The Real Side II: Dark Times

By hiddles-evans

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"Tudo mudou depois de NY". Tony Stark gostava de repetir aquilo e, embora sua filha sempre revirasse os olhos... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 27
Capítulo 28
Epílogo

Capítulo 26

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By hiddles-evans

Avril esfregou os olhos mais uma vez, na esperança que aquela moleza que sentia fosse ir embora com o movimento, apenas para voltar a bufar irritada e dar início mais uma vez àquele ciclo: tentar se levantar, não se sentir bem e tornar a sentar, respirar fundo algumas vezes na espera que surtisse algum efeito, mesmo sabendo que não iria. Seu corpo estava debilitado demais, e, de alguma forma, não ter se estabilizado era um bom sinal: seu organismo estava mais focado em proteger outro organismo do que se estabilizar de fato, e aquilo já era mais do que ela podia esperar.

Claro que a coleira em seu pescoço definitivamente não estava facilitando a tarefa de se recuperar, mas Avril desistira de reclamar sobre aquilo depois que um dos enfermeiros narrara que ela ficara por algumas horas sem ela depois de seu pai implorar que Ross permitisse. Por intenção ou não, ela tinha colocado Tony em uma posição bastante delicada, o mínimo que ela podia fazer no momento era ser menos apressada porque, sendo bastante realista, não era como se ela fosse deixar aquele lugar tão cedo.

Uma movimentação estranha dos seus vizinhos de cela atraiu a atenção de Avril, mesmo que tarde demais. Quando seus olhos se ergueram para as grades que a mantinha ali, seu pai já estava de frente para ela, sua péssima aparência sendo mais do que o suficiente para fazer com que todo o ar saísse de seus pulmões em um único movimento. Não apenas havia muito mais hematomas em seu rosto do que se lembrava antes de apagar e ferimentos que, mesmo olhando rápido, eram fáceis de classificar como frescos.

Ela não conseguia se lembrar da última vez que vira seu olhar tão frio e distante.

- Pai... O q...? – começou ela em um sussurro, a garganta ardendo por ainda estar muito machucada. Um movimento discreto no ombro de Tony fez com que ela abaixasse o olhar, sem nenhum problema identificando o escudo de Steve preso em seu braço, dificultando ainda mais na tarefa de produzir sons entendíveis – Você o prendeu?

Quando não obteve resposta e a expressão dele se tornou menos controlada, Avril começou a se desesperar. Não era fácil separar o homem do seu escudo, não era um bom sinal.

- Pai... Cadê o Steve?

- Morto – respondeu o homem de uma vez, deixando que a arma caísse de seu braço com um movimento só. O olhar em choque de Avril começou a permitir que lágrimas lhe escapassem, mas não atingiu Tony – Pelo menos para mim. E se você não der a resposta certa, acredito que vai tomar o mesmo rumo que ele.

- Do que você está falando? – perguntou ela entre as tentativas de controlar sua respiração, os lábios tremendo contra sua vontade – Não tem graça! Tony, cadê o Steve? O que você fez com ele?

Tony ignorou a filha, se adiantando mais um passo para as grades, já que não podia de fato ficar frente a frente com ela, e nem sabia se queria. Quanto mais olhava para a sua figura ainda debilitada, mais algo dentro de seu peito de agitava.

- Você sabia?

Uma pergunta simples e vaga, que não carregava o menor significado se não se soubesse do que se tratava. Só que Avril sabia, e aquilo estava claro em seus olhos surpresos e confusos.

- Ele te contou...? – arriscou ela, logo percebendo que não era o caso. A forma como Tony recuara, a indignação visível em seus olhos. Aqueles eram vestígios do sentimento de traição onde não se descobre pela própria pessoa – Aquele cara contou, não foi? O falso psiquiatra.

- Eu sempre disse que você estava corrompendo o Rogers, mas nunca acreditei que você fosse o transformar na porcaria de um mentiroso – disse Tony em um fio de voz, aos poucos ganhando altura, sua ira se intensificando e ganhando mais forma em seu rosto – Você mentir para mim até que não me soa tão estranho, embora não me faça sentir nem um pouco melhor.

- Se te faz se sentir melhor, ele escondeu de mim também. Quando ele disse que estava tentando nos proteger, de alguma forma ele estava – devolveu Avril, puxando as pernas para cima do colchão. Tinha bastante rancor na voz da mulher, Tony não falhou em notar, mas não mudava as coisas – Mesmo que no fundo eu ache que ele simplesmente estava sendo covarde demais para nos encarar.

- Mas você já sabia – insistiu ele – E mesmo assim estava arriscando tudo para proteger o Barnes também.

