Agente Morgan 5

Door ThaQuake

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Depois de todas as lutas dos livros anteriores, as confusões ainda não acabaram. Natasha ainda vai precisar l... Meer

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Recadinho
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Elenco
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulos 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62 -"Luta ou fuga"
Capítulo 63
Capítulo 64 -"Pegar ou Largar"
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Capítulo 68
Curiosidades
Capítulo 69
Capítulo 70
Capítulo 71
Capítulo 73
Capítulo 74
Capítulo 75
Capítulo 76
Capítulo 77
Capítulo 78
Capítulo 79
Capítulo 80
Capítulo 81
Capítulo 82
Capítulo 83
Capítulo 84
Capítulo 85
Capítulo 86
Capítulo 87
Capítulo 88
Elenco 2
Livro 6
Livro 6 postado

Capítulo 72

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Door ThaQuake

-Signora Morgan! Devo dizer aquela famosa frase? "Eu te avisei"?

     Revirei os olhos, passando a vista pela sala de forma discreta.

-Pelo o que me disseram, esse é o seu filho, não é?

     Aidan, estava ao meu lado com a melhor pose de "Durão" que ele conseguia fazer para disfarçar seus verdadeiros sentimentos, enrrugando levemente a testa ao movimentar a cabeça em afirmação à pergunta do mafioso. Sorri de lado, lembrando de como ele estava desesperado minutos antes de chegarmos aqui, e em seguida franzi a testa ao perceber o quanto Aidan é bom em fingir. Tenho certeza que internamente ele deve estar prestes à ter uma ataque cardíaco, mas pra quem vê a situação do lado de fora, ele não passa de...

-Vai ficar me encarando por muito tempo? -murmura Antônio, chefe da máfia italiana. -Preciso lembra-la que sou um homem ocupado?

    Saio do meu transe, afastando temporariamente esses pensamentos da minha cabeça, e me concentro no que realmente importa.

-Preciso admitir que você tem muita coragem para trazer o seu ragazzo até aqui.

-Você não ousaria tocar num fio de cabelo dele.

-E posso sabe o motivo? -sorriu.

-Primeiro, porque ele sabe muito bem se defender. Segundo, porque eu te mataria. E terceiro...porque nos temos assuntos a tratar, que são de interesse de ambos os lados.

-A máfia Americana. -sorriu, como quem já sabia de tudo.

-Se sabe disso, deve saber o porquê dessa reunião. -digo. -Preciso de reforços...um tipo de reforços que só vocês podem oferecer.

-Homens?

-Não. Estou falando sobre informação.  Você tem acesso à coisas que não tenho...contatos...pessoas...imagino que não deve ser muito difícil descubrir a nova localização da máfia americana.

-E por que deveria ajudar?

-Porque à nenhum dos dois convém quem eles voltem. Você assumiu os negócios deles no exterior, está mesmo disposto à perder?

-Não vamos perder nada. A máfia americana já foi grande, mas hoje não passa de uma gangue de bairro...

-Eles estão crescendo. E muito.-intervenho.

-E nós continuamos sendo maior do que eles.

-Temporariamente. Em breve, com a ajuda dos Porto Riquenhos e o próprio presidente desse país, vocês voltaram à ser as mesmas galinhas, sentadas em cima do próprio ovinho. -sorri, irônica. -Concentrados na Europa como uma mera gangue de bairro...

-Não somos amigos...-semicerrou os olhos. -E você não deveria usar esse tom comigo...

-Mancini, estou propondo algo único, a chance de acabar de vez com os seus inimigos e resgatar um pouco da sua dignidade. -Os homens dele, a nossa volta apontaram as armas na nossa direção.

    Acho que eles tomaram as dores do chefe.

-O que acha que as outras máfias vão dizer? O grande Antônio Mancini fez um serviço mal feito! E agora está cagando nas calças! Com medo de eliminar uma "gangue de bairro".

     O velho avançou alguns passos, e quando pensei que ele diria alguma coisa sobre as provocações que acabara de fazer, ele simplesmente se inclinou para atrás e gargalhou como quem via um filme de comédia.

