Estrela Negra

By samira_moreira

1.6K 310 68

Tudo começa com um naufrágio, uma moça que ignora seu próprio passado, de nada se lembra, acorda na praia aba... More

Veneno de Sorte
Sequestro de Aniversário
Reencontros
Levantar Âncoras 1/2
Levanrar Âncoras 2/2
Casamento Da Paz, Fim Maléfico
Parte 2
Reencontro 1/2
Reencontro 2/2
Traumas 1/2
Traumas 2/2
Sim? Sim!
Sim? Sim! 2
PS:
Sinto Muito 1/3
Sinto Muito 2/3
Sinto Muito 3/3
Continua 1/2
Continua 2/2
Parte III
Pesadelo 1/5
Pesadelo 2/5
Pesadelo 3/5
Pesadelo 4/5
Pesadelo - Gêmeos
Pesadelo 5/5
Confronto Final 1/3
Confronto Final 3/3
O Passado do Young Blue 1
O Passado do Young Blue 2
O Passado do Young Blue 3
O Passado do Young Blue 4
O Passado do Young Blue 5
O Passado do Young Blue 6
O Passado do Young Blue 7
O Passado do Young Blue 8
Fim? 1/2
Fim? 2/2
Continua...

Confronto Final 2/3

21 8 0
By samira_moreira

Ouvi um disparo sendo dado. Me virei bruscamente para trás e vi, ainda caída no chão, Amélia com a mão que impunha a arma para cima. Fui correndo a seu encontro e ajoelhei do seu lado.

- Meu amor, pode falar comigo? Por favor, responda-me.

- Abre... minha camisa...

Não entendi o por quê mais obedeci. Dentro dela, estava vários saquinhos de sangue estourados. Olhei para ela esperando que me desse uma resposta.

- Quando eu acordar... se eu acordar... eu explico...

Dito isso ela fechou os olhos novamente e amoleceu o corpo. Jonatas que viu tudo de perto tocou na tinta vermelha e cheirou.

- Não acredito que essa diabinha fez isso com ela mesma. Minha joia, por quê?

- O que houve com ela? - Pergunto.

- Não dá tempo de explicar, devemos leva-la ao Young Blue o mais rápido possível.

- Meus filhos, precisamos pega-los antes.

- Eles já estão indo para lá junto com Morgan. - Respondeu Diego. - Vamos, corram!

Peguei Amélia no colo e comecei a correr com ela o mais rápido que pude para fora da caverna. Do lado de fora, montei em um cavalo com ela e galopei até a margem onde pegamos uma das velozes naus chamada de prahos do inimigo e fomos direto para o Young Blue.

No navio, Jonatas pediu que eu a levasse até o dormitório em que estávamos pouco tempo antes da batalha ocorrer enquanto ele iria pegar algumas coisas.

Ele voltou com um frasco de vidro pequeno com um liquido dentro e colocou na boca de Amélia obrigando-a a beber.

- Agora só nos resta aguardar. - Falou Jonatas sentando-se no canto, no chão.

- O que era isso que você deu para ela.

- Amélia se envenenou. O que parece saco de sangue amarrado nela são bolsas de veneno misturado com sangue de animal. Um veneno de um peixe que Amélia estudou durante anos, os efeitos, o que ele afetava, quanto tempo demorava para que ele matasse e uma cura. Ela fez todos os seus testes em prisioneiros. Ela ficou feliz quando chegou num resultado bem-sucedido. A cura para um veneno de peixe que só ela tinha. Ela sabia que essa descoberta a ajudaria algum dia, mas sem ter certeza de que realmente daria certo.

- Esse veneno demora quanto tempo para matar?

- Pouco menos de duas horas. Depende da quantidade.

Sentei-me do lado de Jonatas e assim como ele, fiquei aguardando. As duas horas quase se fechando, pois o caminho da caverna até a praia era longe, fora o tempo de luta que teve.

Jonatas pediu que trouxessem um balde, no fio de esperança que ela acordasse. Quinze minutos depois Amélia acorda tossindo e apontando para o o balde.

Ela começou a vomitar, depois de jogar o veneno para fora. Lavou o rosto e a boca em um recipiente com água que Jonatas levou para ela.

- Deu certo! - Jonatas disse.

- Naia e José Carlos. Onde estão? - Ela pergunta. Embora quase tenha se matado, a primeira pergunta foi sobre nossos filhos.

- Dormindo, eles estão bem, minha joia, mas me diga uma coisa, você quer apanhar pela primeira vez depois de velha?

- Estão todos bem, certo?

- Estão sim. Agora responda minha pergunta.

- Enquanto eu estivesse "viva" todos estavam correndo risco. Eu precisava fazer aquilo.

- Você quase se matou!

- Mas estou viva.

- Por pouco, não é mesmo?

- Espere. - Disse intervindo. - Eu vi Marie atirando em você. Agora você diz que quase morreu envenenada. Explique isso.