Avril fechou os olhos e respirou fundo, tombando a cabeça para o lado antes de encarar o pai. Se lhe fosse dada a possibilidade, ela trocaria todas as suas habilidades, mesmo que estivessem funcionando perfeitamente, por controle do tempo. Pausar aquela conversa e apenas retornar quando tivesse condições de, de fato, tocar naquele assunto. Ela não tinha emocional o suficiente para aquilo no momento.

Mal conseguia fazer com que ela própria entendesse algumas coisas, como poderia guiar Tony?

- Isso tudo não é sobre ele, você já deveria ter percebido.

- Você sempre soube que tinha sido ele – retrucou Tony, quase que ignorando o que a filha dissera antes. Avril, por sua vez, estranhou a firmeza em sua voz – Desde o começo.

- Do que você está falando?

- Quando uma criança que sofreu um acidente e chega no hospital dizendo que havia um homem estranho do lado de fora, os médicos contam para o pai, Avril, e acontece que esse seria eu – explicou ele, voltando a avançar contra as grades, a raiva de sua voz em um último instante vacilando e deixando um lampejo de desespero dar as caras – Por que você não me contou?

Avril abaixou a cabeça, passando a língua pelos lábios antes os prender entre os dentes, completamente inconformada com sua ingenuidade. Aquele tinha sido tão seu pesadelo particular quando criança que nunca cogitara alguém se lembrar daquilo.

- Eu passei a maior parte da minha vida me fazendo acreditar que toda aquela memória era uma alucinação, a ponto de que eu mal lembro direito o que aconteceu – contou ela – Demorou mais do que eu me orgulho para entender que tenho dificuldades de sentir a presença de pessoas aprimoradas, e quando eu finalmente entendi, eu fiz a ligação com o Soldado Invernal, mas não tinha como eu confirmar minha teoria. Não até eu conhecer o Barnes.

- Você tinha que ter me contado, eu tinha o direito de saber.

- Talvez eu seja mais parecida com o Rogers do que pensamos – Avril o cortou, a voz adotando um tom mais alto – Eu me convenci de que estava te protegendo, mas agora...? Sei que eu nunca te contaria isso se não tivesse outra escolha. Não queria que você tivesse que viver com essa também.

- Eu já tinha percebido isso, porque assim como ele, você ficou do lado do monstro – rosnou Tony, a lateral de seu punho fechado acertando o pilar que sustentava as grades da cela da Avril e a vazia ao lado – Você arriscou o seu bem-estar e do seu filho pelo assassino dos seus avós.

- Não chame ele assim – pediu ela com certa urgência, seu olhar baixo demorando para juntar coragem e retornar para o pai – Nunca mais chame ele assim, por favor. Bucky é uma vítima também, não transfira a culpa para ele. A HYDRA cometeu aqueles crimes, pelas mãos deles, mas não é culpa dele.

- Isso não muda nada – devolveu Tony, sem pensar duas vezes, sem nenhuma alteração em sua figura. Avril por sua vez apresentou mudanças, sua risada sem humor parecendo trazer um desconsolo para seus traços.

- Então você também me vê como um monstro? – ela não precisava perguntar, mas ultimamente Avril tinha assumido que tantas coisas estavam entendidas entre as partes que sentiu a necessidade de verbalizar. Avril estava cansada de supor as coisas e estar errada, precisava mudar aquilo o mais rápido possível, e começaria com Tony – James e o Soldado são pessoas completamente diferentes, pai. Mas Avril e Dominik não são. Eu estava ciente das minhas ações na maior parte do tempo, mesmo não podendo fazer nada a respeito. Se Barnes é um monstro, eu sou bem pior do que ele. Por isso você o chamar assim indiretamente está me chamando assim também. E esse julgamento vindo de você eu não vou conseguir aguentar de novo.

Tony quis abrir a boca para retrucar, mas se viu se mantendo em silêncio, recebendo a acusação sem se defender. Ele já sabia ao que a mais nova se referia, sequer precisava a ouvir. Mas ele se manteve lá, aos poucos se tornando inexpressivo enquanto Avril se perdia mais e mais.

- Eu não dou a mínima para o que o mundo pensa de mim, e em alguns momentos nem o julgamento dos Vingadores me importa. Mas você é meu pai. Por todos esses anos, você foi a única família que eu tive – continuou ela, as palavras umas puxando as outras como se fosse um discurso ensaiado, mesmo nunca tendo considerado expressar tamanho temor, as lágrimas que escorriam pelo seu rosto parecendo queimar sua pele – Eu amo Steve tanto que às vezes nem sei como isso é possível, mas sei que não importa a merda que eu faça, ele não vai virar as costas para mim. Mas você não é como ele: você me daria as costas, assim como já fez antes. E eu morro de medo disso.

Ouvindo aquelas palavras, Tony pensou que sentiria o golpe. Então ele esperou. Elas eram sinceras, ele podia assumir isso com ou sem a maldita coleira no pescoço da mulher, mas ele parecia incapaz de senti-las. Todo o caminho até o Raft fora feito com ele se preparando para aquele momento, tentando prever os caminhos que Avril poderia tomar. Então ali estava ele, perto o suficiente para assistir o desespero, mas não o suficiente para se sentir tocado.

