Capítulo 8

11.5K 1.3K 135
                                    

Luna

Acordo mais cedo que o Théo.  Ainda estou muito chateada por ontem. Sei que não temos nada, mas ele poderia ser menos canalha e não esfregar na minha  cara que estava num motel ou em qualquer outro lugar com uma mulher. 

Quanto a Mabel, não me interessa. Ex namorada ou não quero me manter  longe das histórias dele.

Vou para o hospital  mais cedo. Renan me leva. Fico com minha mãe apenas meia hora pego o boletim e saio do hospital pela  porta do lado e pego um ônibus para a rodoviária. 

Chego em Saquarema por volta de 12:30. Da rodoviária  para  minha casa é pertinho. Como estou sem bagagem, vou andando.

Ao chegar no portão de casa, demoro  procurando a chave. Quando acho, sinto uma tontura estranha. Deve ter sido o sol.

- Minha filha, você  está bem? - escuto a voz de dona dolores, minha vizinha.

- Só um mal estar. - falo.

- Você  está pálida. Venha, entre. - sento no sofá da sala.

- Vou em casa buscar algo para  você  comer. - fala.

- Não se incomode dona Dolores. Fiz um lanche na rodoviária. - falo.

- Tudo bem. Vai tomar um banho e deitar. Vou em casa e volto. - diz e sai.

Levanto me sentindo um pouco melhor.  Tomo um banho gelado e deito. Preciso  mesmo dormir. Passei a noite quase  em claro.

Levanto correndo e vou direto  para o vaso. Vomito até a alma. Acho que o lanche  que fiz me fez  mal. Por isso minha mãe sempre  fala para  não  comer  assim na rua.

Dona Dolores me dá um chá  de camomila  e depois pego no sono. Acordo  com um perfume muito conhecido.

O Théo  está sentado  ao meu lado  com o semblante  preocupado. Conversamos e mais uma vez ele me ganha. Não  queria ser tão  fraca. Mas estou  muito vulnerável  e carente com esse problema  da minha mãe.  Se pelo menos  tivesse com quem contar além  dele, a história  seria outra.

Chegamos  ao Rio  e me sinto  mal de novo.  Desmaiei e Théo  insiste para que eu vá ao médico.  Não  acho necessário.

O hospital  liga e pede  que eu vá com  urgência. Precisam  falar comigo. O medo me consome.

Entramos  no hospital as pressas.  Théo  foi direto  para a recepção.  Nos direcionaram  para a sala do médico  plantonista.

Entramos  em uma sala depois  de bater. Tem um médico  bastante jovem  e bonito nos esperando. 

- Boa noite! Sou Douglas, médico plantonista.  - nos cumprimenta e respondemos. 

- O que houve  doutor? - pergunto  agoniada. 

- Bem. Sua mãe  apresentou  uma melhora e assim, queremos  fazer a cirurgia  se possível  agora.  Pode ser? - ele pergunta. 

- Claro que sim doutor. Como achar  melhor. - falo.

- Vamos aguardar  na sala de espera até que a cirurgia  termine. - diz Théo. 

- Assim que acabar, falo com vocês. - nos despedimos  e saímos.

Sentamos na sala de espera  e não  conversamos mais nada. Senti sono e me recostei na poltrona e fechei os olhos. 

Acordei com fome. Mas não  quero  incomodar o Théo.  Estou perdida no tempo. Não  sei  quanto  dormi.

Segundas Intenções. (Série Família Portinari)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora