Como Seduzir Um Mafioso

By Catarina_Young

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Pietra Bertolazzi é uma agente especial do FBI consagrada por resolver os casos mais complexos de Chicago, co... More

Book Trailer
Capítulo 1
Capítulo 1.1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 4.1
Capítulo 4.2
Capítulo 5
Continuação 5.1
Continuação 5.2
capítulo 6
capítulo 7
capítulo 8
Continuação 8.1
capítulo 9
Continuação 9.1
capítulo 10
Continuação
Capítulo 11
Continuação
Capítulo 12
Continuação
capítulo 13
Continuação
capítulo 14
Continuação
Continuação
Capítulo 15
Continuação 15.1
Capítulo 16
Continuação 16.1
Capítulo 17
Capítulo 17.1
Capítulo 18
Capítulo 18.1
Capítulo 19
Capítulo 19.1
Capítulo 20
Continuação 20.1
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 22.1
Capítulo 23
Capítulo 23.1
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 25.1
Capítulo 26
Capítulo 26.1
Capítulo 27
Capítulo 27.1
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 29.1
Capítulo 30
Capítulo 30.1
Capítulo 31
Capítulo 31.1
Capítulo 31.2
Capítulo 32
Capítulo 32.1
Capítulo 33
Capítulo 33.1
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 36.1
Capítulo 36.2
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 38.1
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 40.1
Capítulo 41
Capítulo 41.1
Capítulo 41.2
Capítulo 42
Capítulo 44
Capítulo 44.1
Capítulo 45
Capítulo 45.1
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Epílogo
Considerações Finais

Capítulo 43

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By Catarina_Young

Ervas Daninhas

Toni piscou os olhos adaptando-os a luz branca e intensa do local. A confusão e angústia refletida nas expressões de dor da Agente levou a chegada de uma miragem inexpressiva e uma voz sutil. Pietra mal conseguiu sentir o lado direito da cabeça sem despertar um aperto doloroso, ela levou as mãos até o lugar tentando entender o que acontecia.

Quando conseguiu focar a visão dos olhos notou que não estava em casa e para sua aflição não se lembrava o que havia acontecido. Ela olhou por todo o lugar reconhecendo os tons brancos e asseados de um quarto do hospital. As pupilas confusas diminuíram enxergando uma moça com um sorriso meigo e passivo ao seu lado.

Pouco atrás da estranha, Bernardo adormecia profundamente em uma poltrona ao lado de sua maca. Maca? O que está fazendo no hospital?

Pietra desceu o olhar até seus braços e notou que alguns fios finos estavam presos a ele e diretamente ligados ao soro que a estranha dava leves petelecos. Toni olhou para a mulher e somente no momento notou que os lábios dela se mexiam, porém ao invés de ouvir o que acreditou que ela diria, Pietra ouviu um constante e irritante barulho ensurdecedor.

_ O q-que eu tô fazendo aqui?- tentou perguntar e a voz falha e a ardência na garganta a assustou.

_ Você sofreu um trauma após uma explosão- a mulher explicou num tom baixo e quase inaudível.

_ C-como a-ssim?- se desesperou agitada.

_ Pietra?-Bernardo questionou num sussurro sonolento. Um rosto conhecido e sereno a acalmou em meio ao alvoroço que sua mente tornava-se a cada instante- Tá tudo bem , tá? - ele pegou em seu rosto e encarou os olhos verdes e perplexos- Eu vou ir chamar o médico, e o pessoal que está esperando.- ele avisou distanciando-se.

_ Ainda bem que você acordou- a estranha confessou analisando o ponto do soro na pulso da Agente- Esse rapaz- ela apontou por onde Ben havia saído- Ele chegou poucos minutos depois de você, aprontou um escândalo na recepção. Eu quis expulsá-lo mas o tio dele é dono do hospital...Ele te colocou no tratamento particular e está pagando dois médicos para te atender às 24 horas com prioridade. Ele também exigiu ficar aqui com você, e desde então não saiu mais. Vai fazer duas noites e só o vi ir ao banheiro três vezes!

_ Duas noites?- Toni questionou apavorada.

_ A queda que você sofreu foi muito grande- ela explicou- Você ficou inconsciente por dois dias.

_ Ai graças a buda!- Jane exclamou entrando no quarto as pressas- Toni, meu amor, tá tudo bem?- a atriz perguntou abraçando-a. Pietra agradeceu por tê-los ali, já que estava confusa e começando a aterrorizar-se.

_ Como eu vim parar aqui?- perguntou quando a amiga a soltou.

