Sob O Mesmo Destino (CONCLUÍD...

By laricastro23

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•Livro I da série "Meu Primeiro Amor" •História concluída •Primeira postagem dia 13/08/2019 •Última postagem... More

Sinopse + Cast
Book trailer
Prólogo
Capítulo 01 - Acidentes
Capítulo 02 - Por trás da nerd
Capítulo 03 - Encontrando a cinderela
Capítulo 05 - Mais que teatro
Capítulo 06 - Bons amigos
Capítulo 07 - Algumas doses
Capítulo 08 - Sob o mesmo teto
Capítulo 09 - Primeiro beijo
Capítulo 10 - Liberdade em duas rodas
Capítulo 11 - A verdadeira face
Capítulo 12 - Um novo lado
Capítulo 13 - Amizade perdida
Capítulo 14 - Fazer as pazes
Capítulo 15 - Perfeita mentirosa
Capítulo 16 - Filme e pipoca
Capítulo 17 - Fora da rotina
Capítulo 18 - Falsa acusação
Capítulo 19 - Parque de diversões
Capítulo 20 - Beijos certos, pessoa errada
Capítulo 21 - Negação
Capítulo 22 - Selando um acordo
Capítulo 23 - Novas percepções
Capítulo 24 - Tudo ou nada
Capítulo 25 - Até que a morte os separe
Capítulo 26 - Fuga
Capítulo 27 - Fim de segredo
Capítulo 28 - Sob o mesmo destino
Em teu caminho - livro II

Capítulo 04 - Pais e filhos

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By laricastro23

Anelyn

Estou pronta a uns vinte minutos esperando impacientemente por minha mãe. Parece até que o casamento é hoje. — Mãe, é só um jantar. Vamos logo ou então desistirei. — reclamo alto mais uma vez, ao pé da escada de madeira da nossa casa, para que ela me ouça.

— Certo, certo! Já estou indo. — diz, descendo as escadas.

Assim que cheguei da escola minha mãe me recebeu com essa bomba. Para começar estranhei o fato dela estar em casa tão cedo, mas logo entendi o motivo: um jantar com seu noivinho para que possamos nos conhecer. Como se isso fosse mudar alguma coisa. Assim que minha mãe para em frente à um estabelecimento extremamente elegante, arregalo os olhos, estarrecida com o nível do lugar. É simplesmente um dos lugares mais requintados e caros do Colorado.

— Nós vamos jantar aqui? Você está brincando, não é? — pergunto vendo minha mãe sorrir sem conseguir conter a euforia que transborda de dentro dela.

Ela está olhando a maquiagem pelo espelho do quebra sol e em seguida ajeita sua franjinha de forma descontraída. Só agora entendo o porque dela ter nos feito vir tão bem vestidas. Ela está usando um vestido esporte fino que desce emoldurando seu corpo magro quase até o joelho, é preto, com bordados dourados e elegantes na parte superior até a cintura, onde um delicado cinto, fino e preto, está marcando sua cintura levemente. Seus cabelos loiros estão presos em um coque elegante e a franja cobrindo sua testa. Já eu, estou com um vestido rodado, mas com a cintura bem marcada. Ele é azul-acinzentado e completamente coberto por renda. É discreto e delicado. Meus cabelos estão presos somente para um lado e eu estou usando um salto fino e preto e pouca maquiagem.

Minha mãe não tem tempo de me responder pois um rapaz uniformizado abre a porta do carro para mim e outro abre a porta para ela, que lhe entrega a chave para que vá estacionar o carro. O lugar está muito movimentado para uma terça-feira e todas as pessoas me parecem extremamente esnobes.

A fachada do hotel e restaurante é quase completamente coberta por vidros espelhados. Ao seu redor, canteiros com arbustos verdes e iluminados por luzes na mesma cor se espalham e dão um ar ainda mais original ao local. Olho para cima por alguns instantes e quase fico tonta com a altura do prédio que deve conter no mínimo trinta andares.