- Eu costumava morrer de medo de acontecer alguma coisa com você - contou Tony por fim, o olhar mais angustiado de Avril sendo um indício de que ela não precisava dos poderes para dizer como aquilo terminaria - Do que adianta um medo se você não muda as suas ações?

Avril sabia o que estava por vir, então sequer se opôs quando seus olhos pareceram fechar por vontade própria, seu nariz fungando quase abafando a despedida sem jeito de Tony. O engenheiro tinha ciência de que aquilo poderia ser usado contra ele no momento, mas não tinha como continuar aquele assunto. Ele precisava ir para casa e colocar a cabeça no lugar, cuidar de seus ferimento e esperar que aquela dor no peito ao menos se amenizasse.
Porque não tinha como Tony conseguir encarar mais a própria filha.

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Se tinha algo que Steve estava tentando fazer até aquele momento, era se manter focado e concentrado na missão.

T'Challa estava ajudando dentro do possível, mas o ideal era que o rei não se envolvesse tanto naquela questão, por motivos políticos. Sua ação desde o começo não tinha autorização da ONU, e Steve não queria que ele tivesse mais problemas por auxiliar na invasão do Raft diretamente.

Mas como se tratava de uma base que não conseguiria suporte imediato, Steve estava consideravelmente tranquilo.

Pelo menos até Clint explicar o motivo de Avril não estar no mesmo andar que o restante da equipe.

Clint ignorou o pedido do capitão para que fosse para a nave com os outros, deixando a Sam encarregado de ajudar uma Wanda cambaleante e exausta para o ponto de partida. O arqueiro já tinha presenciado muitos momentos em que Avril Stark causara um susto coletivo, quase chegara a iniciar mentalmente um primeiro rascunho do que poderia ser seu discurso no enterro da protegida, e Steve esteve presente em boa parte deles. Então toda aquela agitação e desleixo do soldado tinha que ter um motivo.

Afinal, por que seria algo tão absurdo Avril ser movida novamente para a ala hospitalar por passar mal depois da visita de Tony?

Havia apenas um enfermeiro na ala quando a dupla adentrou, logo sendo derrubado pelo arqueiro, já que Steve não hesitou em se direcionar para a mulher aparentemente adormecida na maca. Em outra situação, talvez ele tivesse se acalmado se notasse que ela usava as roupas de prisioneiro, não o traje comum hospitalar. Que seus ferimentos expostos agora já pareciam mais próximos dos estágios finais da cicatrização. Embora não confiasse no que via, Steve precisava ver seus olhos abertos, então ele não pensou duas vezes em tomar seu rosto entre suas mãos, murmurando com urgência seu nome algumas vezes até receber uma resposta.

- Steve...? - sua voz estava um pouco mais rouca do que de costume, seus olhos incertos e entreabertos passeando agitados pelo rosto do soldado, antes que se debruçasse sobre ela em um movimento repetindo, seus lábios sobre sua testa - Eu estou alucinando?

- Shh, está tudo bem agora. Vou te tirar daqui - devolveu ele, passando a trabalhar então na coleira em seu pescoço. Aquela não era a mesma contenção que Avril desenhara anos atrás, a que todos os vingadores veteranos sabiam como manuseá-la. Aquele dispositivo parecia ser bem menos planejado, e Steve respirou fundo antes de quebrar a trava, torcendo para que não tivesse nenhuma medida de segurança para aquele tipo de ação, já que o aparelho em si tinha sido desligado junto com o da Wanda - Consegue andar ou quer que eu te carregue?

Avril devolveu a confirmação de que conseguia andar, mas isso não impediu Steve de colar ao seu lado, garantindo que ela estava próxima o tempo todo. Normalmente, a mulher reclamaria daquilo. Fosse um lugar isolado ou não, eles precisavam de agilidade para uma fuga. Mas ela não se opôs, quase agradecendo a presença familiar do soldado. Seu silêncio preocupava Steve, mas ele optou por não tocar no assunto, se ocupando em analisar seus arredores para não envolver a mulher em nenhum confronto desnecessário. Pelo comunicador ele sabia que a base tinha sido tomada, que todos os vingadores presos já estavam em segurança na área de embarque, que apenas faltava o casal para finalizar a operação.

Não era o melhor dos futuros que esperavam o grupo, mas pelo menos o pior tinha acabado.
T'Challa foi o primeiro a notar a dupla se aproximando, parando no meio da rampa assim que os olhos confusos da mais nova dos Stark encontravam sua figura.

- Mas o que voc...?

- Avril - Steve a cortou, pronto para explicar que o resgate só fora possível pelo wakandano, mas o próprio também o interrompeu.

