sobre todas as bandas de rock...

By namsahi

1.5M 210K 480K

TAEKOOK ⇔ RETRÔ!AU É início dos anos 2000, mas Kim Taehyung está preso em algum ano entre 1970 e 1980. Com... More

aviso + informações
prólogo
QUEEN
ELVIS PRESLEY
CHOPIN E GUNS N' ROSES
BRITNEY SPEARS NÃO É ROCK N' ROLL
JIMI HENDRIX
EU PROMETO OUVIR JANIS JOPLIN
INTRODUÇÃO AO PENSAMENTO DO ROCK I
CONQUISTADOR DE REFERÊNCIAS BARATAS
SINTOMAS DE CATÁSTROFE AO SOM DE LED ZEPPELIN
A MELODIA QUE PREENCHE O BURACO DA MINHA EXISTÊNCIA MEDÍOCRE
EU PREFERIA QUE TUDO FOSSE UM SONHO
A PARTIR DE HOJE EU ODEIO A BLOCKBUSTER
VOU JOGAR FORA TODOS OS DISCOS DE ROCK QUE COMPREI POR VOCÊ
CAINDO NO MAR (E NO AMOR... OU NO ÓDIO?)
PRELÚDIO - QUEEN & LED ZEPPELIN
MONA LISA E TAEHYUNG, DUAS ARTES QUE RESULTAM EM UMA - AMOR
TE GRAVEI ESSE CD
APRESENTANDO AEROSMITH E AS LOUCURAS DE JEONGGUK
AMAR É SER FLEXÍVEL
PINK FLOYD
PARA QUE SERVEM OS MELHORES AMIGOS (MESMO ESQUECIDOS)
TODO MUNDO É BI, E EU AGUENTEI A BRITNEY SPEARS POR VOCÊ
DEZ COISAS QUE EU AMO EM VOCÊ
SPRITE & LE JARDIN FÉÉRIQUE
VOCÊ TINHA QUE TER PUXADO SUA PERSONALIDADE DE ALGUÉM
O PASSADO TEM O MAU HÁBITO DE PERMANECER NO PRESENTE
QUER DANÇAR COMIGO?
QUEM É VIVO SEMPRE APARECE
FELIZ NATAL NA MATRIX
FOGOS DE ARTIFÍCIO E CINZAS
EM COMBUSTÃO
LAR NEM-TÃO-DOCE LAR
O QUE VEM DEPOIS DA MORTE
JÁ DIZIA FLEETWOOD MAC, YOU CAN GO YOUR OWN WAY
VOCÊ NUNCA VAI ENTENDER...
...O QUANTO ME CUSTOU TUDO ISSO
NÃO POSSO FECHAR A PORTA
DEIXE TUDO PARA TRÁS
epílogo
extra: EU NÃO ME ARREPENDO
perguntas e respostas
Livrinho físico!

VOCÊ É ARTE

37.4K 4.8K 8.2K
By namsahi

[13.05.19]

confesso que escrevi esse capítulo ouvindo strawberries & cigarettes (nem um pouco rock eu sei djsjjs)... estou sensível, chorei porque só escrevo coisas que me deixam carente kkkkhjj

o vídeo da mídia é a música no violino que o jk vai tocar no capítulo (;

eu atualizo tão rápido isso aqui, mas não quero terminar nunca :((((



Taehyung podia não entender a intensidade e complexidade dos sentimentos de Jeongguk, mas se esforçava para ter empatia, além do que, na realidade, podia ter uma mínima e vaga ideia do que o namorado estava sentindo. Afinal, também lhe havia sido difícil se desvencilhar do próprio pai quando o fizera alguns anos antes.

Mesmo que não houvesse quase nenhuma lembrança boa daquela relação, ainda era seu pai. Pegava-se volta e meia perguntando-se se as coisas podiam ter sido diferentes, se poderiam vir a ser. A esperança de que as coisas melhorassem sempre esteve ali, guardada a sete chaves, mas ainda assim guardadas. Como se tivesse passado tinta por sobre todas as lembranças e sentimentos que estavam gravados em sua mente, mas isso não as fazia sumirem. Ainda estavam ali, embaixo de camadas de tinta.

Certamente parte dos sentimentos de Jeongguk eram assim: apesar de odiar a pressão que seu pai lhe sujeitava, ainda era seu pai, e provavelmente esperava que as coisas pudessem se resolver.