Minha mãe e eu subimos os primeiros degraus que levam ao hall de entrada. O letreiro chega brilhar acima de nossas cabeças, com luzes em led branco acendendo letra por letra onde se lê "The Palace - Five Star Hotel and Restaurant". Assim que entramos, um grande salão se estende à nossa frente, o piso é escuro, mas ao mesmo tempo tão brilhante que chega a refletir nossas silhuetas. Alguns metros à frente é possível chegar ao que imagino ser a recepção, de onde os hospedes são encaminhados a seus quartos, do lado esquerdo está uma sala de estar que é dividida com a recepção por uma enorme parede de vidro, por onde litros e litros de água escorrem, formando uma cachoeira sobre o vidro e do lado direito está a entrada para o restaurante. Assim que viramos à direita, um homem de meia idade, de smoking e notáveis entradas calvas em seus cabelos castanhos, está parado atrás de um pequeno balcão. Nos aproximamos e ele nos cumprimenta.

— Boa noite, senhoritas. — sorri com os lábios de forma gentil. — A reserva está no nome de quem?

Minha mãe abre a boca para responder, mas antes que emita qualquer som, um homem aparece ao lado dela, colocando a mão em suas costas com gentileza antes de se pronunciar.

— Em meu nome. — sua voz é grave e posso jurar que o funcionário estremece ao vê-lo.

— Frederick, meu amigo, como vai? — outro homem aparece vindo do interior do restaurante. — Eu cuidei pessoalmente da sua reserva. — eles se cumprimentam com um aperto de mãos seguido de um breve abraço.

— Mark, é bom vê-lo. Deixe-me apresentá-lo a Suzanne Clark e a filha dela, Anelyn Clark. Suzy, este é Mark Fuller. Filho de um grande amigo meu e herdeiro de toda esta beleza de estabelecimento. — Frederick apresenta e o rapaz enrubece.

Minha mãe e o tal Mark se cumprimentam com beijos rápidos de cada lado do rosto, entre sorrisos, e logo ele me cumprimenta também. Ele é jovem, talvez tenha vinte e seis anos, trinta, no máximo. Está bem vestido, mas não tão formalmente. Suas calças são jeans escuras, sua camisa social é azul bebê e está com os dois primeiros botões desabotoados, sobreposta por um blazer preto.

-1 Estou encantado. Em que belas companhias você está hoje meu amigo. — Mark elogia, sem tirar os olhos de mim que logo sinto o rubor em minhas bochechas.

Ele é muito bonito. Seu sorriso é extremamente sedutor. Cabelos castanho escuros, assim como os olhos. Sua barba é muito bem feita e combina com ele e com seu corte moderno de cabelo. Ele é moreno, alto e forte e parece até um galã de novela mexicana.

— Eu concordo com você, Mark. Inclusive, Anelyn, é um prazer conhecê-la também. Sua mãe falou muito de você. — Frederick diz, desviando seu olhar do amigo para mim

— Bom, que tal continuarmos a conversa sentados? Venham, vou acompanhá-los até a mesa. — Mark diz e vai seguindo caminho por entre as mesas já bastante ocupadas.

O interior do estabelecimento é tão belo quanto a fachada. A iluminação é quente e acolhedora e todos os móveis e objetos são de uma elegância sem igual. Todas as cores são neutras e se complementam em uma harmonia visual maravilhosa. Seguimos Mark por uma escada que leva a um segundo piso de onde ainda podemos ver as mesas lá embaixo. Nessa parte a quantidade de mesas é bem menor, tornando a área mais reservada.

Frederick puxa a cadeira para minha mãe e depois que ela se acomoda ele se senta ao seu lado. Enquanto isso, Mark puxa a cadeira para mim, que me sento de frente para o casal. Agora posso observar Frederick melhor. Ele tem o cabelo grisalho, assim como a barba, que por sua vez, ainda possui alguns pelos castanhos. Ele não é velho, apesar dos fios precocemente brancos. Sua pele é morena e chega a ter um toque dourado. Seus olhos são castanhos e ele está elegante, vestindo uma camiseta cinza sobreposta por um blazer preto com detalhes também cinza no bolso e na extremidade da manga.

— Junte-se a nós, Mark. — Frederick convida o rapaz que ainda está de pé.