-Ragazza, depois de todos esse anos. Finalmente alguém conseguiu me surpreendeu com tamanha coragem, ou estupidez... -sorriu. -Acredite, qualquer outra pessoa já estaria morta no momento em que você revirou os olhos pra mim. Mas como pode ver, não vim aos Estados Unidos para conhecer o seu ragazzo. Acredito que nós dois podemos chegar à um acordo!

-Que tipo de acordo? -franzo a testa.

-Ajudo vocês com homens, arma e informação. Mas em troca, quero o território americano pra mim. Com total acesso aos negócios dessa área.

    Agora foi a minha vez de rir.

-Está mesmo dizendo isso? É como trocar seis por meia duzia! Tirar o primo e colocar o irmão!

-Não somos tão severos quanto os americanos. A máfia Italiana tem códigos e....

-Que nobre! -ironizo. -Por favor Mancini, chega de me fazer perder tempo.

-Pensei que estivesse aqui para um acordo!

-Você sabe muito bem qual é o acordo. -digo. -E veio da Italia até aqui, porque já aceitou ele. Ajude-nos à eliminar um inimigo em comum, e continue mantendo os seus negócios. Essa é a oferta!

-Como disse, eles não são realmente uma ameaça em potencial. -Cruzou os braços. -Pense bem, Morgan...se não formos nós, será outras pessoas! Ouvi falar que os russos estão interessados nesse território.

-E por isso devo entragar ele nas suas mãos?

-No momento, é a sua melhor opção.

  Mordi o canto dos lábios, escondendo minha frustação por saber o quanto ele estava certo sobre tudo isso. Mesmo assim, trocar um pelo outro não era uma boa idéia! Com certeza, Antônio era muito melhor do que os idiotas que estamos perceguindo agora, mas isso não significa que ele seja um anjo! De qualquer modo, a ameaça maior nesse momento é os mafiosos americanos, justamente porque eles estão aliados com o presidente dessa nação.

-Ok...-me rendo. -Mas saiba que depois que tudo isso acabar...

-Você vêm atrás de mim...-interrompeu, completando minha linha de raciocínio. -Somos temporariamente aliados.

-Sim, e quando acabar: Inimigos.

-Gostaria que você conhecesse um pouco do meu país...-murmura Antônio. -Não somos como os americanos, a máfia Italiana presa pela palavra! E não matamos pessoas inocentes!

-Aham, só as culpas...-cruzo os braços. -Isso deveria me tranquilizar?
  
     Sinto o celular vibrar no bolso da minha calça, e interrompendo a resposta do mafioso a minha frente, peguei o aparelho para desligar a chamada, porque independente de quem fosse, teria de esperar até essa reunião terminar, já que esse não era o melhor momento para interrupções.
     Em questão de dois segundos, o telefone do Aidan começou a tocar, e por não estar no modo "vibrar"  emitiu um som agudo que ressoou nas paredes da sala. Ele retirou o celular do bolso da jaqueta e franziu a testa ao atender. Só pode estar de brincadeira! Ele vai atender isso agora?! Bufo.
     Poucos segundos depois de aceitar a chamada, Aidan estendeu o celular na minha direção com o rosto desfiguado pelo choque, efeito de alguma notícia que obviamente recebera pelo telefone. Franzi a testa, confusa pela reação dele e pegueu das suas mãos o objeto:

-Alô?

-Mãe?!

-Natalia?! -franzo a testa.

-Mãe você precisa ve...solta a minha irmã!-grunhiu.

     Meu coração acelerou.

-Solte a arma, e sua irmãzinha vai ficar bem... -Uma outra voz foi ouvida.

-Natalia! -chamo, preocupada.

-Isso mesmo garota...vamos levar vocês para o chefe...e você! idiota! pega o celular da mão dela!

     A chamada foi desligada.

-Merda!-murmuro, tensa.

-O que aconteceu? -indaga Mancini.

-Preciso do endereço, e dos seus homens ainda hoje. -falo, ignorando a sua pergunta.

-Hoje? Impossível! Uma coisa dessas leva tempo! Não se consegue a localização da base de um inimigo assim! Num piscar de olhos!

-Eles sequestraram a minha familia! -digo, tendo total certeza do contexto daquela ligação. -Você tem duas horas. Depois disso, não existirá mais trantos entre a gente!