Também podia compreender como Jeongguk devia ter medo de ser independente financeiramente. Arranjar um trabalho sem nenhuma experiência ou referências devia assustá-lo ao ponto de lhe dar pesadelos ou falta de ar se pensasse demais. Taehyung lembrava de seu primeiro emprego e de como às vezes ainda sentia certo desconforto no primeiro dia dos bicos que arranjava nas férias.

Jeongguk devia sofrer muito mais, porque nunca tivera nenhuma liberdade e a dependência dos pais fora sempre tão grande que agora era-lhe difícil até mesmo se imaginar sem eles. É claro que, com as condições de seu pai, Jeongguk podia viver a vida que desejasse... desde que estivesse disposto a abrir mão de inúmeras coisas e a trabalhar.

E aquilo não era algo que Taehyung podia mudar. Jeongguk tinha de tomar suas próprias decisões e tudo que o roqueiro podia fazer era estar ali para ajudá-lo.

Taehyung esperava que a letra da música do Pink Floyd, que sempre lhe fora tão reconfortante, ajudasse Jeongguk também. Esperava que o fizesse perceber que todos eram só almas perdidas vagando dentro de um espaço pequeno e insignificante do Universo inteiro — a Terra. Esperava que Jeongguk percebesse que os velhos medos estariam sempre ali se não mudasse os velhos caminhos.

{...}

Uma semana depois, Jeongguk saiu de casa com a jaqueta de Taehyung na mochila, a fim de devolvê-la após da aula da faculdade. Ele também queria sugerir que fossem ao cinema assistir ao filme "Il Mare", que havia lançado no começo daquele mês de setembro. Jeongguk gostava da atriz principal e achava o ator bem bonitinho. Sem contar que era um filme romântico e eles ainda não haviam assistido nenhum filme assim.

Havia uma semana que os dois não se viam — embora houvessem combinado de se ver no dia seguinte ao parque de diversões. Jeongguk estava seguindo à risca todos os horários das aulas e as ordens dos pais por medo. Mas não havia se passado um único dia em que não pensara no bilhete de Taehyung. E, por não ter devolvido a jaqueta, não havia se passado, igualmente, uma única noite sem que ele a vestisse e se abraçasse, sentindo o cheiro gostoso e imaginando que abraçava o namorado — e ouvindo álbuns do Pink Floyd que havia comprado só por causa de Taehyung.

Ele se perguntava se ainda eram namorados, porque Taehyung tentara lhe ligar duas vezes, mas Jeongguk dissera estar ocupado e desligara com apenas um "boa noite". Depois disso, eles não haviam mais se falado.

Então, ao término da aula, Jeongguk saiu do prédio de Música para caminhar até o prédio de Filosofia, mas o vento gelado o atingiu em cheio. Vestiu a jaqueta e continuou o caminho, o coração apertando de saudade a cada passo que se aproximava de onde Taehyung estaria — ou esperava que estivesse.

Quando chegou lá, o roqueiro estava sentado em um banco qualquer. Vestia uma jaqueta jeans e lia um livro de Schopenhauer. Jeongguk parou para admirá-lo de longe, não conseguindo conter o sorriso.

Aproximou-se lentamente e parou à frente dos joelhos do namorado.

— Quem te disse que jaquetas jeans esquentam? — provocou-o em voz baixa.

Taehyung ergueu os olhos:

— Eu já falei que adoro seu perfume? — perguntou sem responder à provocação.

Jeongguk sorriu e negou com a cabeça.

— Pois eu adoro — afirmou Taehyung então. — Já falei que adoro seus olhos? E suas pintinhas? Eu decorei cada uma delas.

Jeongguk continuou em silêncio, então Taehyung pousou o livro sobre o colo e puxou o namorado suavemente para se sentar ao seu lado.

— Você está melhor? — questionou Taehyung.

— Não muito.

— Sinto a sua falta.

— Eu também sinto a sua... eu comprei dois álbuns do Pink Floyd por sua causa, e isso só serviu para sentir ainda mais saudade de você.

— Ah é? Quais você comprou?

— Wish You Were Here e The Division Bell.

— Parece que você anda comprando bastante álbuns para alguém que não gosta de rock, não é?

Jeongguk sorriu de leve.

— Vai para suas aulas daqui a pouco? — Taehyung perguntou e o viu assentir em silêncio e desviar o olhar. Então passou a mão pela própria jaqueta de couro que o namorado trajava: — Você fica bem nela. Quer de presente?