— Não, não quero atrapalhá-los. — o rapaz responde.

— Não se preocupe com isso. Tome ao menos uma taça de vinho conosco. — Frederick insiste.

— Apenas uma taça de vinho. — Mark diz, aceitando o convite e se sentando ao meu lado.

Depois que os pedidos são feitos enquanto Mark e Frederick conversam sobre suas familiaridades do passado, o rumo da conversa muda.

— Mark, logo você receberá o convite para a nossa recepção de casamento. — Frederick diz, entrelaçando ainda mais seus dedos aos de minha mãe e sorrindo carinhosamente para ela.

— Que ótimo! Fico feliz por vocês. Meus parabéns. — diz Mark. — Quer dizer que seu filho vai ganhar uma irmã e uma madrasta. Imagino como ele deve estar feliz. — pode ter sido impressão, mas sinto muita ironia nessa última parte e, detalhe, eu nem se quer sabia que ele tem um filho.

— Você sabe como ele é difícil, mas vai se habituar à ideia. Aliás, ele me mandou lhes pedir desculpas por não ter podido vir. Ele se sentiu mal e ficou em casa repousando. — Frederick diz à mim e à mamãe.

— Não tem problema. Não faltarão oportunidades. — minha mãe diz, sorrindo gentilmente.

— E então Frederick, como anda a empresa? — Mark pergunta.

— Tudo às mil maravilhas. — Frederick diz depois de tomar um gole de vinho em sua taça. — Devo admitir que contratei uma administradora muito eficiente nesses últimos meses. — sorri para minha mãe que lhe retribui o sorriso.

— Que sorte a sua. E sua também Suzanne. Não é toda empresa que tem um proprietário tão assíduo e bondoso como Frederick. — Mark diz e ambos começam a rir.

Proprietário? Não acredito. Minha mãe não vai se casar com um colega de trabalho como pensei. Ela vai se casar com o dono da empresa.

— A companhia está uma maravilha, mas eu realmente preciso ir trabalhar agora. — Mark diz, se levantando. Frederick repete o gesto, por educação. — Sempre um grande prazer vê-lo, Frederick.

— Igualmente meu amigo. Até logo.

— Senhoritas, foi um prazer. — o rapaz diz, olhando para minha mãe e em seguida para mim. Sorrimos e minha mãe murmura um "igualmente" antes dele se retirar.

Frederick volta a se sentar no momento exato em que o jantar chega e é servido. Comemos quase em silêncio total, exceto pelas frases apaixonadas do casal, e durante a sobremesa o assunto que eu mais odeio volta a ser a pauta da conversa.

— Anelyn — Frederick me chama. —, o que você está achando de toda esse história de casamento?

Pronto. E agora? Engulo em seco antes de responder, já que eu realmente não tenho uma boa resposta.

— Estranho. — digo, antes que possa repensar. — Quero dizer, é estranho para mim que a minha mãe vá se casar novamente depois de tanto tempo sendo somente nós duas para tudo. — emendo, diante do olhar cheio de expectativas de mamãe.

— Você está certa. Mas saiba que eu não quero substituir o lugar do seu pai, muito menos o seu. Aliás, quero que continuem tão unidas como sempre. — diz e eu sorrio fraco. — Sabe Anelyn, eu também sou um homem muito sozinho, apesar de ter um filho, nós não somos mais tão próximos desde a morte da minha falecida esposa. Isso já faz nove anos e assim como sua mãe eu esperei muito tempo para me relacionar com alguém, por isso tenho tanta certeza de que quero me casar com ela, mesmo as pessoas julgando ser cedo para um passo tão sério.

— Eu entendo. — respondo. Pelo menos ele sabe que estão indo muito rápido. Ele parece ser um bom homem e eu gostei dele, mas isso não me faz concordar com esse casamento. Agora que sei quem ele é, outra preocupação me assola, mas isso eu resolverei com a dona Suzanne assim que estivermos a sós.

Espero até chegarmos em casa para questionar minha mãe sobre seus motivos matrimoniais. Eu quero achar que estou errada, mas no fundo eu sei que não.

— Mãe? Podemos conversar? — pergunto antes que ela suba a escada.

— Se você for falar qualquer coisa que não seja elogiar a minha ótima escolha, nem comece. — diz, sem me dar muita atenção.

— Mãe, você realmente está apaixonada por ele?

— Que pergunta é essa? Claro que sim.

— Tem certeza que você não se aproximou dele somente pelo dinheiro que ele possui? — pergunto, diretamente.

— Anelyn! Como você acha que eu faria uma coisa assim? — questiona, em tom de ofensa.

— Quando estávamos com problemas financeiros você vivia dizendo que deveria ter se casado com um homem rico, de preferência velho e sozinho. — justifico.

— Foram palavras ditas da boca para fora, em um momento difícil. Você não pode me julgar por isso. — ela diz.

— Eu realmente espero que não. Porque eu morreria de vergonha de ter uma mãe que fizesse algo assim. Eu gostei dele, mas ainda acho que vocês estão se precipitando.

— Ele está apaixonado por mim. Você mesma viu. — diz.

— Isso não quer dizer que vocês tem que se casar da noite para o dia! Será que eu sou a única pessoa sensata aqui? — falo.

— Você não tem nada a ver com isso. Eu sou sua mãe e eu é quem decido. — diz e se retira, me deixando sozinha e completamente frustrada por vê-la decidir nossas vidas dessa forma, sem que eu possa interferir em absolutamente nada.

Minha mãe sempre foi assim, sua decisão sempre foi a única válida, sua palavra sempre foi a última. Ela me criou assim e eu me acostumei à isso, mas agora, conforme os anos se passam, eu sinto cada vez mais necessidade de começar a tomar algumas decisões por mim mesma, pensar com a minha própria cabeça, porém sei bem que isso não seria de fácil aceitação para ela. Minha mãe aprendeu a controlar sua vida e a vida de todos ao seu redor, ou seja, eu.

Para não confrontá-la e acabar minando a boa relação que temos desde sempre, eu vivo sob suas regras e sob o seu comando. Ela é super protetora, me manteve sob suas asas por toda a vida, às vezes penso que talvez tenha sido esse um dos fatores para a minha total falta de vida social, amigos e, principalmente, de garotos. Ela me fechou em um casulo e, por mais que ela tente evitar, eu sei que alguma hora, terei que sair e ter a minha própria vida.

Dois dias se passaram desde o jantar e eu e minha mãe nunca passamos tanto tempo em um clima ruim como o de agora. Mal trocamos um bom dia e ela parece passar ainda mais tempo no trabalho. Eu estou me sentindo mal com tudo isso, mas não consigo fazer nada para as coisas melhorarem. Eu não quero que ela pense que eu estou cedendo à ideia do casamento, além do mais, quem sabe assim ela veja que isso pode afetar a nossa relação de mãe e filha e acabe desistindo.

Hoje é sexta-feira e eu vou finalmente poder apresentar o meu trabalho. Tenho que admitir que dessa vez ele ficou ainda melhor, minha cartolina tem quase três metros de conteúdo, ilustrações, fontes de pesquisa e a releitura da capa de um livro que eu mesma fiz, modéstia parte ficou tão bom que poderia até ganhar uma nota extra em artes.

Entro no colégio já olhando para todos os lados para ter certeza que nenhum babaca vai esbarrar em mim ou ameaçar a integridade do meu trabalho de alguma forma. Encontro Melissa entre Carter e uma parede do corredor, aos beijos e nem me dou ao trabalho de interromper já que a inspetora chega bem na hora para separá-los com uma bela lição de moral. Sigo para a sala do professor Keny com Melissa em meu encalço.

— Você e Carter vão acabar sendo suspensos. — digo, mas ela somente dá de ombros antes de entraremos na sala de aula.

A apresentação acontece melhor do que planejei e eu sei disso só de olhar a expressão e a forma como o professor me aplaude. — Excelente, Anelyn! Valeu a pena a espera. — ele diz e eu agradeço e volto para o meu assento.

