The Real Side II: Dark Times

By hiddles-evans

42.9K 4K 1.9K

"Tudo mudou depois de NY". Tony Stark gostava de repetir aquilo e, embora sua filha sempre revirasse os olhos... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Epílogo

Capítulo 10

1.2K 141 42
By hiddles-evans

Wanda estava bem perto de girar os calcanhares e voltar para seu quarto, mas não estava exatamente com humor para aguentar o Capitão no seu pé mais tarde. Esse ainda era o cenário mais otimista. Com a sorte que tinha, era capaz de Clint alugar seus ouvidos pelo resto da sua estadia na Torre.

Fazia um pouco mais de uma semana que ela tinha acompanhado os Vingadores em seu retorno para casa, e mesmo assim parecia uma eternidade. Eles corriam tanto de um lado para o outro, realizando tarefas atrás de tarefas, que a garota mal conseguia acompanhar. Ela mais do que ninguém entendia o peso dos acontecimentos dos últimos tempos, e até chegava a invejar o empenho que cada membro da equipe tinha de fugir dos próprios pensamentos, se mantendo assim ocupados o máximo possível. Só tinha um momento que cada um se via obrigado a parar e encarar tudo o que acontecera, e nem era nas poucas e mal dormidas horas de sono.

Era durante as consultas com Monica.

Wanda estava bem perto de odiar a psicóloga.

Na primeira vez que a garota se exaltara um pouco e deixara seus poderes se manifestarem mesmo que sem riscos, Wanda pensou que a mulher surtaria, que fosse chamar todo o socorro possível e que decretaria que ela precisava ser mantida em cativeiro. Para sua surpresa, Monica ergueu minimamente a sobrancelha, silenciosamente a questionando se seu objetivo era mesmo intimidá-la, além de deixar claro que estava falhando miseravelmente. Só dias mais tarde que Wanda entendeu o motivo da psicóloga não fraquejar diante de seres muito mais poderosos que ela.

E o motivo era que Avril Stark fora a paciente anterior ao seu agendamento daquele dia, Wanda conseguindo pegar no ar um pouco da discussão das duas. Por algum motivo que no fundo a garota não conseguia entender, o nome de seu irmão era recorrente na voz da dupla, muitas vezes Monica insistindo em lembrar que aquilo não era culpa da ex-agente. Mesmo com seu instinto de querer descordar, Wanda sabia que a psicóloga estava certa. Em primeira instância, era culpa de Ultron. E o que mais doía era que eles ajudaram o androide. Ela o ajudara. Esse era o principal tópico que Monica gostava de abordar, isso e seu ódio de longa data aos donos do prédio, sentimento que ela estava ficando melhor em mascarar. Ela ouvira os dois lados da história, e sentir que nem Tony e nem Avril tiravam dos ombros a culpa dos danos causados pelas Indústrias Stark pareceu agir quase que como um pré-requisito para detestá-los um pouco menos. Wanda podia ser jovem, mas não o suficiente para ignorar os próprios erros, alguns que pareciam muito maiores e venenoso do que os cometidos por pai e filha ao longo dos anos.

Foi quase que com vergonha que Wanda desviou o olhar para uma janela ao fundo quando a porta do consultório se abriu sem aviso algum, Avril marchando para fora enquanto ignorava os pedidos de Monica para que retornasse. Sua expressão irritada não amoleceu assim que notou a garota próxima à porta, assim como também não desacelerou o passo.

- Aproveite o humor maravilhoso dela – foi a única coisa que ela disse antes de sumir pelo corredor, o resmungo baixo fazendo aos poucos um sorriso sem humor aparecer nos lábios da garota.

Pelo visto ninguém gostava mesmo daquelas sessões.

---

Avril naquele dia estava especialmente de bom humor.

Claro que ela podia dormir pelo resto do mês, tamanha a exaustão que se acumulava, só que aquela era a última semana dos Vingadores na Torre, e na seguinte ela estaria no MIT, o que significava fugir de toda e qualquer possibilidade de estresses referentes à mudança. Aquilo deveria ser o mais próximo de férias que a mulher experimentaria em meses, por isso nem reclamou quando disseram que aquela era a sua vez de ajudar a organizar a cozinha depois do café da manhã.

Talvez ela tivesse reclamado um pouco, mas apenas para não quebrar a tradição.