      Movo a cabeça em direção a porta, sinalizando que deveriamos sair dali o quanto antes.

(...)

-Vinte minutos...-reclamo, descruzando as pernas e levantando.

-Mãe...ainda não entendo o que estamos fazendo aqui. -diz Aidan, deixando a cadeira para se colocar ao meu lado. -Na casa branca? Não deveriamos estar procurando todo mundo?

-Você viu as câmeras, Aidan. A casa está vazia. Eles levaram...-bufo, tentando me alcamar. -E o pior é que nem sabemos como...as filmagens foram deletadas...

   Estava prester à ter algum ataque de pânico, a mesma adrenalina que me invadiu no momento que atendi aquela ligação ainda continuava circulando pelo meu sangue. Minha mente trabalhava tanto, que parecia prestes à explodir aquela sala de espera e espalhar os meus neurônios pelas paredes brancas.
   O presidente estava em reunião desde que chegamos, e pode parecer pouco, mas vinte minutos é um tempo precioso demais para se perder numa situação dessas.

-Aidan...-suspiro. -Olha...somos só eu e você, ok?

-Eu vou ajudar! -murmura, decidido. -Não precisa nem perguntar!

-Não é isso...é que...você vai me ver agindo de um modo...que ainda não conhece...é uma situação difícil que requer medidas que talvez sejam extremas...mas preciso que confie em mim, ta?

-Eu confio em você, Mãe. -afirma, confuso. -Não sei exatamente do que você tem medo, mas prometo não te ver de uma forma diferente...é a nossa familia...Não gosto de violência, mas pretendo fazer o que for necessário para trazê-los de volta!

       Mordo o canto do meu lábio inferior e verifico a tela do meu celular pela décima vez desde que chegamos. Esperava alguma ligação dos idiotas que sequestraram a minha familia, mas em vez disso estava ficando cada vez mais irritada com a espera.

-Senhora Morgan? -indaga um moça, se aproximando da gente.

-Sim?

-Lamento informar, mas o presidente disse que não vai poder atende-la hoje. Parece que a reunião está se estendendo para outros assuntos, temas importantes que precisam ser resolvidos ainda hoje.

     Outros assuntos? Importantes? Esse bastardo já sabe o que aconteceu, e muito provavelmente está tentando me afastar dali. Fecho os punhos irritada.

-Preciso falar com ele! -exclamo.

-Desculpe, mas...

      Ignoro sua fala, desvio do seu corpo e traço um caminho pelos corredores que já conhecia perfeitamente. Com passadas largas, gritos da secretária, e os níveis de irritação subindo ainda mais, arrastei Aidan em direção ao salão onde acontecia as reuniões. Dois seguranças vieram até nós, tentando impedir que avançassemos ainda mais.
    Aidan chutou a barriga do primeiro, pegou a arma na cintura do segundo e usou o objeto para ferir o rosto dele. Em seguida, encaixou um cruzado no rosto do outro e finalizou o serviço com um chute giratório diretamente no peito do segurança. Se não estivesse tão tomada pela adrenalina, teria me surpreendido com a rapidez que ele derrubou os dois homens.
     Abri a porta do salão com um empurrão digno de filme, e adentrei o local como um caçador em busca da sua presa. Mayne estava sentado na ponta da mesa, no canto esquerdo da sala, e assim que me viu entrar abriu o maior dos sorrisos.

-Natasha! Que honra! -só quem sabia o que estava acontecendo poderia entender o sarcasmo naquela fala. -Duas visitas em menos de 72 horas, isso é amor?

     Passei pelos generais, senadores e homens importantes do governo sem ao menos cumprimenta-los, não era o melhor momento para usar da boa educação. Mayne afastou a cadeira da mesa, planejando levantar para me cumprimentar, mas antes que pudesse fazer tal coisa, meu punho atingiu o seu rosto com toda força acumulada nos meus musculos. A cabeça dele virou violentamente com a força do ato, e murmúrios surpresos preencheram o silêncio da sala.
     Mayne levou à mão ao rosto, virando a cabeça na minha direção com um sorriso debochado desenhado nos lábios.  A marca vermelha não demorou a se formar na sua bochecha, e nove agentes do governo entraram pela porta com as armas apontadas na minha direção. O resto dos oficiais sentados na mesa apenas se levantaram para tentar apartar uma possível briga, já que não  tinham permissão para entrar aqui com armas.
     Um pequeno peso tinha saído das minhas costas, e estava realmente satisfeita por ter feito aquilo depois de tanto idealizar.
     Quebrando o clima tenso na sala, Mayne foi o primeiro a falar:

-Acalmem-se rapazes! -murmura para os seguranças. -Está tudo bem, vocês podem sair...

-Senhor presidente...

-É uma ordem! -murmura, seco. -Senhores, acho que a nossa reunião vai ter que ser adiada...

    Um homem, a quem conhecia como o general da marinha, tentou argumentar alguma coisa contra à decisão de deixa-lo sozinho comigo. Mas foi imediatamente interrompido por Mayne, que reforçou que eu não lhe faria mal algum. Inocente...
     Um à um, os sujeitos foram abandorando a sala, ninguém ali entendia o que estava acontecendo. Provavelmente era a primeira vez que eles viam alguém fazer uma coisa dessas, socar a cara no presidente já era loucura, mas fazer isso na frente de todo mundo? Ah, isso com certeza vai entrar para a história

-Me agredir na frente de testemunhas, Morgan? Pensei que fosse mais inteligente...-murmura Mayne, assim que viu a porta sendo fechada.

-Preciso que você responda algumas perguntinhas...mas antes, desligue as câmeras dessa sala. -aponto o computador sobre a mesa com a cabeça. -Ninguém precisa ver, ou ouvir o que estamos fazendo aqui. Não acha?

     Mayne enrrugou a testa, e digitou alguns comando no teclado à sua frente, como sempre fazia antes de cada visita minha.

-Ótimo...-retiro uma arma da cintura. -Agora nós dois vamos conversar...

-Vai me matar?

-Não hoje.

     Evito encarar o rosto do meu filho, não queria saber o que ele estava pensando sobre tudo isso naquele momento.

-Não vou responder nada, Morgan. Está perdendo o seu tempo se veio aqui pra isso.

-Ah, você vai...-Sorri de lado. -Sabia que amo colecionar armas? Essa aqui é antiga...acho que um dos modelos mais divertidos...-mostrei minha arma. -Bom...não tenho tempo à perder, então proponho um jogo!

-Como entrou aqui com isso?! -exclama, escondendo a surpresa evidente.

-Tenho as minhas técnicas...-sorri.

-Vai mesmo atirar em mim? -riu. -É tão burra assim?

    Em resposta, peguei a arma, retirei as balas do cilindro e deixei apenas uma. Fechei o cilindro, e girei como se fosse uma roleta.

-Já ouviu falar de "roleta britânica"?

-"Roleta russa." -corrige.

-Ah! Não! Essa com certeza é britânica...-ri. -Inventei especialmente pra você, a diferença? É que essa não vai no cérebro... -apoiei uma mão no encosto da cadeira, e com a outra, levei a arma diretamente ao meio das suas pernas. -Espero mesmo que você já tenha filhos...

     Aproximo meu rosto do seu, sorrindo maléfica.

-Você não faria isso...-sorriu, sem acreditar. -Um tiro, e essa sala vai estar cheia de agentes...

-Se você não abrir a boca, perco a minha familia. Acha mesmo que tenho mais alguma coisa com o que me importar? Se perco meus filhos...- afundo a pistola nas suas bolas. -Você também perde os seus...

-E o seu filho? Acredito que...-interrompi a sua fala, apertando o gatilho da arma, mas por sorte a bala não saiu. -Oh! MERDA! Você louca?!

-Acho melhor você não gritar...-digo. -Nós dois sabemos a velocidade de uma bala...

       Retiro a arma dali, giro o cilindro novamente e volto a apontar sua parte íntima.

-Aposto que não tem bal...VADIA! -exclama, assim que voltei a apertar o gatilho.

-Sua sorte está acabando, Mayne...

    O corpo dele estremeceu.

-Ok! Ok! Mas tira essa coisa dai! -exclama, desesperado.

-Ah, não. Isso só depois que você responder as minhas perguntas!

-O que você quer saber?!

-Nada. -sorrio, me divertindo com o seu desespero.

-Quê? Nada?! Você é maluca!

-Fiz isso, para provar que não estou de brincadeira. Só preciso mesmo que você diga aos seus seguranças para liberarem a minha saída. Ah, e avise que ninguém pode te incomodar o resto da tarde. Não sem permissão. -Afastei meu rosto do dele. -Emita o código 075.

-Como você sabe...?

-Malick. -sorri. -Nós faziamos isso quando não queriamos ser interrompidas.

    Precionei a arma contra ele de novo, dando à entender que aquilo deveria ser feito naquele instante. Mayne entendeu o recado e digitou freneticamente no teclado do computador, no puro desespero de ser castrado.
    Assim que o código foi emitido, afastei a arma das suas bolas e ri da sua cara de alívio.

-E agora, você é nosso refém.

    Mayne riu.

-Vai sequestrar o presidente dos Estados Unidos? Não vai consegui sair nem dessa sala! Onde eu vou, os seguranças também!

-E quem disse que você vai sair daqui?-sorri de lado. -Aidan, você fica aqui. Pegou a arma do segurança?

     Ele ergueu a pistola, confirmando.

-Qual é o plano? -indaga.

-Mantenha ele na sua mira, e esteja atento ao seu telefone. E se eu mandar, você atira.

-"Atira"? Como assim "atira"? -enrrugou a testa.

-Aperte o gatilho. -digo, óbvia.

      Aidan se aproximou, sussurrando:

-Está me pedindo pra matar o presidente?

-Confia em mim? -questiono, séria.

-Sim.

-Então se eu mandar, você atira.

(...)

-Cinco homens?! -brando, irritada. -Isso é tudo o que você tem?! Que merda de apoio é esse?

-Cara, somos italianos  e não americanos. O meu pessoal está em outro país, cinco é a quantidade que posso te oferecer.

-Você tem bem mais homens do que isso! -exclamo, irritada.

-Que estão aqui para me proteger. Acha mesmo que vou ficar sem meu apoio?

   Bufo.

-Velho idiota...

-Em consideração ao nosso trato, vou fingir que não ouvi isso, minha Cara.

-Cinco homens é suicídio.

-Você pretendia entrar aí sozinha. Agora tem mais vantagens do que antes! Me diga, se precisa tanto de apoio, por que não chamou os seus agentes?

-Não gosto de pagar hora extra. -ironizo.

-Para tranquiliza-la, tenho homens à caminho. Mas isso vai demorar um pouco, afinal eles estão em outro país.

-Quanto tempo?

-Indefinido. Talvez horas...dias se as coisas aí derem errado, afinal não somos malucos como você. Precisamos de um plano!

        A verdade é que desde que sai da OTEL, todas as missões são registradas. E mesmo não tendo um grande acesso a minha organização, o presidente ou qualquer outra pessoa poderia descobrir facilmente que estavamos prestes à invadir a base da máfia. Sem contar, que as únicas pessoas que confiava plenamente para fazer algo por fora dos resgistros estavam nesse momento, sequestradas.

-Desligue. -murmura um dos homens.-Estamos à três quilômetros da base, à essa altura eles podem interceptar a ligação.

        Obedeço as instruções dele, encarando o GPS nas suas mãos para confirmar o que tinha acabado de dizer.

-Desligou na cara dele? -indaga outro cara, surpreso.

-Sim. Deveria ter mandando um "beijinho"? -debocho.

    Sim, estou com um péssimo humor.

    Continuamos andando em meio a mata escura por quase quinze minutos, sem saber exatamente o que esperar da base: subterrânea? Essa era um possibilidade, que poderia dificultar ainda mais o nosso plano. Pelo menos até agora eles tinham mantido o padrão de escolher um local totalmente afastado da cidade, cheio de árvores e totalmente suspeito.

-Ali! -sussurra um dos mafiosos.

     Semicerro os olhos, forçando a vista para enxergar o que ele estava apontando. Quase como una luz no fim do túnel, ao longe, podiamos ver um prédio enorme e muito bem iluminado. De boca aberta, percebo que agora eles tinham chutado o "padrão" de criminosos burros e clichês com os dois pés. Quem faz um prédio desse tamanho e não é descoberto?