- Para derrotar um inimigo é necessário antes estuda-los. Marie poderia querer usar minha arma para me matar, assim como eu usei as armas dela para lhe atingir quando estávamos na França, então eu disse a ela que estava sem bala. Quando eu a abracei, na verdade eu estava trocando a arma dela pela minha que estava carregada apenas de uma bala. Eu iria fazer com que ela usasse aquela única bala para atirar em outro lugar, mas você me poupou trabalho. Sendo assim, na arma tinha restado apenas pequenas agulhas que ao disparar estouraram os sacos de veneno. E a parte divertida disso é que o mecanismo para que ela soltasse agulhas foi eu mesmo que criei. Com o impacto das agulhas e o veneno entrando de imediato com o sangue eu senti que estava prestes a desmaiar então me ajoelhei para que o impacto no chão fosse menor.

- Você já parou para pensar no trauma que aquilo poderia trazer aos nossos filhos?

- Eles já sabiam. Eu contei a eles quando ninguém estava por perto. Assim eles saberiam que eu não iria morrer, mas por precaução pedi que eles não olhassem na hora. Marie poderia voltar a sanidade mental e mirar na minha cabeça, eu teria mirado na dela. Claro que essa parte eu não contei a eles. Aliás, não me olhe assim, eles são filhos de uma pirata ainda presenciarão inúmeras mortes.

- Por que você não me disse nada?

- Você nunca concordaria com essa ideia absurda e maluca que eu tive.

- De fato. Nunca concordaria. Sentir na pele o gosto de te perder, de te ver morrer porque algo não saiu como o planejado. Nunca mesmo que eu concordaria. Se você soubesse a raiva que estou sentindo por você ter feito uma coisa dessa comigo...

- Também te amo, meu marido.

Olhei para Amélia, travado por conta da maldita frase quase nunca dita e que sempre me pega de surpresa, que me olhava com o pior dos seus olhares. O que me fazia perdoa-la toda vez que eu estava irritado com ela.

- O importante é que você está bem. - Falei respirando fundo. - Todos nós estamos. Só não me faça uma dessa de novo.

- Nem posso. Jonatas enfiou tudo que eu tinha na minha boca, era só uma gota não o frasco inteiro. - Ela deu uma pausa, olhou para suas mãos trêmulas e continuou. - Gostaria muito de me levantar daqui, mas ainda há um pouco de veneno no meu corpo. Devo ficar aqui até que saía tudo.

- Vou tomar conta das crianças no quarto ao lado. - Falei.

- E eu vou dormir. - Jonatas disse - Depois de todas essas emoções eu mereço ao menos umas horas de sono.

Assim foi feito. Amélia passou horas dentro do quarto vomitando tudo que tentou comer e com febre. Meu Deus, minha mulher é louca. Espero que ela jamais repita isso novamente. De tudo que ela fez, dessa ideia maluca que teve, sabia que foi por amor.

Amélia

O abraço que eu dei em Gabriel, era algo como uma despedida, eu estava cheia de bolsas de veneno em mim. Pensei em contar para ele, mas sabia que ele me impediria. Quem em sã consciência se encheria de veneno? Ninguém, ao menos que isso fosse o único jeito de salvar a vida de seus filhos.

Deixei Naia e José Carlos avisados que eu iria fazer com que Marie atirasse em mim, mas que eu não iria morrer, apenas desmaiar, que eles não deviam se preocupar, porém que era melhor não olhar. Até porque o único motivo pela qual a batalha no mar poderia falhar seria se os ameaçassem.

Em meio a batalha, pude ver com muito mais clareza as habilidades, técnicas, agilidade e força de Gabriel, era muito melhor do que quando lutávamos por brincadeira. Realmente admirável e de extrema excelência.

Em certo momento, Matheus Gabriel me informou ter visto alguns homens descendo para os dormitórios onde tínhamos certeza que Naia e José Carlos estavam. Fui atrás deles.

Quando cheguei, encontrei quatro homens, fácil. Atirei nos três primeiros com a espingarda que acabou as balas. Joguei para o lado e retirei minha pistola da cinta, quando a armei, ouvi alguém atrás de mim, engatilhando uma arma.

Olhei para trás e vi Jonas com um arcabuz apontada para minha cabeça. Sorri para ele como se sua atitude não me preocupasse nem um pouco, pois não preocupava.

- Larga a arma ou eu atiro. - Ele disse.

- Quanto tempo, não é mesmo?

- Mulher, acompanhe minha lógica, mandei vários homens para pontos diferentes do navio e você escolheu justo esse lugar para proteger. Por quê? Decerto que há algo aqui que você não quer que encontremos, algo ou alguém.

Nesse momento, homens saíram dos quartos, cada um dizia que não havia encontrado nada de mais.

- Acaba de ter a confirmação que aqui não há nada, Joaquim Laspierre. - Disse.

- Será mesmo? Antes de ser companheiro do pai de Matheus Gabriel eu era espião. Conheço os truques de esconderijos, e estou vendo que aquela parede ali ao fundo, suas tábuas cortadas formando um quadrado perfeito. Um esconderijo. Mas o que você esconderia ali? Joia? Dinheiro? Ouro?

Não consegui dizer nada. Não respondi, pois sabia que as consequências não seriam boas. Ele fez um sinal para um dos homens que o acompanhava que abrisse a porta, assim se fez e lá dentro encontraram Naia e José Carlos.

