Boa tarde. Justificando minha demora para as leitoras que entendem que la fora, nem tudo são flores. Não vou nem comentar sobre as que escrevem comentários desnecessários. Estou com um problema de saúde. Já tem uns 15 dias. Antes, estava na correria com minha filha. Que é mina prioridade semore. Ela foi escalada para gravar um filme de humor com Cesar Taddei. Roteirista chefe do programa Zorra da rede Globo. Então, imaginam né?
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Théo
Enfim em meio a tanto caos, uma notícia boa: Leonardo é o novo Senador da República. Estou feliz demais por mais essa conquista. Não tenho dúvidas de que esse seria o resultado final.
Ando até ele quando meu pai anuncia o resultado. Mas ele sai pela porta sem que alguém possa detê-lo. Com certeza foi lá para casa onde a Isabella está.
Me aproximo dos meus pais e nos abraçamos. Louise esta do outro lado da sala com a Luna. Esse é um problema que vou resolver amanhã de qualquer jeito. Não podemos ficar assim de forma nenhuma. Essa tensão entre nós precisa acabar. Ou acabamos nós. Mas preciso dar um basta.
- Vou subir. Os bebês vão mamar e vou aproveitar para colocar eles para dormirem. - escuto Luna falar com minha irmã.
- Vai cunhadinha. Quer ajuda? - fala Louise.
- Deixa que eu ajudo Lou. Quando Léo chegar me chama. - falo enquanto pego Vitória das mãos dela.
A Luna só me olha e sobe sem dizer nada. Entra no meu antigo quarto e coloca Miguel no peito. Sento ao seu lado ajeitando Vivi que resmunga.
- Eles estão pesados já. Incrível como crescem rápido. - falo.
- Sim. Estão enormes e mais agitados. - diz sorrindo.
Ficamos o resto do tempo em silêncio. Eu a olhava e não conseguia disfarçar. Ela as vezes retribuia. O clima continua tenso.
Desço algum tempo depois para enfim cumprimentar Léo. Ele esta recebendo o carinho de todos. Foi uma luta essa eleição. Mas, a Vitória veio.
- Será que eu posso abraçar o Senador mais votado do Estado do Rio de Janeiro? - pergunto.
- Irmão. Obrigado por tudo. Sem vocês eu não teria conseguido. - diz ao me abraçar.
- Você caiu nas graças do povo. É merecedor.- falo.
- Falar nisso. Mereço sua companhia amanhã. Sessão de fotos e depois você vai me ajudar. - fala.
- Pode contar comigo. Nao tenho nada para fazer amanhã. E se tivesse, desmascava.
- Fica entre nós dois. Amanhã a Louise vai organizar um casamento surpresa. Vou laçar a Bella de vez e vc será meu padrinho. - diz feliz.
- Não acredito. Sério Isso? Você está me saindo um romântico incorrigível. - falo.
- Para você ver. Topa? Fica no altar comigo. Fico meio inseguro. - fala com cara de cachorro na chuva.
- Claro que sim irmão. Pode contar comigo. Alguém tem que ser feliz aqui nao é?
- Não quero tristeza aqui não. Amanhã será um grande dia e quero você feliz perto de mim. - fala animado.
- O que eu não faço para ver meu irmão feliz?
O resto da noite foi tranquila. Relembramos toda a campanha do Léo até aqui. A Luna estava pelos cantos com a Louise e minha mãe. Devem estar maquinando como levar a Bella ao altar. Espero que ela aceite esse ato de amor do meu irmão. Espero que dê tudo certo. Pelo menos um de nós tem que ser feliz.
- Théo, estou indo para casa. Vou deixar a porta encostada. A Maria vai dormir la. - Diz Luna se aproximando.
- Ok! Vou demorar aqui. - falo.
Ela me olha e sai assim que beijo meus filhos. O nosso clima só piora e isso me assusta. Luna foi a única mulher capaz de me mudar. Hoje sou outro homem e tudo por causa dela. Amo essa mulher como nunca amei outra em minha vida. Mas nossa relação parece não ter mais jeito.
Chego em casa quase de manhã. Encontro meus três amores na cama. Fico um bom tempo olhando para eles e pensando onde foi que me perdi nessa caminhada. Onde começou meus problemas com a Luna que nao me dei conta? Me bate uma tristeza tão grande que minha alma doi. De repente sinto uma pontada no peito. Um medo de que tudo isso acabe e eu fique sozinho.
Ando pelo quarto com medo de acordar a Luna e os pequenos. Meus pés parecem pesar. Me sinto um fraco. Sem condições para nada. Bebi para ver se essa dor no meu peito passa. E parece que só aumenta.
Ligo o chuveiro e me deixo ficar embaixo parado. Pensando em tudo. Preciso da Luna. Amo aquela mulher e sem ela minha vida vai ser vazia. Sinto que estou no fundo do poço.
Não sei quanto tempo fiquei inerte, pensando. Só me dei conta que estava nessa situação quando senti duas mãos me abraçando. Foi aí que desabei. Coloquei para fora tudo que estava me sufocando.
- O que está acontecendo com a gente? - pergunto engasgado.
- Não sei. Mas, de toda forma, está machucando nós dois. - diz ela com a voz embargada.
Me viro e vejo que ela também está chorando. Sofre da mesma forma que eu. Achei que ela estava bem. Que só eu estava sobrando nessa relação. Mas vejo que sente a mesma coisa.
- Me ajuda. Não quero te perder. Mas sinto que é isso que está acontecendo. - desabafo.
- Tenho a mesma sensação. Você está distante. Mudou o comportamento. - fala.
- Desde o maldito dia em que disse que queria casar logo. Uma frase e tudo mudou. Entendo que você não queira. E vou respeitar isso. Esqueça essa história de casamento. Não vou falar mais. Pode ficar despreocupada. Não quero mais casar. - falo e sinto ela ficar tensa.
- Você me interpretou mal Théo. Não foi bem isso. - diz.
- Foi bem isso sim e eu entendi. - digo rápido.
- Vem, termina esse banho e vamos para cama. Já esta tarde. - fala mudando de assunto.
Não respondo nada. Respiro fundo e termino meu banho. Desço para a coZinha só para ter o que fazer, não quero dormir agora.
Entro no quarto e ela já está dormindo. Fico olhando por um tempo até que o cansaço me vence e deito.
Acordo com a sensação de que estou dentro de uma avião caindo.
- Acorda querido. Está na hora do nosso dia de meninos. - escuto a voz do Leonardo.
- Acabei de deitar. Você está maluco? - resmungo zangado.
- São 9h cara. Levanta daí. - diz irritado. Olho para o lado e vejo o Gaell rindo da minha cara.
- Até você seu mala? Não acredito nisso. Saiam do meu quarto que quero dormir. - falo e viro para o lado.
- Plano B Léo. - escuto Gaell falar e antes de processar sinto eles me levantar. Quando penso em reagir ele me enfiam embaixo do chuveiro gelado.
Fico irritado mas não tenho nada mais para fazer. Tomo um banho rápido enquanto escuto as risadas dos babacas.
Não acredito que estou com esses dois cretinos em uma loja especializada em noivos. É o fim da picada. E isso me deixa estressado. Mas, só em ver meu irmão feliz, me anima também.
- Théo. Está no mundo da lua? Vem experimentar sua roupa. Louise já deixou aqui a sua separada. - diz Gaell.
- Aquela pentelha manipuladora. - resmungo.
Recebo um conjunto de 3 peças cinza claro e visto. Incrível. Feito sob medida. Pago e saímos da loja direto para um salão masculino no mesmo shopping. Prevejo um dia longo com esses dois.
Louise liga para o Léo o tempo inteiro. Não sei como ele aguenta. Ela é muito mandona e fica só de longe dando as coordenadas.
- Se um dia eu for casar, não quero a Louise à frente. Ela não dá espaço nem para o Léo respirar. - diz Gaell.
- Eu também. Quero aquela pirralha mandona longe. Mas, como minha mulher não pensa em casamento, estou livre dessa pressão. - falo triste.
Almoçamos em um restaurante perto de casa e ficamos umas duas horas conversando. Leonardo e Gaell me fizeram beber duas doses de uma cachaça nordestina. Disseram que era para deixar o Léo mais calmo. Bebemos os três.
- Vamos? Está na nossa hora. Daqui há 2 horas, um de nós deixará de ser solteiro. - diz Gaell.
- Pois é. Léo, já pensou na hipótese da Bella nao aceitar? As vezes na surpresa temos atitudes impensadas. - falo preocupado.
- Nem me fale nisso. Se eu fosse o surpreendido eu amaria. E você Gaell? - fala Léo.
- Também iria gostar. Quem não quer uma surpresa dessa heim? - responde Gaell.
- Eu não sei. Sinceramente, acho que minha reação nao seria das melhores. Sei la. Só sabe quem passa.
Saímos ainda conversando sobre esse assunto. O Léo esta muito ansioso. Porém, não vejo ele nervoso. Nesse caso, eu estaria.
Escuto uma batida na porta do meu quarto e termino de ajeitar minha roupa para abrir. Acho que é a Luna. Cheguei e nao vi ninguém. Ela deve estar com a Bella. Enrolando a boba para a surpresa.
- Oi meu filho. Esta pronto? Vamos descer? - diz minha mãe me abraçando.
