Proibida Pra Mim

By vsilveira01

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Annie Thompson tinha apenas algumas certezas na vida. Uma delas é de que o amor verdadeiro existia, e outra e... More

INTRO + CAST
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 16
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
CAPÍTULO 24
CAPÍTULO 25
CAPÍTULO 26
CAPÍTULO 27
CAPÍTULO 28
CAPÍTULO 29
CAPÍTULO 30
CAPÍTULO 31
CAPÍTULO 32
CAPÍTULO 34
CAPÍTULO 35
CAPÍTULO 36
CAPÍTULO 37
CAPÍTULO 38
CAPÍTULO 39
CAPÍTULO 40
CAPÍTULO 41
CAPÍTULO 42
CAPÍTULO 43
CAPÍTULO 44
CAPÍTULO 45
CAPÍTULO 46
CAPÍTULO 47
CAPÍTULO 48
CAPÍTULO 49
CAPÍTULO 50
CAPÍTULO 51
CAPÍTULO 52
CAPÍTULO 53
CAPÍTULO 54
CAPÍTULO 55
CAPÍTULO 56
CAPÍTULO 57
CAPÍTULO 58
CAPÍTULO 59
CAPÍTULO 60
CAPÍTULO 61
CAPÍTULO 62
CAPÍTULO 63
CAPÍTULO 64
CAPÍTULO 65
CAPÍTULO 66
CAPÍTULO 67
CAPÍTULO 68
CAPÍTULO 69
CAPÍTULO 70
CAPÍTULO 71
CAPÍTULO 72
CAPÍTULO 73
CAPÍTULO 74
CAPÍTULO 75
CAPÍTULO 76
CAPÍTULO 77
CAPÍTULO 78
CAPÍTULO 79
CAPÍTULO 80
CAPÍTULO 81
CAPÍTULO 82
CAPÍTULO 83
CAPÍTULO 84
CAPÍTULO 85
CAPÍTULO 86
CAPÍTULO 87
CAPÍTULO 88
CAPÍTULO 89
CARTA PARA ANNIE
LIVRO II - NOCAUTE

CAPÍTULO 33

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By vsilveira01

LUKE

Eu já estava bastante atrasado no prazo que havia informado ao Diretor Harris para o conserto de seu carro e, além disso, havia gastado quase todo o dinheiro que deveria ter investido nisso com o Rocky.  Apesar disso, as coisas estavam sob controle.

Eu costumava fazer consertos menores em dois ou três carros e motos por semana para que conseguisse comprar o material para o conserto do Diretor Harris. Isso permitiu que eu lixasse e polisse a superfície arranhada, de modo que a única pendência era comprar a tinta da cor do carro para que os riscos ficassem imperceptíveis.

Reabrir a oficina do meu pai fez com que antigos vizinhos, amigos e conhecidos deixassem seus carros e motos comigo. Eles confiavam muito em meu pai e, por isso, confiavam muito em mim também. Eu ficava feliz por isso, por saber que meu pai era querido por todos, mas também me sentia orgulhoso por fazer parte disso. Pelo jeito que as coisas andavam, eu estava cogitando manter a oficina aberta mesmo após terminar o conserto do carro do Diretor Harris. Além de me render uma grana boa, eu me distraía enquanto trabalhava e escutava música.

Minha mãe havia percebido que as coisas estavam dando certo e, por isso, havia me devolvido as chaves da minha moto. Infelizmente tive que escutar um grande e cansativo discurso de como não devo danificar o patrimônio de ninguém, muito menos o do diretor da escola que eu estudava. Mas o discurso havia sido seguido por ela dizendo que estava feliz pela forma com que eu vinha agindo nas últimas semanas e por estar feliz por não estarmos brigando mais o tempo todo.

Obviamente a deixei falando sozinha quando ela começou com esse papo.

No domingo de tardinha, enquanto tentava consertar a ignição e o sistema elétrico de uma caminhonete, que pertencia ao irmão do Tony, meu treinador, o toque de "Lose Yourself - Eminem" na caixa de som foi substituído pelo toque do meu celular. Limpei as mãos sujas de graxa na flanela pendurada na minha bermuda e atendi.

- Oi, Flor. - sorri ao atender, vendo o nome dela no visor do meu celular -

- Oi! - ela respondeu com um tom de animação - O que você está fazendo?

- Terminando umas coisas na oficina. Nada demais.

- Ainda não conseguiu arranjar toda a grana do conserto do carro do Diretor Harris? - questionou, com um tom de preocupação na voz -

- Estou trabalhando nisso. - informei - Não esquenta. E você? O que está fazendo?

- Nada. Estou bem entediada na verdade.

- Tenho várias idéias na cabeça de como te entreter. A primeira delas começa com minha boca entre suas pernas. - provoquei, fazendo-a rir -

- Luke, você é um sem vergonha. - ela sussurrou, de modo que eu quase não consegui escuta-la do outro lado da linha -

- Por que você está sussurrando? - questionei - Se for um truque pra me deixar excitado, continue, por favor. Está funcionando.

- Não é nada disso. - ela riu - Meu pai e meu irmão acabaram de chegar em casa. Ouvi as vozes no andar de baixo.

- Merda. Eu estava quase indo te fazer uma visita. - falei, sorrindo -

- E o que te impede? - ela questionou, me pegando de surpresa - Digo, a janela do meu quarto é no segundo andar, mas tenho certeza que se você entrar pelo jardim, vai encontrar um jeito de chegar até ela. A não ser que você tenha medo de altura, é claro. - ela provocou -

- Estarei aí em meia hora. - informei, desligando o telefone e correndo para dentro de casa, mais especificamente, para o chuveiro -

Depois de pular um muro, esmagar algumas plantas e pisar em algo que presumi ser um vaso de jardim bem caro, consegui alcançar a janela do quarto da Annie.

Ela me esperava atrás das cortinas, rindo de toda a situação, enquanto eu me sentia a porra do Mario Bros lutando para vencer a última fase do jogo e resgatar a sua princesa.

- Da próxima vez, por favor, deixe eu entrar pela porta da frente. - falei parado em frente à ela quando finalmente consegui entrar em seu quarto -

- Eu prometo. - ela riu, segurando meu rosto e selando meus lábios logo em seguida -

O Rocky soltou dois pequenos latidos ao me ver.

- Shhh! - pedi, olhando-o - Você não vai me entregar, vai, cara?

- Ele só está com ciúmes. - a Annie informou, sentando-se na beirada de sua cama -

- Senti sua falta. - informei, ajoelhando-me no colchão e encostando meu nariz em seu pescoço -

- Mas nós nos vimos ontem, no meu aniversário. - ela sorriu, se arrepiando com minha presença -

- Mesmo assim. Senti falta do seu cheiro. Seu cabelo tem cheiro de limão. Sabia disso? - questionei, me colocando por cima dela  -

- É o meu shampoo. - ela respondeu, passando os dedos no meu queixo e me olhando -

- Me prometa que nunca vai parar de usar ele. - pedi -

- Eu prometo. - ela sorriu, apoiando os cotovelos na cama e me beijando logo em seguida - Luke? - ela me olhou, fazendo carinho em meus cabelos - Será que podemos conversar sobre o que houve na minha festa?

- Eu não queria ter brigado no seu aniversário, Flor. - expliquei -

- Não estou falando disso. Estou falando da nossa conversa na festa. Sobre o que eu te falei.

Eu estremeci. Ela queria conversar sobre o que havia me dito. Eu sabia que mais cedo ou mais tarde esse assunto ia surgir novamente, mas estava mentindo pra mim mesmo dizendo que ela havia esquecido de tudo aquilo, que havia se convencido de que não havia dito que me amava e que tudo não passou de uma conversa entre um casal levemente embriagado.

- ANASTASIA? - ouvimos juntos o grito, que ecoava da porta de seu quarto -

Quando olhei, vi o pai dela, vestindo um robe de ceda, pantufas e segurando uma xícara em uma das mãos. Na outra, ele segurava o que parecia ser um amontoado de revistas de negócios e investimentos.

Diante do contexto, eu me sentiria aliviado se qualquer outra pessoa tivesse interrompido a nossa conversa. Mas em se tratando de quem era, a Annie e eu demos um pulo da cama mesma hora. Ela estava assustada e eu visivelmente não sabia o que fazer. Obviamente  ela queria que eu conhecesse o pai dela um dia, mas não daquela forma: enquanto eu estava em cima dela depois de escalar sua janela.

- VOCÊ? - ele perguntou, apontando pra mim - Você não é aquele delinquente que brigou na festa ontem?