- Ah, antes que eu esqueça...! – disse Avril rápido, quase deixando um prato ensaboado cair de suas mãos, sinalizando com empenho para conseguir a atenção de Steve, que continuava à mesa – Meu pai perguntou se vamos querer continuar dividindo um quarto no complexo.

- E o que você disse para ele? – devolveu Steve, sem prestar muita atenção. No mesmo instante, o resto da equipe na cozinha ficou levemente mais tensa, olhando de um para o outro enquanto silenciosamente os questionavam se iam mesmo discutir aquilo em público.

- Que eu iria falar com você? – continuou ela, um tom de obviedade em sua voz – Pensei que meu comentário sobre o assunto já fosse servir de introdução para darmos uma resposta em conjunto. Comunicação em sociedade funciona assim, Rogers. Não vamos começar o dia quebrando máximas conversacionais.

- E-eu não acho que quero participar dessa conversa – comentou Thor para Petr ao seu lado – Será que conseguimos sair discretamente?

- Cara, jurava que você ia pedir pipoca.

- Muito cedo – respondeu o deus sem pensar duas vezes, só depois realmente considerando a possiblidade – Mas boa ideia. Podemos estourar um pacote antes de sair?

- Desculpe, só não entendi o que precisa ser discutido – suspirou o soldado, deixando seus talheres sobre a mesa e virando sua cadeira para trás, podendo assim agora ver melhor a mulher sem se entortar tanto.

- Porque nós começamos nessa de dividir o quarto porque eu precisava de supervisão?

- Você acha que continua no meu quarto porque eu estou te supervisionado? Ou que ainda precisa de supervisão? – estranhou ele, quase achando graça na forma que Avril ficou sem jeito. Normalmente era o contrário, precisava aproveitar esses momentos. Se J.A.R.V.I.S. não tinha um protocolo para registrar tais cenas, ele precisava criar um urgente.

- Foi uma medida provisória que permaneceu até hoje simplesmente porque nenhum de nós se opôs, e que não significa que temos que dividir um quarto para sempre e em qualquer lugar.

- Essa é sua forma delicada de dizer que não quer mais dividir um quarto comigo?

- Essa é minha forma delicada de colocar que foi nos dada a opção pelas circunstâncias, já que pelo visto somos acomodados demais até para tocar no assunto sem cobrança de terceiros.

- Você está falando em tecnicidades e ainda não disse se quer ou não.

- Você quer? – ela fugiu da pergunta, devolvendo ao homem risonho – Isso é provavelmente a versão mais aproximada de realmente morar juntos que podemos ter, por isso trouxe o assunto.

- Eu não tinha pensado dessa forma, mas não me incomoda a ideia. E você? A ideia de assusta, por acaso?

- Na real, o que me incomoda é pensar em você me acordando todo dia às cinco da manhã – desconversou ela, mesmo que aquilo realmente fosse verdade. Normalmente não conseguia dormir muitas horas seguidas, mas os horários do soldado eram bem ofensivos

- Qual é, eu costumava acordar as quatro, acrescentei uma hora a mais por você.

- Sábado e domingo continua sendo sacanagem. É pecado, praticamente.

- É sua condição para continuarmos dessa forma? – Steve ficou sério depois que ela assentiu, tirando alguns segundos para pensar nos aspectos que não gostava dela como colega de quarto – A minha é sem mais ferramentas perigosas no quarto. Ainda acho que ficou uma cicatriz no meu pé por pisar naquele troço...

- Bebê chorão... E aquilo foi no laboratório, a idade não está fazendo bem para sua memória.

- Então vamos continuar no mesmo quarto?

- Você que sabe.

- Você que sabe.

- Devo repassar a decisão para seu pai, chefe? – Sexta-Feira interrompeu a discussão, causando alguns risos. Nem o sistema parecia estar mais aguentando os dois.

- Sim, Sexta-Feira, por favor.

- Se todas as decisões que eles tomarem forem tomadas desse jeito, até ano que vem eles estão casados – comentou Clint em um sussurro para Natasha, momentaneamente se esquecendo da audição sobre-humana de algumas pessoas do recinto.

- Você sabe que se algo desse gênero acontecer, ela vai te fazer ser dama de honra, não é, Gavião? – provocou Steve, conseguindo controlar com tanta maestria o calor que subia em seu rosto para debochar do colega que até se sentiu orgulhoso.

- Muito engraçado – resmungou o arqueiro depois de uma curta risada falsa – E tenho certeza de que seria a Natasha.