- Estou pronto mãe e vou descer. Mas, você deveria estar batendo na porta do Léo. Que esta no quarto de hóspedes no final do corredor. - falo sorrindo.
- Vamos lá. Vê se ele está pronto. - diz e sai na minha frente.
Léo sai do quarto com uma cara de quem vai aprontar e não casar. Espero que ele saiba bem o que está fazendo e que a Bella aceite. Depois de tudo o que eles passaram, merecem um final feliz.
Chegamos ao Jardim interno da casa dos meus pais e me deparo com uma ornamentação linda e muito criativa. Bem a cara da Louise. Tudo decorado em rosas pinks e azuis claras. O altar é um arco de rosas seguido de uma parede imensa delas também. Esse maluco adora gastar dinheiro.
Estranho alguns convidados. Pelo que Léo me disse era algo íntimo. Mas vejo todos da minha delegacia. Cumprimento todos. Alguns amigos do Léo. O primo do Gaell. E a família da Bela e da Luna. Além da família inteira.
- Vem filho. Vamos para o altar. Afinal, o padrinho precisa estar lá para a entrada da noiva. - diz minha mãe.
Olho para o altar e já vejo o Léo la. Em que momento ele entrou? Fiquei aqui conversando e não prestei atenção. Entro com minha mãe ao som de violinos. Minha mãe muito sorridente ao meu lado e um pouco emocionada.
- Cara, depois disso aqui você vai decretar falência. - faço piada com o Léo.
- Depois da cerimônia a gente conversa. - responde sorrindo.
- Achei que fosse um casamento discreto por ser surpresa. Mas você chamou o Rio de Janeiro inteiro e adjacências. Até o pessoal da minha delegacia. - falo com sarcasmo. - Ninna e Ben? Você nao tinha opções?
- Cala a boca que daqui a pouco a noiva entra. A noiva quem escolheu os padrinhos. - diz Léo.
A cerimoniaista faz sinal para o Léo que vai começar. Sinal que a noiva chegou. Essa eu quero ver.
Me surpreendo ao ver a Bella vindo em direção ao altar e encontrar o Leonardo. Quando penso em questionar o porque ela não está vestida de noiva, escuto uma música que mexe muito comigo.
" Ela une o mar, com o seu olhar. Ela só precisa existir para me completar. "
Olho para a frente e começo a entender tudo ao ver o Jorge Vercilo entrar cantando a música com a qual pedi a Luna em casamento.
Acredito menos ainda quando vejo minhas gêmeas entrando. Jogando petalas de rosas. Lindas de vestido rosa pink. Com os sorrisos mas lindos que ja vi. Meu coração não está preparado para o que vem. Que loucura meu Deus. A melhor delas.
Ganho os dois abraços mais sinceros dos mundo. Elas nunca deixaram de ser minhas.
- Tio, a noiva está linda. - diz Lara.
- É, não deixa ela fugir. Sua felicidade vai entrar agora. - diz Laura.
Respiro fundo. O peito dói, mas não é de tristeza. É muita emoção misturada. Todos sabiam, menos eu. No altar estão todos que fizeram parte do nosso começo. Mas, nunca verão nosso fim.
Quando Jorge Vercilo repete a música vejo a visão mais linda da minha vida. Ela! Vestida de noiva e com o sorriso encantador. Os olhos brilhando. Entra devagar ao lado de Otávio.
E o inevitável acontece. Não consigo olhar para ela e nao sentir todo o amor desse mundo. Então, abandono o tradicional e vou encontrar a minha amada. Minha mulher, minha vida. Chego na metade do caminho e nos olhamos.
- Ainda dá tempo de você fugir. - diz Luna com os olhos marejados.
- Fugir só para os seus braços. - seguro em sua mão e voltamos para o altar sob aplausos de todos.
O padre nos olha com uma severidade fingida. Depois sorri e começa a celebração. As palavras parecem que foram feitas para nós dois.
- Meus filhos. Deus nos dar todos os dias uma nova chance. Cabe a nós agarramos com força e agradecer por poder fazer melhor. Sejam felizes todos os dias. - diz o padre.
Hora das alianças e eu fico meio nervoso. Se não der? Como ela sabe o tamanho do meu dedo? Se algo der errado vou surtar. Sorrio mais uma vez. Num momento que tanto esperei na vida que é laçar essa mulher, me preocupo com um detalhe desses.
" Desde o dia que eu ti Vi,
Meu coração bateu por ti,
Foi tão lindo o que senti,
Você foi tudo pra mim."
Não sei de quem é essa música, mas meu coração acelera com o Que vejo e nesse momento o choro que tentei segurar a todo custo saiu forte e sufocante. Nunca imaginei que veria essa cena na minha vida. Olho e não acredito.