-Como ninguém sabe da existência disso?-indaga o sujeito do GPS, com a mesma dúvida que a minha. -Ninguém vê isso por satélite?

      Franzo a testa, analisando a estrutura do prédio à cada novo passo em direção à ele.

-Não...-respondo. -As janelas...as paredes...são revestidas de refletores!

-O que faz o prédio ficar ainda mais chamativo! Imagino isso de dia? Cega qualquer um! -murmura outro deles.

-Inclusive um satélite. -concluo, quando já estavamos próximos o suficiente. -Uma boa técnica...

-É impossível entrar nesse lugar...-fala.

     Cercas, guardas, e câmeras de segurança. Impossível? Impossível seria entrar na Casa Branca, aqui essa palavra nem consegue chegar aos pés desse prédio.
  
-Acho melhor a gente voltar!

-Não vou voltar. -nego.

-Precisamos de um plano!

-Sim. -suspiro. -Vocês ficam aqui...e eu entro sozinha.

-Sozinha aí dentro?!

-Só estejam preparados para dar cobertura na nossa saída.

-Me desculpe, mas você não vai conseguir nem passar dos portões.

     Ele tem razão...

-Entrar atirando também seria burrice. -analiso.

-Quem falou em atirar? -o capanga do meu lado tirou três cápsulas do bolso.

-C4? Por que não avisou antes? Só três?

-Não. Tenho mais duas aqui! -murmura o outro cara.

-Cinco é bom, mas não é o suficiente...vocês conseguem mantem as coisas equilibradas do lado de fora?

-Está pensando mesmo em entrar lá sozinha? -questiona um deles.

-Em grupo chamaria muita atenção. São muitos andares, e provavelmente estão cheios de capangas. A melhor solução é entrar sem ser vista.

-E quanto as câmeras?

   Bufo.

-Vou tentar... -passo as mãos pelo rosto, percebendo as altas chances de dar tudo errado.

-Ok...ao seu comando...

-Joguem a C4 no lado contrário ao da entrada. -aviso.

      Aperto a metralhadora nas minhas mãos, inspirando e suspirando repetidas vezes para acalmar meus ritmos cardíacos, quanto mais tranquila estiver, maior são as minhas chances de conseguir sair viva. Espero sinceramente que meu corpo colabore, preciso lutar e não ficar travada.

-Uma última coisa: Mancini disse que a ajuda está a caminho, então só precisam segurar as pontas até eles chegarem, e se eles não chegarem, fujam. O chefe de vocês disse que armaria um novo plano.-encaro o sujeito ao meu lado. -Mesmo assim, talvez seja muito dificil uma investida num prédio como esse, por isso, espero que fique bem claro: priorizem os meus filhos e os meus amigos. Posso me virar sozinha.

-Sim, senhora.

-Ok...vamos lá!

     Sai do meio da mata espessa, no mesmo instante que os italianos lançaram uma bomba sobre a cerca de arame e explodiram quase metade do lado esquerdo da base. Como desejado, a explosão atraiu a atenção dos campagas que vigiavam a entrada. Imediatamente a confusão se espalhou pelo pátio: italianos entraram pelo buraco e descarregaram suas armas contra aqueles que se aproximavam. Uma troca de tiros se instalou entre ambos os lados e a oportunidade que esperava finalmente surgiu. A entrada estava vazia.
    Apoiei a metralhadora no ombro como uma bolsa, e começei à escalar. Saltar aquela cerca talvez seria o menor dos meus problemas nesse dia, mas mesmo assim consegui fazer errado. Assim que meus pés atingiram ou outro lado, uma tontura fez meu mundo rodar por varios segundos e precisei fechar os olhos para controlar os efeitos da labirintite. Labirintite que obviamente era psicológica! O que tem de errado comigo? Uma hora funciono, e na outra não?!

-Droga...-sussurro, ao ver que a minha entrada silenciosa tinha acabado de cair por terra.