Jeongguk ergueu os olhos.

— Não. Se eu ficar com ela sempre, vai perder seu cheiro. E o intuito de pegá-la de vez em quando é para poder sentir seu cheiro quando você não estiver por perto.

— Isso não vale. Eu não tive seu cheiro durante essa semana — Taehyung comentou em voz baixa e aquilo foi suficiente para que Jeongguk o puxasse para perto e o agarrasse em um abraço urgente. — J-Jeongguk, você está me enforcando...

Mas ele o apertou mais:

— Por favor, Tae, me leva para sua casa hoje, eu não quero ir para aula nenhuma! Eu só quero ficar com você, quero sentir seu cheiro e a sua pele, quero que você me esquente, quero que você me beije, me ame, me toque, me sinta. Por favor, eu quero te sentir também.

Mas e o seu carro? — Taehyung o afastou. — E os seus pais?

— Que se dane o meu carro e meus pais, por favor, só me leva embora para sua casa — Jeongguk começou a chorar. — E eu também quero assistir a um filme no cinema, vamos, por favor?

— Ei, tá legal, não precisa fazer chantagem emocional com lágrimas — Taehyung riu, afastando seus cabelos da testa e enxugando-lhe os olhos com os dedões enquanto o sentia apertá-lo mais forte no abraço.

Resolveram almoçar juntos primeiro, então deixaram o carro de Jeongguk na frente do prédio de Taehyung e foram de moto. Comeram kimbap e compraram os ingressos do cinema. No final, Jeongguk sussurrou que estava chorando pelo filme, mas Taehyung sabia bem que não era por isso.

Combinaram que Jeongguk iria com o carro e Taehyung com a moto. Quando chegaram, Hoseok estava em casa com Sung-Kyung, e eles sorriram para Jeongguk ao verem-no. Não disseram nem perguntaram nada sobre sua cara de choro, apenas continuaram jogando UNO no sofá, enquanto se encolhiam devido ao frio.

Taehyung puxou o namorado sorrateiramente para o quarto, colocando o violino de Jeongguk — que estava no carro — no chão e fechando a porta. Então segurou-lhe o rosto e o beijou com cuidado, bem devagar, com carícias suaves e tão delicadas como se pudesse quebrá-lo.

Deitaram na cama, puxaram as cobertas e ficaram abraçados. Jeongguk escondeu o rosto no peito de Taehyung e acabaram por dormir durante algum tempo. Ao acordarem, Hoseok e Sung-Kyung não estavam em casa.

Taehyung fez chocolate quente e eles se divertiram jogando o UNO que o casal de amigos havia deixado no sofá enquanto conversavam sobre o filme.

— Não entendi ainda como ele estava em 1997 e ela em 1999.

— Essa é a graça, eles são unidos pelo destino e uma caixa de correio — Taehyung riu, balançando uma carta. — Olha só! Te pulei, agora sou eu de novo! E olha! Volto para mim e sou eu de novo e, uno, ganhei!

— Não tem graça jogar de dois — Jeongguk jogou as cartas em cima da mesa.

— Diz isso só porque perdeu.

— Não é — revirou os olhos. — Ei, Tae...

— Hum?

— Posso te fazer uma pergunta?

— Duas.

— Você... você usa drogas?

Taehyung ergueu os ombros, deixando suas cartas de lado:

— Não sou viciado. É uso recreativo.

— Não acha isso perigoso? — Jeongguk comprimiu os lábios.

— Por quê?

— Qual é o limite entre recreação e vício?

Taehyung o encarou.

— Não sei — balançou a cabeça, levantando-se e sentando-se ao seu lado. — Mas não se preocupe, eu não uso mais, e também parei de fumar. Aliás, eu nem mesmo saí mais depois que te conheci — riu, encostando as testas. — Parece que tudo que eu precisava lá fora está bem aqui, agora, na minha frente.

Jeongguk riu de volta:

— Eu não sei se uma pessoa pode suprimir vícios.

— Você está bem pensativo hoje.

— Só... estou mesmo pensando em tudo.

— Sabe no que eu estava pensando? — Taehyung levantou uma sobrancelha e Jeongguk sorriu, esperando-o completar: — Você pode tocar violino para mim? Só te ouvi tocar uma vez, e você me mandou sair da sala.