- Culpado. - sussurrei pra mim mesmo -

- Pai. - a Annie interviu - Não estava nos planos eu te apresentar ele hoje. Mas esse é o Luke.

- Que tipo de brincadeira é essa?! O que você faz no quarto da minha filha? - ele questionou, ignorando o que a Annie havia acabado de dizer - Eu devia chamar a polícia. Aliás, devia ter feito isso ontem, quando você destruiu a nossa festa.

Eu respirei fundo, tentando me acalmar. Não era fácil me acalmar quando havia alguém me tratando daquela forma, mas pela Annie, eu estava tentando.

- Lucas Reed, senhor. - estirei a mão, falando pela primeira vez com ele. Ele ignorou o gesto -

- Saia do quarto dela imediatamente. - ele ordenou -

- Pai, por favor. Isso não é necessário.

- AGORA! - ele gritou -

- O que está acontecendo aqui? - o Andrew falou, entrando no quarto também -

- Andy! - a Annie sorriu, parecendo aliviada -

- Andrew, você o conhece? - ele questionou e eu pude sentir o pré-julgamento em sua voz -

- Conheço. - o Andrew informou - Quero dizer; não. Apenas o vi umas duas vezes antes de ontem.

- Você pode explicar pro papai que o Luke não é como ele está pensando? - a Annie pediu -

- Desculpe, Annie. - o Andy pediu - Estou com o papai nessa. Fiquei bem assustado com o que ele fez ontem.

- O quê?! - ela perguntou, incrédula - Você não pode estar falando sério, Andrew!

Ótimo. Agora os três estavam conversando sobre mim como se eu não estivesse escutando tudo.

- Senhor Thompson. - dei um passo à frente, resolvendo intervir - Sinto muito por toda essa situação da festa da Annie. - falei, num ato súbito de simpatia - Quero que o senhor e o Andrew saibam que aquilo só ocorreu porque o cara estava inventando mentiras a respeito dela e...

- Brigar pelos motivos certos não te torna melhor. - o Sr. Thompson me interrompeu - Não me importa qual tenha sido o motivo da briga. O que eu vi ontem é suficiente para querer que você não chegue perto dela nunca mais.

- Eu sei, senhor, mas...

- Anastasia. - ele falou, com dureza na voz - Mande-o embora ou vou chamar a polícia.

- A polícia? - o enfrentei, ficando impaciente com a forma que vinha sendo tratado -

- É melhor você ir embora, cara. - o Andrew sugeriu, tentando controlar a situação -

- É com esse tipo de gente que você se relaciona, Anastasia? - ele questionou, olhando-a com desgosto -

Ao seu lado, o Andrew, mesmo me conhecendo, parecia irredutível e fiel ao que escutava. A sensação que eu tinha é  de que ele poderia falar qualquer coisa e o Andrew concordaria com ele. Parecia um verdadeiro capacho.

- Digo, sei que você é nova na escola. - ele continuou - Mas te falei sobre o Tyler Hilfiger, e no meio de tantos outros garotos, é esse que você escolhe? Com todas essas tatuagens e com esses modos? Além do mais, pelo visto, ele não tem onde cair morto! Você está querendo me provar algo, é isso?

- Quer saber? - eu o interrompi - Desde que você colocou os olhos em mim, tudo que fez foi tentar me ofender e me diminuir. Eu não te fiz nada além de estar nesta maldita na casa e de calar a boca de um idiota que falava merda sobre sua própria filha! - gritei - Mas você tem razão, seu merda. - falei me aproximando dele - Não sou o cara perfeito pra ela. Não tenho dinheiro, só tiro notas baixas e decepciono minha mãe o tempo todo. Mas pelo menos não tento comprar o afeto e o carinho dela com presentes caros. - alfinetei -

Ele estreitou os olhos, certamente querendo me matar.

- O QUE VOCÊ ACHA QUE SABE SOBRE A MINHA RELAÇÃO COM A MINHA FILHA, SEU MOLEQUE? - ele me empurrou, sendo segurado pelo Andrew logo em seguida -

- Pai! - a Annie gritou, chorando - Parem com isso, por favor!

- Vá embora agora, Luke. - o Andrew ordenou -

Passei por eles em passos largos e desci os degraus da escada em direção à porta. Eu havia tentado mudar a impressão que o maldito tinha de mim, mas eu já estava condenado no momento em que ele me viu. Infelizmente, gente daquele tipo se achava superior a tudo e a todos e colocava suas convicções acima de qualquer coisa.

