Capítulo 44

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Théo

Bem, cachaça ou alucinação? Se bem que as duas  devem andar juntas.  Sorrio e me viro. E lá está ele me encarando com a cara de deboche típica dele.

Tento levantar e me atrapalho. Acho  melhor  desisti e chamá-lo para sentar. Começo  a gargalhar. 

- O que foi? Está usando  droga?  - Pergunta.

- Deixa de ser idiota. Qual  o motivo  do deboche? - pergunto.

- Uma vez você  me disse que a Luna não  era sua namorada. Nem seria. E olha  como te encontro por causa de uma briga  com essa mesma mulher. - diz gargalhando.  

- Nao enche Léo. Se veio aqui para rir de mim, já fez. Agora  pode voltar. - falo ríspido.

- Calma gata. Assim  você me magoa  e fica sem minha pegada selvagem  mais tarde. Aproveita que minha noiva está no hotel. - diz Léo piscando  o olho.

- Pára de viadagem e senta aí. - falo.

- Não.  Melhor voltarmos. A Luna está preocupada  com você. - diz.

- Preocupada? Você  precisava  ouvir as coisas  que ela me falou. - digo magoado. - Nem me deixou explicar. 

- Amanhã  vocês  conversam com mais calma. - diz.

- Tentei Léo. Mas ela não  confia em mim. E eu juro  que mudei. Não  por mim, mas por ela. De que adianta se na primeira  suspeita  ela age assim? - digo.

- Mulheres  irmão. Elas vem sem manual de instrução.  Aí, nos apaixonamos e ficamos a mercê  delas. - diz Léo sentando.

Chamo o garçom  e ele pede o mesmo que eu. É, fomos acometidos pelos mesmos problema. O amor!

O tempo passa e  percebo que só estamos nós  dois e os seguranças. Olho  para fora e peço a conta. Os do Léo também  estão  aqui, mas só consigo  identificar o Renan.

Léo pede ao garçom  que nos traga duas garrafas de uísque. Mesmo valendo  o dobro ele pagou. Fomos em direção  a saída.

- Agora já chega.  Vamos para casa. - diz Renan.

- Não enche.  Dei um ofício  ao James para não  tê-lo me controlando. Então, nem pensar  nisso  Renan. - diz Léo.

- Você ouviu isso? Então, não  pode com a gente? Se junta.  - falo abraçando  Renan e o puxando comigo.

- Para onde vai  Théo? - Léo pergunta.

- Para a praia. Andando.  Vamos!

- Deixa de ser maluco.  Pode ser perigoso  esse horário. - Léo  fala preocupado.

- Perigoso? Pode até ser. Para um pai de família  assalariado. Olhe para você  com essa mania de perseguição.  Tenho três homens incluindo o Renan. Você não  trouxe  James, mas tem dez aqui. O que dá no mesmo. Qual é? Vamos fazer uma loucura de vez em quando. Deixar a vida normal mesmo que seja por poucas horas. - disparo.

Ele me olha  e parece entender bem o que estou falando. Ele sabe que na nossa rotina nunca tem nada normal. As vezes  é bom sair um pouco  da linha.

Ele passa a andar na minha  frente. Sorrio, afinal  assim como  eu, Léo tem vontade de ser uma pessoa  normal  de vez em quando.

Chegamos a praia com Renan resmungando  mais que tudo.  E já me enchendo o saco.

- Théo. Agora é sério. Vamos, são  três  horas da madrugada. - diz.

- E daí? Quem  se importa?  - falo alegre.

Segundas Intenções. (Série Família Portinari)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora