sobre todas as bandas de rock...

By namsahi

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TAEKOOK ⇔ RETRÔ!AU É início dos anos 2000, mas Kim Taehyung está preso em algum ano entre 1970 e 1980. Com... More

aviso + informações
prólogo
QUEEN
ELVIS PRESLEY
CHOPIN E GUNS N' ROSES
BRITNEY SPEARS NÃO É ROCK N' ROLL
JIMI HENDRIX
EU PROMETO OUVIR JANIS JOPLIN
INTRODUÇÃO AO PENSAMENTO DO ROCK I
CONQUISTADOR DE REFERÊNCIAS BARATAS
SINTOMAS DE CATÁSTROFE AO SOM DE LED ZEPPELIN
A MELODIA QUE PREENCHE O BURACO DA MINHA EXISTÊNCIA MEDÍOCRE
EU PREFERIA QUE TUDO FOSSE UM SONHO
A PARTIR DE HOJE EU ODEIO A BLOCKBUSTER
VOU JOGAR FORA TODOS OS DISCOS DE ROCK QUE COMPREI POR VOCÊ
CAINDO NO MAR (E NO AMOR... OU NO ÓDIO?)
PRELÚDIO - QUEEN & LED ZEPPELIN
MONA LISA E TAEHYUNG, DUAS ARTES QUE RESULTAM EM UMA - AMOR
TE GRAVEI ESSE CD
APRESENTANDO AEROSMITH E AS LOUCURAS DE JEONGGUK
AMAR É SER FLEXÍVEL
PINK FLOYD
VOCÊ É ARTE
PARA QUE SERVEM OS MELHORES AMIGOS (MESMO ESQUECIDOS)
DEZ COISAS QUE EU AMO EM VOCÊ
SPRITE & LE JARDIN FÉÉRIQUE
VOCÊ TINHA QUE TER PUXADO SUA PERSONALIDADE DE ALGUÉM
O PASSADO TEM O MAU HÁBITO DE PERMANECER NO PRESENTE
QUER DANÇAR COMIGO?
QUEM É VIVO SEMPRE APARECE
FELIZ NATAL NA MATRIX
FOGOS DE ARTIFÍCIO E CINZAS
EM COMBUSTÃO
LAR NEM-TÃO-DOCE LAR
O QUE VEM DEPOIS DA MORTE
JÁ DIZIA FLEETWOOD MAC, YOU CAN GO YOUR OWN WAY
VOCÊ NUNCA VAI ENTENDER...
...O QUANTO ME CUSTOU TUDO ISSO
NÃO POSSO FECHAR A PORTA
DEIXE TUDO PARA TRÁS
epílogo
extra: EU NÃO ME ARREPENDO
perguntas e respostas
Livrinho físico!

TODO MUNDO É BI, E EU AGUENTEI A BRITNEY SPEARS POR VOCÊ

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By namsahi

[10.06.19]

Jeongguk se encostou na parede de um dos corredores do prédio de Filosofia, cruzando os dedos para que Taehyung passasse por ali ao ir embora da aula. Mas não havia nem sinal do roqueiro, apenas várias pessoas que o olhavam antes de cochicharem algo com os amigos.

Aquilo acontecia com bastante frequência e Jeongguk se perguntava se os cochichos eram realmente sobre ele ou se ele estava paranoico. Talvez todos ainda achassem que Taehyung estava brincando com seus sentimentos no intuito de quebrar seu coração...? Talvez o julgassem por ser gay? Para afastar os pensamentos e os olhares, o jovem se desencostou da parede e saiu dali, mesmo que um tanto quanto perdido. Andou pelos outros corredores procurando pela silhueta do namorado e, ao não encontrá-la, suspirou.

Sooyoung e Jimin o esperariam para ir embora, então Jeongguk não tinha muito tempo para ver Taehyung, nem para falar com ele devidamente.

Ao desistir de encontrá-lo e se virar, deu de cara com os olhos brilhantes mais bonitos do mundo, os quais sempre o observavam com tanta intensidade. Deu um passo atrás com o susto e a iminência de um choque entre os corpos, mas Taehyung rapidamente segurou seus braços e o puxou de leve para beijá-lo.

