Capítulo 72

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-Signora Morgan! Devo dizer aquela famosa frase? "Eu te avisei"?

     Revirei os olhos, passando a vista pela sala de forma discreta.

-Pelo o que me disseram, esse é o seu filho, não é?

     Aidan, estava ao meu lado com a melhor pose de "Durão" que ele conseguia fazer para disfarçar seus verdadeiros sentimentos, enrrugando levemente a testa ao movimentar a cabeça em afirmação à pergunta do mafioso. Sorri de lado, lembrando de como ele estava desesperado minutos antes de chegarmos aqui, e em seguida franzi a testa ao perceber o quanto Aidan é bom em fingir. Tenho certeza que internamente ele deve estar prestes à ter uma ataque cardíaco, mas pra quem vê a situação do lado de fora, ele não passa de...

-Vai ficar me encarando por muito tempo? -murmura Antônio, chefe da máfia italiana. -Preciso lembra-la que sou um homem ocupado?

    Saio do meu transe, afastando temporariamente esses pensamentos da minha cabeça, e me concentro no que realmente importa.

-Preciso admitir que você tem muita coragem para trazer o seu ragazzo até aqui.

-Você não ousaria tocar num fio de cabelo dele.

-E posso sabe o motivo? -sorriu.

-Primeiro, porque ele sabe muito bem se defender. Segundo, porque eu te mataria. E terceiro...porque nos temos assuntos a tratar, que são de interesse de ambos os lados.

-A máfia Americana. -sorriu, como quem já sabia de tudo.

-Se sabe disso, deve saber o porquê dessa reunião. -digo. -Preciso de reforços...um tipo de reforços que só vocês podem oferecer.

-Homens?

-Não. Estou falando sobre informação.  Você tem acesso à coisas que não tenho...contatos...pessoas...imagino que não deve ser muito difícil descubrir a nova localização da máfia americana.

-E por que deveria ajudar?

-Porque à nenhum dos dois convém quem eles voltem. Você assumiu os negócios deles no exterior, está mesmo disposto à perder?

-Não vamos perder nada. A máfia americana já foi grande, mas hoje não passa de uma gangue de bairro...

-Eles estão crescendo. E muito.-intervenho.

-E nós continuamos sendo maior do que eles.

-Temporariamente. Em breve, com a ajuda dos Porto Riquenhos e o próprio presidente desse país, vocês voltaram à ser as mesmas galinhas, sentadas em cima do próprio ovinho. -sorri, irônica. -Concentrados na Europa como uma mera gangue de bairro...

-Não somos amigos...-semicerrou os olhos. -E você não deveria usar esse tom comigo...

-Mancini, estou propondo algo único, a chance de acabar de vez com os seus inimigos e resgatar um pouco da sua dignidade. -Os homens dele, a nossa volta apontaram as armas na nossa direção.

    Acho que eles tomaram as dores do chefe.

-O que acha que as outras máfias vão dizer? O grande Antônio Mancini fez um serviço mal feito! E agora está cagando nas calças! Com medo de eliminar uma "gangue de bairro".

     O velho avançou alguns passos, e quando pensei que ele diria alguma coisa sobre as provocações que acabara de fazer, ele simplesmente se inclinou para atrás e gargalhou como quem via um filme de comédia.

-Ragazza, depois de todos esse anos. Finalmente alguém conseguiu me surpreendeu com tamanha coragem, ou estupidez... -sorriu. -Acredite, qualquer outra pessoa já estaria morta no momento em que você revirou os olhos pra mim. Mas como pode ver, não vim aos Estados Unidos para conhecer o seu ragazzo. Acredito que nós dois podemos chegar à um acordo!

Agente Morgan 5Where stories live. Discover now