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Od bisborriah

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[FINALISTA DO THE WATTYS 2021] [CONCLUÍDA] Vizinhos. Colegas. Amigos de infância. Wei WuXian e Lan WangJi era... Více

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três.
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seis.
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onze.
doze.
treze.
catorze.
quinze.
dezesseis.
dezessete.
dezoito.
[extra]

um.

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Od bisborriah

Então! Mais uma história de WangXian porque eu sou completamente apaixonada por eles e é isto. Espero que gostem! 💜

..............................................................

Lan WangJi para em frente à porta de madeira, na qual há uma placa dourada simples com os dizeres "Departamento de Direito". Ele olha para o pequeno molho de chaves prateadas sob a palma de sua mão e o aperta. Respirando fundo, WangJi abre a porta e se depara com o cenário ao qual já está mais do que acostumado: várias compartimentos que correspondem às salas de professores e orientadores do curso de direito daquela universidade.

WangJi havia passado seis anos de sua vida entrando e saindo desse lugar e para ele é muito estranho saber que essa é provavelmente a última vez que faria isso.

O rapaz de cabelos ligeiramente longos – mais especificamente na altura de seus ombros – caminha pelo corredor até chegar à sala de seu orientador. Lan WangJi dá três batidas à porta e ouve a voz grossa do homem do outro lado permitindo a sua entrada.

— Sr. Washington, bom dia. Desculpe interrompê-lo. — Lan WangJi cumprimenta. O homem de estatura forte – porém de cabelos já grisalhos – sentado à mesa em sua frente sorri levemente para o rapaz enquanto o olha com uma afeição velada.

— Bom dia, WangJi. Até na sua despedida você não dispensa as formalidades. — O orientador diz e sorri, logo depois retira seus óculos de lentes grossas e os coloca sob à mesa.

WangJi assente, ainda de pé. Ele nunca faltaria com respeito pelo seu orientador, o homem que o guiou em sua profissão durante tanto tempo.

— Vim devolver as chaves do departamento. — WangJi diz.

Ele nunca gostou de despedidas, pois todas que teve em sua vida haviam sido dolorosas e, sempre que as memórias delas surgiam em sua mente, vinham acompanhadas de uma nostalgia tão excessiva que consumia WangJi por inteiro. Por causa disso, Lan WangJi havia decidido há algum tempo que encurtaria e simplificaria esses momentos ao máximo.

Dito isso, Lan WangJi coloca o molho de chaves sob a mesa do docente cuidadosamente e o homem o recebe com um olhar que poderia até ser julgado como cabisbaixo. Após algum tempo de um silêncio pesado, WangJi decide falar novamente.

— Também vim agradecer por tudo e pedir desculpas pelos erros ao longo desses seis anos.

O rapaz de olhos dourados observa o homem sentado sorrir levemente.

— Em seis anos, eu posso contar nos dedos de uma só mão as vezes que você fez algo "errado". — O Sr. Washington diz e faz aspas com as mãos na última palavra. — E sou eu que devo agradecer, pois você contribuiu mais do que qualquer outro orientado para este departamento.

Com isso, o homem se levanta e dá mais um de seus sorrisos fracos. Ele estende a mão para Lan WangJi que, mesmo não sendo o mais adepto de contato físico, aceita o gesto e o corresponde.

— Foi muito bom ter você aqui. Espero que saiba que sempre será recebido de braços abertos, caso decida voltar. — O Senhor Washington diz.

Lan WangJi assente e agradece, mesmo sabendo que aquilo era extremamente improvável de acontecer.

Ele se despede do seu orientador – agora não mais – e sai da sala. Caminhando novamente por aquele corredor, muitas pessoas em outros compartimentos o olham acanhadas, como se quisessem falar algo – talvez se despedir –, mas acabam decidindo por abaixarem os rostos e continuarem com seus trabalhos.

Lan WangJi agradece por isso. Ele não sabe como reagiria se as pessoas de repente o rodeassem para se despedir, principalmente por não ter intimidade o suficiente com nenhuma delas.

Lan WangJi sai do Departamento de Direito. Sai da universidade. Sai de algo que consistiu em sua vida durante seis anos. E aquele era o passo que faltava para WangJi estar completamente livre para voltar.

A casa em que Lan WangJi entra não é a mesma na qual ele entrou há treze anos, quando chegou ao Canadá com seus pais e seu irmão. Também não é tão grande e tão habitada como aquela. Mas era seu lar. Havia sido seu lar – e o de Lan XiChen, seu irmão – depois de terem perdido os pilares de sua família, seus pais.

Lan WangJi anda pela casa procurando pelo seu irmão, até que o encontra na salinha dos fundos que funciona como um pequeno depósito. Lan XiChen está ajoelhado em frente a uma caixa, mexendo nos objetos que estão dentro dela. Lan WangJi se ajoelha ao seu lado e imediatamente identifica o conteúdo da caixa.

