forma, o que também ajuda a Harry a virar sua cadeira e abrir sua mochila. Pelo menos de costas a possibilidade de cair em tentação é menor.

Menor e não nula, porque ele ainda está muito consciente de Louis atrás dele, provavelmente umedecendo os lábios enquanto grifa alguma coisa, os óculos na ponta do nariz e o cabelo quase cobrindo os olhos.

A imagem se monta com tanta facilidade na mente de Harry que ele se sente obrigado a olhar para trás e confirmar se Louis encontra-se na posição imaginada.

Ele olha por cima do ombro discretamente e por breves segundos, sorrindo ao ver que Louis está do jeitinho que ele pensou, quase parecendo um sonho.

— Disse alguma coisa? — Pergunta Louis e Harry balança a cabeça, voltando a olhar para seu livro.

Os minutos se arrastam e Harry consegue manter-se concentrado por vinte minutos inteiros, antes de olhar por cima do ombro novamente, internamente se perguntando porque essa obsessão em observar Louis estudando.

Sua consciência responde com "porque ele tá sexy pra caralho" e Harry pensa em como, de fato, ele se sente atraído por homens inteligentes. Mais especificamente Louis.

Harry bufa frustrado e apóia a cabeça na mesa, tentando ignorar a voz em sua cabeça que conta qual foi a última vez que eles fizeram sexo. Isso não deveria ser relevante, mas, de certa forma, consegue distraí-lo.

— Está tudo bem, Harry? — Questiona Louis a suas costas.

Ele levanta a cabeça e olha na direção de Louis, encolhendo os ombros.

— Não consigo me concentrar — lamenta ele, fazendo Louis sorrir suavemente.

— Vem cá — chama ele afastando seus livros e abrindo as pernas, para que Harry possa deitar junto com ele.

Harry sabe que Louis não está chamando-o com segundas intenções, mas não consegue evitar de beijá-lo quando finalmente chega em seus braços.

Louis não parece surpreso e sorri contra seus lábios, enquanto empurra ainda mais seus cadernos para o lado, até Harry conseguir deitar-se confortavelmente em cima dele.

São beijos e beijos, lentos e intensos que não os levarão a lugar algum, mas é bom e reconfortante em muitos níveis. Harry sente tantas emoções — um misto de sentimentos, todos bons.

Em determinado momento, entre um beijo e outro, eles se separam e se encaram com sorrisos bobos nos lábios. Harry pergunta-se se seus olhos estão tão brilhantes como os de Louis.

Há tanta suavidade nos olhos azuis e alguma coisa que parece carinho.

E Harry espera que Louis consiga ver seus sentimentos e entendê-los, encontrar a adoração que existe a ali e fazer algo a respeito, pois Harry ainda não sabe interpretar os olhos azuis.

Se as coisas fossem fáceis (ou o mais fácil que pudesse ser na situação deles), Harry faria uma loucura e diria "Baby, é o seguinte, eu estou apaixonado por você. Profundamente", mas ele se contenta em beijar Louis.

Entretanto, parece que sua represa interior foi destruída na noite passada e agora ele não consegue conter mais as coisas dentro de si. Ele sente que acabará dizendo uma bobagem eventualmente, mas, até lá, Harry pretende pensar antes de agir.

Não que ele esteja pensando muito neste momento — beijando Louis com a porta aberta —, pois escuta muito tarde quando sua mãe diz:

— Querido? Já está em casa?

Ele se afasta de Louis com um pulo e se joga para o lado, com o coração batendo forte e os lábios vermelhos. Infelizmente, ele rola em direção ao chão, caindo de costas em seu tapete.

— Porra... — solta sentindo o choque em seu cotovelo.

— Louis, oi — cumprimenta sua mãe —, que surpresa encontrá-lo aqui, achei que estavam estudando na escola.

Harry tenta olhar para cima e ver a expressão facial de Louis, mas tudo que consegue ver é ele limpando os lábios discretamente.

— Resolvemos mudar os ares hoje — responde Louis rindo. — Nossa, meu celular está aqui, Harry. Achei que tinha caído embaixo da cama — adiciona ele, provavelmente para a mãe de Harry.

Aproveitando-se da deixa, Harry se levanta, pensando em como Louis é, de fato, inteligente.

— Oi, mãe, chegou cedo — comenta ele tentando soar casual.