- Que? Com essas pernas, um salto e um vestido colado? Querido, Natasha vai ter que entender – Avril seguiu com a brincadeira, Clint não conseguindo mais ficar sério depois que sua colega mais antiga soltou um "não só entendo como apoio a ideia".

- Vocês não vão me ver de vestido....! De novo.

- Como assim de novo?

- A gente não fala sobre isso.

- Por que não? Como não?

- A gente não fala de Budapeste, ok? – disse Natasha firme, fazendo todo o grupo criar ainda mais interesse no assunto.

- Vocês lembram de Budapeste de um jeito bem diferente que eu...

---

Nem quando a equipe foi reunida e a Torre virou aquela loucura de movimentação entre os habitantes do prédio chegou perto do nível do tráfego de pessoas no Complexo dos Vingadores nos primeiros dias. Havia sido organizado todo um projeto sobre as divisões entre os andares, entre os laboratórios já disponíveis para uso. Todas as equipes estavam devidamente designadas para seus respectivos espaços. Tudo pensado para uma transição tranquila.

Mas é claro que eles conseguiram criar zona mesmo assim.

No mínimo três colegas no espaço de tempo de cinco minutos procuraram Avril para avisar da confusão de destino de certas máquinas, logo as mais disputadas entre os cientistas e que costumava sofrer monopolização de tempos em tempos. Se estivesse com tempo de sobra, a mulher teria gritado com todos da forma menos educada possível, mas ainda tinha que terminar de organizar as coisas dos Vingadores para o início do treino dos novos recrutas, além de precisar correr porque Thor e seu pai estava prestes a partir.

Quando finalmente conseguiu chegar à sala de convivência, a equipe já tinha se dispersado, apenas a dupla e Steve ainda estavam lá, a sua espera para a última despedida. Thor estava mais uma vez com seus trajes asgardianos, algo que Avril até estranhava agora, depois de tantos dias seguidos sem incidentes que precisavam do martelo em ação. Além de eventuais pegadinhas, mas isso definitivamente não servia de manchetes para jornais.

- O elevador não é digno – Avril não prestava atenção e nem queria, a discussão inútil de Steve e seu pai sendo algo que requisitava energia demais para alguém que já estava cansada.

- Vou sentir falta dessas conversas.

- Pode levar os dois – brincou ela séria sem pensar duas vezes, ganhando o riso divertido do deus e a indignação da dupla – Vai estar me fazendo um favor.

- Se ele consegue erguer o martelo, ele pode ficar com a joia – Thor retomou o assunto principal, aproveitando que tinha alcançado o gramado para se virar para o trio, de frente para a mulher de quem ele tomou com delicadeza uma das mãos, a levando aos lábios – E além do mais, ele tem alguém a altura para o guiar. Milady.

- Milorde.

- Da última vez que seguimos caminhos diferentes, a preocupação não abandonou meu peito, e você estava em perigo – comentou Thor, um pouco intrigado quando Avril não pareceu incomodada com a lembrança não tão antiga – Espero que não estejamos mais uma vez nesse cenário.

- Bem, posso dizer que me sinto mais confiante dessa vez – assegurou ela, apenas para perceber em seguida que suas palavras não tinham sido o suficiente para confortar o deus.

- Continuo com a sensação de que você esconde algo.

- Todos nós temos, Thor – comentou Tony, desviando o olhar para as árvores ao redor para fugir do olhar irritado da filha – É força do hábito.

Avril poderia ter acessado seu repertório de respostas, mas um agente da S.H.I.E.L.D. aparecendo na porta com um chamado de Fury foi o suficiente para que ela deixasse a discussão de lado. Com um suspiro, ela avisou que já estava a caminho. Se as coisas continuassem cansativas dessa forma com o passar dos dias, Clint não seria o único vingador aposentado.

- Agora é tchau mesmo – disse ela, se adiantando para beijar o rosto de Thor, que logo emendou um braço.

- Qualquer coisa, me envie um corvo.

- Vocês se acham tão engraçadinhos...

O trio assistiu ainda com sorrisos divertidos no rosto a mulher voltar ao prédio, só então iniciando suas próprias despedidas. Steve riu por educação quando Tony comentou da falta de respeito de Thor com o gramado alheio, mal conseguindo prestar a devida atenção enquanto o engenheiro comentava da aposentadoria do Gavião e como parecia uma boa ideia ter um refúgio.

