Sorri como uma criança pequena, vendo a banheira transbordar ainda mais quando movimentei as pernas para me acomodar melhor. Meu cabelo estava preso num coque, e minha cabeça inclinada sobre o ombro do caipira, que traçava linhas imaginarias pela minha barriga por debaixo da água.
-Acho que você encheu demais. -digo, quando mais espulmas começaram a vazar pelas laterais.
-O plano era tomar banho sozinho. -explica.
Enrruguei a testa.
-Está me expulsando?
-Não começa, Natasha. -mesmo sem ver, sabia que ele estava revirando os olhos. -Sabe que adoro tomar banho com você.
-Aé? Por que será? -sorri maliciosa.
-Para com isso.
Levantei um pouco o rosto para encarar o dele.
-Quando você vai parar de ficar vermelho por essas coisas? É normal um casal fazer...
-Você adora me torturar. -intervém.
-Está ouvindo isso? -pausei. -Estamos sozinhos! E ninguém pode ouvir nada! Não precisa ficar com vergonha!
-Melhor, assim podemos conversar sem interrupções.
-Conversar? Estamos nús numa banheira cheia de espuma, e você quer conversar?
-É importante.
Reviro os olhos.
-Isso também é.
-Natasha...
-Fala logo...-bufo.
-Você ainda não me contou como se recuperou, e como conseguiu acabar com aqueles homens daquele jeito. Já te vi lutar muitas vezes e aquilo foi...impressionante.
-É uma longa história.
-Temos tempo.
-Foi na Inglaterra...encontrei com algumas pessoas do meu passado, precisei me defender e pela primeira vez em meses consegui.
-Por que não me contou?
-Porque foi só aquela vez. Depois daquilo simplesmente não consegui mais lutar! Fui ao médico, fiz exames e ele constatou que meus tímpanos já estavam curados. Totalmemte novos. Foi aí que uma hipotese surgiu: psicológico.
-Você tinha medo de lutar?
-Medo de precisar passar por mais coisas. -explica. -Lutar sempre me trouxe problemas...acho que uma parte de mim queria esquecer que ela existia para evitar mais percas...não funcionou.
-Acha que precisa ir ao psicólogo?
-Não. Já estou melhor. -suspirou. -Consigo lutar sem impedimento algum. Acredite, tudo foi solucionado.
-Solucionado? Tem certeza?
-Absoluta. -bufei, sabendo que ele queria mais explicações. -Foi quando perdi o nosso...filho...que...percebi que nada daquilo teria acontecido se tivesse lutado.
-Não foi sua culpa. -murmura.
-Não totalmente. - corrije.
Uma voz interrompeu a conversa:
-Mãe?!
-Aidan? -indaga Alfie. -Ele não deveria estar na casa do Simon?
-Pai? -outra voz chamou.
-Eddie...-Natasha suspirou. -Parece que os seus filhos descidiram fazer uma visita.
-Já estamos saíndo! -grita Alfie, respondendo as batidas deles na porta.
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Agente Morgan 5
RandomDepois de todas as lutas dos livros anteriores, as confusões ainda não acabaram. Natasha ainda vai precisar lidar com os problemas de ter uma familia, filhos na adolescência pode tirar qualquer um do sério. Sem contar com a tendência maravilhosa de...