— Queria comer alguma coisa com calma em casa, depois vou trabalhar em casa — responde ela encarando Harry com um sorriso sugestivo, indicando Louis com o olhar. — Vocês estão com fome?

— Estou — responde Louis se levantando —, Harry não me ofereceu nada — disse olhando em sua direção e Harry revira os olhos.

— Nós acabamos de chegar, Tomlinson — responde ele. — Mãe, pode ir descendo, vou lavar as mãos e fechar minhas canetas.

Sua mãe assente e deixa o quarto. Quando Harry escuta os passos dela descendo as escadas, ele murmura para Louis.

— Talvez eu tenha comentando com ela sobre a gente, apenas superficialmente.

— Tá de sacanagem — responde Louis tirando seus óculos e deixando-os em cima da cama. — Como vou olhar nos olhos dela depois disso?

— Do mesmo jeito que eu olho pra Jo toda vez que a vejo, baby — responde Harry entrando em seu banheiro. Louis o segue, resmungando.

E Harry não consegue evitar de sorrir.

[...]

Quando Harry recebe sua prova naquela segunda-feira, dia doze de abril, ele tem certeza que a professora entregou errado, mas então ele percebe seu nome no topo da folha.

"Harry E. Styles" seguido do número oito e meio.

Ele passa os olhos rapidamente pela prova, procurando seus erros e verificando se a correção poderia estar errada, porque ele nunca tirou uma nota tão baixa quanto aquela.

Oito e meio em Literatura avançada no último ano.

Primeiro teve o ponto perdido em Geografia na semana passada, agora isso.

Naquele momento, Harry sabe que perdeu o primeiro lugar no ranking, não por saber todas as notas de todos os seus colegas, mas pela certeza de que em toda sua vida acadêmica, nunca tirou notas tão baixas em um período de tempo tão curto.

Harry sabe que aquilo não irá manchar seu histórico nem o prejudicar na competição. Além disso, suas outras notas estão excelentes.

Após se recuperar do susto e aceitar que a correção está correta, ele olha para Louis, o qual já estava olhando em sua direção, parecendo terrivelmente preocupado.

— Harry, eu sinto muito — murmura ele.

— Por quê? — Questiona Harry franzindo o cenho. É uma nota ruim, há uma primeira vez para tudo e ele não está se sentindo mal por isso. Pois simplesmente acontece. — Isso? — Pergunta erguendo sua prova — não é nada demais, sério. Quanto você tirou?

Louis desvia o olhar e encara sua carteira, olhando para sua prova, a qual está virada para baixo, escondendo a nota.

Por um segundo terrível, Harry pensa que Louis foi muito mal, mas então ele levanta a prova, mostrando um dez enorme e Harry relaxa.

— Parabéns, Lou — disse ele sorrindo.

Quando Louis não olha em sua direção e abaixa a cabeça, Harry percebe que há algo errado, mas é difícil adivinhar o que é quando olha para a nota máxima de Louis.

— Sinto muito — murmura Louis novamente e então Harry entende.

— Está tudo bem — garante ele estendendo sua mão para tocar o braço de Louis, o qual nem parece sentir o toque, perdido em seus pensamentos.

[...]

Louis permanece distante o resto do dia; estranhamente quieto mesmo após Harry garantir que sua nota não o afetou.

Alguns meses atrás ele estaria surtando com isso, melhor dizendo, alguns meses atrás Harry jamais iria tirar uma nota tão baixa, mas ele não deseja que as coisas voltem a ser como era antes em nenhum momento.

Apesar disso, ele sente seu coração em paz; e isso importa mais que o ranking da escola, o qual ele e Louis já haviam decidido ser irrelevante.

Ainda assim... Louis parece estranho.

— Podemos passar na livraria hoje à tarde? — Pergunta ele depois do almoço.

— Claro — responde Harry, um pouco aliviado com o pedido de Louis, tendo a certeza de que irá descobrir o que o preocupa, de modo que poderá ajudá-lo.

Como segunda-feira é dia de reunião na escola, eles precisam esperar mais algumas horas antes de finalmente seguirem para a Livraria das Corujas.

Louis estaciona na parte detrás da livraria e quando Harry desce apenas com seu celular em mãos, Louis pede que ele leve sua mochila também.