Jeongguk sorriu.

— Oi.

— Oi — Taehyung sorriu de volta, baixando a visão para a pintinha de Jeongguk e beijando-a rapidamente também. — Você sumiu e eu fiquei preocupado.

— Ah. É... hum, meio que tenho uma coisa para contar.

— Pode falar.

— Pode ser outra hora? — Jeongguk olhou ao redor, desconfortável, afastando-se do toque do roqueiro. — Em outro lugar de preferência...

— Claro, vamos para minha casa.

— Na verdade, eu prometi que almoçaria com a Soo e o Jimin.

— Ah. Tudo bem.

— Hum... você... não quer ir junto?

— Hã, eu não sei bem... não vai ser esquisito...?

— Por quê? — Jeongguk franziu a testa, mas então se deu conta da razão: porque Taehyung já tinha transado com Sooyoung e com Jimin. E agora namorava Jeongguk. Talvez fosse uma situação constrangedora e bizarra, mas Jeongguk não ligava para aquilo. Não se importava nem um pouco com a enorme lista de pessoas com quem o namorado já havia transado.

Não sabia se devia se importar, mas escolhia não fazê-lo. Um dos primeiros pedidos de Taehyung, quando o pedira em namoro, fora para que confiasse nele, e Jeongguk confiaria. Então não havia por que se incomodar com... a enorme lista de "reprodução-não-reprodutiva" do namorado.

— Queria que pudéssemos almoçar todos juntos e depois eu... — Jeongguk engoliu em seco. — Queria te contar sobre o que houve ontem com meus pais.

— Ah! Ok — Taehyung sorriu docemente e Jeongguk se perdeu por um instante naquela visão, a preocupação toda se esvaindo do corpo diante da tranquilidade alheia. — Eu quero que você conheça a Suji. E você queria que ela conhecesse a Sooyoung, lembra? Então... será que posso chamá-la?

— Muita gente para um almoço só — murmurou em resposta, mas Taehyung ergueu uma sobrancelha:

— Deixe de ser antipático.

— Não estou sendo. É que eu nem disse à Soo e ao Jimin que você ia junto.

— Então vamos avisar — o roqueiro riu. — Eu vou ligar para a Suji, deve ser o horário de almoço dela também.

— O que ela faz?

— Não sei.

— Como assim você não sabe? Ela não é sua melhor amiga?

— Eu e você temos conceitos diferentes de amizade, Jeongguk.

— Você é que tem um conceito diferente do resto do mundo! — Jeongguk bateu seus ombros, empurrando-o para o lado.

— Vamos logo — Taehyung revirou os olhos e riu, conduzindo Jeongguk para a saída enquanto colocava a mão em suas costas.

Eles caminharam até o local onde Sooyoung e Jimin estavam esperando e, assim que os amigos viram Jeongguk — e especialmente o namorado ao seu encalço —, os rostos foram tomados por surpresa. Quando chegaram perto o suficiente para dizer oi, um silêncio constrangedor dominou-os.

Taehyung estalou a língua:

— Oi — acenou.

Sooyoung corou, tímida.

— O-Oi.

Jeongguk franziu a testa para Jimin, que franziu a testa de volta, mas logo se intimidou com o olhar raivoso do amigo e sorriu:

— Oi, Taehyung.

— Podemos almoçar todos juntos? — Jeongguk pediu.

Dois segundos depois, Sooyoung e Jimin deixaram de se entreolhar — e de analisar Taehyung —, chacoalharam a cabeça e disseram:

— Claro.

Sorridente, Jeongguk entrelaçou a mão à do namorado, apertando-a com carinho e acariciando-a em seguida com o dedão. Taehyung sorriu e os dois seguiram os irmãos Park.

{...}

O silêncio era constrangedor. Sooyoung evitava olhar para Taehyung, enquanto Jimin encarava o casal, que estava sentado no banco em frente aos dois irmãos. Resolveram almoçar na lanchonete estilo anos 50 em que Jeongguk e Taehyung haviam se conhecido, e esperavam por Bae Suji, que concordara em conhecê-los.

— Então — Jimin riu subitamente, atraindo todos os olhares para si. — Taehyung... como é ter sido o único que já transou com todo mundo nessa mesa?

