non-kisses

By evolvelarry

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A rivalidade entre eles nasceu quando ainda eram crianças e, sendo absolutamente honesto, Harry não acredita... More

Capítulo Um - Três Décimos
Capítulo Dois - Trégua
Capítulo Três - Telhado
Capítulo Quatro - Tentativa e erro
Capítulo Cinco - Tiranossauro Rex
Capítulo Seis - Terças-feiras
Capítulo Sete - Tem certeza?
Capítulo Oito - The 100
Capítulo Nove - Tutti-frutti
Capítulo Dez - Thor (parte 1)
Capítulo Onze - Thor (parte 2)
Capítulo Doze - Talvez
Capítulo Treze - Tangível
Capítulo Quatorze - Tortas de Abóbora
Capítulo Quinze - Todas as Estrelas do Céu
Capítulo Dezesseis - Tão Apaixonado
Capítulo Dezessete - Transigir
Capítulo Dezoito - Treze minutos
ESPECIAL DE NATAL
Capítulo Dezenove - Trancados
Capítulo Vinte - Together? Together.
Capítulo Vinte e Dois - Tranquilidade
Capítulo Vinte e Três - Transato
Capítulo Vinte e Quatro - Toques e beijos
Capítulo Vinte e Cinco - Telefonema
Capítulo Vinte e Seis - Término
Capítulo Vinte e Sete - Tudo errado
Capítulo Vinte e Oito - Tentando
Capítulo Vinte e Nove - Ter tudo
Capítulo Trinta - Tudo bem
Capítulo Trinta e Um - Testando o terreno
Capítulo Trinta e Dois - Tanto tempo
Capítulo Trinta e Três - Troca
Spotlight
Capítulo Trinta e Quatro - Triunfo
Capítulo Trinta e Cinco - Times Square
Capítulo Trinta e Seis - Styles
Capítulo Trinta e Sete - Tomlinson
ESPECIAL (bônus - parte I)
ESPECIAL (bônus - parte II)
Cenas deletadas
Agradecimentos
ESPECIAL DIA DOS NAMORADOS

Capítulo Vinte e Um - Terra

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By evolvelarry

— Você precisa sair desse quarto — disse sua mãe na noite de domingo, entrando em seu quarto sem bater na porta.

Harry ergue o olhar e a encara, levando alguns segundos para processar o que foi dito a ele. Ele não sabe que horas são, mas consegue ver através de sua janela que o sol já se pôs, o que significa o fim do final de semana e seu iminente-tedioso-nada-de-especial aniversário de dezoito anos em poucas horas.

— Mandei mensagem e você não me respondeu — continuou sua mãe diante do silêncio dele.

— Meu celular está sem bateria — responde Harry encolhendo os ombros, deixando de fora a parte que seu telefone está sem bateria desde a sexta-feira à tarde.

Não que isso faça parte de seu drama ou algo do tipo, Harry apenas não viu sentido em colocar para carregar quando passou o final de semana inteiro estudando.

Fazia muito tempo desde a última vez em que ele se afundou tanto nos estudos, mas foi bom, havia muitas coisas para estudar e mais uma centena para revisar.

Se ele quiser mesmo estudar em Oxford, precisará bem mais do que o primeiro lugar na competição; suas notas precisam ficar impecáveis e seu histórico digno de orgulho de qualquer mãe, professor e diretor.

— Pensei em comprarmos pizza — sugere sua mãe entrando no quarto. — Ou outra coisa. Não sei. Você escolhe.

— Nós já vamos comer fast food amanhã — relembra Harry deixando sua caneta de lado e girando a cadeira, para encará-la.

Ela abre rapidamente o vidro da janela, para que possa fecha-la corretamente e não deixar muito dos ventos do inverno entrarem na casa.

— Podemos comer fora hoje e amanhã — disse ela abrindo seu guarda-roupa. — Você vai assim mesmo? Nem vamos descer do carro.

Harry permanece sentado, ainda sem entender. Sua mãe odeia sair para comprar fast food, ainda mais quando está frio e de noite.

— Seu pai me ligou na sexta, mas não atendi — continua ela ignorando o silêncio e inércia de Harry —, então ele me mandou um e-mail e o título me chamou a atenção — ela se vira para ele e sorri — por que não me disse que vocês ficaram em primeiro lugar?