- Você e Avril podem arrumar um lugar também... – a partir daí a atenção de Steve foi conquistada, a sinceridade na voz de Tony junto com a seriedade em seus olhos fazendo com que ele parasse no meio do caminho até o carro do engenheiro – Começar do zero.

- O cara que queria isso foi congelado 70 anos atrás... – foi a resposta que o soldado deu, depois de um tempo ponderando o assunto. Quando notou que seu interlocutor não estava satisfeito com o que ouvia, ele emendou: – Mas por que a pergunta, Tony? Está querendo netos?

- Santo Deus, não – ofegou o herói, a imagem lhe pegando de surpresa. A lembrança de dedos pequenos e rechonchudos agarrando seus cabelos foi o suficiente para até engatilhar uma leve dor de cabeça – Não faço ideia de como Avril sobreviveu crescendo perto de mim, crianças é a última coisa que quero perto.

- E provavelmente é a última coisa que Avril quer também.

Tony parou.

O que diabos foi aquilo que ele ouvira na voz do soldado? Ressentimento?

- Vocês já conversaram sobre isso?

- Não preciso, eu a conheço – a resposta firme e rápida demais fez com que Tony estranhasse ainda mais a postura do soldado, cruzando os braços em frente ao corpo enquanto ele continuava a se explicar – Avril mudou muito, Tony. Uma vida de civil? Ela riria na minha cara se eu sugerisse isso.

- Se é o que você quer, deveria falar com ela. Oh céus, estou virando seu conselheiro amoroso... – Tony resmungou mais baixo, passando as mãos no rosto em um movimento cansado apenas para retomar com uma abordagem diferente – Não, melhor: estou falando isso como o pai dela. A HYDRA mexeu com ela, e acabar com eles se tornou seu único objetivo de vida. Só que nós já derrotamos a HYDRA, Rogers. Não tem mais nada a prendendo.

- Sempre tem a próxima missão – retrucou ele – Ela quis ficar aqui para treinar os Novos Vingadores.

- Só que em algum momento a próxima missão não vai ser mais o suficiente – insistiu Tony, e de repente ele não sabia dizer se estava falando da filha ou de si mesmo – É um objetivo muito vago. Avril merece mais que isso. Ela merece um pouco de normalidade, e mesmo que isso ainda me irrite um pouco, acredito que essa normalidade seja você.

Aquela colocação pegou Steve desprevenido e o deixou sem palavras, o que Tony aproveitou como deixa para partir de uma vez. Já tinha dado muita coisa para o soldado pensar, e a agenda dele para dia ainda estava cheia, não podia sobrecarregar sua mente ainda mais. Como agora as coisas pareciam caminhar para tempos mais calmos, talvez as coisas voltariam para o rumo natural, com o casal retomando o que ficara em pausa desde o sequestro há quase um ano. Tony podia não gostar ou acreditar que eles tomariam o caminho mais tradicional, mas já tinha aceitado que, qualquer que fosse o trajeto, eles provavelmente traçariam juntos.

- E só para deixar registrado – Tony, já dentro de seu carro, disse um pouco mais alto, já que Steve também retomara seu rumo para de volta ao prédio – Se vocês tiverem filhos um dia, não há a menor chance de as crianças serem Rogers, elas vão ser Stark e não tem discussão.

---
N/A: Um bolinho de att como essa, bicho.

Continue Reading

You'll Also Like

119K 12.6K 25
《[CONCLUÍDA] - MINSUNG》 《Bangchan; Chefe dos profissionais - os mesmos que estão dispostos a procurar tals criminosos - Chamou um grupo que estava or...
342K 23.9K 65
Fanfic Velozes e Furiosos/ Deckard Shaw Playlist Spotify - https://open.spotify.com/playlist/7Gk1Av8gzhAUbJ9K9e19yX?si=a84c37b807da494d
130K 11.6K 42
𝗥𝗲𝗱𝗲𝗺𝗽𝘁𝗶𝗼𝗻 || Onde Hannah Donfort desaparece e deixa apenas um número de uma completa estranha. "𝘖𝘭𝘢́, 𝘵𝘦𝘮 𝘢𝘭𝘨𝘶𝘦́𝘮 𝘢𝘪?" Madis...
116K 7.9K 90
Aurora sempre teve tudo o que quis, mas quando Billie, a sexy badgirl chega a escola, ela percebe que, no final das contas não pode ter tudo o que qu...