Jeongguk engasgou. Sooyoung ficou vermelha como um pimentão. Taehyung abriu a boca, mas não emitiu som algum. Ele podia dizer que Jimin também havia transado com seu namorado, mas... soaria infantil e ciumento.

— Ai, meu Deus, cala a boca, Jimin — Sooyoung colocou a mão no rosto do irmão e o empurrou.

— Só estou perguntando! — Jimin gargalhou enquanto empurrava a irmã de volta. — Se esse silêncio constrangedor durasse mais um segundo, eu ia me matar.

— Por que não foi se matar então? — ela o provocou, brigando com ele como tipicamente faziam quando irritados com a presença um do outro.

— Olha como você fala comigo, garota que acharam na lata de lixo.

Taehyung gargalhou:

— Vocês são engraçados.

— Eu tenho que aturar isso todo dia — Jeongguk fez uma careta.

— Todo dia não, você nos abandonou — Sooyoung murmurou.

— Ela sente sua falta — Jimin disse para Jeongguk. — Acho que a Sooyoung precisava de uma amiga nova.

— Exatamente! Uma amiga! A Suji é bem legal, Sooyoung, quem sabe vocês não ficam amigas? — Taehyung sorriu. — Aliás, você é bi? — perguntou e Jeongguk o apertou no joelho para que parasse.

— Hã? — Sooyoung pareceu surpresa com a pergunta, e ficou ligeiramente nervosa. — Não... que eu saiba...

Taehyung sorriu:

— "Não que eu saiba" é quase um "sim", Sooyoung, o que você acha de dar uns amassos com uma garota qualquer dia de-

Jeongguk o apertou com mais força.

— Ai! — Taehyung reclamou para o namorado, rapidamente apertando-lhe o joelho de volta. Eles se entreolharam e sorriram de leve. Então a mão do roqueiro deslizou para cima da coxa, e Jeongguk engoliu um gemido devido ao arrepio do toque inesperado.

— Ai meu Deus, façam isso em um quarto! Não sou obrigado a ver isso — Jimin revirou os olhos e Sooyoung bateu em seu tórax:

— Deixe eles, Jimin.

— Não! Estamos em público, tem mais gente na lanchonete.

— Até parece que você não faz isso com o Yoongi — Sooyoung revirou os olhos.

— Em público não! É óbvio que não.

— Não precisa ter ciúmes, Jimin — Jeongguk brincou.

Não estou com ciúmes do meu melhor amigo. Por que eu teria? Estou feliz por ele estar namorando, mas não precisa fazer isso na minha fre-

— Hã... oi — Bae Suji parou ao lado da mesa, interrompendo-os.

Taehyung sorriu e se levantou para cumprimentá-la.

— Suji! Esse aqui é o Jeongguk — apontou. — E esses são os melhores amigos dele: a Sooyoung e o Jimin.

— Muito prazer — ela acenou timidamente enquanto Jimin a cumprimentava de modo gentil.

Sooyoung ergueu a cabeça tardiamente e, ao fazê-lo, arregalou os olhos levemente, enquanto o olhar de Suji demorou-se sobre ela, obrigando-a a fitar o cardápio de imediato. As bochechas de Sooyoung ficaram vermelhas e Suji pareceu surpresa também.

Taehyung e Jeongguk se entreolharam sem entender, estranhando a situação.

— Vocês... já se conhecem? — Taehyung questionou.

— Já nos vimos antes, sim... — respondeu Suji. — Mas eu não sabia que ela se chamava Sooyoung, nem que era melhor amiga do Jeongguk...

— Ah! Agora vocês se conhecem devidamente, então — Jeongguk sorriu.

Jimin observou a irmã, erguendo uma sobrancelha, mas a garota desviou o olhar.

Eles se sentaram todos em silêncio. Suji ficou ao lado de Taehyung, e erguia os olhos para Sooyoung sem parar. Depois de alguns segundos silenciosos e constrangedores, os cinco finalmente fizeram seus pedidos.