— Não pareceu importante, ainda estamos nas oitavas de finais — responde ele indo colocar seus sapatos.

— Isso é importante, querido — diz sua mãe suavemente, tocando seu ombro —, vamos comer besteira hoje para comemorar a vitória de sua escola e amanhã para comemorar seu aniversário, porque é importante.

Harry não responde, mas acena e sorri para ela antes de terminar de colocar seus sapatos. Depois ele pega seu casaco e segue sua mãe para o andar inferior.

— Tomara que na próxima rodada os pais estejam autorizados a assistir — disse sua mãe trancando a porta, fazendo Harry congelar em seu lugar.

— Tomara — concorda ele se afastando.

[...]

Usando a desculpa de seu aniversário, Harry falta da escola na segunda-feira.

Se sua mãe notou algo errado no comportamento dele, não comenta nada, apenas o acorda com beijos e abraços, pede ajuda com o café da manhã e que ele mantenha seu celular ligado, para atender a ligação de seus avós.

Apesar da briga com Louis e o sentimento de se sentir um merda que consumiu Harry durante o final de semana, ele consegue esquecer disso durante o café da manhã com sua mãe. Nem quando ela menciona seu pai o humor de Harry se abala.

— Não quero sair com meu pai hoje — respondeu. Ela não questionou sua decisão, para a surpresa total dele.

— Vou tentar chegar mais cedo, para irmos comprar seu presente — disse sua mãe enquanto pega suas coisas para ir trabalhar. — Fique trocado, combinado?

— Combinado — responde ele enquanto sua mãe o esmaga em outro abraço antes de sair.

[...]

As horas se arrastam à medida que a solidão de Harry fica mais evidente.

Seus avós telefonam próximo das dez e pela primeira vez ele dá mais atenção ao assunto e até mesmo puxa conversa, o que só torna a solidão dentro dele maior, depois de finalizarem a ligação com a desculpa de não conseguirem visitá-lo naquele dia.

Mas Harry sabe que seria pior se ele tivesse ido a aula, pois teria de lidar com toda a distância que Louis colocou entre eles bem no dia de seu aniversário, o que apenas contribuiria para ele sentir pena de si mesmo (péssimo).

Então ele volta a dormir. Cozinha um ótimo almoço e arruma toda a bagunça. Assiste um filme e se troca quando sua mãe manda mensagem dizendo que está quase chegando.

Existem possibilidades piores para se passar o dia de aniversário, Harry reconhece isso; por isso não reclama — ainda mais quando sua mãe realmente cumpre sua parte de chegar mais cedo.

Algumas mensagens chegaram, mas Harry limpa a barra de notificações antes de ler qualquer coisa. Chame-o de covarde, mas, por hoje, para o bem ou para o mal, ele irá ignorar, pois, sim, a ignorância é uma benção.

[...]

— Você tem certeza que precisa do cachecol?

— Sim, eu tenho — confirma sua mãe. — Está esfriando e você precisa guardar o sorvete.

Harry bufa e desce do carro segurando apenas a sacola do sorvete.

Algumas promoções são simplesmente ridículas, mas ele até reconhece que comprar sorvete com noventa porcento de desconto é uma baita economia.

Ele e sua mãe tiveram uma tarde agradável no shopping, compraram algumas coisas e depois decidiram jantar em um restaurante, ao invés de pedir para viagem os lanches e comerem no carro.

— Eu levo o sorvete — disse sua mãe pegando a sacola das mãos dele —, sobe e pega meu cachecol, não posso ficar sem voz essa semana. Você está com a chave?

— Sim — responde Harry pegando as chaves no bolso do casaco. — A gente deveria ter comprado um bolo — começa ele colocando a chave na fechadura —, para comer com o sorvete — disse girando a maçaneta.

Durante os próximos segundos, enquanto espera sua mãe responder e entra em casa, Harry leva o maior susto de toda a sua vida. Se ele estivesse segurando a sacola com o sorvete, provavelmente teria deixado cair.

Pois no momento exato em que acende a luz, várias pessoas gritam "surpresa!" fazendo a alma de Harry separar-se de seu corpo por breves segundos.