Era uma das caixas com os objetos de seus pais e, no momento, XiChen está olhando para um caderno de anotações de sua mãe, no qual ela escrevia coisas aleatórias sobre seu dia a dia, seus filhos e até receitas de comidas que ela raramente fazia.

— As caixas vão chegar uma semana depois da gente, no máximo. — Lan WangJi diz observando o irmão.

Lan XiChen sorri fraco.

— Eu sei, estou apenas me despedindo. Dando um "até logo", na verdade. — O irmão responde enquanto guarda os objetos de volta na caixa.

Os dois se levantam quase ao mesmo tempo, fazendo jus ao que todos falavam: que Lan WangJi e Lan XiChen pareciam irmãos gêmeos. As pessoas costumavam dizer isso pela aparência semelhante dos dois e pela conexão que apenas irmãos gêmeos demonstram.

— Todas as suas malas já estão prontas? — XiChen pergunta assim que ambos saem da sala dos fundos. WangJi assente e eles continuam caminhando juntos pela casa, observando cada detalhe dela pela última vez.

— Então só nos resta esperar pelo caminhão que vem buscar as caixas e irmos para o aeroporto. — Lan XiChen fala.

WangJi percebe o nervosismo do irmão quando ele recita os planos em voz alta para tentar se acalmar, para convencer a si mesmo de que isso está acontecendo. Mas não há nada a responder que mudará a situação ou acalmá-lo de verdade. Eles estariam novamente na China em algumas horas, e aquela havia sido uma decisão mútua.

Não fazia mais sentido continuar no Canadá sem os seus pais, afinal tinha sido por eles que a família havia viajado para o Canadá há treze anos. Lan WangJi e Lan XiChen sentem falta de muitas coisas que só haviam no seu país de origem. Eles querem e precisam voltar.

Lan Wangji quer voltar. Ele precisa voltar, e este é um sentimento que o consumia desde o primeiro dia naquele país tão diferente, longe de tudo que ele já conhecia e já estava acostumado. WangJi sente algo o chamando de volta. Ele sabe o que é, e necessita disso.

CHINA.

A mansão de Lan QiRen continua tão idêntica a como era há treze anos que Lan WangJi consegue até se sentir como um pré-adolescente de novo. Ele obseva os portões enormes e bem desenhados que dão entrada ao grande jardim de seu tio, Lan QiRen, o qual nunca deixava ninguém que não fosse de sua confiança cuidar.

De dentro de carro, no qual os irmãos são levados em direção à mansão, a mente de Lan WangJi divaga para um momento de muitos anos atrás. Para dois meninos – por volta dos sete, oito anos talvez? – sentados em um dos bancos que ficam distribuídos ao longo do jardim. Um deles gargalhando alto enquanto tenta colocar uma flor no cabelo do outro, que faz uma cara emburrada, como se não achasse aquilo nem um pouco engraçado.

Mas Lan WangJi sabe que o menininho está se divertindo tanto quanto o outro.

— Irmão? — A voz de XiChen surge de repente, tirando WangJi de seus devaneios. O tirando de suas lembranças.

WangJi respira fundo.

— Vamos. — Lan WangJi diz quando, felizmente, eles chegam à porta da mansão e ele pode usar isso como desculpa para não falar sobre o que está sentindo. Ele não se vira para o irmão, pois nem precisa olhá-lo para perceber seu olhar de preocupação sobre si.

Os irmãos saem do carro e são imediatamente recebidos pelos empregados de seu tio, que lhes dão as boas vindas e pegam suas malas.

Ao entrar na mansão, Lan WangJi percebe que realmente nada havia mudado ali. Os móveis já eram antigos na época em que WangJi morava na mansão – herança dos ancestrais da família Lan –, mas ainda continuam intactos. Até alguns empregados de Lan QiRen eram os mesmos, obviamente mais velhos e realizando tarefas menos exigentes de tanta força, mas ainda os mesmos.

Era como se aquele lugar houvesse parado no tempo. Como se estivesse intacto e guardando as memórias de WangJi.

Porém o rapaz sabe que essa é uma ilusão. É basicamente impossível que depois de treze anos as coisas ainda sejam as mesmas. O lugar é o mesmo e as pessoas são as mesmas, mas é apenas isso, pois Lan WangJi é uma pessoa completamente diferente da que saiu por aquele portões junto de seus pais e seu irmão.

E o tempo havia passado cruelmente para todos.

— WangJi. XiChen. — Uma voz grossa os chama de repente.

Os irmãos, que estão no corredor de entrada da mansão, se viram ao mesmo tempo. Eles olham para o topo da escada que descende no meio da sala de estar e, como esperado, quem está lá é o aclamado Lan QiRen. O homem mais influente da região de Gusu, vestido em seu paletó como se estivesse preparado para um baile de gala o tempo todo. Sua barbicha sempre bem penteada e o olhar rígido. Exatamente do jeito que Lan WangJi e Lan XiChen se lembram.