— O Taehyung realmente te mudou, Gukie... — Sooyoung deixou escapar quando ouviu o melhor amigo pedir batatas fritas e um hambúrguer gorduroso. Todos a encararam e ela se intimidou, imediatamente baixando os olhos para as mãos. — Quer dizer... você... costumava comer coisas saudáveis e dizer que batata era gorduroso demais.

— Parece que sou influente — Taehyung riu, virando-se para Jeongguk, que deu de ombros sem dizer nada.

— Para coisas ruins né — o namorado revirou os olhos.

Suji observou Jeongguk e depois Sooyoung.

Jimin franziu a testa, olhando para moça e logo após para a irmã. Balançou a cabeça:

— Então, Suji, de onde você conhece o Taehyung?

— Ah! Eu era namorada do meio irmão dele.

— Meio irmão? — Jimin tombou a cabeça para o lado.

Irmão postiço — corrigiu o roqueiro.

— Tanto faz. O Yoongi foi seu irmão por um tempo.

— Mas não é de sangue, tem muita diferença — Taehyung murmurou. — E nossos pais nem são mais casados, Min Yoongi nem é mais meu "irmão postiço".

— Yoongi? — Jimin engasgou. — Você e o Yoongi são irmãos postiços?

— Fomos. Por, sei lá, um ano? Algo assim. Até ele ir embora. Ou melhor, até a mãe dele ir embora.

— Então o Yoongi namorou você? — Jimin olhou para Suji. — Desculpe, é que estamos saindo... e ele nunca me disse nada sobre ser bi.

— Durante algum tempo eu também não soube que ele era bi — Suji riu, balançando os ombros. — Mas é como dizem, todo mundo é bi lá no fundo, não é mesmo?

— Então você também é?

— Sou.

— Uau... — Jimin parecia surpreso com a história. — Eu realmente não sei nada a respeito dele...

— O Yoongi era assim com você também, Taehyung? — Jeongguk se virou para ele.

— Hã? — Taehyung se engasgou e tossiu.

— Quando vocês eram tipo irmãos, você também não sabia nada sobre ele?

— Não... — respondeu. — Eu só... sabia o que ele o que me contava.

— Bem, eu não sei nada sobre o Yoongi até hoje — Suji riu para Jimin. — Mas não vamos falar de ex-namorados por aqui, não é? Acho que seria... desagradável.

— Tem razão, viemos por causa do Jeongguk e do Taehyung — Jimin respondeu. — Você está quieta, Sooyoung, fale alguma coisa.

Ela ergueu os ombros.

— Estou com fome.

A comida chegou poucos minutos depois e eles comeram em meio a mais silêncio. Uma música do Dire Straits — Sultans of swing — tocava na lanchonete e, apesar de ter uma melodia animada, os cinco jovens não pareciam muito animados com a situação. Eles almoçaram rapidamente e pagaram as contas a fim de sair dali o mais rápido possível.

Os irmãos Park saíram de lá depois de dizerem tchau, mas Sooyoung estava tão estranhamente apressada que Jeongguk precisou comentar com Taehyung e Suji:

— Não sei o que aconteceu... ela geralmente é mais simpática. Queria que vocês pudessem ficar amigas, Suji... seria legal.

— Está tudo bem, Jeongguk — Suji sorriu. — Na verdade... eu sei por que ela ficou assim.

— Como assim?

— Bem... já faz umas duas semanas, mais ou menos... eu fiquei com uma garota numa festa e... bem... era ela.

— Era ela? A Sooyoung? O quê?! — Jeongguk gritou.

— Mas não conte a ela! — Suji implorou. — Eu acho que eu nem devia ter falado...

Taehyung riu.

— Realmente! No fundo todo mundo é bi!

— Como isso aconteceu, Suji? — questionou Jeongguk.

— Eu não sei bem. Ela estava meio bêbada. Dizendo assim parece que me aproveitei dela, mas... ela me beijou primeiro. Eu só retribui. Mas foi apenas isso, nada mais que um beijo. Ela me disse que sempre quis beijar uma garota... e também disse que queria esquecer alguém que quebrou o coração dela. Ela disse "meio que eu gostei disso. Ou de você. Não sei". E saiu. Foi estranho.

— Essa pessoa que quebrou o coração dela ainda sou eu, Jeongguk? — Taehyung perguntou.