Sua casa está cheia, ainda assim, a única pessoa que ele consegue ver é Louis, o qual sorri largo para ele, com olhos brilhando em alegria. Não há nenhum traço de mágoa em seu olhar e isso o faz relaxar.

Eles ainda precisam conversar, mas Harry sabe que ambos ficarão bem, pelo menos por ora, no momento ele se concentra em processar que alguém (provavelmente sua mãe) organizou uma festa de aniversário para ele.

Após cumprimentar seus convidados (com exceção de Louis, o qual apenas ficou observando-o de longe, sorrindo), Harry sobe para trocar de roupa e se arrumar.

Por ele, ficaria daquele jeito, mas sua mãe insistiu que ele colocasse uma blusa nova e penteasse o cabelo para "ficar bonito nas fotos", seria rude dizer não a ela, ainda mais com todos os encarando, então Harry sorriu, pediu licença e subiu as escadas.

Seus planos não incluíam tomar banho naquele frio, mas o sorriso caloroso de Louis deu esperanças a ele. Talvez seu não-namorado (ok, Harry sabe que não deveria se referir a Louis assim depois da briga, mas foda-se) aceite dormir em sua casa, no quarto de hóspedes... ou não (ele realmente espera que esse não seja o caso).

Harry não sabe se teria coragem de fazer alguma coisa com Louis quando sua mãe está no quarto ao lado, mas nunca se sabe.

Depois do banho, ainda de toalha, Harry deixa o banheiro e avista Louis sentado na beirada de sua cama, fitando suas mãos.

— Hey — murmura Harry parado no batente da porta.

— Harry, oi — diz Louis olhando em sua direção —, feliz aniversário.

— Obrigado — responde sorrindo fraco.

— Queria conversar com você... em particular. Prometo não demorar — disse mantendo o olhar fixo em Harry. — Estão todos te esperando.

O melhor seria começar a se trocar enquanto Louis fala, para ir mais rápido, mas Harry se vê indo em direção a ele e sentando ao seu lado.

— Obrigado por ter vindo.

Louis ri e descruza os dedos, colocando a mão direita para cima, convidando Harry a segurá-la. Ele o faz. É claro que ele o faz.

— Eu organizei a festa e arrumei a decoração e as comidas, seria bem difícil eu não comparecer — responde apertando a mão de Harry, com um sorriso meigo nos lábios. — Mas não posso levar os créditos sozinho, sua mãe foi de grande ajuda.

Se Harry pudesse a contar todas as vezes em que teve esse sentimento dentro si, usaria apenas uma das mãos.

Ele não sabe merda nenhuma sobre a felicidade — mesmo assim, insistiu em falar sobre isso em sua redação de filosofia. Mas nada se compara a este momento específico.

A sensação de ter em mente de que Louis se importa com ele, de que eles são amigos de verdade e nenhuma discussão idiota poderia mudar isso.

O pobre coração apaixonado de Harry interpreta todo o gesto de maneira errada, mas, nesta noite, não tem problema, pois ele pode voltar a ser racional amanhã.

— Eu... — começa Harry sorrindo largo — ... nem sei como agradecer.

— Pare de sorrir dessa forma, está me deixando envergonhado e preciso conversar algumas coisas com você — disse Louis também sorrindo, mas tentando disfarçar colocando sua mão em frente ao rosto, como se fosse coçar o nariz.

— Não estou sorrindo — responde Harry ainda com todos os dentes aparecendo. — Ok, eu não consigo. Estou muito feliz, nunca tive uma festa surpresa e eu nem me lembro a última vez que tive uma festa de aniversário — confessa. — E você está falando comigo!

Sua intenção não era ser tão honesto assim, mas o sorriso impede sua boca de ficar fechada e não dizer bobeiras.

— Foi uma discussão muito idiota — começa Louis —, na próxima fase vamos nos organizar melhor. E eu sei que você realmente sente muito — continua ele virando-se, para que possa ficar mais de frente para Harry. — Vamos esquecer isso, tudo bem? Eu quero continuar sendo seu amigo. E estudando com você. E fazendo... o que quer que isso seja — disse apontando para si mesmo e para Harry —, não consigo me imaginar não fazendo isso tudo com você.