_ Seu apartamento explodiu-Erick aproximou com um sorriso acanhado.- Alex estava chegando quando tudo aconteceu, ela te encontrou desacordada nas escadas e te trouxe com pressas pra cá, mas tá tudo bem.

_ Meu apartamento explodiu?- Pietra repetiu afobada.

_ Tá tudo bem , nós vamos dar um jeito nisso depois- Nat tomou a frente sentando-se ao lado- O que importa é que você está se recuperando.

Apreensivo Bernardo retornou ao quarto acompanhado de um rapaz jovem, do qual descobriu ser o médico. Depois do que a enfermeira havia lhe falado Pietra notou as olheiras fortes e o ar cansado nos normalmente traços jovens de Ben. Os cabelos do CEO estavam desarrumados e provavelmente haviam sido penteados com os dedos e a camiseta estava totalmente amarrotada completando a aparência incomum dele.

O doutor não demorou muito para examiná-la enquanto os amigos permaneciam em silêncio com os incômodos olhares de pena, menos Bernardo que piscava ansioso, e de certa forma aliviado, por saber o que o rapaz diria.

_ Os exames estão todos bons, mas por precaução vou manter Pietra aqui mais essa noite. Quero monitorar por mais algumas horas a cabeça após o choque -o médico explicou de forma atenciosa- Os ferimentos de queimadura nos braços já estão melhores e acredito que você não vai ter nada além de algumas pequenas cicatrizes. Porém como ainda é recente, só posso permitir um acompanhante no quarto.

Os quatros se entre olharam e encararam a Agente esperando algum palpite de preferência da parte dela. Toni sentiu sua cabeça voltar a doer só de imaginar ter que escolher um deles, apenas queria descansar e fugir dos olhares de pena.

_ Se quiserem eu posso ficar- Ben proferiu- Nat, você e Janine estão no intervalo do expediente. Eu não tenho que voltar para a empresa tão cedo, e você- ele olhou para o supervisor- Eu não sei o que você faz.

_ Eu acho uma boa ideia- Nat apoiou recebendo um olhar irritado de Jane- Por mais que eu quero muito ficar aqui, a loja abre daqui uma hora e se eu faltar meu chefe irá descontar no meu salário!

_ Tudo bem!- Janine murmurou cedendo- Mas eu volto assim que as filmagens terminarem para te levar para casa- ela avisou apontando para Pietra.

_ Obrigada, por tudo!- Toni agradeceu as amigos antes que eles saíssem.- Ei!- cochichou sorrateiramente para Erick. Com um olhar desconfiado ele caminhou até ela- Avisa a minha equipe que Josy e Drecon estão no comando enquanto eu estiver fora, e peça a eles que continuem as buscas.

_ Você acabou de levar uma pancada na cabeça e ainda quer falar sobre trabalho?- ele questionou incrédulo- Descanse, e quando voltar vocês continuam a operação!

_ Por favor, eles são bons! Vão conseguir continuar sem mim- Toni argumentou aos sussurros enquanto Ben conversava com o médico- Falta tão pouco para eu pegar o chefe!

_Ok, mas é pra descansar- ele advertiu- Nada de trabalho até receber alta!

_ Tudo bem!- Toni concordou- Eu só vou precisar de um celular, minha arma, meu distintivo e um comunicador de orelha!

_Eu não vou nem te falar nada- Erick resmungou revirando os olhos- Quando estiver mais disposta ligue para os agentes, eles estavam preocupados com você!

Ela acenou concordando e o viu sair deixando um vago aceno aos doutores e a Bernardo. Logo todos ausentaram deixando o casal a sós, Ben estalou os pescoço e se jogou na poltrona encarando-a com um sorriso tranquilo.

_ Você está horrível- Pietra brincou vendo-o revirar os olhos. Ele exprimiu uma fraca risada e passou a mão sobre as roupas amassadas .

_ Você não está muito melhor!- ele zombou. Toni riu mas foi obrigada a parar quando a dor retornou atormentando-a- Descanse, logo você volta a assustar as pessoas por aí com aquela sua arma estranha.

_ Hum- resmungou negando- Obrigada pelo que fez por mim, a enfermeira me contou-Agradeceu. Pietra pensou em contar sobre a nova descoberta mas desistiu da ideia, ele estava visivelmente cansado e ela não queria arrumar mais questões confusas para ele.

_ Estive pensando!- ele comentou despretensiosamente- Depois do que aconteceu, você podia vir morar comigo!

