Théo
Bem, cachaça ou alucinação? Se bem que as duas devem andar juntas. Sorrio e me viro. E lá está ele me encarando com a cara de deboche típica dele.
Tento levantar e me atrapalho. Acho melhor desisti e chamá-lo para sentar. Começo a gargalhar.
- O que foi? Está usando droga? - Pergunta.
- Deixa de ser idiota. Qual o motivo do deboche? - pergunto.
- Uma vez você me disse que a Luna não era sua namorada. Nem seria. E olha como te encontro por causa de uma briga com essa mesma mulher. - diz gargalhando.
- Nao enche Léo. Se veio aqui para rir de mim, já fez. Agora pode voltar. - falo ríspido.
- Calma gata. Assim você me magoa e fica sem minha pegada selvagem mais tarde. Aproveita que minha noiva está no hotel. - diz Léo piscando o olho.
- Pára de viadagem e senta aí. - falo.
- Não. Melhor voltarmos. A Luna está preocupada com você. - diz.
- Preocupada? Você precisava ouvir as coisas que ela me falou. - digo magoado. - Nem me deixou explicar.
- Amanhã vocês conversam com mais calma. - diz.
- Tentei Léo. Mas ela não confia em mim. E eu juro que mudei. Não por mim, mas por ela. De que adianta se na primeira suspeita ela age assim? - digo.
- Mulheres irmão. Elas vem sem manual de instrução. Aí, nos apaixonamos e ficamos a mercê delas. - diz Léo sentando.
Chamo o garçom e ele pede o mesmo que eu. É, fomos acometidos pelos mesmos problema. O amor!
O tempo passa e percebo que só estamos nós dois e os seguranças. Olho para fora e peço a conta. Os do Léo também estão aqui, mas só consigo identificar o Renan.
Léo pede ao garçom que nos traga duas garrafas de uísque. Mesmo valendo o dobro ele pagou. Fomos em direção a saída.
- Agora já chega. Vamos para casa. - diz Renan.
- Não enche. Dei um ofício ao James para não tê-lo me controlando. Então, nem pensar nisso Renan. - diz Léo.
- Você ouviu isso? Então, não pode com a gente? Se junta. - falo abraçando Renan e o puxando comigo.
- Para onde vai Théo? - Léo pergunta.
- Para a praia. Andando. Vamos!
- Deixa de ser maluco. Pode ser perigoso esse horário. - Léo fala preocupado.
- Perigoso? Pode até ser. Para um pai de família assalariado. Olhe para você com essa mania de perseguição. Tenho três homens incluindo o Renan. Você não trouxe James, mas tem dez aqui. O que dá no mesmo. Qual é? Vamos fazer uma loucura de vez em quando. Deixar a vida normal mesmo que seja por poucas horas. - disparo.
Ele me olha e parece entender bem o que estou falando. Ele sabe que na nossa rotina nunca tem nada normal. As vezes é bom sair um pouco da linha.
Ele passa a andar na minha frente. Sorrio, afinal assim como eu, Léo tem vontade de ser uma pessoa normal de vez em quando.
Chegamos a praia com Renan resmungando mais que tudo. E já me enchendo o saco.
- Théo. Agora é sério. Vamos, são três horas da madrugada. - diz.
- E daí? Quem se importa? - falo alegre.
ESTÁ A LER
Segundas Intenções. (Série Família Portinari)
RomanceQuando um homem é o sonho de toda mulher não quer se prender e não acredita no amor? Mas se vê obsecado por um par de olhos castanhos e um sexo rapido numa parede de um local desconhecido. Mesmo aboninando relacionamentos não consegue esque...