Nunca, em toda sua vida, Harry desejou poder pausar um momento para gritar. Céus, ele está sentindo vontade de dançar... e ele odeia isso.

Não consigo me imaginar não fazendo isso tudo com você.

O coração de Harry vai explodir a qualquer momento.

— Prometo ser um colega de competição melhor pra você e para os meninos.

— Você promete tentar — corrige Louis —, um passo de cada vez, tudo bem? Assim como a coisa de se abrir.

— Ok, combinado — aceita Harry soltando a mão de Louis apenas para estende-la a ele novamente, como se estivessem selando um acordo.

Louis sorri e aceita sua mão. Em seguida, ele se aproxima, deixando seu rosto bem próximo ao rosto de Harry.

— Feliz aniversário, babe — deseja antes de começar a beijar o rosto e o pescoço de Harry.

Há tantos convidados no andar debaixo, mas Harry se força a esquecê-los e... senta no colo de Louis. Sua toalha sai totalmente do lugar e ele nem ao menos liga.

Se estivessem sozinhos, Harry faria sexo com Louis naquela exata posição.

Mas eles não estão, e sua mãe fez questão de lembrá-los desse infortúnio batendo na porta e perguntando se ele já trocou.

— Estou quase — responde Harry com o coração apertado pelo susto. — Ainda sem roupa, não abra, por favor.

A porta está destrancada, mas sua mãe sempre respeitou sua privacidade, de modo que ele nem precisava ter pedido. Seja como for, Harry não quer nem imaginar a reação que ela teria em vê-lo naquela posição.

— Louis já passou aqui? Ele queria entregar seu presente e te desejar feliz aniversário antes de você descer, parece que é um presente muito especial — disse sua mãe ainda do lado de fora.

Harry se vira para Louis e ergue a sobrancelha. — Ah é mesmo? Ele ainda não me entregou presente algum. Estou esperando ele usar o banheiro — inventa.

— Oh, ok, ande logo, os convidados estão te esperando.

— Se fosse a minha mãe — começa Louis depois que escutam os passos da mãe de Harry na escada —, estaríamos ferrados. Ela não sabe nada sobre espaço pessoal.

— Bom, está decidido — disse Harry se levantando —, nunca mais vamos fazer sexo na sua casa — declara enquanto caminha nu pelo quarto, pensando em quantas vezes Louis o viu sem roupas. — E o que ela estava dizendo sobre um presente? — Pergunta sorrindo maliciosamente.

Louis aponta para sua escrivaninha, onde tem uma caixa de presente que passou despercebida por Harry.

Primeiro ele começa a se vestir (está ficando frio) e depois ele abre a caixa, sorrindo ao ver uma camiseta roxa do Acampamento Júpiter lá dentro.

— Também comprei uma pra mim, então a gente pode ir trabalhar com elas e fingir ser nosso uniforme — disse Louis.

Ambos sabem que Harry provavelmente não voltará a trabalhar na Livraria das Corujas, mas a desculpa de Louis é fofa, então ele apenas assente e agradece pelo presente, sem pensar realmente sobre os verdadeiros motivos do outro.

— Eu amei — diz Harry vestindo a camiseta —, vou ficar com ela por baixo do meu suéter, obrigado — agradece ele mais uma vez, recebendo um sorriso tímido como resposta.

— Não foi nada — responde Louis, contrariando o pensamento de Harry de que foi o suficiente.

[...]

Todos os seus colegas de competição estão ali, além de Jo e as irmãs de Louis, com exceção de Lottie, que está na faculdade. A mãe de Zayn também está ali, pois, segundo Louis, ela gostou muito de Harry de quando o conheceu em dezembro e quis ir à festa.

Não são muitos convidados, mas para Harry é perfeito.

Como nunca teve uma festa de aniversário — pelo menos uma que ele se lembre —, Harry não sabe exatamente como agir, então ele apenas anda de um lado ao outro recebendo as felicitações de aniversário dos convidados que ainda não tinham conseguido conversar com ele.

Alguns dão presentes a ele, o que o deixa extremamente sem graça, muito mais do que quando Louis o faz (atitude que acontece com frequência, se Harry for parar para analisar).

