Sob O Mesmo Destino (CONCLUÍD...

By laricastro23

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•Livro I da série "Meu Primeiro Amor" •História concluída •Primeira postagem dia 13/08/2019 •Última postagem... More

Sinopse + Cast
Book trailer
Prólogo
Capítulo 01 - Acidentes
Capítulo 02 - Por trás da nerd
Capítulo 03 - Encontrando a cinderela
Capítulo 04 - Pais e filhos
Capítulo 05 - Mais que teatro
Capítulo 07 - Algumas doses
Capítulo 08 - Sob o mesmo teto
Capítulo 09 - Primeiro beijo
Capítulo 10 - Liberdade em duas rodas
Capítulo 11 - A verdadeira face
Capítulo 12 - Um novo lado
Capítulo 13 - Amizade perdida
Capítulo 14 - Fazer as pazes
Capítulo 15 - Perfeita mentirosa
Capítulo 16 - Filme e pipoca
Capítulo 17 - Fora da rotina
Capítulo 18 - Falsa acusação
Capítulo 19 - Parque de diversões
Capítulo 20 - Beijos certos, pessoa errada
Capítulo 21 - Negação
Capítulo 22 - Selando um acordo
Capítulo 23 - Novas percepções
Capítulo 24 - Tudo ou nada
Capítulo 25 - Até que a morte os separe
Capítulo 26 - Fuga
Capítulo 27 - Fim de segredo
Capítulo 28 - Sob o mesmo destino
Em teu caminho - livro II

Capítulo 06 - Bons amigos

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By laricastro23

Anelyn

Melissa, Carter e Trevor me convencem a ir com eles até o Mr.Hambúrguer e eu me arrependo amargamente assim que adentramos o local e Nicolas Michell está sentado em uma das primeiras mesas. Ele é um dos motivos de eu não comemorar cem por cento a notícia do namoro entre Carter e Melissa, já que ela é minha amiga e Nicolas e Carter também são, as chances de vê-lo e ter que conviver com ele só aumentam. Por sorte, ele e seu temperamento absurdamente infantil, deixam o local poucos minutos depois da nossa chegada.

Assim que Nicolas sai, Carter se levanta, deixando Melissa sentada em seu lugar ao lado de Trevor para ir atrás do amigo nervosinho enquanto eu me sento onde Nicolas estava.

— Por que ele ficou assim? — pergunta Melissa.

— Ciúmes. Ele é assim, tem que ser sempre o primeiro para tudo. — Trevor responde, indiferente.

Pedimos uma porção grande de batatas fritas e alguns refrigerantes e Carter volta segundos depois que a comida chega. Deslizo meu bumbum pelo assento estofado para dar espaço para que ele se sente e acabo me sentando em cima de algo. Uma jaqueta preta, de couro.

— É do Nicolas. Ele deve ter esquecido devido a pressa que saiu. Deixa aí, quando formos embora eu pego e devolvo a ele. — Carter diz quando me vê erguer a peça examinando-a.

Para não acabarmos esquecendo a peça, amarro-a em minha cintura e faço uma nota mental para não me esquecer de entregá-la a Carter quando ele e Melissa forem me deixar em casa e então me concentro em comer as batatas.

Momentos depois, minha mãe aparece atravessando a porta do estabelecimento e seus olhos vão diretamente para mim e as pessoas sentadas na mesa comigo, especialmente Carter e Trevor, que ela olha como se fossem doenças contagiosas.

— Anelyn, vamos para casa. — Ela diz, brava, mas com sua total pose e elegância.

— Mas mãe, eu...

— Vamos, filha. — insiste, seriamente, então eu me levanto e Carter faz o mesmo para me dar passagem.

— Antes, deixe-me apresentá-la aos meus amigos. — digo, firme. Este é o Carter, namorado da Mel, e o Trevor, amigo dele. — apresento, apontando para cada um respectivamente.

— Prazer em conhecê-los. — ela diz, calma e seriamente.

— Nós podemos levá-la em casa depois que acabarmos de comer. — Carter diz, a minha mãe.

— Não é preciso. Eu realmente preciso levá-la. Vamos, querida?