_ O que?- Pietra exclamou rindo. Porém ao notar o sorriso triste dele ela encerrou a risada-Se bem que não é uma má ideia... vou pensar no assunto- comentou recebendo um olhar satisfeito.

A tarde passou ligeira aos olhos de Pietra, Ben se esforçou para tentar distraí-la com piadas bobas. Durante o almoço os dois distraíram-se por horas alheios a descobrir o sabor da gelatina esverdeada, Toni acreditou fielmente que se tratava de maça verde mas Ben não conseguiu sentir sabor algum além de algo aguado.

_ Mudando de assunto!- Toni exclamou raspando o fundo do pequeno pote da sobremesa- Eu sempre quis te perguntar isso, uma vez eu estava te seguindo e seu carro desapareceu, do nada! Como fez aquilo?

_ Você estava me seguindo?- ele perguntou com uma falsa surpresa.

_ Supera isso, faz muito tempo!

_ Você está falando do túnel- Toni acenou concordando- Há alguns anos eu construí uma saída/entrada alternativa para minha casa por lá, para que eu não tivesse que enfrentar o amontoado de paparazzis inconvenientes! Eu raramente uso ela, geralmente só quando estou tendo um ataque do WPW.

_ Falando nisso, como está a sua saúde. Você devia se cuidar melhor!- ela aconselhou o fazendo rir.

_ Perguntou a mulher deitada numa maca e com uma faixa na cabeça!- Ben zombou evitando o assunto sobre a doença do CEO.

Enquanto Bernardo saiu para ir para casa tomar banho, Toni aproveitou para comunicar com Josy e perguntar sobre o andamento da buscas pelo chefe da BZAEE. Mesmo com uma lesão ela não conseguia pensar em outra coisa senão o quão tapada e estúpida havia sido durante toda a missão. A pessoa sempre esteve ali, a sua frente, caçoando de sua investigação.

_ Oi- Jane deu dois toques na porta entrando. Rapidamente Toni escondeu o telefone abaixo da coxa- Vim buscar a princesa!

Pietra se trocou vestindo uma muda de roupas absurdamente caras e elegantes da amiga, já que a maioria de seus pertences agora resumiam-se a destroços. Uma segunda tentativa de assassinato não é algo que agrade uma pessoa, Toni sempre soube que enfrentaria esquemas perigosos e pessoas dispostas a tudo, porém tudo que o mafioso havia lhe dado até o momento foi uma forte dor de cabeça, um carro baleado e um apartamento aos escombros. Pietra admitia, a máfia estava realmente se esforçando e determinada a apagá-la.

_ Ei- Ben chamou entrando novamente no quarto, dessa vez com um de seus ternos azuis e o gel aromático nos longos cabelos molhados- Me liga quando estiver em casa, ok?- ele pediu deixando um beijo singelo na testa de forma carinhosa e protetora- Eu tenho uma reunião agora a noite, mas assim que puder passo pra te ver.

_ Não precisa se preocupar, eu já estou melhor!- afirmou- Aliás eu não esqueci a proposta que me fez- ela relembrou sorrindo atrevidamente.

Os três saíram em direção ao pátio de recepção do hospital, Erick e Natan aguardavam e despediram-se rapidamente da moça, novamente com os discursos de que ela deveria descansar, algo que definitivamente não estava nos planos de Pietra. Ela analisou novamente as expressões preocupadas e penosas tendo a certeza de que ter passado o dia com Bernardo foi a melhor escolha, além do bom humor que a fez esquecer a dor por várias partes do corpo, Bernardo dorme com extrema facilidade, ele mal encostava na poltrona e já começava a roncar.

_ Erick!- murmurou chamando o rapaz. Pietra esperou até que os outros caminhassem pouco a frente para que pudesse falar com ele a sós- Como está a preparação das unidades?

_ Vou repetir, você não pode participar!- ele resmungou olhando para os lados irritado- Bertolazzi, você acabou de ganhar alta do hospital! Não pode sair por aí achando que já está bem e correr atrás de criminosos.

_ Eu estou bem- ela assegurou irredutível- Eu preciso participar da prisão, é o meu caso, é a minha investigação!

_ E é a sua cabeça!- ele tocou na parte enfaixada provocando uma careta dolorosa na Agente- que está machucada.

_ Sei que é meu superior, mas por favor Erick!- suplicou- Eles tentaram me matar, graças aquela máfia de merda eu estou com uma faixa estúpida na cabeça! Eu apanho e não posso revidar?