— Não... — Jeongguk deixou os ombros caírem tristemente. — Sou eu...

— Como é? — o roqueiro levantou uma sobrancelha. — Sua melhor amiga gosta de você?

— A Sooyoung parece ser um amor... — Suji interrompeu-os. — Mesmo meio bêbada e falando sem parar da pessoa que quebrou o coração dela... ela me pareceu fofa.

— Ô-ou, isso aí é uma paixonite, Suji? — Taehyung a provocou.

— Não — Suji riu, negando com a cabeça. — Não tenho paixonites por pessoas que não podem me dar uma resposta. Ou que certamente brincarão com meus sentimentos. Não de propósito, é claro, mas é óbvio que a Sooyoung está tão perdida que acabaria me machucando. Enfim... eu preciso ir. Adorei te conhecer, Jeongguk! Espero te ver novamente.

— Eu também gostei de te conhecer, Suji, você é tão legal que não sei como é amiga do Taehyung — brincou Jeongguk, ganhando um beliscão do namorado como resposta. Acenaram e Suji foi embora.

{...}

Taehyung abriu a porta do apartamento com Jeongguk agarrado em suas costas, sentindo o cheiro da pele de sua nuca por entre o mullet, roçando-lhe os lábios de modo gostoso e provocando-lhe arrepios.

Apesar de uma música estar tocando — uma música do Whitesnake —, Hoseok não estava em casa, como de costume na hora do almoço. Havia esquecido o rádio ligado na sala, incrivelmente, e, depois de Taehyung procurar pelo colega por todo o apartamento e não encontrá-lo, voltou para puxar Jeongguk para dentro.

Assim que este colocou os pés no apartamento, Taehyung rapidamente fechou a porta ao empurrar o corpo de Jeongguk contra a madeira.

As mãos do roqueiro rapidamente seguraram-lhe o rosto, mas então descendam para o pescoço e depois para a cintura. Pressionou os corpos de modo excitante enquanto as línguas se moviam com violência.

Jeongguk separou o beijo, mas Taehyung desceu a boca para seu pescoço, sem a mínima intenção de se separar tão cedo.

Jeongguk suspirou, pensando que poderia passar uma vida inteira a mais beijando Taehyung — aliás, todas as suas próximas vidas se elas de fato existissem —, mas, naquele momento, ele precisava parar.

— T-Taehyung... eu preciso te contar uma coisa... — disse com dificuldade, sem ar com a situação deliciosa em que se encontrava.

— Pode dizer — Taehyung murmurou subindo as mãos pelas costas do namorado, por baixo da camisa, provocando-lhe arrepios.

— Isso é sério... não dá para... eu pensar enquanto você faz... essa coisa tão boa — Jeongguk quase gemeu, sobretudo quando Taehyung colocou a mão dentro de sua calça. — Tae!

— Oi? — Taehyung riu.

— Meu pai me expulsou de casa.

Taehyung se afastou envergonhado.

— Me desculpe, Jeongguk.

— Tudo bem. Estava bom.

— Não. Sério. Me desculpe por ter feito isso enquanto você queria me dizer algo importante.

— Tudo bem.

— Não sei se está mesmo tudo bem, seu pai te colocou para fora de casa... O que foi que aconteceu?

Sutil como um míssil, pensou Jeongguk.

— Eu disse que queria cuidar da minha própria vida. E ele disse "então vai cuidar da sua própria vida lá fora, sem meu dinheiro". Não foi exatamente isso, mas... foi quase isso. É, talvez tenha sido isso mesmo.

— Seu pai é tipo um monstro?

— Deve ser. Igual o seu...?

— Devem ser gêmeos.

— Minha nossa, então seríamos primos de primeiro grau.

— Uau, um incesto.

— Ainda bem que você não é meu parente — Jeongguk riu. — Como eu faria para resistir a você?

— Não resistiria — Taehyung deu de ombros, convencido.

— Tem razão, não sei nem como o Yoongi resistiu a você — Jeongguk riu, mas então percebeu, como se uma luz se acendesse em sua mente: — Oh. Ele não resistiu. Não é? Vocês... ai, meu Deus, vocês tiveram um caso enquanto ele namorava a Suji, Taehyung?!