Passo por Carter, ainda de pé, e me junto a minha mãe em direção a saída, logo depois de dizer um "Até logo" para os três que me acompanhavam. Minha mãe permanece em silêncio durante todo o trajeto do Mr.Hambúrguer, como se eu nem mesmo estivesse ali, o que é muito estranho, pois ela deveria estar me especulando sobre as novas amizades, mas não o faz.

— Eu vou dormir. Boa noite, Anelyn. — diz, assim que entramos em casa.

Ela sobe as escadas e eu subo logo depois, indo para o meu quarto. Fecho a porta e enrolo meu cabelo em um coque, quando me viro de frente para o espelho, noto a peça amarrada na minha cintura. A jaqueta de Nicolas.

Desfaço o nó na frente do meu quadril e seguro o tecido pesado e quente, devido ao contato com o meu corpo. Automaticamente, aproximo a peça do meu rosto e quando estou começando a sentir o cheiro de perfume caro e delicioso, afasto a jaqueta rapidamente, jogando-a sobre a poltrona do meu quarto, um lugar bem visível para que eu não me esqueça de devolvê-la à aquele inseto repugnante.

No sábado, passo na biblioteca logo depois do café da manhã e pego dois livros, um de romance e um de fantasia, para me distrair durante o fim de semana já que já adiantei toda a tarefa de casa da semana e Melissa deve estar ocupada com seus afazeres de namorada. Passo o dia lendo e nesse ritmo, antes da meia noite já terei terminado "Laços do coração". É um bom livro, mas muito dramático, eu não acredito que o amor realmente aconteça dessa forma. Tão sem explicação e tão intensamente que faz as pessoas perderem completamente o juízo. Sou obrigada a pausar a leitura quando a campainha toca. Minha mãe saiu com Frederick depois do trabalho, por isso só tem eu mesma para ir abrir a porta para quem quer que seja.

— Mel? Por que não me avisou que vinha? — digo, com Melissa já abraçada à mim. Ela me solta e entra na sala.

— Fala sério, você esqueceu da festa! — exclama, descrente.

— Achei que soubesse que eu não vou. — digo tranquila.

— Você não pode faltar. É a minha festa de início de namoro.

— Eu nunca vi ninguém comemorar o início do namoro com uma festa. Por que vocês não agem como um casal normal e saem para um jantar romântico?

— Eca! Uma festa é bem mais a nossa cara. — diz, sorrindo.

— Eu não vou. Você vai estar com seu namorado. O que eu vou fazer lá?

— Se divertir! Além do mais, eu não vou ficar grudada nele o tempo todo. — argumenta e eu balanço a cabeça negativamente para que ela entenda que não pode me convencer. — Anelyn, poxa a vida! Você é minha única amiga, achei que ficaria feliz com a minha felicidade.

— Eu fico, mas não preciso ir a uma festa por causa disso.

— Não é uma festa qualquer. É a minha festa. E não tem sentido nenhum se a minha melhor e única amiga não for. Por favor! Você vai, fica um pouco e depois Carter e eu trazemos você em casa. — insiste, fazendo bico em seguida.

Aaaah okay! Eu vou. Mas ficarei pouco tempo, não vou beber e não vou participar de jogos e nem nada que eu não queira. Entendido?

— Claro! Quando foi que eu obriguei você a fazer qualquer uma dessas coisas?! — pergunta retoricamente, sabendo muito bem qual seria a resposta. — Vamos te arrumar! Aliás, o que achou do meu look? — pergunta, dando uma volta em torno de si mesma para que eu observe sua roupa.

— Preto. Como sempre.

— Você é uma chata, sabia disso? — ela diz, revirando os olhos e eu gargalho.

— Você está linda! — exclamo e a puxo para um abraço rápido antes de subirmos as escadas.

E ela está mesmo linda. Está usando um conjunto de cropped e saia. A saia é longa, mas tem uma fenda no lado direito que mostra toda sua perna até a coxa. O cropped é decotado e deixa boa parte do tronco à mostra. Sua maquiagem dos olhos está bem destacada, mas na boca ela usa um tom de batom nude. Para completar o look, ela usa sandálias pretas de salto fino.

Eu, como sempre, não tenho roupas muito interessantes como as de Melissa. Visto um vestido rosa nude, liso, com alças que amarram no pescoço. Ele é colado até a cintura, mas sua saia é rodada. Calço um par de saltos médios na cor branca e Melissa faz uma maquiagem leve nos olhos, mas insiste em colocar um batom marsala na minha boca. Fazemos algumas ondas naturais com o babyliss no meu cabelo e saímos assim que o táxi chega.

— Meu amor! — Melissa diz assim que entramos na casa de Carter e ela o vê, segura o rosto do garoto entre suas mãos e se inclina, depositando um beijo casto em seus lábios.

— Olá, Ane. — Trevor surge ao meu lado e beija meu rosto com intimidade, colocando as duas mãos em minha cintura, antes mesmo que eu possa responder ao cumprimento.

Assim que ele se afasta, meus olhos encontram os de Nicolas. Ele está a alguns metros com uma garota abraçada nele como uma cobra faminta. Assim que nota que eu o peguei olhando para mim, ele desvia o olhar para a garota.

— Que tal irmos tomar alguma coisa e dar um pouco de privacidade ao casal? — Trevor me convida.

— Vamos. — aceito, sem muita empolgação e o garoto me guia para a cozinha, segurando em minha mão.

Trevor pega duas cervejas, uma para mim e outra para ele, mas eu dispenso a minha, lembrando do gosto horrível que senti quando tomei na primeira festa que vim, então ele me entrega um refrigerante e nós seguimos para o lado de fora da casa, onde fica a piscina, um jardim e uma área gourmet, e nos sentamos em uma espreguiçadeira à beira da piscina.

Alguns grupos de pessoas estão espalhados pela parte externa da casa, conversando, rindo e bebendo. Eu estou nervosa e não sei como agir, muito menos o que dizer. Como vocês já sabem, eu não sou boa em fazer amizades, especialmente com pessoas do sexo oposto, eu acho.

— É incrível como nunca conversamos antes. Afinal, estudamos na mesma escola. Você não acha? — ele pergunta, rompendo o silêncio entre nós.

— Não. Quero dizer, eu não sou muito sociável e você é um dos garotos mais populares do colégio. Acho mais que normal nunca termos conversado. — digo e ele ri.

— Também não é assim.

—É sim. Você sabe disso. Vocês populares não fazem questão nem de saber que pessoas como eu existem.

— Eu não sei que tipo de experiência você andou tendo, mas eu garanto à você que eu não sou assim. Aliás, estou gostando muito de poder conhecer você melhor e lamento não ter tido essa chance mais cedo. — ele sorri, gentilmente.

— Me desculpa, mas eu não sei se acredito.

— Por que não?

— Bom, você e os seus amigos não são do tipo que prezam em conhecer uma garota melhor. Muito menos uma garota como eu. Com excessão do Carter, nunca vi nenhum de vocês com uma mesma garota por mais de alguns minutos.

— Eu acho que então estou passando a mensagem errada para as pessoas. Eu não sou um galinha esnobe como o Nicolas, por exemplo. Se eu nunca namorei é porque nunca encontrei a garota correta. E o Carter, bem, no fundo ele é um romântico. Mas,  cá entre nós, eu prefiro mil vezes a sua amiga do que a doida da Hawey. — diz.

— Melissa é um pouco doida também, mas ele seria um tolo se não gostasse. Ela é linda, divertida, inteligente, esperta...

— O que te faz pensar que você também não é tudo isso e muito mais? — pergunta, me fazendo corar no mesmo instante. Encaro seus olhos castanhos claros, sem palavras.

— Trevor! — alguém de dentro da casa, grita.

— Você se importa de esperar aqui um minuto? — balanço a cabeça negativamente. — Vou ver o que é e já volto. — dá um beijo rápido em meu rosto, me surpreendendo com o gesto repentino, e sai em direção à casa.

Acabo me distraindo por um tempo observando os reflexos na água da piscina até que minha atenção é despertada por risos. Desvio os meus olhos da piscina e observo três garotas, inclusive a que estava com Nicolas minutos atrás, se sentando em uma espreguiçadeira ao lado da minha como se eu nem estivesse aqui.

— Oh desculpe. Não vimos você aí, querida. — a garota diz. Seu tom é puro deboche. — Mas como poderia não é? Você é tão sem graça que acaba se tornando completamente invisível.

As três começam a rir e eu, mesmo não querendo, sinto meu coração doer com as palavras ofensivas dela, mas continuo ali, petrificada.

— Você não acha que só porque se arrumou um pouquinho vai deixar de ser aquela nerd ridícula e atrapalhada, não é? Ou que vai ser notada por alguém? — outra garota diz. Ela é ruiva, está muito bem maquiada, com um batom vermelho nos lábios, seu vestido é verde esmeralda, o que destaca ainda mais seus cabelos.

Elas começam a rir novamente e tudo o que eu queria era poder me teletransportar para a segurança do meu quarto. Engulo o nó que está em minha garganta e me levanto para sair dali o mais rápido possível.

— Espera, lindinha. Onde você vai? Não está aguentando ouvir algumas verdades? — A terceira garota diz. Ela é negra. Seus cabelos são afro e sua pele parece uma pintura de tão perfeita. Ela está com pouca maquiagem, usa grandes argolas douradas nas orelhas e seu vestido é um tomara que caia jeans, só então percebo que a conheço de algum lugar que não é a escola. Ela é garçonete no Mr.Hambúrguer.

— Meninas, não sejam más. — diz a garota que estava com Nicolas. Ela se levanta e para de frente para mim. Ela é um pouco mais alta do que eu. Sua pele é clara, seus cabelos são bem escuros e ondulados e seus olhos são verdes muito claros. Ela está com um cropped amarelo e uma saia de couro preta. — Vamos oferecer ao menos uma bebida a pobrezinha. — diz, abrindo um sorriso malicioso antes de erguer seu copo na minha direção e derramar o conteúdo no meu vestido.

Lágrimas rolam por meu rosto enquanto elas riem. Como se a situação não fosse ruim o suficiente, Nicolas aparece com dois drink's nas mãos. Ele me olha e sua expressão me dá ainda mais raiva. Ele me olha com pena.

— Oi gatinho. Olha só, a nerd é tão invisível que eu não a vi e acabei desperdiçando toda a minha bebida nesse vestido sem graça dela. — diz, fazendo bico em seguida.

Nicolas sorri fraco e eu percebo que a cada dia ele consegue se mostrar ser ainda pior do que eu achei que fosse. Saio dali o mais rápido que consigo, passo pela cozinha, em seguida pela sala, mas antes que alcance a saída Trevor segura em meu braço.

— O que houve? Por que você está chorando? O que aconteceu com seu vestido? — pergunta, me analisando de cima a baixo.

— Eu só quero ir embora daqui. Me deixe ir. — peço.

— Eu não vou deixar você sair sozinha desse jeito. Posso te levar em casa? — pede e eu balanço a cabeça, consentindo.

Seguimos em silêncio pelas ruas, enquanto uma música baixa toca no som do carro. Eu já não estou mais chorando, mas me sinto um lixo. Estou fedendo a bebida, meu vestido esta manchado e molhado, minha maquiagem está borrada e minha autoestima que já era baixa, está no chão.

— Você está melhor? — Trevor pergunta e eu afirmo com um gesto de cabeça. — Quer conversar sobre o que aconteceu?

— Algumas garotas resolveram tirar onda comigo. Mas eu não as culpo. Eu não me encaixo nesses lugares, eu não deveria ter ido a festa alguma. — digo.

— Não pense assim. Você é livre para fazer o que bem quiser. Ninguém pode te dizer o que você é ou deixa de ser, muito menos onde deve ou não estar.

— O seu amigo era uma dessas pessoas.

— Quem? Nicolas? Não se deixe afetar por ele. Ele sabe ser um babaca quando quer. — diz.

— Para mim, ele é babaca sempre. — digo e ele sorri. — Eu moro aqui. — aponto para minha casa, assim que chegamos à rua, e ele para o carro.

— Foi ótimo conversar com você, Anelyn. Espero que possamos conversar mais vezes. — ele diz, sorrindo gentilmente.

— Obrigada pela carona. — agradeço, tiro o cinto de segurança e quando faço menção de sair do carro ele segura meu pulso.