Assim que toca o sinal anunciando que a aula chegou ao fim, arrumo minhas coisas e sigo atrás de Melissa para a saída.

— Anelyn, posso falar com você um minuto? — o professor Keny pergunta. Eu assinto e me aproximo da sua mesa enquanto Melissa segue para o refeitório. — Eu realmente adorei a apresentação do seu trabalho. Achei de um nível surpreendente.

— Obrigada professor. — agradeço timidamente.

— Eu sei que você quer seguir uma carreira ligada à literatura e sei o quanto você quer entrar no curso de Letras na UNC. Você sabe que é uma faculdade cara e exigente, pouquíssimas pessoas conseguem uma bolsa lá e apesar de você ser uma das nossas melhores alunas e bolsistas, você precisará de muito mais para conseguir chegar onde deseja.

— Eu sei. — murmuro, triste.

— Mas não se preocupe, eu tenho muita confiança em você e é por isso que quero lhe oferecer a chance de participar do grupo de teatro.

— Mas só alunos do quarto ano participam do grupo de teatro. — digo.

— Eu sei, mas acredite, você não fica atrás de nenhum aluno do quarto ano. Eu acredito que vai ser uma boa atividade para você se expressar melhor, interagir melhor e talvez até ajude você a definir melhor a sua personalidade na carreira que quer seguir. Sem contar que vai contar muitos pontos no seu currículo para a universidade.

— Eu aceito. Claro. — respondo sem hesitar. Eu nunca participei de algo assim, devido a minha total timidez, mas, para ter mais chances de entrar como bolsista na faculdade que quero eu faço qualquer coisa.

— Ótimo! Nos encontre na sala de teatro depois das aulas. Você terá que ficar um pouco mais aqui no colégio nas quartas e sextas mas é por uma boa causa. — ele diz, contente.

Concordo e sigo para o refeitório. Por um imenso milagre, Melissa não está com Carter, mas sim me esperando para comermos juntas.

— Que demora. O que ele queria? — ela pergunta, descruzando os braços e indo ao meu lado para o balcão onde a comida está sendo servida.

— Me convidar para participar do grupo de teatro. — respondo.

— Mas alunos do nosso ano não participam do grupo de teatro. — afirma.

— Eu sei, mas ele abriu uma excessão graças ao meu trabalho. — pegamos as bandejas com nossos almoços e seguimos para uma mesa vazia. — Ele acha que vai me ajudar a conseguir uma bolsa na faculdade que desejo.

No tempo restante de almoço, Melissa e eu conversamos sobre nossos planos para o futuro: faculdade, trabalho, independência, e seu sonho de estudar moda, mesmo contra a vontade de seus pais que querem que ela curse algo "mais sério", como contabilidade, finanças ou administração, para ajudá-los nos negócios.

Ao fim de todas as aulas, sigo para a sala de teatro. Ando pelos corredores quase correndo pois já estou alguns minutos atrasada. Dou duas batidas na porta para anunciar que estou chegando e sem esperar resposta, giro a maçaneta e entro na sala. Eu nunca estive nesta sala. É bem maior do que parece ser olhando de fora. O piso é texturizado com várias vigas de madeira clara, as paredes são cor vinho e possuem varios quadros espalhados, onde se vê as apresentações dos alunos ao longo dos anos. A sala não possui janelas e tem vários móveis, paineis, figurinos e outras coisas que eu nem sei o que são, mas sei que servem para montar os cenários, afastadas em um canto. À minha esquerda uma enorme cortina azul escuro está descida, dividindo a sala e o auditório e à minha frente, pouco mais de quinze alunos estão sentados formando um círculo, onde o professor Keny está bem no meio.

— Anelyn, que bom que se juntou à nós. Venha. Sente-se. — meu rosto está em chamas de vergonha com todos aqueles olhares confusos e curiosos sobre mim, o que me faz questionar minha decisão de aceitar isso tudo. Logo, a timidez dá lugar a raiva, quando vejo entre os alunos a pessoa mais improvável de fazer parte de um grupo de teatro: Nicolas Mitchell.

Mark Fuller

Kennedy Wilson (Prof. Keny)

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