KARMA - A Morte Do Seu Lado

By jjeffoliveira

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+18 Em 1924, Stiller, uma pequena cidade no interior canadense, sofreu uma série de assassinatos não desvenda... More

PARTE I
I - Não estou maluca!
II - O Bilhete
III- Estou sozinha?
IV - A Vida é como queremos?
V - Artigos
VI - 1924 Uma aula de História e terror
VII - O impossível
VIII - A Cerimônia
IX - Pós Cerimônia
PARTE II
I - A Outra Face
II - O Hospital
III - Novos Rumos
IV - A Igreja
V - Onde estou?
VI - A Verdade Revelada
VII - Família
VIII - Billy
IX - O Exorcismo
X - Duas mortes Inesperadas
PARTE FINAL
I - Maggie
II - O Nascimento da Fúria
III - Acordando do Coma
IV - Sarah e Clark
V - A Mente de um Psicopata
VI - O Encontro
VII - Velórios
VIII - A Manifestação do Filho do Diabo
IX - Ápice
X - Ápice 2
XI - Ápice 3
XII - Maggie e Billy
Epílogo
Agradecimentos / Sobre o Autor / Prévia Livro 2

XIII - Recomeço

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By jjeffoliveira

Katie

Abraço minha mãe. E fico com ela deitada em meu colo por alguns minutos, até que ela escuta na televisão o que eu estou assistindo.

- Filha! Tira isso... – Fala espantada.

- Não vai tirar não mãe, eu preciso saber quem morreu.

- Você não se cansa disso? – Pergunta.

- E você não entende que o Carlos poderia estar lá dentro?

Ela não fala nada, senta na cadeira que estava ao lado de minha cama, coloca as mãos na testa e enxuga as lágrimas.

- Isso foi um milagre, você sobreviveu. A única sobrevivente.

Não. Não foi um milagre mãe, eu estava distante da explosão, apenas a causei.

- Eu queria que o seu pai estivesse aqui com a gente. – Fala.

Não consigo conter a fúria que nasce em mim nesse exato momento.

- Mãe! Não fale do papai. – Meus olhos começam a encher de lágrimas, vejo que ela não está entendendo o motivo do meu pedido. – Você nunca iria acreditar na versão dele, assim como não acredita em mim.

- Claro que eu teria acreditado se ele tivesse sentado e conversado comigo. Eu nunca que iria imaginar que o seu pai também corria um sério risco.

- PORRA MÃE! Todo mundo corria perigo! Você está de brincadeira comigo? – Grito, minha garganta dói. – Ele foi embora, e nós duas temos culpa.

- Filha você não está bem, eu entendo todo o seu estresse. Você passou por muita coisa nessa noite, eu espero que eles não tenham feito mal algum a você.

- Não fizeram. – Corto conversa. Vejo que o intervalo do jornal acabou e mando minha mãe aumentar o volume. – Aumenta o volume mãe. Ela pega o controle e faz o que eu mandei.

Voltamos com o Jornal local para trazer mais informações sobre a grande explosão do galpão de gasolina da cidade de Stiller, até o momento cinquenta mortes estão confirmadas e ainda há mais de dez desaparecidos, incluindo o Xerife Jhon e o empresário Senhor Oliver. Informações de que o corpo do filho do Oliver já foi encontrado. Carlos Oliver tinha 17 anos e se formaria na escola no próximo ano.

O Jornalista continua falando mais informações, mas eu não consigo processar mais nada, apenas fecho os meus olhos e começo a chorar. Choro desesperadamente. As lágrimas pareciam que nunca iriam acabar.

O Carlos foi para mim uma reviravolta. No começo eu não gostava dele, mas depois cedi a mim mesma. Eu sempre tive um desejo reprimido sobre gostar dele, eu olhava para ele e sempre desejei ser uma das meninas que ele pegava no final de semana. Mas tudo mudou as condições que estávamos vivendo, o que vivemos foi muito tenso. O Carlos mudou bastante e para melhor. Quando a morte vem em busca de nossas almas temos um impacto e logo mudamos de atitudes que sabemos que são erradas. Eu não terei meu sonho realizado de dizer sim para ele em um casamento, não terei filhos com essa pessoa e acho que irei demorar bastante para me apaixonar novamente. Tudo o que eu quero é ir ao velório e discursar, eu quero que todos escutem o que esse menino fez para me proteger.

MERDA.

Lembro-me do corpo do Clark que ainda está em meu quarto.

- Mãe, você trouxe alguma roupa limpa?

- Sim! Quando me ligaram eu corri para o seu quarto e peguei. – Ela não comenta sobre nada estranho e isso me deixa aliviada. – Falando nisso Senhorita... – MERDA – Que tantas roupas são aquelas no cesto do banheiro?

As lágrimas param de escorrer, fico nervosa.

- Nada mãe. – Eu sei que ela não viu nada, pois tenho certeza que ela entrou desesperada no quanto para pegar as minhas roupas.

- Eu sinto muito. – Pega a minha mão e aperta, olhando para a televisão que está mostrando uma foto das vítimas já identificadas, quando mostra a do Carlos eu não consigo acreditar que ele se foi.

- Mãe! – Murmuro e aceito as consolações dela.

Aceito o cansaço que "bate em minha porta" e fecho os olhos para dormir, eu não consigo entender como eu consegui dormir nessas condições, mas acho que colocaram algum remédio no soro que eu estava tomando pela veia do braço.

É estranho quando você acorda depois de ter acontecido algo de ruim no dia anterior. Aquela sensação que o dia que está nascendo será pior é estranha. Você tem esperanças que tudo que aconteceu tivesse sido um pesadelo, mas não é. A vida real é dura. A Vida real não é para amadores, a vida é para profissionais que devem lutar muito para não caírem de palco. Eu Lutei! Lutei muito e sei que a minha luta estará cravada em minhas lembranças para sempre. Aquela entidade maligna está solta por aí, mas irei me formar aqui na cidade e aceitar a proposta de minha mãe e ir morar com uma tia minha de uma cidade distante em outro estado. Quero recomeçar minha vida, fazer tudo o que eu tenho para fazer. Quero contar para os meus filhos e para os meus netos que a história de 1924 se repetiu, os vilões foram mortos pelas chamas e eu espero que tenha sido o fim definitivo da seita maluca. Eu acredito que fui forte, e estar aqui deitada em uma cama de hospital é o ápice do meu cansaço, eu estou exausta. Exausta de brigas, intrigas, de ver coisas assustadoras, de correr de um lado para o outro, é hora de recomeçar Katie! É hora de levantar a cabeça e seguir em frente. Para sempre eu levarei em minha memória os abraços do Carlos, o cheiro marcante e aquele sorriso invejável. O Beijo. O Beijo perfeito que se encaixa perfeitamente em sua boca e afasta todas as preocupações que você tem no momento, o beijo do Carlos sempre foi mágico, e vinha nas horas certas. Eu sempre vou levar essas lembranças não com um teor de tristeza, mas para eu sempre ter em meu coração que a minha força é gigantesca e eu sempre estarei preparada para enfrentar qualquer coisa, afinal eu enfrentei um demônio. Espero que esse seja o término da guerra e não o término de uma batalha.

Majon Wodson me ensinou as coisas mais valiosas que um pai pode passar para os filhos: O Amor. O Amor verdadeiro não é vingativo, não é interesseiro, muito menos rancoroso. O Meu pai me ensinou que não importa se as pessoas que você ama não acreditam em você, você deve protegê-las da mesma forma, afinal o sentimento é seu e não delas. Temos que dá aquilo que temos, e o meu pai sempre distribuiu amor, pois ele só tinha amor. O seu fim foi doloroso, mas eu sei que em algum lugar ele está nesse momento comemorando pela minha vitória.

Nunca mais eu vou rir com a Sarah Bates ou dá dicas do que a Norman poderia escrever para uma nova matéria em seu blogger. Nunca fui muito religiosa, mas eu sei o papel importante que a religião teve em toda essa história, o Bispo nos ajudou muito, nos deu várias informações valiosas. E eu sei que o legado dele sempre será levado adiante, o Josué merece reconhecimento dos seus fiéis. O William pareceu por um momento ser um xerife chato, eu nunca vou perdoar ele por pensar em me mandar para um hospital psiquiátrico, mas eu sei que não foi por mal e que ele fez o possível para descobrir tudo que estava acontecendo, assim como o Jeff. Eles lutaram até o fim para deixar essa cidade em ordem, não conseguiram, mas contribuíram para a melhora. Meus professores! Sei que a escola não irá demorar mais de uma semana para voltar ao normal, mas será difícil iniciar novamente as aulas com professores novos, sabendo que os antigos morreram... E tantas outras pessoas que foram embora e que eu tenho que honrar enquanto estiver viva.

- Filha você recebeu alta. – Minha mãe entra no meu quarto com uma folha na mão. Uma enfermeira tira o soro que está em meu braço e leva os materiais embora depois que troca os meus curativos. – Vá tomar um banho, vista uma roupa limpa.

- Tá bom. – Levanto da cama com dificuldade, até parece que eu esqueci como andar. Tomo o banho, visto a roupa e vou embora para a minha casa.

