Indômito

By EAnoniima

81.2K 4.5K 579

Tempos depois de começar a vingar a morte de sua mãe, Safrina Nieto retorna a Hausach, a pequena cidade onde... More

Prólogo
Capítulo 1| Retorno
Capítulo 2| Destruição
Capítulo 3| Sombras
Capítulo 4| Me Salve
Capítulo 5| Concentre-se
Capítulo 6| Mudanças
Capítulo 7| Noivado?
Capítulo 8| Direção
Capítulo 9| Desejo
Capítulo 10| Ações
Capítulo 11| Marcas
Capítulo 12| Verdades
Capítulo 13| Me Apaixonando Totalmente
Capítulo 14| Provocações
Capítulo 15| Aflição
Capítulo 16| Solitário Novamente
Quantos gritos cabem no seu silêncio?
Capítulo 18| Demônios
Capítulo 19| Novos laços
Capítulo 20| Lágrima maldita

Capítulo 17| Piedade

102 12 4
By EAnoniima

"Consumindo todo o ar dos meus pulmões

Arrancando toda a pele dos meus ossos

Estou preparado para sacrificar a minha vida

Eu faria isso até duas vezes, com prazer."

(Shawn Mendes – Mercy)

                                                                                 · Zac Müller ·

Um pequeno gesto que foi capaz de mudar tudo. Era a minha segunda chance de viver ao lado da minha amada e esse pensamento fazia com que um calor insano percorresse meu corpo. "Quando eu disse que o amava", novamente suas palavras invadiram minha mente e eu finalmente tinha percebido o que ela dissera antes de desmaiar. Eu a amava, estava nítido, e estava sendo correspondido.

Eu tinha esperança, ela havia me permitido ter. Um turbilhão de emoções me invadiu quando Safrina apertou a minha mão, poderia ser um gesto insignificante para alguns, mas foi tudo para mim. Saber que ela estava ali, não só fisicamente, mas sua alma, seus pensamentos, seu olhar, ela estava ali. Ela estava me escutando, ela se importava. Naquele momento tive certeza de que não viveria mais nenhum minuto sem ela, sem a minha companheira, sem o meu primeiro e único amor.

— Eu te amo. — Murmurei.

"— Eu te amo." Suas palavras ecoaram pela minha mente e algumas lágrimas rolaram pelo seu rosto. Seus olhos fixos nos meus.

Safrina estava com medo, por ter ficado tanto tempo sem falar, ela estava tendo dificuldade ao dizer aquela pequena frase, mas nem por isso me deixou sem respostas.

Não queria sair do quarto, deixá-la sozinha, mas tinha que avisar as enfermeiras, talvez se Safrina ouvisse de um profissional que sua fala voltaria com o tempo poderia se acalmar, e também tinha que informar os ministros. Levanto da poltrona e vou até a enfermaria, por sorte encontro Valentin conversando com uma enfermeira.

— Doutor, ainda aqui?

— Aproveitei para rever alguns exames, mas já estou de saída. — Ele disse, assinando uma folha.

— Safrina acordou. — Falei como se fosse um robô. Não sabia como me expressar, parecia que só Safrina soubesse o que eu realmente sentia, e era algo além da felicidade.

— Isso é ótimo, Zac! Vou agora mesmo vê-la. — Entregou o papel para a enfermeira e passou por mim, dando um leve tapinha em meu ombro, ele também estava feliz.

— Gostaria de acompanhá-lo, mas tenho que avisar os ministros. — Falei para ele, que apenas concordou com a cabeça e foi para o quarto onde Safrina estava.

Caminhei até o meu escritório e peguei o telefone que havia deixado sobre a mesa. Os ministros já deveriam estar em casa, então não iria perder tempo indo na sala deles. Disquei o número de Aaron, iria comunicar apenas ele, o único que foi respeitoso comigo, então pediria que ele repassasse a informação aos outros.

No segundo toque ele atendeu o telefone.

— Boa noite? — Disse, com a voz sonolenta.

— Boa noite, Aaron. Desculpe te acordar. — Apressei em dizer, percebi que não havia olhando as horas antes da ligação.

— Zac! Não precisa se desculpar! — Ele disse, gentilmente.

— Bom, eu gostaria de avisar que Safrina acordou. — Não consegui conter o sorriso.