Pensar sobre Louis leva imediatamente o olhar de Harry ao garoto, o qual conversa animadamente com — para a surpresa de todos — sua mãe.

Harry está prestes a ir até eles quando a porta da frente se abre e seu pai entra, sorrindo nervosamente e segurando uma caixinha de papel nas mãos.

Por um momento Harry se esqueceu completamente dele.

— Feliz aniversário, filho — cumprimenta ele —, trouxe algo para você — adiciona estendendo a caixa a Harry, o qual apenas alterna seu olhar entre o presente e seu pai.

— Obrigado — murmura antes de se afastar.

Ele pode lidar com seu pai depois, no momento, contudo, Harry precisa conversar com Louis novamente, para ter certeza de que tudo está realmente bem entre eles.

Algo dentro de si está dizendo que eles ainda não conversaram o suficiente.

[...]

Harry consegue se esquivar dos convidados para conversar com Louis cerca de duas horas depois, quando o leva discretamente para o quintal — único local da residência onde os convidados não irão encontrá-los e, se isso acontecer, não conseguirão ouvi-los.

— Você não está me atraindo aqui para fora para me sacrificar em algum ritual satânico de dezoito anos, certo? — Questiona Louis depois de encostar a porta cozinha que dá passagem para o quintal.

Harry apenas o encara.

— Nunca estive no seu quintal antes, quer dizer, teve aquela vez quando a gente era criança...

— Louis — chama Harry interrompendo-o, pois está frio pra caramba do lado de fora e ele nunca esteve em sua casa quando os dois eram mais novos, não faz sentido contar aquela história agora. — Alguma coisa está errada.

— Como assim? — Pergunta Louis com as mesmas feições da sexta-feira à tarde, quando Harry encontrou seu pai na porta da escola.

— Foi muito rápido — responde Harry desviando o olhar —, você me desculpando foi muito rápido. Tem certeza que está tudo bem? Porque eu odiei brigar com você, não quero que fique ressentido — confessa —, e você não precisa me perdoar só porque é meu aniversário — adiciona baixinho.

Um longo silêncio se segue depois que Harry termina de falar e ele arrisca encarar Louis, pois a falta de resposta está matando-o.

— Harry, tem mais alguma coisa que você queira me falar?

Estou apaixonado por você.

— Sim, um montão delas —responde ele —, mas eu não sei como dizê-las. E eu... não sei, sinto que não é o momento? São apenas coisas que estão bem no fundo e...

Louis pega sua mão e a leva até seu peito, onde Harry consegue sentir seu coração batendo.

— Eu também — diz ele. — Um passo de cada vez, como combinamos, ok?

Harry, que até então estava com os olhos fixos nas mãos deles, encara Louis, buscando em sua expressão facial um terço do sentimento que carrega em seu coração.

Não parece ser possível que Louis goste goste dele. Harry nem saberia como agir se fosse o caso. Parece surreal demais.

— Você consegue sentir meu coração? — Questiona Louis, recebendo um aceno como resposta. — Eu aprecio demais todas as vezes que você se abre comigo. E eu desculpei você faz tempo, porque foi uma briga muito boba, e nós passamos tempo demais brigando.

Sem conseguir se conter, Harry ri e desvia o olhar, encarando o céu.

— Louis, você é...

Perfeito, a o adjetivo que vem à mente de Harry. E normalmente ele guardaria as coisas gentis que pensa sobre Louis para si mesmo, mas dessa vez ele volta a encará-lo e diz:

— Perfeito.

Deixando Louis com o rosto avermelhado.

— Vamos menino aniversariante — diz abaixando suas mãos, mas ainda segurando Harry, puxando-o em direção a casa —, o frio está afetando seu cérebro, e precisamos dele para a competição.



[...]

Louis comprou um bolo de chocolate. Segundo a mãe de Harry, além de preparar a casa para a festa, encomendar toda a comida e convidar as pessoas, ele também comprou o bolo, o que acaba sendo o segundo presente de aniversário de Harry.

Como é segunda-feira, a festa não pode terminar muito tarde, não que Harry esteja reclamando, pois ele não vê a hora de ficar a sós com Louis.

Seu plano é convidá-lo para passar a noite e "dormir no quarto de hóspedes".