Ele riu de leve e concordou. Levantou-se, procurou pelo instrumento e o arrumou, pensou em uma música. Começou a tocar Zigeunerweisen, Op. 20: Lento, uma que havia tocado quando adolescente e o fizera ser uma promessa entre os musicistas. Ainda se lembrava de cada nota e do sentimento de tocar na frente de tantas pessoas... vez ou outra, em suas apresentações ou apenas ali na frente do namorado, tentava suprimir o próprio sorriso, porque não queria parecer esnobe e convencido, mas era impossível: sabia que era bom naquilo e ficava contente com seu próprio esforço e desempenho; queria comemorar consigo mesmo em pequenos elogios mentais e sorrisos.

A cada nota que ecoava pelo apartamento, Taehyung ficava cada vez mais sem palavras, porque se surpreendia com como Jeongguk tocava incrivelmente bem. Fosse o piano ou o violino, não importava: ele era magnífico em ambas as coisas. As notas soavam confiantes, o semblante e o corpo dele se moviam como se fossem feitos de cada uma daquelas notas. E quando um pequeno sorriso de lado aparecia em seus lábios, Taehyung sorria também. Imaginou que Jeongguk devia saber o quão incrivelmente bom era, e sentiu que ele devia realmente sorrir para seus próprios feitos.

O roqueiro podia entender agora a razão dos pais de Jeongguk não quererem que ele "jogasse fora sua vida". Um enorme talento daqueles não podia ser desperdiçado.

Quando Jeongguk abaixou o violino ao final, Taehyung estava completamente sem palavras. Encarava-o sem reação e demorou um tempo até poder dizer:

— Acho que deve ser verdade quando dizem que você era um prodígio. Nunca vi tanto talento na minha frente!

Jeongguk riu.

— Obrigado.

— E você quer desistir disso?

— Não... eu não quero desistir — Jeongguk se virou para guardar o violino.

— Ainda bem! — berrou Taehyung.

— Escuta, podemos não falar sobre isso?

— Claro. Desculpe. Mas saiba que concordo com seus pais até certo ponto: seu talento não deve ser desperdiçado. Só que as coisas não deviam ser do jeito que eles querem, é claro...

— Não são meus pais. É meu pai que me obriga a essas coisas... a minha mãe só... é oprimida junto a mim por ele — esclareceu e pôs-se em silêncio a observar os quadros nas paredes. — Taehyung...

— Hum?

— Você também tem um enorme talento. Não só no piano. Na pintura... não devia desperdiçá-lo porque seu pai um dia te disse que você não sabe pintar. Ele mentiu quando disse isso. E eu estou certo e ele, errado.

Taehyung assentiu em silêncio.

— Obrigado.

— Você podia fazer um quadro para mim — murmurou Jeongguk.

— O quê?

— Faz uma pintura para mim? O que você quiser, desde que seja para mim.

— Ah, eu não sei, faz tempo que não...

Por favooooor!

— Tá! — Taehyung riu. — Mas se você tocar comigo.

— Duetos no piano?

— Também! Mas quero tocar piano enquanto você toca violino. O que acha?

Jeongguk sorriu.

— Acho que seria divertido. Mas eu quero que você pinte um quadro para mim e que toque as músicas que gosta na guitarra. O que acha? Pode me mostrar seu solo preferido.

— Acho que nossos dias vão ser tipo um paraíso — Taehyung riu, puxando Jeongguk para seu colo e colocando cada perna de um lado de sua cintura. — Um paraíso cheio de arte.

Fazer amor também é arte? — Jeongguk provocou-o lembrando de uma das frases mais ridículas que Taehyung havia lhe dito quando ainda não eram namorados e faziam joguinhos um com o outro.

— Claro que é — respondeu com uma risada. — Se você é arte, transar com você também é... E você é arte, Jeongguk.

Eles se encararam por alguns segundos. O dedão de Jeongguk deslizou até o lábio inferior de Taehyung e acariciou a região, puxando-o suavemente para baixo e abrindo-lhe a boca de leve. As mãos do roqueiro subiram da cintura para a nuca do namorado.

Então Jeongguk deslizou o dedão para dentro do nariz de Taehyung, que virou o rosto com uma gargalhada, afastando-se daquele tipo de contato.

Eles riram, chacoalhando a cabeça e os ombros como dois idiotas. E talvez fossem mesmo, mas era tão bom estar um com o outro e serem idiotas juntos que às vezes perdiam noção de tudo ao redor.

Jeongguk se inclinou e o beijou.