— Que bom, Zac! Estou feliz por ter sido uns dos primeiros a saber!

— Gostaria que avisasse os outros.

— Claro, Zac! Lhe daria essa noite sem tormentos, deixaria para avisar pela manhã. Talvez assim eles o deixem em paz para descansar essa noite. — Ele se alegrou com a responsabilidade.

— Obrigado. Agora vou ver como está a minha mulher. — Disse, ansioso para vê-la logo.

— Certo, até amanhã.

— Até amanhã.

Desliguei o celular e o deixei na mesa, como estava antes. Voltei apressadamente para o quarto de Safrina, e assim que cheguei encontrei Valentin folheando algo ao lado dela.

— Zac, como ela ficou em coma por um período, e pelo que percebi a loba dela não caça a muito tempo, ela está desnutrida, está fraca. Ficará alguns dias na cadeira de rodas, apenas um meio para se locomover. — Ele disse ao perceber a minha presença.

— Certo. — Eu entendia o porquê daquilo e tinha certeza que assim sua recuperação seria mais rápida.

— Tudo bem, e antes que me esqueça, ela conseguiu murmurar algumas palavras que pedi, quer dizer que não ficou com sequelas na fala. Entretanto, ela está dificuldade para falar, o que é temporário, creio que em alguns dias ela estará falando normalmente.

— Em quantos dias? — Perguntei, direcionando meus olhos para ela.

— Depende do esforço dela, irei mandar um especialista aqui. — Ele diz sério. — Mas nada que vá prejudica-la, ela também precisa de repouso.

— Tudo bem. — Suspirei.

— Volto amanhã, às 13 horas.

— Como é? E se acontecer alguma coisa? — Falei, com pavor do que poderia acontecer.

— Não vai acontecer nada. E se acontecer, você irá ligar e eu irei estar aqui em minutos. Agora, eu preciso ir. — Falou, segurando meu ombro, tentando me trazer conforto.

Consenti com a cabeça e ele saiu. Fiquei encarando Safrina por alguns minutos. Ela dormia tranquilamente e aquilo me acalmou um pouco, bem pouco. Pensar nela sentada em uma cadeira de rodas, mesmo que fosse por um dia, fazia uma angústia crescer dentro de mim. E sem conseguir falar? Isso me matava! Ficar três semanas sem ouvir suas grosserias, seus ataques verbais contra mim e sem escutar seus trocadilhos sem graça, era de partir meu coração. Me machucava tanto.

Vou até o meu quarto para tomar um banho. Assim que termino pego meu travesseiro e uma coberta, volto para o quarto de Safrina e deito na poltrona. Pego no sono rapidamente, ultimamente o cansaço estava me vencendo sempre.

Ao acordar, sinto olhos sobre mim, viro em direção a sensação e pego Safrina me fitando. Abro um sorriso para ela que logo me retribui.

"— Oi." — Penso para ela.

Esperava ganhar um cumprimento de volta, um singelo "oi", mas Safrina balançou a cabeça devagar, um pedido silencioso para que eu parasse. Me assustei com aquela atitude. Ela estava incomodada comigo? Porque?

Levanto e vou em direção a ela. Safrina estava magra, muito magra. Não lembro de tê-la visto naquele estado crítico, não imaginava que podia chegar naquele ponto. Antes ela não estava assim, foi isso que Valentin quis dizer com fraca?

— Você quer tomar um banho? — Perguntei baixinho.

Ela afirmou com um pequeno aceno com a cabeça.

— Se você quiser, posso chamar uma enfermeira. — Disse, mas conhecia Safrina o suficiente para saber que ela não deixaria uma desconhecida toca-la. Ela negou com a cabeça.

Pego a cadeira de rodas que estava no canto do quarto, Valentin tinha mandado deixar ali, coloco ao lado da cama de Safrina. Ela não estava ligada aos tubos mais, o médico disse que não havia mais necessidade. A coloco na cadeira e a levo para o banheiro. Sinto que ela estava envergonhada, diria até que receosa.

— Não tem nada ai que eu já não tenha visto. — Murmurei e sorri.

Ela abriu um pequeno sorriso e abaixou a cabeça, estava triste. Peguei seu queixo, fazendo com que ela me encarasse.

— Você vai melhorar! Só precisa comer direitinho e rápido estará bem! — Falei, tentando acalma-la.