Enquanto estamos no carro, minha mãe estava dirigindo e sempre olhava para o lado, para o banco onde eu estava, tentava falar algo, mas não conseguia.

- Fala logo mãe. – Mando.

- Falar o que? – Pergunta, se fazendo de desentendida.

- Eu te conheço mulher. Sei quando quer falar algo e não consegue.

Ela dá uma leve risada e continua.

- Filha! Tudo o que você passou foi muito forte... – Eu já entendi onde essa conversa vai chegar.

- MERDA mãe! Eu estou de luto, mal saí do hospital e você já quer ter essa conversa novamente? Sim! Talvez eu precise fazer terapia depois de ter passado por tantas coisas, mas ficar internada em um hospital? Obvio que não. Não mesmo. Sem chances.

- Filha...

- Cala boca mãe. – Grito! – Por caso você já foi fazer uma visita lá? Você foi ver o que a Maggie passa lá? Mãe ela está lá injustamente e eu não vou para um lugar sem ter a necessidade de estar lá. FIM.

- Ela está lá por causa das baboseiras que falou, que por acaso você também disse coisas semelhantes.

Isso novamente? Eu não acredito!

- Você acha mesmo que eu estava mentindo? Você acha mesmo que eu não vi a imagem do capeta literalmente em minha frente? Quem você acha que estava atrás de todos esses assassinatos? Você acha que essas pessoas mortas se encontravam para cantar amarelinha? Acorda mãe.

- Você está convencida que viu coisas que não existem filha! Eu estou preocupada com você.

- Pode ficar tranquila, não tem nenhum motivo para você continuar se preocupando comigo, isso teve um fim.

- Eu espero. Eu espero muito. – Eu também.

3 dias depois...

Eu nunca pensei que o caixão do Carlos iria estar ao lado do caixão de seu pai. A cerimônia foi curta e poucas pessoas foram, acho que mais velórios foram marcados no mesmo horário. Enquanto o caixão do Carlos está sendo colocado no buraco eu me aproximo. Cada passo que eu dou a dor aumenta em meu peito, eu estou indo ver pela ultima vez onde o amor da minha vida está. Seguro uma rosa vermelha, representando nosso amor, os óculos escuros que estou usando esconde um pouco de meu cansaço, não durmo bem, minhas lágrimas começam a brotar dos meus olhos e algumas caem na flor. Ninguém se aproxima do caixão, apenas eu. Todo mundo olha para mim, eu ganhei esses privilégios por ter sido a única sobrevivente do ocorrido. Jogo a flor dentro do buraco. Olho por um momento aquele caixão preto e brilhoso. Dou um leve sorriso e murmuro:

- Você foi o maior e melhor amor que alguém poderia ter. – Choro. – Obrigado por tudo, por tudo mesmo. Amo-te Carlos!

Enquanto me viro vejo o caixão do Oliver. Não me contenho. Aproximo-me, forço minha garganta e dou uma cuspida no caixão. Todos que estavam ali se espantam com o que eu acabo de fazer, mas ninguém me repreende, acho que todos sabem, por mais errado que tenha sido esse meu gesto é de se entender. Volto para a minha casa com a minha mãe. A volta foi bastante demorada, eu não dei uma palavra, minha mãe também não. Apenas fui olhando para a janela e admirando a paisagem e me sufocando em meus pensamentos.

Quando abro a porta de minha casa, sinto que tudo chegou ao fim. Vejo a casa inteiramente arrumada e subo para o meu quarto. Os fracos de perfume para ambiente estão amontoados em minha cômoda, mais frascos estão em meu banheiro. Faz dias que o corpo do Clark ainda está em baixo de minha cama. Quando eu levanto a coberta o cheiro de podre é quase insuportável, temo que minha mãe volte a limpar o meu quarto agora que as cerimônias acabaram. O Billy não foi encontrado ainda, o Xerife Jhon foi dado como morto e hoje o Policial Thales assume o comando da delegacia da cidade, é o quarto Xerife em menos de um ano. O Clark também está sendo procurado pela policia local e eu sinto uma certa dor de saber a verdade sobre ele, mas eu não sei o que fazer com o corpo que está em baixo de minha cama.

Ao anoitecer o cheiro piora e eu não sei o que fazer. O perfume para ambiente não está dando conta, e a sensação de está dormindo em cima de um cadáver não é legal. Tenho uma ideia. Levanto a coberta e quase vomito no chão do meu quarto, olho para o rosto do Clark e vejo que o seu rosto está praticamente azul e um líquido verde está saindo de todos os buracos de seu corpo, ele está extremamente inchado. Arrasto-o até a porta do meu quarto com grande dificuldade. Como vou descer com esse corpo pelas escadas?