Enquanto cantam "Feliz Aniversário" para Harry, ele não consegue pensar em como a situação toda é muito desconfortável, quer dizer, o que ele deveria fazer agora? Bater palmas? Cantar junto? Apenas sorrir? Céus, como as pessoas aguentam isso todo ano?

Seu trabalho de filosofia já está pronto, mas, senão estivesse, ele discutiria sobre esse momento.

Finalmente acaba e quando Harry está prestes a soprar as velas sua mãe diz "faça um pedido!".

Harry ergue o olhar e a encara. Ele já desejou muitas vezes que sua mãe fosse diferente, mas não há como mudá-la. Depois ele olha para seu pai, e se pergunta se deveria pedir que ele sumisse, mas desiste, pois ele soa amargo.

Desviando o olhar de seus pais, Harry encara seus amigos, e se pergunta se deveria pedir a vaga em Oxford, mas isso depende apenas dele mesmo, pois apenas ele pode estudar o suficiente para ser aceito, o Universo não pode estudar em seu lugar.

Então ele olha para Louis, do lado oposto da mesa, sorrindo para ele.

O que Harry poderia pedir ao Universo que depende de si mesmo, mas que se tivesse uma ajudinha seria bacana?

Ele devolve o sorriso a Louis e assopra.

— O que você pediu? — Pergunta sua mãe com um sorriso.

— Não posso dizer — responde ele desviando o olhar de Louis, sorrindo para ela.

[...]

— Ainda não acredito que você deu o primeiro pedaço de bolo pra você mesmo — disse Louis cerca de uma hora depois, quando os convidados começam a ir embora.

— Eu mereci — argumenta Harry acenando para Perrie e Elliote, enquanto as duas abrem a porta do carro. — Mas tem outra pessoa que eu também queria dar — adiciona virando-se para Louis.

— E quem seria? — Questiona ele com um tom de voz que carrega flerte.

— Tchau, Harry, feliz aniversário de novo, até mais — despede-se Taylor aparecendo ao lado de Louis.

Harry sai da frente as porta da frente e agradece sua colega antes dela ir.

— Harry — chama Danna —, eu e Sigrid vamos aproveitar a carona de Taylor, queria ficar mais, mas temos reunião do clube amanhã — lamenta ela vestindo seu casaco.

— Eu entendo, faltei da reunião hoje e preciso correr atrás amanhã — disse Harry —, obrigado por terem vindo — adiciona quando Sigrid aparece.

— A festa estava ótima — elogia Sigrid —, a comida? Sensacional. O bolo também estava maravilhoso — adiciona —, obrigada por me convidar — disse aos dois antes de seguir Danna para fora.

— Quer passar a noite? — Pergunta a Louis quando as meninas se afastam.

— Pra quem você daria o primeiro pedaço? — Questiona ele, ignorando seu convite.

— Para Niall — responde Harry rindo.

— Eu odeio você — resmunga Louis se afastando.

— Aonde você vai?

— Avisar minha mãe que vou dormir aqui — responde sem olhar para trás.

[...]

Ok, Harry sabe que talvez não seja uma boa ideia espiar Louis enquanto este toma banho, mas (1) ele já o viu pelado várias vezes e (2) por quê não?

Sua mãe já foi dormir e, mesmo que estivesse acordada, ela nunca entraria no quarto de hóspedes sabendo que eles têm visita.

Assim que entra no quarto, Harry consegue ouvir o barulho do chuveiro ligado e — para sua total surpresa — Louis cantando, muito bem, por sinal, o que apenas comprova a teoria de que ele, bem, vocês sabem, é perfeito.

Evitando fazer barulho, Harry vai até o banheiro e abre a porta devagarinho, torcendo para Louis estar virado para a parede, para que não o veja.

Harry não quer invadir seu banho ou assustá-lo, apenas ouvi-lo cantar e ver sua bunda (Louis tem uma ótima bunda, aliás, mas Harry não gosta de pensar muito sobre ela, pois é um pouco rude) (e o deixa com tesão).

Ele não conhece aquela música, mas parece ser muito boa e Harry fica parado na porta, mantendo-a apenas com uma fresta aberta para ouvir Louis cantar.