- Eu fui cego pelo meu desejo de vingança e não consegui ver a verdade, me tornei manipulável em um jogo que não compreendia - contou ele, a cabeça levemente baixa. A mulher tinha todo o direito de se opor à sua presença, levando em consideração toda a confusão que ele ajudara a criar - Peço seu perdão.

- Você ouviu o homem - devolveu ela quase que no mesmo instante, se afastando alguns centímetros de Steve e esticando a mão para o wakandando da ponta da rampa - Me chame de Avril. Me ajuda a subir.

T'Challa não pensou duas vezes antes de tomar a mão da mulher, descendo alguns passos para ficar levemente atrás dela, auxiliando com a mão livre ela a subir o restante do trajeto. Mesmo com a sua clara aparência cansada, T'Challa não podia disfarçar a surpresa por sua reação quase que despreocupada, a confiança mesmo que pequena que Avril depositara nele. Seu noivo estava literalmente ao seu lado, pronto para garantir sua segurança, e mesmo assim ela passara aquela pequena tarefa para aquele que tentara matar um de seus amigos, assim como ajudara a colocar na lista de criminosos.

Clint deixou Sam fazendo companhia para Wanda quando notou Avril embarcando, logo auxiliando o wakandano a deitar a mulher sobre os bancos enquanto puxava todos os equipamentos de monitoramento médico possíveis. Avril queria abrir a boca e dizer que nada daquilo era necessário, mas se sentia tão cansada que sequer se opôs. Sua concentração estava tão prejudicada que mal notou quando decolaram do Raft, muito menos quando Steve sentou ao seu lado, desfazendo alguns nós de seu cabelo ao passar os dedos pelos fios. Muito menos ela percebeu quando perdeu a consciência.

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Bucky não gostava de ficar fora da ação, principalmente em um momento como aqueles.

Ele estava preocupado com toda a equipe por ter deixado todos para trás sabendo que seriam presos, mas tinha uma pessoa em especial que nascera com o dom de o tirar do sério que ele precisava ver bem, ou ele não saberia o que fazer. Seu coração não soube o que fazer quando avistou Steve às pressas desembarcando com Avril desacordada nos braços, Sam em seu encalço segurando uma bolsa de soro acima de todos. A equipe de médicos já estava a postos, levando a mulher para dentro e Bucky não hesitou em seguir o grupo, Steve logo passando um braço por trás de seus ombros e acompanhando seus passos apressados e nervosos.

Tanto pela breve explicação de Steve como pela conversa entre os médios no trajeto pelo corredor até o quarto, Bucky soube que o caso não era mais tão grave. Os médicos do Raft tinham iniciado o tratamento depois da intercessão de Tony, que tinha controlado bastante o caso. O sistema de Avril apenas precisava de uma pequena brecha para se reestabelecer, e agora os wakandanos só tinham que auxiliar no processo de fortalecimento.

- Com base nas informações que o Capt. Rogers disponibilizou, em algumas horas o quadro dela já deve estar estabilizado - contou a médica responsável depois de estudar algumas informações que eles já tinham conseguido reunir, enquanto sua equipe continuava a realizar alguns exames - Bem pouco da substância está aparecendo no sangue dela, a frequência cardíaca também está boa. Quando ela acordar, estará bem mais disposta.

Bucky assistiu o amigo ao seu lado assentir com as informações, mas seus ombros ainda tensos, o maxilar travado enquanto acompanhava um dos médicos erguer a camiseta de Avril até a altura da cintura, passando por todo o abdômen um aparelho que brilhava pela concentração de gel na ponta. O soldado não conseguiu entender de primeira o que estava acontecendo, e isso atraiu a atenção da médica, que apenas pode sorrir ao entender o que ganhara com tanta força a atenção de ambos. Os ruídos das duas frequências cardíacas captadas ecoavam baixo pelo ambiente.

- Ambos estão bem, senhor - continuou a mulher - Eles só precisavam de algum tempo para descansar.

Depois daquilo não tinha como Bucky não compreender o que acontecia, e, mesmo com o choque, ainda foi capaz de captar o breve flash de alívio que passou pelo rosto de Steve antes de ele retomar a expressão travada. Tinha algo errado.

E claro que Steve não abriria a boca se não fosse pressionado, então foi a primeira coisa que Bucky fez assim que deixaram o quarto e ficaram sozinhos no corredor.

- Você parece mais nervoso agora com Avril em segurança do que antes de sair para o resgate - soltou o mais velho, ganhando um olhar nada humorado, como se algo desse gênero fosse fazer ele desistir do assunto - Ela vai ficar bem, você devia focar um pouco nisso por hora e descansar.
Steve apenas pode rir sem vontade, balançando a cabeça em descrença enquanto suas mãos iam para a cintura. Aquela não era uma situação desconhecida para ele até então, era até bastante familiar. Check-up e atendimentos de emergência eram rotinas tanto para Avril como para ele. Houve alguns casos mais graves, onde realmente a situação não parecia que teria solução? Também, mas ainda parecia diferente.