— Tio! — WangJi e XiChen dizem juntos. Por um instante, é quase possível ver o traço de um sorriso no rosto de Lan QiRen.

O homem de idade razoavelmente avançada desce as escadas lentamente, sem nenhuma pressa, enquanto Lan WangJi e Lan XiChen também se aproximam no mesmo passo do tio.

Quando os três estão em frente um dos outros, o único sorrindo abertamente é Lan XiChen. Ele sempre havia sido mais inclinado a expressar suas emoções dessa forma, mas WangJi e a maioria dos Lan's seguiam uma certa restrição quanto a isso. Era algo que vinha desde os primórdios da família Lan e se transmitia até os dias atuais.

— Quanto tempo. — Lan QiRen é o primeiro a dizer qualquer coisa. Ele olha cordialmente para os sobrinhos e o carinho em sua expressão é nítida, o que surpreende os dois. — Vocês cresceram muito e aparentam estar saudáveis. — O homem completa.

Lan QiRen não deixa de olhar profundamente para os dois rapazes em sua frente por nenhum segundo, como se estivesse se convencendo aos poucos de que eles realmente estão lá.

— O senhor também aparenta estar cheio de saúde. — Lan XiChen é quem responde com um sorriso de orelha à orelha que faz o coração de WangJi se aquecer. Já fazia algum tempo que ele não via esse sorriso verdadeiro e intenso no rosto de seu irmão.

— Obrigado por nos receber novamente, Tio. — Lan WangJi diz.

Lan QiRen o olha por algum tempo antes de finalmente assentir.

— Essa casa também é de vocês. Sempre foi e sempre será. — O tio responde sinceramente, fazendo os irmãos se sentirem ainda mais gratos por tudo.

Depois de conversarem por mais algum tempo, sempre curtos e diretos em suas respostas, os três Lan's caminham juntos até o segundo andar da mansão.

— Os quartos são os mesmos. Eu pedi para deixarem tudo organizado para a chegada de vocês. — Lan QiRen explica enquanto eles passam em frente à grande e luxuosa biblioteca da família Lan.

As paredes altas cheias até o teto de prateleiras preenchidas de livros sobre os mais diversos assuntos e histórias. WangJi sentiu falta desse lugar. Ele faz uma anotação mental de voltar ali depois que terminar de desfazer suas malas.

Alguns empregados passam pelo corredor carregando as malas dos irmãos Lan e param em frente às duas portas que correspondiam, respectivamente, aos quartos de XiChen e WangJi naquela época. WangJi engole em seco.

Os empregados abrem a porta de Lan WangJi e deixam as malas encostadas à parede mais próxima, logo saindo do compartimento e deixando tio e sobrinhos a sós. Os três adentram o quarto e permanecem calados por algum tempo, cada um tendo uma trilha de pensamentos diferentes ao olhar para aquele lugar.

A mente de Lan WangJi vai para o lugar mais cruel, porém mais saudoso e bonito.

Dois meninos. Os mesmos do jardim, porém mais velhos, por volta de dez anos de vida cada um. Eles estão sentados no chão ao lado da cama coberta por lençóis azuis claros, com um jogo de tabuleiro aberto no tapete e as pequenas peças espalhadas ao redor. Um deles ri tão alto – e de forma tão bela – que o outro menino sente os cantos dos seus próprios lábios se levantarem automaticamente. Aquilo raramente acontecia e, quando acontecia, era pelo mesmo motivo. Por causa da mesma pessoa.

— Lan Zhan! Eu juro que não estou trapaceando! — O menino sorridente diz. O outro garoto sabe que ele está, de fato, trapaceando, mas não fala nada. Ele não parece se importar.

Quando os dois estavam juntos, muita coisa parecia não importar.

— WangJi. — Dessa vez, é a voz grossa de Lan QiRen que o traz de volta à realidade. A essa realidade, na qual aqueles dois meninos brincando felizes são apenas memórias.

Lan WangJi suspira fundo antes de olhar para o seu tio. Lan QiRen tem as sobrancelhas franzidas em uma expressão de frustração misturada com raiva que WangJi conhece muito bem, pois havia a visto muitas vezes quando era menor.

— Eu sei o que você quer saber. Apenas pergunte de uma vez e acabe logo com isso. — Lan QiRen diz, surpreendendo tanto WangJi como XiChen, que percebem o fato de seu tio já estar quase revirando os olhos para essa situação.

Lan WangJi não precisa ouvir duas vezes para entender. Ele fecha os olhos e respira fundo, reunindo toda a sua coragem para aquilo, não por ter medo do tio, mas por ter medo do que receberá como resposta.

— Você tem notícias de Wei Yi... de Wei WuXian?

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