     Um grupo de capangas saiam pela entrada principal, e por estar exatamente de frente para as portas, fui a primeira coisa que eles enchergaram assim que sairam do prédio. Levantei a metralhadora e disparei na direção deles, sem me importar com a quantidade de balas que estava gastando com os primeiros de vários oponentes que teria de atingir.
    Pulei os corpos na entrada do edifício, e corri em direção ao elevador. Procurar as escadas demandaria tempo e esforços que não tinha disponíveis naquele momento. O que estou fazendo? Entrando sozinha? Num prédio com criminosos, câmeras de segurança, sem condições físicas e muito menos noção de onde minha familia está? Eles podem estar em qualquer lugar desse prédio!
    Bufo, e aceno para a câmera dentro do elevador, saudando o sujeito que provavelmente estaria me espiando por ali e delatando à todo mundo onde estava. É a primeira vez que entro num lugar sem um plano definido, e garanto que essa não é a melhor das sensações.
    Aponto minha arma para as porta de metal, e aperto o botão do último andar. O elevador abafou o som dos tiros que preenchiam o térreo, e inundou o ambiente no silêncio carregado de preocupação e suspense.
    Segundos depois que as portas finalmente começaram à se abrir, um grupo de homens armados surgiram no final do corredor e miraram na minha direção. Meu corpo pareceu reagir bem, e como num ato de reflexo me joguei contra a parede esquerda, me protegendo das balas que ricocheteavam no lado de fora do elevador. Sem ao menos olhar, coloquei a mão para fora da caixa de metal e retalhei contra aqueles que me atacavam.

-Droga! Não brica comigo! -reclamo, percebendo que minhas balas tinham acabado.

     O silêncio voltou a tomar conta de tudo ao meu redor, suspirei profundamente, pedindo mentalmente que o meu corpo cooperasse comigo e me salvasse daquele aperto. Uma sombra no chão começou a aumentar, indicando que alguém estava se aproximando e imediatamente me preparei para ataca-lo.
    Uma mulher adentrou elevador, e a primeira coisa que ela viu foi o percursso da minha arma vazia contra o seu rosto. Torci o braço dela, me apossei da arma que carregava na cintura, e atirei contra os outros quatro homens espalhados pelo corredor. Pegos de surpresa, nenhum deles teve a chance de revidar porque não previam que algo assim pudesse acontecer. Soquei o rosto da mulher que usava como escudo, e me agachei para pegar mais duas armas.
    Sorri e atirei contra as câmeras de segurança do corredor, adorando a sensação de que agora não me faltariam mais munição. Com as duas armas nas mãos, mirei em cada sujeito que aparecia no meu campo de visão com alguma arma. Meu ouvido zumbia levemente por passar tanto tempo sob o som alto de tiros, mas a minha mente parecia bem mais concentrada do que antes.
     Se sabia onde estava indo? Não. Mas continuava seguindo pelo mesmo corredor que entrei desde que sai do elevador, eliminando o máximo de pessoas possíveis. As chances de encontrar a minha familia eram muito baixas, e se não poderia fazer isso, o objetivo era desfalcar o time deles e encontrar alguém importante para usar como escudo.
   Uma porta de vidro no final do corredor chamou a minha atenção. Totalmente estraçalhada por alguma bala que certamente atingiu o vidro, essa porta era a única naquele andar que mantinham um ar de importância.
    Sem conseguir desviar dos cacos de vidro, meus passos sobre eles provocaram pequenos estalos, que obviamente alertou as pessoas que estavam dentro da sala. Com armas em punho, adentrei o local com cautela, e meu coração acelerou algumas batidas quando me deparei com a seguinte cena: Alfie estava sobre a mira de Anton e seus homens.

-Natasha! -murmura Anton. -Que reecontro mais dramático! Não acha? Veio atrás da sua familia? -riu. -Ou levar mais uma surra? Fiquei sabendo que a última não fez muito bem pra sua saúde! Como anda os tímpanos?

      Fiquei em silêncio, contando a quantidade de homens armados. Aline e Clara também estavam ali.

-Não adianta fazer nada, Morgan. -murmura Clara. -Você não tem escapatória.

-Nós temos a sua familia, e nesse exato momento, o seu marido na nossa mira. -diz Anton. -Descomplique as coisas, e se entregue.

        Continuo segurando minhas armas com a testa franzida.
   
-Não estamos brincando...-Anton atirou na perna do meu marido. -Se entregue, ou o próximo será no coração...

      Arregalei os olhos e dei três passos na direção dele, horrorizada pelo sangue que jorrava do corpo dele e suas caretas de dor.

-Preciso mesmo repetir?

      Encarei os seus olhos com fúria, jurando pra mim mesma que na primeira oportunidade acabaria com aquele sorriso nojento no rosto dele, e à contra gosto, deixei que minhas armas deslizassem das minhas mãos até o chão. Suspiro, sentindo a impotência tomar conta de mim. Me lembrem de nunca mais tentar improvisar, não quando a vida das pessoas que amo estão em jogo.
    Clara se aproximou com um sorriso no rosto, emitindo sons de saltos contra o chão, que ressoavam  pela sala inteira. Parou a centímetros do meu rosto, e analisou as minhas expressões com um ar de superioridade. A vontade de socar a cara dela era grande, mas a preocupação com Alfie superava tudo isso. Só espero, sinceramente, que o reforço tenha chegado.

-Agora sim...vamos tratar de negócios...-Anton sorriu. -Você e seus amigos tem atrapalhado os meus planos...e só estão vivos ainda porque meu pai ainda não descidiu o que fazer com vocês. -ele enrrugou o nariz. -Infelizmente, vocês são figuras públicas...mata-los pode gerar um certo transtorno, e por isso o conselho está meio receoso. Mas tenho certeza de que vou conseguir convencê-los! Deixamos você viva uma vez, Morgan. Contudo, em vez de agradecer você voltou à nos perceguir... não vai ser tão difícil assim convencer todo mundo de que são uma ameaça.

-E até lá vamos fazer o que? Tomar um chazinho e conversar sobre vida? -ironizo. -Ah, você já tem as suas vadias pra isso... -Encaro o rosto de Clara.

      Transtornada, ela desferiu um soco na minha barriga. Golpe que não conseguiu me fazer retroceder nenhum passo. Sorri de lado, devolvendo seu olhar de superioridade:

-Odeio cócegas!

    Ri satisfeita, quando vi seu rosto ficar vermelho como um tomate e ela ser impedida de tentar me acertar mais uma vez.

-Você vai ter todo tempo do mundo, Clara. -diz Anton. -Pode se divertir com ela mais tarde...quem tem a prioridade é o nosso amigo Fernando...ele ficou bastante insatisfeito por ser enganado...

-Onde estão os meus filhos? -indago, interrompendo aquele ser irritante.

-Estamos cuidando muito bem deles, não se preocupe.

-Se tocar em um fio de cabelo deles, eu mato você. -digo, séria. -Pode ter certeza disso.

-É uma ameaça? Percebe qual é a sua posição nesse momento? Não está em condições de ameaçar ninguém!

-É uma promessa...E sempre cumpro as minhas promessas...

-Ei! Fernando! -grita Anton, sem dar atenção para a minha fala.

     Ele olhou para uma ponto atrás de mim e acenou.

-Estavamos falando de você! Olha quem temos aqui!

-Senhorita Sofia...-murmura o porto Riquenho, aparecendo no meu campo de visão. -Está aqui à trabalho?

-Nós estavamos conversando, e achamos justo deixar as honras pra você... -diz Anton, sádico.

-Levem ela para o meu quarto. -diz Fernando.

     Dois homens agarraram os meus braços e enrruguei a testa com nojo. Quarto? Como assim quarto?!

-Nem pense em tocar na minha mulher! -branda Alfie, falando pela primeira vez.

    Seu rosto estava distorcido pela dor.

-Não se preocupe, sua mulher é realmente um monumento...-cuspi no seu rosto, com nojo. -Mas o que tenho pra ela...não envolve prazer... cada um tem um quarto de tortura aqui na torre...acho que ela vai adorar conhecer o meu...

*****
Eiii! Finalmente estou de volta! As provas passaram! E agora é só caps pra vocês!!!!! Obrigada por entender e ter paciência comigo gente!
   Prometi muita ação nos próximos caps, e elas vão acontecer! Vou postar mais um ainda hoje! ( ou de madrugada rsrsrs) e esse outro vai ser narrado porrrrrrrrr: Natalia! Simmmm vocês vão conhecer um pouco sobre ela, e o romance maluco com o XXXXXXX.
    

Bjssss.
ThaQuake.

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