- Não é como se eu tivesse tempo para isso, Buck – devolveu o loiro. Aquele sentimento que se alastrava exponencialmente em seu peito tinha algo de familiar, algo que já tinha lhe passado pela mente anteriormente, algo que estava sempre em seu inconsciente.

- Do que você tem tanto medo, Rogers? - insistiu Barnes, bem mais impaciente do que deveria soar. Talvez ele estivesse um pouco irritado por nenhum dos dois ter pensado que aquela informação era importante para o planejamento da missão, ou porque devia ter ficado ainda mais preocupado com a mulher nas últimas horas. Ou ele simplesmente não conseguia entender o motivo de Steve parecer querer fugir dali - Aquela garota pode dar tudo o que você sempre quis. Eu mal conheço quem ela é agora, mas sei disso.

- O cara que queria isso tudo foi congelado setenta anos atrás - devolveu o soldado em tom monótono, a resposta parecendo quase automática, ensaiada. Algo que ele talvez tivesse costume de responder quando alguém questionava qualquer forma de seus planos para o futuro.

Outras pessoas talvez comprassem, Bucky não.

- Que babaquice! Dava para ver nos seus olhos quando viu o ultrassom e que tudo estava bem com os d...

- Eu estou amedrontado, ok?! – Steve praticamente gritara, cortando a fala do moreno, que amoleceu minimamente a expressão, embora seus olhos ainda transmitissem um que de indignado – Olha onde estamos, o cenário geral que estamos! Olha a facilidade com que tudo quase f...!

Uma movimentação no começo do corredor fez com que Steve parasse, resmungando baixo antes de respirar fundo com o pedido silencioso de Bucky para que ele se acalmasse, ou ao menos falasse um pouco mais baixo.

- Eu pedi que ela casasse comigo em um momento de êxtase, como se nunca mais fôssemos enfrentar uma ameaça na vida – sua voz adotou um volume menor, mas ainda existia uma urgência em seu tom, o movimento exasperado de seu braço se erguendo e apontando para a porta por qual saíram acentuando a sua expressão de desespero – Eu quero tudo isso? Mais do que tudo. Eu amo aquela mulher, Bucky, e ela tem um serzinho que é metade eu e ela crescendo na barriga. Ambos são meu mundo e olha como é fácil tirar eles de mim. Quase conseguiram, ainda podem conseguir.

- Você sabe que não tem como alguém controlar essas coisas, super-soldado ou não.

- Eu não consigo sem ela, Buck. Eu não sei o que faria se eu perdesse ela, não dá. Uma vez eu tivesse esse sonho e eu não estava por perto, era Avril por conta própria.

- Você está dando importância demais para um sonho.

- Foi a Wanda que causou, quando ela ainda estava com o inimigo – devolveu Steve, e Bucky pareceu levar o relato mais a sério. Ou apenas estranhava o fato de a caçula do grupo ter começado do outro lado - No momento eu pensei que esse era o meu maior medo, não estar por perto para garantir que ela esteja bem. Em algum nível é verdade, mas é assim que as coisas deveriam terminar para mim. Não tem nada que a Avril não seja capaz de superar, eu incluso.

Ela pode causar um pandemônio, mas ela sempre encontra um jeito. Eu não consigo ver o contrário acontecendo.

Até então, Steve nunca tinha tocado naquele assunto com ninguém. Não com Natasha, não com Sam. Sequer com Tony, e ambos tinham um bom costume de reclamar do elo comum que lhe causava dores de cabeça constantes. Aquele tópico era algo que o soldado já tinha aceitado não levantar, que lidaria com aquilo em silêncio, sozinho. Só que a situação se alterara tão rápido diante de seus olhos que apenas percebera o que fizera quando já estava no processo. Agora tinha receio em erguer os olhos do chão e encarar seu amigo de infância, sem saber que tipo de reação causara.

- É preciso uma nova expressão para "ela te tem na palma da mão" para vocês dois, essa não é forte o suficiente – comentou Bucky depois de um momento, completamente sério, mas com um vestígio de sorriso em seus lábios. Steve por sua vez deixou os ombros caírem, quase rindo de desespero.

- Não tem graça, cara.

- Você precisa começar a olhar da perspectiva dos detalhes primeiro – começou Bucky com calma, diminuindo alguns passos a distância entre eles e colocando a mão em seu ombro - Você encontrou a mulher da sua vida e ela te ama na mesma intensidade. Caos pode seguir ela o quanto quiser, ela não é do tipo de cai fácil, ou que continua caída. Avril é teimosa feito uma porta, tanto quanto você. Foque no que vocês têm agora, caso contrário você vai acabar endoidando.

Steve não respondeu, apenas respirou fundo e assentiu algumas vezes depois de segurar o ar por alguns instantes. Seu olhar ainda era temeroso, mas ao menos parecia um pouco mais recomposto, ou ao menos voltara a se dar o trabalho de parecer recomposto. Ele sabia daquilo, sempre soube daquilo. Talvez o que precisasse no momento era deixar aquele nervosismo se expressar, e ter alguém o relembrando e o colocando de volta nos trilhos. Quando voltou o olhar para Bucky e estava prestes a agradecer, o mais velho continuou, com um sorriso bem mais suspeito no rosto.

- E parabéns! Embora esteja com um pouco de medo em que tipo de criança vai sair disso. Realmente não sei se quero estar perto para ver isso.

- De novo: não tem graça, cara – devolveu Steve, fechando os olhos enquanto o amigo ria.

- Vai tomar um banho e tirar um cochilo – ordenou Bucky, o riso ainda em sua voz enquanto empurrava o soldado para o fim do corredor - Avril já passou por muito nervoso nas últimas 24hs para acordar e dar de cara com um Steve-zumbi.

---
O ambiente mais claro era perceptível mesmo de olhos fechados, e um peso sobre sua barriga também era novidade quando Avril aos poucos começou a despertar. Seu acompanhante também despertou com sua movimentação. A mão de Avril que fora parar sobre a sua em algum momento dos últimos minutos apertara de leve sua pele fria, e logo ele já estava completamente alerta e acompanhando a menor de suas reações.

Em comparação com quando chegara no começo do dia, Avril parecia já bem mais saudável. Os médicos de Wakanda tinham se empenhando em encontrar uma forma de diminuir os efeitos colaterais do que quer que tivesse entrado na corrente sanguínea da mulher, e os resultados eram bons. A última coisa que faltava era ela acordar para que todos saíssem do modo atenção. Com a moral baixa da equipe, Avril acordada animaria minimamente a todos.

- Sei que você preferia seu homem aqui, mas ele está um pouco ocupado no momento – comentou Bucky assim que o olhar confuso da mulher recaiu no seu, forçando um sorriso no objetivo de trazer algum conforto – Sou seu substituto.

- Pode apostar que eu estaria perguntando por você se não estivesse aqui – respondeu ela, minimamente se ajeitando na maca. Sua expressão ainda era cansada, mas o som calmo de sua voz rouca já era o suficiente para acalmar o soldado, mesmo quando seu cenho começou a se franzir ao seu olhar recair no ombro esquerdo do soldado – Seu braço...

- Não foi nada, Av – ele tentou desconversar, mas tinha ciência que talvez não fosse ser tão bem-sucedido. Sam e o arqueiro tinham comentado que o mais velho dos Stark tinha feito outra visita depois do episódio da Sibéria, e que não tinha sido nada bonito.

- É minha culpa, e-eu...

- Nada disso é sua culpa.

- Como não? Eu sabia de tudo – retrucou ela, a hesitação de sua voz passando para um tom mais agressivo. Bucky chegou a se ajeitar na cadeira também, adotando uma postura minimamente mais defensiva, se atentando em não alterar o tom de voz para não irritar ainda mais a mulher – Eu optei por deixar Tony no escuro, deixei toda a responsabilidade com Steve, deixei você exposto, coloquei em risco uma vida em potencial. Me explica como nada disso pode não ser minha culpa. Me explica como que eu não falhei com todo mundo!

- Eu sei que você está frustrada, mas você precisa se acalmar, ok? – pediu ele, respirando fundo quando tentou segurar a mão da mais nova e ela se encolheu na maca, fugindo do toque como se fugisse da explicação. Avril não queria ouvir, aquilo poderia ser bem problemático – Você está indo para um caminho sombrio pensando assim. Sei que disse que era o substituto, mas eu não sou o melhor para esse tipo de conversa. Steve é bem mais qualificado para isso do que eu.
Em um primeiro momento, Bucky pensou que tinha sido ignorado. Avril estava tão tensa na maca, os ombros tensionados e as mãos unidas em um aperto nervoso sobre o colo que sua postura parecia exigir que a deixassem sozinha. Mas seu olhar inseguro logo se ergueu para o soldado, sua voz adotando um tom cansado que ele definitivamente não queria ouvir.

- Sei que é injusto com você – murmurou ela – Você é a última pessoa que precisa carregar o peso de outra, mas eu não posso fazer isso com o Steve.

- Qualquer coisa por você – devolveu ele em um sussurro sem pensar duas vezes, dando a volta na maca para facilitar a tarefa de deitar junto a ela, seu único braço com um aperto firme mantendo seu corpo contra o dele – Mas realmente acho que você precisa falar com Steve.