Oh, it's always been you, don't let it go if you love me, don't move on, don't move on — canta Louis e Harry decide que essa é sua parte preferida da música.

[Sempre foi você; não solte se você me ama, não siga em frente, não siga em frente].

Quando a música acaba Harry se afasta e deixa o quarto, indo para o seu próprio trocar de roupas e escovar os dentes. Ao retornar ao quarto de hóspedes, encontra Louis trocado, arrumando a cama para dormir.

— Você canta muito bem — comenta Harry entrando no quarto e fechando a porta atrás de si.

— Não acredito que você ouviu — lamenta Louis colocando as mãos em frente do rosto —, que vergonha. Será que sua mãe ouviu?

— Ela já foi dormir — responde. Harry quer acrescentar que ficou parado na porta do banheiro para conseguir ouvir, mas sua consciência está dizendo que seria "uma queimação de filme daquelas", então ele muda de assunto. — Já tá pronto para dormir? — Pergunta se deitando.

Louis o encara como se ele tivesse enlouquecido.

— Você vai dormir aqui? — Harry assente. — E se sua mãe ver a gente dormindo juntos?

— Vou falar que a gente dormiu assistindo um filme — responde Harry apontando para a televisão.

— Por que vocês têm uma televisão no quarto de hóspedes?

— Porque minha mãe achou que ficava feia na sala e eu já tinha uma — explica ele. — Você pode se deitar agora? Amanhã temos aula cedinho — adiciona com um sorriso.

Seu não-namorado não faz mais nenhuma pergunta, apenas tranca a porta do quarto e apaga a luz, se deitando ao lado de Harry em seguida, o qual se move até estar colado em Louis.

Será que dormir abraçado com Louis significa alguma coisa mais séria? Porque Harry não quer ficar pensando a respeito e tentando descobrir o que se passa na cabeça de Louis — arruinaria todo o momento.

Então ele não pensa, apenas sorri e fecha os olhos, adormecendo instantaneamente.

[...]

Harry Styles não tem certeza se fazer sete anos é um bom negócio. Mas sua mãe comprou bolo de M&Ms e todos os seus coleguinhas da escola chegaram na sua casa com presentes, então parece uma troca justa.

Ainda assim, Harry tem um problema, pois sua mãe disse para ele não se sujar, pois precisa sair "bonito nas fotos". Ela sempre repete isso. Contudo, se com seis anos ele podia se sujar, qual grande mudança aconteceu aos sete que não pode mais?

Louis diz que é só para as fotos, Harry pode se sujar na segunda-feira, quando forem para a escola.

— Mas é terra — argumenta Harry —, a gente não tá... não tá no planeta Terra? — Pergunta a Louis, quando os dois param de correr para entrar na fila do pula-pula. — Só tem terra... que que tem eu... eu sujar a roupa?

— Sei lá — responde Louis encolhendo os ombros —, eu já to suando mesmo — adiciona dando de ombros e rindo. Hoje ele está sem um dente de baixo, porque quebrou na semana retrasada.

— E a foto? — Pergunta Harry em choque, olhando o estado das roupas de Louis, o cabelo grudando na testa e o rosto vermelho.

— Podem subir, meninos — avisa a monitora que está cuidando do pula-pula, interrompendo a conversa dos dois. — Cinco minutos, tá bom?

— Mas é aniversário dele — disse Louis cutucando Harry, o qual assente veementemente.

— Ok, dez minutos, feliz aniversário!

Os dois gritam animados enquanto jogam seus sapatos longe e sobem a escada para o brinquedo.

— A gente tá pulando dentro da... da Terra! — Grita Harry sorrindo, entre um pulo e outro.

— E fendendo! — Responde Louis, provocando uma gargalhada em Harry.

Eles riem tanto que precisam parar de pular por alguns segundos, ambos se esquecendo de se manterem limpos.

💫

oiii!!!!

espero MUITO q vcs tenham gostado, porque esse capítulo é muito especial pra mim. e tb muito importante

cena preferida? e por que todas? palpites sobre o presente do pai do harry?

prestem atenção no dia q a fic ta — pode ajudá-los a se preparar para o próximo.

muito obrigada por tudoooo

até breve,
bjsbjsbjs
anna f.

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