— Você vai me contar porque agiu estranho o dia todo? — Pergunta Harry abrindo a porta do carro para pegar sua mochila.

— Sim, vamos para o telhado, tudo bem?

Harry assente e o segue até a entrada principal. Louis sobe imediatamente, mas Harry vai até Jo, cumprimentá-la, pois por mais importante que seja sua conversa com Louis, ele não pode simplesmente ignorá-la.

— Oi, Jo, como vai? — Disse se aproximando do caixa, onde Jo organiza uma pilha de livros.

Ela se vira em sua direção e sorri.

— Harry! Que surpresa boa — disse sorrindo em direção a ele. — Louis, não me disse que vocês viriam hoje. Eu estou bem e você?

— Tirei uma nota meio feia hoje, oito e meio, mas estou bem — comenta encolhendo os ombros, engatando em uma conversa com Jo sobre a prova de Literatura.

[...]

— Ei, sabe o que sua mãe estava me contando? — Pergunta Harry abrindo as portas do telhado, cerca de quinze minutos depois — fizeram uma raspadinha de chiclete! Acredita nisso? Aposto que é mais nojenta que a de tutti-frutti.

Ele caminha até onde Louis está, apoiado no parapeito, observando a cidade. Seu corpo está tenso e, quando olha para Harry, há dor e resignação em seu olhar, e ele imediatamente sabe que tem algo errado. Bem mais errado do que estava naquela manhã.

— Está tudo bem? — Pergunta Harry se aproximando até tocar o braço de Louis com a ponta dos dedos, mas o outro se afasta e desvia o olhar.

— Precisamos conversar — diz baixinho, ainda fitando o chão.

Harry trava e sente que algo está terrivelmente errado, mas decide não se precipitar. Qualquer que seja o problema, eles podem resolver; qualquer que seja a insegurança de Louis, Harry pode passar tranquilidade a ele.

— Ok — disse Harry se aproximando lentamente, sem tocar Louis. — Pode falar — adiciona uma vez que Louis ainda não abriu a boca.

— Isso... precisa parar — disse ele olhando para cima, rapidamente fitando o rosto de Harry antes de olhar para o horizonte.

— Eu brincando com suas péssimas escolhas para sabor de raspadinha? — Questiona Harry tentando manter o tom leve e descontraído. Por dentro, ele sente seu estômago se revirar em antecipação.

Louis olha em sua direção novamente, e mantém seu olhar fixo no dele quando diz:

— Eu, você... isso precisa terminar.

Dessa vez é Harry quem recua, chocado. Ele busca na expressão de Louis algum indício de mentira, torcendo para desvendar a brincadeira e voltar para como era, mas não encontra nada e desvia o olhar, sentindo-se incrivelmente vulnerável.

— E eu acho melhor a gente se afastar por um tempo, mas podemos ser amigos depois — adiciona Louis.

Harry levanta a cabeça no mesmo segundo, totalmente chocado com as palavras de Louis e, principalmente, com a sinceridade contida nelas.

Ele realmente achou que os dois estavam bem, na mesma maldita página, mas agora Louis está terminando com ele.

— Você está falando sério? — Pergunta ele cerrando os punhos. — Louis, isso é algum tipo de brincadeira?

— Estou falando sério, Harry. Não acho que devemos continuar nos vendo. Sinto muito. — Disse Louis firme, com o maxilar travado e olhos azuis um pouco desfocados.

— Você sente muito? — Grita Harry, inconformado — eu simplesmente não consigo acreditar que depois de tudo... depois de todos esses meses você está seriamente terminando comigo? — Louis assente, distraído, quase como se não estivesse prestando muita atenção.

Algo ferve dentro de Harry, fazendo suas unhas afundarem na palma da mão e seu coração bater mais rápido. Ele espera que Louis negue, que diga alguma coisa, mas nada vem.

Mas ainda podemos ser amigos, disse Louis, como se Harry realmente fosse conseguir manter uma amizade com ele depois disso.

— Estou, Harry. Não é nada com você, eu...

— Claro que não é nada comigo, por que o que eu fiz para você? — Grita ele, bravo pela calma e frieza de Louis, bravo com si mesmo por acreditar que eles poderiam ser alguma coisa.

Ele realmente pensou que os dois poderiam ir para faculdade juntos e... e o quê? Continuarem com isso durante a faculdade? Até quando?

