Capítulo 13

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-Está tudo bem ai, Katye? - indago.

-Aqui na agência está tudo normal. Mas sei que você gostaria de saber que o vice presidente marcou sua posse para amanhã, às duas horas da tarde.

-Tão rapido? O corpo da Malick mal esfriou!

-Você sabe que o país não pode ficar sem um presidente durante muito tempo...

Suspiro.

-Queria estar aí. Tenho coisa pra fazer...

-Tipo investigar? Pensei que tivesse esquecido essas paranóias.

-E esqueci. Não é disso que estou falando...

-Sei...

-Preciso desligar, já fiquei tempo demais aqui na mata. -murmuro, começando a caminhar de volta a clareira.

-Está se escondendo do caipira?

-Das mães irritantes. - respondo. -Por sorte, ontem passamos quase o dia e a noite toda longe delas. Tudo graças as habilidades invejaveis do caipira com um mapa. - debocho.

-Era pra mim entender alguma coisa?

-Quando chegar ai, te conto. - respondo, desligando o telefone.

Volto ao extenso gramado verde com a maior cara de paisagem possível, observando Aidan e Alfie jogando queimada à alguns metros com um grupo de jovens. Alisson brincava com Claire, a filha dos Medler, sobre o olhar atento de sua mãe, e Natalia observava tudo com uma cara de tédio, sentada próxima à nossa barraca.

-Odeio estar aqui. -murmura ela, assim que me vê chegar.

-Pensei que estivesse se divertindo... - digo, sentando na cadeira ao lado.

-Minhas amigas não vieram. Só as patricinhas chatas do colégio.

-Se serve de consolo, também não queria estar aqui.

-Isso é óbvio, você preferia estar trabalhando.

-Preferia estar com vocês em casa. - corrijo.

Ela cruza os braços, claramente achando que aquilo era uma mentira.

-Estou falando sério. - afirmo, e analiso suas feições.-Por que está tão estranha?

-Estranha?

-Irritada. - explico.

-Aidan me contou que está treinando com a Tia Katye.

-E isso te irrita?

-Por que só ele pode?!

-Porque ele precisa aprender a se defender.

-E eu não?

-Você sabe que é diferente.

-Ah, claro. Sei bem a diferença. - murmura sarcástica.

-O que está querendo dizer? Sei que está sendo sarcástica.

-Nada. - ela levanta, irritada.

-Onde vai?

-Dar uma volta!

(...)

-Finalmente em casa! - murmura Alfie abrindo a porta da frente. - Crianças, guardem suas coisas e coloquem as roupas sujas no cesto!

-Aidan, ajude Alisson com isso. - digo.

Em vez de responder, os três soltaram um grunhido frustado e subiram as escadas carregando suas mochilas. Nossa casa não era muito grande, era uma casa normal de uma familia normal. Muito o contrário das mansões dos nossos amigos. Não se enganem, nós temos dinheiro para comprar uma casa maior, mas assim que as crianças foram crescendo, Alfie descidiu mudar para uma casa menor. Segundo ele, isso ajudava a estar sempre de olho em todos, e ensinava o valor das coisas.
Subo as escadas atrás de Alfie, que fechou a porta do nosso quarto assim que entramos.

Agente Morgan 5Where stories live. Discover now