Empurro e fico na torcida para que a minha mãe não acorde. Como um boneco de pano o Clark capota em todos os degraus até chegar ao fim da escada. Temo que o plástico tenha rasgado. Vou até o quarto da minha mãe e por incrível que pareça não há barulhos, ela continua dormindo. Primeira vez que ela não acorda com os meus barulhos de madrugada. Ainda bem. Arrasto o corpo do Clark até a porta dos fundos, abro e levo para o quintal. Pego uma pá e começo a cavar. Não sabia que cavar era tão difícil, principalmente um buraco grande o suficiente para colocar um homem, praticamente, dentro e não deixar rastros. Cavo, vejo que o céu começa a clarear, o dia está amanhecendo, MERDA, minha mãe costuma acordar bem cedo agora.

Arrasto o corpo até o buraco e jogo dentro. Enquanto jogo areia no corpo do Clark as lembranças daquela noite vem à tona mais uma vez. Foram muitas coisas que aconteceram em poucos dias, em poucas horas. Termino de enterrar o corpo, pego umas flores que estão em vasos e começo a plantar, não demorou muito para a minha mãe aparecer de surpresa em pé na porta dos fundos.

- O que a senhorita está fazendo acordada essa hora?

- Estou plantando umas flores aqui, acho que o quintal ficará mais bonito para os novos moradores.

- Você não vai esperar até a sua formatura para irmos embora? – Pergunta sem entender.

- Vou mãe, conversamos sobre isso ontem! Mas as flores vão demorar a nascerem e ficarem bonitinhas, aí já resolvi fazer isso hoje.

- Do nada? – Pergunta, mais uma vez admirada pela ação da filha maluca que se levantou de madrugada para plantar flores.

- Mãe! Eu não consegui dormir muito bem. Então decidi fazer isso.

- Tá bom! Vou fazernosso café da manhã. Continue aí com sua crise de jardineira. – Ela entra paraa cozinha e começa a preparar o nosso café.

Começo a cantar. Quanto tempo faz que eu não canto? Nem eu me lembro da ultima vez. Canto aliviada, sabendo que dentro de poucos dias a rotina normal irá retornar. Escola, provas, foco na formatura e enfim a mudança.

FORMATURA

Vários sonhos meus foram destruídos com os acontecimentos dos meses passados, voltar para a escola não foi nada fácil, mas conviver com pessoas que compartilhavam da mesma dor que a minha foi bom. Pessoas que perderam familiares ou amigos. Eu sei que elas não sabem o mal que essas pessoas praticavam e não sou eu que vou dizer para elas. O destino cuidou muito bem disso, acredito eu.

O Corpo do meu tio nunca foi encontrado, O Billy também não. A Polícia não está dando tanta atenção para esses desaparecimentos, foram meses de buscas e nenhum resultado. Eu aceitei a morte do Billy, mesmo não sendo confirmada.

Quando o Diretor da escola chama o meu nome para pegar o Diploma eu surpreendo todos os meus colegas de turma, a minha mãe e todas as pessoas que estavam ali para assistir a formatura. Eu retiro do meu bolso uma foto do meu antigo grupo de amizades. Sarah, Norman, Billy, Eu e o Carlos. Sentados na mesa do refeitório rindo muito. Foi o Clark que tirou essa foto. Todos levantam de suas cadeiras e me aplaudem de pé, eu fico emocionada. É como se eu agora carregasse a minha vida e a vida de outras pessoas. Foi emocionante. As flores do jardim já estão crescidas e belas, no quintal da minha casa. Chegar da formatura foi muito bom, era o momento de me despedir dessa cidade que deixou tantas marcas em mim.

Faço uma pequena oração diante das flores, eu sei que é aqui que o Clark está e ele merece uma despedida. Sinto que alguém está me espionando pelo murro que separa a minha casa da rua, quando olho rapidamente tenho a impressão que alguém se abaixa. Uma brisa leve chega até os meus braços fazendo-me arrepiar. Eu entro dentro das minha casa e desejo ir embora o quanto antes. Todas as minhas coisas estão arrumadas. Pego a roupa que o Carlos trocou uma bez aqui em casa e guardo em minha mochila.

Quando todas as caixas estão dentro do caminhão, entro na minha casa vazia e tento lembrar-se de todos os momentos bons que eu tive ali dentro. Majon Wodson! Pai! Eu penso! Respiro fundo e fecho a porta da minha casa, desejo muito que nunca mais eu tenha que voltar até essa casa.

- KATIE! – Grita minha mãe. – Coloque essa placa na porta.

Vende-se

Coloco na porta da minha antiga casa. Entro no carro com a minha mãe e vamos em direção a uma nova cidade... Recomeçar! 

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