- Eu morro de medo de fazer isso – confessou ela, em uma honestidade que pegou Bucky desprevenido. Avril não exagerara então quando disse que deixaria o peso com ele, afinal – Steve tem essa visão tão alta de mim e já arranhei demais essa imagem, não sei se aguentaria ver ela quebrando. Posso viver com o olhar de pena e com a constante falta de confiança de praticamente qualquer um, mas não dele. Não tinha percebido o quanto eu dependia dessa imagem que ele tem de mim e não estou pronta para ficar sem ela.

Bucky olhou de canto do olho para a figura em seu braço, sem controlar um sorriso discreto se formando em seu rosto. Eles não passavam de dois idiotas, não tinha como levar a sério.
- Provavelmente eu não tenho o menor direito de dizer algo, já que quem eu conheci foi um garoto magricela do Brooklin. Ele passou por muita coisa, é uma pessoa completamente diferente do garoto que cresceu do meu lado, mas você realmente acha que ele te ama tão pouco assim para depender tanto de uma imagem que até duvido que ele realmente mantenha? – como esperava, Avril não deu sinais de querer responder, sua respiração interrompendo brevemente o ritmo até então para adotar um mais calmo e constante – Vocês estavam brigados, eu entendi isso mais tarde, mas, mesmo quando achamos que você estava em segurança em Berlim, ele estava morrendo de preocupação por você. Você é o mundo dele.

Não era fácil tentar adivinhar o que se passava na cabeça de Avril em qualquer momento, Bucky aprendera isso das piores maneiras, mas parecia estar surtindo efeito. Ele já estava prestes a brincar sobre como era engraçado ver que Steve também a tinha na palma da mão quando ouviu o próprio entrar no quarto, sua voz um tanto incerta questionando se podia ter um segundo com a mulher.

Bucky teria que guardar a brincadeira para mais tarde.

Avril voltou a se sentar melhor na maca, um pouco consciente demais da proximidade de Steve, que ignorou a poltrona quase colada na estrutura da maca e se sentou na beirada do colchão.

- Você ouviu o que conversamos – assumiu ela, notando a forma tensa que o soldado se portava, ainda mais como evitava seu olhar, de forma bastante parecida ao que ela própria fazia.

- Só o final – confessou ele, respirando fundo antes de continuar – Av, eu...

- Posso falar primeiro? – pediu ela, e Steve, mesmo um tanto desconsertado, não se opôs – Me desculpe por não ter contado da gravidez antes. Pensei em estar tomando a decisão certa, e...

- Talvez você tenha tomado – ele interrompeu a mulher, que não conseguiu esconder certa surpresa por tal admissão – Os fatores externos que não quiseram colaborar com seu plano. Sei que reagi mal no primeiro momento, mas você não precisa se desculpar pelas suas escolhas. Eu provavelmente teria feito exatamente como você previu, e essa conversa nunca teria acontecido, e nós precisamos dela. Nós nos perdemos no meio do caminho, eu me perdi, e só acabaríamos em desastre se tivéssemos insistido.

Steve quase sorriu ao notar como tinha deixado a mulher desconfortável, sem saber como agir depois de ouvir que estivera certa desde o começo. O pior que fazia sentido tal reação, levando em conta a visão equivocada que Avril estava tendo de suas próprias ações, e não tinha como deixar aquilo continuar. Aquela conversa realmente era necessária. Algumas coisas antigas e novas precisavam ser esclarecidas, e Steve não iria pagar para ver o que aconteceria se adiasse aquilo ainda mais.

- De nós dois, eu que tenho que pedir desculpas – retomou ele, a voz mais firme do que ele planejava. Aquilo estava quase que fora de seu controle, já que aquele tópico realmente tinha o incomodado, já que nunca aquilo lhe passara pela cabeça – Você disse para o Bucky que eu te vejo de uma forma que exclui todos seus questionamentos e fraquezas, e sim, eu tenho uma imagem elevada de você, só que eu nunca tirei nada disso da conta. A imagem que eu tenho de você é tão elevada e inalcançável para qualquer outra pessoa exatamente porque eu nunca deixei de considerar tudo isso. Você é a pessoa mais incrível que eu conheço, e eu nunca ousaria tentar te dividir em parte ruim e boa para te tornar maior porque sua grandeza está exatamente no todo. E você tem ciência disso. Você mesmo diz que não pode lutar com seus demônios porque você é seus demônios. Talvez você não tenha entendido seu próprio valor ainda, mas então acredite em mim, que já te vi nos seus melhores e piores momentos: você nunca foi nada menos que magnífica, e isso nunca vai mudar.

Seu instinto era segurar a mão da mulher entre as suas, mas Steve se manteve imóvel. Ele não tinha terminado aqui. Talvez estivesse exagerando para o momento, mas realmente não tinha como deixar a oportunidade passar. Não dava mais para que não estivessem ambos na mesma página. Então ele continuaria mais um pouco.

- Agora eu tenho que pedir desculpas pela minha postura nos últimos meses. Eu comecei a te ver diferente, mas porque não soube separar as coisas. Só percebi isso na fuga da prisão, porque tudo perdeu a importância quando vi quão mal você estava. Eu estava lá pelo resto da equipe também, e estava preocupado com eles. Só que no momento que te vi, eu não conseguia pensar como o líder de uma equipe, e fazia muito tempo que eu não saia daquele papel. Era isso que eu estava fazendo errado – o olhar de Steve desviou momentaneamente do rosto da mulher, passeando vergonhosamente pelo ambiente antes de reunir mais uma vez coragem para a encarar. Agora parecia algo tão bobo e mesmo assim causara tamanho estrago – A divisa entre trabalho e nós estava tão maleável e discreta que em algum momento eu parei de me preocupar com ela. Você é a mulher que eu amo, e eu estava te vendo e te tratando apenas como uma colega de trabalho, o tipo errado de parceira. Somos ótimos juntos em campo, só que eu estava exigindo de você era que fosse um soldado perfeito, e nem eu sou um. Fui completamente injusto com você, e eu prometo que nunca mais vou fazer isso de novo. Se fizer, me soque para eu voltar ao normal.

Honestamente, nesse ponto Steve realmente esperava um soco. Ou um chute na perna por ser o membro mais próximo da mulher em seu campo de alcance. Alguma forma de retaliação por mais simples que fosse, mas ele apenas assistiu Avril encolher as pernas para próximo ao corpo, escondendo o rosto nos joelhos enquanto ria baixo.

- Engraçado que as pessoas acham que sabemos o que estamos fazendo – suspirou ela, erguendo a cabeça e jogando o cabelo para trás com as mãos – Mas ainda temos muito que aprender.

- Nós só parecemos saber o que estamos fazendo – devolveu ele, respirando com uma facilidade notável, como se o peso do mundo tivesse saído de seus ombros – Se você estiver disposta a continuar, eu estou aqui. Se não..

- Desistir fácil assim não parece nada com você.

- É de lutas que eu não fujo – lembrou Steve, um vestígio de riso em sua voz, mas sua expressão neutra encarregada de transmitir toda a honestidade – Isso não é uma luta.
Ele tinha completa ciência de que ouviria dos médicos mais tarde, mas Steve chutou seus sapatos para um canto mesmo assim, se encolhendo contra Avril na maca que definitivamente não fora projetada para duas pessoas, sua respiração batendo em seu pescoço sendo o suficiente para que finalmente saísse do modo alerta, pronto para tirar um cochilo de fato. Ele sabia que tinha permissão para levar a mulher para o quarto que lhe fora designado assim que ela acordasse, mas ele só precisava de cinco minutos. De um breve momento onde tudo parecesse estar em paz. 

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Nota da autora: COM TANTO CAPÍTULO PRA EU TER PARADO, TINHA QUE SER LOGO ESSE Odeio quando rola a separação Jess Fanfic e Jess Acadêmica porque é um saco unir as duas, me senti uma estranha finalizando esse capítulo, então paciência comigo porque tá sendo difícil voltar a escrever depois de meses
Rolou tanta coisa nesse ano que eu chego a estar perdida pra escrever essa nota. ENDGAME PARECE QUE FOI 10 ANOS ATRÁS tanto de que eu já ignorei o roteiro desse filme alsjdaklsjd Primeiro quero pedir desculpas e agradecer a paciência de vocês: sei que esses hiatos são chatinhos, eu também sofro neles (apenas leves crises de identidades, nada novo sob o sol). Em questão de faculdade, pelo menos não tenho mais estágios para cumprir (VOCÊS TÊM NOÇÃO DE QUE ESTÃO FALANDO COM TEORICAMENTE UMA PROFESSORA LICENCIADA???? Quando eu colar grau vou andar com o diploma na testa, jurava que esse momento ia ser lenda urbana alsjdaklsdjasd), mas eu to envolvida em muita pesquisa e isso exige um tempinho, e eu ainda tenho que cumprir os créditos do bacharel também (literatura portuguesa, por que me mataste). Então não acho que vamos ter aquele ritmo legal de atualizações, mas vou continuar me esforçando na medida do possível.
Segundo (eu nem tenho muita coisa pra fazer, por que eu fiz lista alsdjasd), espero que 2020 seja um ano supimpa pra vocês, 2019 que lute pra eu não apagar ele da minha memória alsjdalsd

Nota da amiga: e eu aqui achando que a jessica já era um caso perdido e não tinha mais salvação, ela me vem com UM DOS CAPÍTULOS MAIS FOFOS DA EXISTÊNCIA DESSA FANFIC PUTA QUE PARIU EU AMO UM STEVE ROGERS E QUERO PROTEGÊ-LO A TODO CUSTO!

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