— Caralho, Jeongguk, você é tipo o Sherlock Holmes?

— Eu acertei?! Seu filho da puta! Se você me trair também, eu te mato, Kim Taehyung, está me ouvindo?!

— Hey, isso foi anos atrás, e eu nunca fiquei com o Yoongi enquanto ele namorava a Suji. Eles terminaram e então ficamos. E eu não tenho mais nada com ele. Com ninguém além de você. Somos namorados, não somos? Só eu e você. Eu juro, você tem que confiar em mim, Gukie.

— Eu confio, desculpe.

— Tudo bem. Como você...?

— Só chutei, porque você ficou todo estranho quando a Suji e o Jimin estavam falando do Yoongi. Até ela deve ter reparado — Jeongguk mordeu os lábios, silencioso, e ficou parado por alguns segundos antes de questionar: — A Suji sabe sobre isso?

— Eu não sei... ela nunca me disse nada, nem o Yoongi, e não sei se depois de tantos anos eu devia contar. Mas o assunto aqui era seu pai ter te chutado para fora de casa.

— Ei... não me lembra disso assim com um coice — Jeongguk fez uma careta. — Estou completamente perdido só de pensar que hoje não preciso voltar para casa... aliás, que não tenho casa para voltar.

— Espera, Guk, se você está na rua... onde é que ficou ontem à noite? Você vai tentar voltar para casa?

— Eu passei a noite na casa da Sooyoung e eu não vou voltar para casa! Não mesmo! — Jeongguk se exaltou. — Voltar seria como me humilhar para o meu pai e essa é a última coisa que eu quero fazer na minha vi-

— Vem morar comigo, Jeongguk — Taehyung segurou-lhe o rosto entre as mãos.

Jeongguk parou de falar.

— Não acho que todas as pessoas sejam bissexuais lá no fundo — disse ao invés de responder à oferta do namorado.

— Eu não falei isso.

— A Suji disse e depois você concordou, e eu estou refutando a ideia.

— Eu sou bi — Taehyung declarou o óbvio.

Você não é todo mundo. E eu não sou bi: sou gay. Só gay.

— Jeongguk, você está mudando de assunto porque não sabe recusar a minha oferta?

Ele suspirou.

— Não é que eu não queria, é que estou com medo. Isso é um passo muito grande e estamos há tão pouco tempo juntos... e se você me odiar convivendo comigo vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana, trinta dias no mês?

— Jeongguk — o roqueiro fechou a cara. — Eu aguentei ouvir um CD inteiro da Britney Spears por você.

— Então você admite que odiou.

Taehyung revirou os olhos.

— Esse não é o ponto. Olha, eu aguentei a Britney Spears, suas respostas mesquinhas, seu temperamento irritante, e adivinha só. Eu descobri que você não era nada do que eu achava que era. E eu adoro quem você é, do jeitinho que é. Então... já que você não tem para onde ir e eu tenho uma cama de casal... — levantou os ombros — você não quer aproveitar?

— Ah, Tae... Você também não é nada do que eu pensei que fosse. A sua fama de babaca, destruidor de corações, pegador, todos os adjetivos ruins que existem em qualquer língua... não é bem você — Jeongguk riu docemente, colocando a mão na bochecha do namorado. — Fico feliz de ter te conhecido de verdade. E vai soar estranho, mas fico feliz que você tenha transado com a Sooyoung, porque assim a gente pôde se conhecer.

Taehyung gargalhou ao ouvir a última sentença, mas parou quando Jeongguk disse:

— E eu aceito morar com você.

O roqueiro sorriu, erguendo Jeongguk pela cintura. Carregou-o até o quarto e jogou-o na cama.

— Ok, só falta a gente falar com o Hoseok.

Parece que tinham esquecido aquele detalhe enorme.

— Mas até ele chegar, temos algumas horas, então... você quer... — Taehyung deu de ombros, colocando-se sobre o corpo alheio e pondo os dedos longos nos botões da camisa branca do namorado.

— Fazer arte? Quero — respondeu Jeongguk com uma risada, erguendo-se sobre os cotovelos e beijando-o com urgência.

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