Capítulo 55

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Sorrio da maneira mais apaixonada possível, sussurrando algo sem sentido no ouvido do meu suposto marido. Kael parecia pouco acostumado com esse tipo de situação, por isso precisei fingir por nós dois que realmente eramos um casal.

-Nome, por favor. -pede o segurança.

Continuei brincando com meu acompanhante, sussurrando baixinho no seu ouvido para desviar o rosto dos seguranças da porta, que incomodados com cena, procuravam não olhar muito para nós.

-Sr. e Sra. Kolavanov. -murmura Kael, fingindo dar mais atenção à mim do que à pergunta.

-Ah, sim...estão na lista...podem entrar. -murmura o segurança.

Kael sorriu na minha direção e me arrastou pela portaria até o elevador. Assim que entramos na caixa de metal soltei seu braço e mantive minha expressão séria, incomodada com aquele contato excessivo. Odeio missões de espionagem por causa disso. Acomodei meus cabelos num coque alto, e subi um pouco a barra do meu vestido para ter uma maior mobilidade.
Kael não perdeu tempo em empurrar uma das placas do teto do elevador para liberar passagem. Continuavamos subindo até o último andar, mas nossa parada chegaria antes.

-Você primeiro. -murmura ele. -Assim posso te ajudar a subir e...

-Estou de vestido. Você vai primeiro.-digo seca.

Ele concordou com a cabeça, parecendo lembrar desse detalhe e tomou impulso nas paredes com habilidade para subir. Fiz o mesmo, seguindo seus passos sem muita dificuldade. As câmeras do prédio estavam hackeadas, a única e grande dificuldade era evitar ser vistos pela quantidade enorme se seguranças em cada andar.
Olhei pra cima, esperando o momento exato de agir.

-Já fez isso antes? -indaga.

-Uma vez.

-Deu certo?

-Sim.

-Estamos na festa. -diz Sara. -Como estão indo?

-Quase lá. -responde Kael, flexionando os joelhos próximo a parede que deveriamos saltar.

-Quando saltar, se preocupe em agarrar e não em pisar. -aconselho, notando seu nervosismo escondido.

O momento chegou, saltei e segurei nas barras de ferro instaladas na parede, um ventinho zumbiu na minha orelha num sinal de que o elevador estava passando por nós. Havia um intervalo de espaço entre as paredes e o elevador, onde os canos do prédio passavam, tornando o lugar grande o suficiente para abrigar corpos espremidos.
Olhei para cima,verificando que o elevador parou um andar acima das nossas cabeças. Teriamos de ser rápidos, antes que alguém chamasse ele novamente.
Kael enfiou a ponta dos dedos nas frestas da porta de ferro que nos impedia de ingressar no andar, e afastou com força.

-Isso foi fácil demais...-murmura, assim que adentramos o local, temproariamente fora de perigo.

-A parte mais difícil vem agora...-digo, vendo a luz de um lanterna iluminar o fim do corredor.

Provavelmente algum guarda ouviu o som das portas, e veio verificar o que estava acontecendo.

-Vamos...-sussurro.

Me abaixei em meio as mesas espalhadas pelo local, e começei a engatinhar para longe da iluminação do sujeito que chegava. O ruim de abrir aquelas portas, é que não poderiamos fechar. O guarda vai perceber que tem algo errado, e obviamente vai chamar seus colegas.
Continuei andando como um bebê, forçando meus olhos a enxergarem o caminho mesmo com a pouca iluminação do ambiente.

-Odeio vestidos. -brando, incomodada com a falta de mobilidade.

Empurrei a porta de vidro, xingando o arquiteto que planejou esse lugar. As salas são separadas por vidros transparentes, ligamos o computador e a luz da tela obviamente vai chamar atenção.

Agente Morgan 5Onde as histórias ganham vida. Descobre agora