Ele não precisava ter me visto brigando na festa da Annie e ele sequer se importava com o motivo. Eu seria pré-julgado de qualquer forma e ele jamais me consideraria um cara à altura para namorar sua filha. Como ele mesmo mencionou, ele sonhava que ela ficasse com o Tyler ou com algum mauricinho que seguisse o seu estereótipo, e não com um lutador tatuado que não tinha onde cair morto.

- Luke! - ela apareceu quando eu subia na minha moto -

- Você viu que eu tentei. - avisei - Eu tentei ser simpático, tentei ser quem não sou, por você. Mas cheguei no meu limite! Você me conhece, sabe que se ele não fosse seu pai, eu acabaria com ele! E com o idiota do seu irmão também!

- Luke, sinto muito pela forma que eles te trataram!

- Agora você me entende? - questionei, furioso - Eu tento ser uma pessoa boa e coisas ruins me acontecem da mesma forma!

- Ei, eu estou aqui e amo você, eles não vão mudar isso, ok?! - falou enquanto segurava meu rosto -

- Eu nem mesmo consigo dizer isso de volta pra você, Annie. Eu não consigo ser quem você quer que eu seja. - respondi com tristeza -

- O que você quer dizer com isso? - ela questionou, afastando as mãos de mim -

- Eu não te amo. - expliquei, praticamente cuspindo as palavras em cima dela -

Ela ficou imóvel. Seus olhos estavam inundados e pareciam se estreitar a cada passo que ela dava na direção oposta à minha. Eu sentia como se um buraco tivesse se aberto no chão e ela estivesse caindo nele lentamente. A reação dela já era a que eu esperava, mas isso não significava que não doía em mim da mesma forma que doía nela.

- Por que está me dizendo isso? - ela enxugou o rosto com o dorso da mão -

- Porque é verdade. Eu não te amo. E seria um filho da puta se dissesse o contrário só pra te iludir.

- O fato de você ser sincero quanto a isso não te torna menos filho da puta. - ela disparou, girando nos calcanhares e correndo em direção à entrada de sua casa -

ANNIE

Entrei em casa devastada. Sentia como se meu coração tivesse sido arrancado com garras afiadas do meu peito e que no lugar dele havia agora uma ferida que não parava de sangrar. Eu tinha sido idiota o suficiente para acreditar que algumas semanas eram capazes de fazer o Luke me amar? Ou havia sido enganada por mim mesma diante da intensidade de tudo que vivemos nesse tempo?

- Você está bem? - o Andrew me puxou pelo braço enquanto eu subia as escadas em direção ao meu quarto com pressa -

- Não toque em mim. - avisei, limpando as lágrimas -

- Annie... - ele sussurrou, me olhando com um olhar que clamava por piedade -

- Uma noite com o papai e com os amigos dele e você se torna igualzinho a eles. - disparei - Espero que meu aniversário tenha rendido a ambos ótimos contratos.

- Não diga isso, Annie. Fiz o que achava certo pelo seu próprio bem.

- Meu próprio bem? - repeti - Andrew, você conhece o Luke! Sabe quem e como ele é! Poderia ter dito ao papai que ele não é do jeito que ele imagina! Não consigo acreditar que você escolheu ficar ao lado dele! - falei, magoada -

Eu me sentia traída. O Andy era o meu melhor amigo e no momento em que ele poderia ter apaziguado toda a situação ele escolheu ficar do lado do papai. E isso me magoava, porque me levava a crer que, no fundo, o Andrew era tão hipócrita e tão vazio quanto o meu pai, que julgava as pessoas pelas aparências.

- Eu sei que você está com raiva de mim agora, mas...

- Com raiva? - eu o interrompi - Eu estou decepcionada. Você me abandonou quando mais precisei de você. Mas obviamente, manter a confiança do papai em você e no seu escritório, sem desafia-lo, é mais importante do que tudo isso, não é? - funguei -

- Eu me preocupo com você, Annie. Não diga isso. - pediu com tristeza no olhar - Eu te amo e não quero te ver sofrendo.

- É tarde demais pra você me dizer isso. - enxuguei minhas lágrimas e subi as escadas, continuando o percurso até o meu quarto -

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