_ Isso não é sobre revanche Pietra- ele repreendeu parando na calçada com uma expressão séria- Se trata da saúde de uma Agente do meu departamento! Escuta- ele pediu vendo-a queixar-se- Bernardo esteve hoje na sala do Sr. Evans, se você se machucar de novo aquele imbecil vai reclamar com o conselho!

_ Por que você sempre acha que se trata sobre o que Bernardo diz ou quer?- Pietra questionou eufórica- Eu sou a Agente, eu estudei por anos e enfrentei uma academia cercada por homens babacas que também gostavam de dizer o que eu devia fazer. Então não, Bernardo não fala por mim, e por mais que eu aprecie muito o cuidado que ele tem comigo, correr risco faz parte do meu trabalho ! Então falo por mim mesma quando digo que me responsabilizo por qualquer ferimento durante a prisão.

_ Tudo bem- ele cedeu- Mas você vai participar de dentro do carro, nada de ir atrás caso tenha uma fuga!

_ Claro!- ela aceitou com um sorriso largo e feliz- Obrigada, eu não vou me machucar, prometo!

Com um aceno incrédulo e receoso Erick saiu em direção ao outro lado da rua. Pietra se virou pronta para ir para casa de Janine mas avistou Bernardo encostado no carro com um olhar firme e inflexível. Toni bufou indo em direção ao CEO.

_ Olha eu...- Pietra preparou uma larga lista de reclamações e argumentos de que ele não deveria ficar chateado, mas foi pega de surpresa quando ele se aproximou negando aborrecido.

_ Sei que está aprontando alguma coisa- ele murmurou encarando-a- E também sei que nada que eu diga vai te deixar temporariamente longe dessas maluquices com armas e bandidos, mas, por favor!- ele pediu soltando um suspiro cansado- Não se machuque!

_ Eu não vou! - ela garantiu. - E Ben, não pode ir falar com meu chefe toda vez que aconteça algo que não goste! Não gosto que interfira no meu trabalho.

_ Desculpa, eu só estava irritado- ele pediu afagando os cabelos pretos dela- Tenha cuidado!E mostre a eles o que uma maluca com uma faixa na cabeça pode fazer!- zombou.

Pietra deu um leve tapa nos ombros do CEO e se despediu com um longo abraço, cercado pelo cheiro familiar de uísque e menta. O trajeto até a casa de Janine, onde ficaria por alguns dias até que conseguisse um novo apartamento, foi ligeiramente rápido.

O mordomo já havia preparado o quarto de hóspedes para sua chegada e como já se aproximava do alvorecer da madrugada Pietra fingiu estar exausta e foi para cama se deitar em busca de privacidade. As milhares de queixas e protestos veio de todos com quem falou avisando que participaria da prisão do chefe da BZAEE, principalmente Josy que se negou a conseguir novos equipamentos para ela alegando que não participaria daquele "suicídio" proposital no qual Pietra insistia.

Quando as luzes do segundo andar se apagaram Toni abriu a porta do quarto vagarosamente e com cuidado para não provocar barulhos saiu. Ela averiguou o corredor procurando por alguém que atrapalhasse sua saída escondida e seguiu até a suíte de Janine certificando-se que a atriz dormia profundamente. E com passos leves e rápidos fez o mesmo com Nat que cochilava no quarto ao lado.

Pietra desceu as escadas com pressa e seguiu até a saída sendo omitida pelos seguranças. O carro preto e com vidros exageradamente fumês esperava-a próximo a fachada da mansão, ansiosa Toni entrou no veículo encontrando o olhar julgador de Josy e mais quatro Agentes de sua equipe.

Os equipamentos que pediu anteriormente estavam sobre o banco de couro. Ela vestiu o colete a prova de balas por cima da blusa de frio preta com o detalhe da gola alta rolê, e equipou a pistola munida no coldre. Por fim prendeu os cabelos em um rabo de cavalo feito às pressas e encaixou a escuta na orelha esquerda.

Toni olhou pela janela e vislumbrou o breu assustador e instigante que apossou as bonitas paisagens de Chicago. Particularmente Pietra não gosta de agir durante a madrugada, mas ela não podia adiar aquele caso mais uma noite, além de seu ego clamar fervorosamente por ver as algemas nos pulsos do infeliz, eles também corriam o risco do suspeito fugir do país.

Assim que o carro parou em uma rua deserta e com uma iluminação amarelada vinda dos postes, Pietra desceu acompanhada de Josy até o outro comboio estacionado mais a frente. Dentro dele o restante da equipe se reunia cercados por armas e laptop inteligentes preparando-se para invadir.

_ Oi -cumprimentou a equipe entrando na partição traseira do veículo.

_ Estivemos vigiando o dia todo- Drecon avisou- Usamos o sensor de calor corporal, há alguém lá dentro.

_ Pode avisar que estamos prontos!- ela pediu acionando a escuta, e por precaução verificou as amarras do colete e a munição da arma. Pietra respirou fundo antes de sair do carro acompanhada de mais dez Agentes. O frio cortante dificultou sua visão e os ventos fortes e congelantes a faziam tremer ocasionando o início de uma febre-Vamos invadir!-avisou confiante.

_ Pensei que Erick tinha avisado sobre ficar no carro! Josy murmurou na escuta.

_ Ele não está aqui, e eu estou bem!

A equipe numerosa da Swat surgiu do outro lado da casa cercando-a, os dois grupos se dividiram cobrindo todos os metros frontais da residência. Pietra junto a Josy, e dois Agentes da Swat, seguiram até a porta azul de entrada. Toni levantou o punho iniciando a contagem regressiva sobre o silêncio inquietante da rua, quando todos os dedos abaixaram a Swat arremessou o aríete com força na porta arrombando-a.

A entrada brusca deu espaço para a chegada em peso dos Agentes, como todas as luzes do lugar estavam apagadas a equipe retirou a lanterna do cinto de acessórios e a equipou na parte superior da arma.

_ FBI!-Pietra gritou caminhando apressada pelo corredor com a arma empunhada e vasculhando cada cômodo do primeiro andar.

_ Limpo!-ouviu os gritos fortes vindo do andar superior e bufou furiosa. Haviam perdido e provavelmente alertado a máfia. Ela deu meia volta mas semicerrou os olhos observando o jardim e atentou-se a um movimento entre os arbustos do fundo.

_ Jardim, suspeito em fuga!-Toni gritou correndo até os fundos da casa.

Ela olhou frenética em todas as direções escuras procurando por ele. A sombra suspeita e ágil pulou a cerca de madeira fugindo em direção a rua de trás, Pietra o seguiu e arfou dolorosamente ao sentir a pontada aguda vinda da costela inferior próxima ao quadril quando pulou as madeiras.

As pernas ardiam pelos ferimentos ainda em processo de cura e bem como a força que a Agente fez exigindo o máximo das duas. Pietra estava próxima a ele, porém espantosamente surpreendeu-se quando as botas em seus pés enroscaram nas ervas daninhas do jardim mal cuidado e a fez espatifar no chão barroso e repleto de lama.

Toni com esforço evitou que o rosto ralasse na terra molhada colocando os braços enfaixados pelas leves queimaduras na frente. A luz forte de dois faróis acendem revelando a forma de um carro a poucos metros dela, os Agentes entraram no jardim no mesmo instante em que o veículo partiu apressadamente pela rua.

Pietra se virou deitando derrotada e angustiada de dor sobre a lama, o peito subia com uma velocidade assustadora fomentado pela respiração afobada e ineficiente dos pulmões contundidos. Toni levou os dedos até a coxa direita, onde uma dor torturante e sem trégua provida da lesão da queda alucinou o cérebro com pequenas doses violentas de ânsia e ódio.

_ Ele fugiu!- ela anunciou sentindo alguns pingos frios de orvalho molhar a garganta seca e irritada.

Toni teve dificuldades para levantar e quando esteve de pé cambaleou sentindo tonturas psicodélicas na mente . Sentia-se impotente e foi como se os anos em que passou dedicada a aprender habilidades de perseguição estivessem agora jogados em meio a lama, com uma mistura amarga de derrota e fraqueza.

_ Tudo bem Bertolazzi, encontramos algumas coisas na casa que podem ajudar!-Josy tentou confortar e acalmá-la.

Pietra desvencilhou dos cuidados da Agente e seguiu pela rua com o corpo empanturrado de lama molhada e grudenta. Algumas lágrimas salgadas, originadas pela dor ou pelo fracasso, mesclou aos borrões de terra e finas folhas de capim presos nos cabelos sujos dela.

Toni as limpou com pressa enquanto a equipe retornou a sede do FBI. O sentimento repugnante de não conseguir fazer algo, de ser incapaz ou desqualificada atormentou a moça. No momento a imagem da Agente jogada na lama de um jardim qualquer, depois de ser feita de trouxa e enganada pela mesma pessoa, mais de uma vez, lhe pareceu resumir o estado profissional de Agente Especial.

Lamentável, irritável, detestável e incapaz.

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<3

(Daqui pra frente é só ladeira abaixo KKKK)

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