— Você esqueceu o meu beijo. — diz e beija o lado do meu rosto, mas muito próximo do canto da minha boca. Próximo demais.

Meu coração estremece de nervoso e eu desço do carro com calafrios que me fazem pensar em como seria beijá-lo na boca. Minha mãe não chegou ainda, vou direto para o meu quarto, tomo um longo banho morno, aliviada por estar longe daquela festa e daquelas pessoas, mas ainda me sentindo péssima com todas as ofensas que me disseram. Eu me sinto uma fraca por deixar coisas assim me afetarem dessa forma, mas é inevitável. As vozes das garotas ficam se repetindo nos meus ouvidos, o sorriso de Nicolas diante da minha situação fica aparecendo na minha memória, e eu não posso evitar perder mais algumas lágrimas por conta disso. Eu sou uma fraca e eu me odeio por isso.

Meu celular vibra em cima do criado mudo e eu me estico na cama para pegá-lo. É uma mensagem de Melissa, após duas chamadas perdidas, provavelmente de quando eu estava no banho.

Melissa
Você está bem? O Trevor me contou o que aconteceu. Acabei com a festa expulsando aquelas três ridículas daqui.

Anelyn
Estou bem. Você não precisava ter feito isso. Não queria ter estragado a festa de vocês.

Melissa
Não estragou. Eu avisei ao Carter para não convidá-las desde o início, mas parece que o Nicolas as chamou mesmo assim. Então, não foi sua culpa. Eu sinto muito. Amanhã posso passar aí para assistirmos um filme. O que acha?

Anelyn
Não se você estiver fazendo isso achando que me deve alguma coisa. Muito menos se estiver com pena.

Melissa
Só quero ver um filme com minha melhor amiga, qual o problema nisso? Nos vemos amanhã. Boa noite.

Sorrio com sua mensagem, agradecida por tê-la na minha vida. Sei que nossa amizade é difícil as vezes por sermos tão diferentes, mas a verdade é que no fundo eu queria ser um pouco mais como ela. Ela sabe o que quer, sabe se defender, sabe seu lugar. Não vive por aí como um cãozinho encurralado como eu.

Às vezes não entendo porque ela ainda não me trocou por uma garota mais divertida e parecida com ela. Sociável como ela é, isso seria fácil. Mas, como eu já disse, Melissa tem a pose de durona, mas no fundo é uma pessoa de amores únicos e intensos. Ela não é de trocar de amizades a cada temporada, de acordo com o que lhe convém e, acredito eu, que no amor ela seja igual. Por isso, esse namoro com Carter me preocupa tanto. Não sei o quão bem resolvido ele está para iniciar esse namoro com ela e tenho medo de que toda essa felicidade acabe se tornando mágoa e dor.

Quando já estou quase pegando no sono, a porta do meu quarto se abre e eu automaticamente olho na direção dela. — Nós vamos nos mudar. — minha mãe anuncia, sorridente. Ela ainda está arrumada, o que significa que acabou de chegar em casa.

Me inclino para frente, ficando sentada na cama, e tiro os fones dos ouvidos, para ter certeza de que ouvi direito.

— O quê? — pergunto, para que ela repita.

— O Frederick acha que já que falta tão pouco tempo para o casamento, não tem porque esperar mais para nos mudarmos. Ele acha que será bom para irmos nos adaptando. — ela diz, sentando-se na beira da cama.

— Isso é absurdo. Ainda falta mais de um mês, vocês podem mudar de ideia até lá. — argumento, esperançosa.

— Isso não vai acontecer. O meu destino está lindamente traçado ao lado dele. Você precisa entender isso, e quanto mais rápido isso acontecer, melhor. — ela se levanta e começa a andar até a porta.

— Quando nós vamos? — pergunto.

— No próximo final de semana. — responde, sem olhar para trás e sai do quarto.

Me jogo na cama novamente, coloco os fones e aumento o volume para o máximo, na tentativa de espantar meus pensamentos frustrantes sobre a vida que me aguarda, que na verdade eu não faço a menor ideia de como será. Minha mãe pode estar tomando as piores decisões para nossas vidas e parece não estar nem aí para isso.

Kathie Parker

Cloe Sanderson

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