— Guk — Taehyung sussurrou enquanto traçava-lhe uma linha de beijos até abaixo da orelha, as mãos entrelaçando-se rapidamente. — Eu te amo.

Jeongguk se afastou, necessitando de contato visual, e disse desesperado:

— Eu te amo também. Eu te amo, eu te amo, eu te amo.

— Eu amo mais — Taehyung brincou com um enorme sorriso retangular que derreteu o coração de Jeongguk em uma meleca.

— Impossível — sorriu também, os olhos brilhando diante daquele sorriso maravilhoso e de todo o ser humano que Taehyung era. Tão diferente do que o julgou quando se conheceram. E ainda bem. — Eu te amo muito mais.

Eles encostaram as testas, a ponta dos narizes se encostando logo em seguida.

— Queria contar aos meus pais — Jeongguk sussurrou, de súbito. — Queria que eles soubessem quem eu sou de verdade.

— Hum?

— Contar que sou gay, que namoro você... E dizer que quero viver a minha vida do jeito que eu quiser, sem me importar com o dinheiro deles. Quer saber? — afastou-se. — É isso que vou fazer, vou dizer tudo a eles. Se você estiver comigo, só isso me importa.

Taehyung piscou, surpreso, sem saber o que dizer. Mas logo segurou o rosto de Jeongguk entre as mãos e lhe disse:

— Eu estarei aqui com você. Sempre. Obrigado por ter voltado mesmo depois de uma semana.

— "Eu sempre vou voltar no dia seguinte". Lembra? — Jeongguk sorriu, inclinando-se e encostando as testas.

— Eu te amo — o roqueiro repetiu, fechando os olhos e sentindo aquela sensação indescritível que ele nem sabia qual era.

Era possível que fosse amor, mas Taehyung jamais pensou que fosse tão forte quanto aquilo — e ele não queria que passasse nunca. Se pudesse, ficaria daquele jeito para sempre, apenas sentindo o corpo de Jeongguk perto do seu e a respiração chocando-se devagar com a sua, enquanto seu amor era correspondido. Era a melhor sensação que já tinha sentido em toda a vida.

— Sabe o que eu percebi agora? — Taehyung perguntou de repente, abrindo os olhos.

— Hum? — Jeongguk o encarou, as testas ainda grudadas, os dedos lentamente entrelaçando-se ao mullet.

— Nunca tiramos uma foto juntos.

— Tem razão.

Então Taehyung levantou do sofá, carregando Jeongguk no colo — o que provocou risadinhas abafadas e bobas neste —, e foi até o quarto. Pegou uma câmera guardada na gaveta do criado mudo — junto das Mona Lisas —, e se sentou na cama, ainda com o namorado agarrado ao seu pescoço.

— Sorria — Taehyung disse afastando a câmera para tirarem uma foto juntos. Jeongguk virou o rosto e encostou as cabeças, sorrindo.

A tarde se preencheu com fotos polaroides do casal — e de Taehyung, porque Jeongguk gostou de enquadrar seu rosto perfeito na câmera. Encheram o chão com fotos, rindo de algumas e escolhendo as preferidas. Pediram pizza para a janta e se beijaram até tarde da noite, quando Jeongguk resolveu que não voltaria para casa, porque estava colecionando em sua mente aquelas primeiras vezes. O primeiro "eu te amo", a primeira foto, sua primeira decisão de tomar conta da própria vida, e a primeira vez que ele passou a noite na casa do namorado.

E, ao observar o rosto tranquilo de Taehyung enquanto dormia o abraçando, Jeongguk se deu conta de que se ele era arte para o namorado, só o era porque Taehyung o fazia ser.

Continue Reading

You'll Also Like

3K 446 24
【 𝗘𝗠 𝗔𝗡𝗗𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢 】 Jeon Jungkook é assumidamente bissexual, apesar de sua família não o apoiar, ele nunca deixou sua Ufania de lado. Ele tem...
1.3M 75.7K 77
De um lado temos Gabriella, filha do renomado técnico do São Paulo, Dorival Júnior. A especialidade da garota com toda certeza é chamar atenção por o...
34.3K 4.2K 13
[EM ANDAMENTO] A noite è o lar das meretrizes, dos ladrões mais furtivos e das bruxas. Pelo menos, estas eram as histórias que diziam ao jovem Kim T...
301K 8.8K 25
Você e sua mãe tinham acabado de se mudar para a casa do seu padrasto e foi então que você descobriu que teria um meio-irmão, você só não esperava sa...