Comecei a tirar sua roupa, faltava apenas a calcinha e o sutiã quando um tapa me impediu de continuar.

— O que foi? — Perguntei assustado.

Não havia sido um tapa forte, era uma advertência. Ela colocou as mãos em frente aos seios, estava tampando. Sorri travesso ao perceber o que ela queria.

— Vai ficar azeda, não quer banhar direito. — Falei, sem conseguir me conter.

Ela me lançou um olhar mortal, o que me fez rir ainda mais.

Banho ela rapidamente, o clima frio e o estado atual dela não era de grande ajuda poderia adoecer ainda mais por coisas simples. Já estava para desligar o chuveiro quando a criatura chuta minha canela, a encaro assustado.

— O que foi? — Pergunto novamente, tentando não fazer uma careta de dor e ela finge ensaboar os seios. — Agora você quer lavar isso? — Falo e começo a rir.

Ela me olha como se não estivesse achado graça e mexe os dedos para que eu me vire. Ela realmente queria se lavar.

— Apesar de ter visto isso várias vezes, irei virar. — Não consigo evitar de rir da feição dela. Sinto outro chute na canela, como ela não tinha forças para andar, mas para me agredir tinha?

— Poderia parar de me chutar? Você pode errar a mira e acertar em um local perigoso! — Falo massageando a canela dolorida. Um sorriso diabólico surge em seus lábios. Reviro os olhos e fico de costas para ela por alguns minutos.

Viro novamente para ela, que já estava de toalha. Levo a cadeira de rodas para o quarto e abro o guarda roupa, lembro do seu amor por short, então pego um branco e uma blusa preta.

— O que acha dessa roupa? — Mostro para ela. — Se gostar, abra um sorriso.

Ela dá de ombros e sorri preguiçosamente. Visto as roupas nela e quando termino, paro para apreciar a maravilha a minha frente.

— Sabe, eu tenho muito bom gosto. — Ela revira os olhos e faz uma careta de desaprovação, me fazendo rir. — Temos que falar com os ministros. — Olho para ela, que finge não ter me escutado. — Uma hora ou outra teremos que ir lá. — Ela confirma. — O que acha de irmos caçar? — Perguntei.

Safrina abaixou a cabeça. Estava tão fraca, que pelo jeito não conseguia se transformar.

Resolvi levá-la para passar a tarde no jardim, um meio de distrair ela, e no final da tarde percebi que havia conseguido.

Depois de jantarmos, a ajudei com o pijama. Eu iria dormir no quarto dela novamente, já que tinha saído do coma não ia perder tempo mantendo distância.

Os ministros ficaram sabendo que ela acordou e do estado de saúde, no entanto disseram que iriam querer vê-la quando estivesse mais saudável. Tinha certeza que havia dedo de Aaron nessa calmaria deles, e ficava feliz com este apoio.

Meu corpo clamava por um descanso, mas não conseguia parar de olhar Safrina. Parecia que no fundo, todos os tecidos, órgãos e células tinham medo de que ela desaparecesse. E lá estava eu, deitado na poltrona do quarto de Safrina, a vendo dormir.



Hello! Como estão?

Então, a demora era para ver se a meta proposta seria atingida, mas não foi. Para não atrasar mais o livro irei postar os capítulos mesmo assim. Suplico para vocês novamente que divulguem a história, e me contem o que estão achando. É muito importante para mim ter essa interação com vocês, sinto como se estivesse nessa viagem sozinha e é aterrorizante.  

Continue Reading

You'll Also Like

12.2K 1.2K 19
Hazel Potter era considerada a melhor bruxa da sua turma, a mais inteligente, a mais estudiosa, a mais talentosa, ela ia muito bem consigo mesma, bom...
2.9M 205K 86
Livro 1 - Completo | 2 - Completo | 3 - Em andamento No dia do seu aniversário de 18 anos, Aurora Crayon sentiu o chamado do seu parceiro, enquanto...
533K 40.1K 61
Violet Forbes, adotada com 3 meses de vida por Liz Forbes, que estava grávida de 7 meses de sua filha, Caroline. Ester Mikaelson, a bruxa original, q...
148K 13.4K 27
Visenya II Targaryen, A filha da morte, a princesa que matou seu irmão durante o nascimento. Filha do rei Viserys I Targaryen e da rainha Alicent Hi...