Até quando Harry pretendia esconder que está apaixonado por Louis. Porra, ele foi tão idiota, cego, buscando sinais onde não haviam e fazendo metáforas com coisas não significam absolutamente nada.

Harry realmente achou que eles poderiam namorar de verdade, sem jogo de palavras e demonstrações de afeto disfarçadas. Mas eles não podem. E dói como Louis não parece sentir nada neste momento.

Então ele... estoura, porque não faz sentido mais guardar todos seus sentimentos dentro de si; não tem porque se afogar com as palavras não ditas.

— Eu não acredito que você fez eu me apaixonar por você para terminar comigo dessa forma! — Grita Harry, colocando sua mão ainda fechada em sua testa.

— Você está... apaixonado por mim? — Pergunta Louis chocado e a vontade de Harry é gritar de frustração.

— Estou! Eu estou, seu idiota, filho da puta — xinga Harry olhando bem no rosto surpreso de Louis. — Você esperava o quê? Hein? Depois de todos esses meses, depois de todos esses encontros. Era inevitável, Louis! —  Exclama Harry balança a cabeça em negação.

Não é possível que jamais passou pela mente de Louis que Harry poderia ter sentimentos por ele. "Mesma página" significava o que para Louis?

— Não estou terminando com você — disse Louis baixinho.

— Ah, não? Pois é o que está parecendo — retruca Harry. — Não consigo acreditar que eu fui tão idiota...

— Não posso terminar com você porque nunca namoramos — interrompe Louis —, estou apenas encerrando... — começa ele, mas se interrompe, buscando as palavras.

— Encerrando o quê, Louis? — Questiona Harry cruzando os braços. — Você não pode me beijar, fazer sexo comigo, me levar a encontros, me tratar como a porra do seu namorado e depois vir dizendo que não tivemos nada. Se você vai "encerrar" alguma coisa, faça isso direito e tenha coragem de dizer olhando nos meus olhos.

Harry fica encarando Louis, esperando que este olhe em seus olhos e diga de uma vez que está terminando com ele.

Uma parte de si simplesmente não consegue acreditar no que está escutando, mas, se Louis disser olhando em seus olhos, será o suficiente para o convencer.

— Ok, Harry, se você quer fazer isso da maneira mais difícil, vamos lá — começa Louis levantando o olhar. — Eu estou terminando com você — diz olhando em seus olhos, sem piscar, mas com olhos azuis opacos, perdidos, ainda assim, olhando no fundo de seus olhos.

— Muito obrigado — responde Harry antes de dar as costas a ele.

— Você não quer saber o motivo? — Grita Louis a suas costas, quando Harry já está perto da porta, o qual se vira lentamente na direção dele, um sorriso maníaco no rosto.

— Eu quero que você pegue seus motivos e enfie no seu rabo, seu desgraçado, e vá para o inferno com ele — disse Harry segurando a maçaneta da porta com força. — Eu odeio você — adiciona antes de abrir a porta e ir embora.

Harry desce as escadas com pressa, cada passo sendo mais difícil uma vez que seus olhos estão marejados.

Quando chega ao térreo, ele escuta a voz de Jo chamando por ele, mas a ignora e deixa a loja, soltando as lágrimas assim que pisa na calçada.

Por mais que tente segurar as lágrimas para um lugar mais reservado, Harry não consegue. Seu peito dói e ele luta para recuperar o fôlego em meio aos soluços enquanto caminha apressado pela rua, sem olhar para trás e para cima.

Ele chora o caminho todo para casa, primeiro com lágrimas rápidas e respiração ofegante; depois com lágrimas silenciosas e nariz escorrendo.

Harry chora porque percebe que ama Louis e está tudo acabado. Ele chora porque sente que teve seu coração quebrado pela certeza de que era correspondido. Chora porque tudo deve ter sido irrelevante para Louis, mas para ele, serão os momentos mais importantes de sua vida.

E ele também chora pelo amigo perdido.

📚

cena preferida? aposto q foi essa última rsrsrsrsrs

e ai tudo bem cm vcs?? kjjkkk ai gente quem terminou cm o harry foi o louis ok xinguem ele

a próxima att provavelmente sairá na outra semana; talvez eu poste algum spoiler/ trecho no meu twitter

espero q vcs fiquem bem e n desistam da fic neste momento de crise

até mais, anjos

xoxo, anna f.

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