- Por favor, não faça nada com eles. - Disse.

- E o que eu ganho em troca?

- Minha rendição.

Ele abaixou a arma e sorriu maliciosamente.

- Estrela Negra, duquesa Mondeclack, Sereia dos Mares, Capitã do majestoso Young Blue, mulher dos olhos misteriosos, assassina sem coração, índia esmeralda. Quantos títulos você carrega? Para uma mulher como você, te ver se reder por duas crianças inúteis é a coisa mais prazerosa do mundo.

- Toma cuidado Joaquim, eu me rendi, mas ainda posso muito bem voltar com minha palavra e arrancar suas tripas fora. Lembre-se sempre disso que vou lhe dizer, eu não tenho medo de morrer tão pouco de uma simples ameaça.

- Devia ter. - Ele falou se aproximando de mim. No meu ouvido ele sussurrou uma palavra, meu nome, não Amélia como era "conhecida", mas meu nome verdadeiro, aquele que não deve ser dito enquanto eu viver nesta terra.

- Como você sabe? - Perguntei tentando esconder o leve pânico na minha voz.

- Eu já disse, já fui espião, mas fique calma, não contei nada a Marie, vocês têm razão ela ficou louca.

- E você como o ótimo irmão que é apoia ela no que faz. - Digo irônica.

- Não, não é isso, é o seguinte dama. Já cansei de viver, mas não quero me matar, isso não teria graça. Sendo assim, vou provocar a pessoa mais sem alma que eu conheço para fazer esse serviço por mim.

- Cansado de viver? Pessoas como você não cansam de viver se não tivessem um forte motivo.

- De fato. Estou doente, minha irmã não sabe disso, mas vejo que a praga já me alcançou. França e seu mar de ratos. Por isso eu lhe peço um pequeno favor, Amélia Mondeclack. Mate-me e mate Marie também. Uma mente como a dela não pode continuar viva. Pelo bem de vossa família, e dela também, o nome Laspierre deve morrer nessa geração.

- Farei isso com extremo prazer.

- Faça um teatro, ensene algo que a deixe morrer pensando que venceu, deixe ela feliz por uma última vez.

- Tudo bem. - Minto, o que eu queria mesmo era que ele me levasse até Marie. - Se me garantir que todos os meus homens, meu esposo e meus filhos ficarão bem.

- Eu vos dou minha palavra que não encostaremos num fio de cabelo de nenhum deles.

- Sendo assim. Andemos. Engatilhe sua arma. Aponte-a para minha cabeça, só assim meus homens largaram suas espadas.

Foi o que aconteceu, foi assim que fomos capturados e levados a caverna onde Marie estava.

Reparei que Jonas ficou o tempo todo no canto do imenso salão, observando enquanto tudo acontecia, sem dar um único piar. Reparei também no meio dos homens pintados de Marie os meus, os que todos acharam que estavam mortos, porém, entre ele não via Jonatas ou Morgan.

Em certo momento fiz Marie mirar a arma na minha cabeça, estava preste a virar a arma em direção a cadeira de ossos que tinha no local quando Matheus Gabriel deu um forte empurrão em Marie fazendo com que ela disparasse sem querer contra um de seus homens.

Ele tentava entender o porquê eu estava fazendo tudo aquilo, o motivo pela qual provocava Marie e dizia a ela várias vezes que me matasse. Não podia explicar para ele a loucura que eu estava preste a fazer. Insinuei a ele que eu estava pretendendo deixar que Marie me matasse para salva-los o que certa forma não era mentira. Eu corria risco de vida.

Aquele pareceu o fragmento que faltava para não deixar que nada desse errado. Como eu queria, consegui convencer Marie que acabasse com a minha vida tirando de seu total foco o restante do clã. A única coisa que tinha medo era que Jonatas se esquecesse de onde estava o antídoto, ou que aquela batalha durasse tempo demais e fosse tarde.

De acordo com minhas contas, a maneira com que o veneno atingiria o meu sangue me daria duas horas e vinte minutos de vida. Esse era o máximo que eu poderia retardar o efeito do veneno.

Marie tendo já usado a única bala que tinha na arma que eu mesma criara, era apenas uma questão de fazer com que ela me acertasse no peito. Agora era contar com a sorte. Se ela mirasse na minha cabeça veria várias agulhas me atingindo o crânio e todo o plano ir por água abaixo.
...

Continue Reading

You'll Also Like

33.3K 4.8K 28
Essa é uma história de harém inverso, onde seus destinados são decididos pela ligação da alma e de seus poderes, Estrella é uma jovem que foi criada...
20.6K 2.5K 30
onde S/n e Yasmin passaram por um relacionamento conturbado ou onde depois de anos,Yasmin tenta recuperar a confiança de S/n [Social Media]
175K 10.7K 45
ENEMIES TO LOVERS + MAFIA + LUTAS CLANDESTINAS Tudo muda para Charlotte quando ela descobre que seu melhor amigo está envolvido em lutas clandesti...
374K 25.7K 123
Alex Fox é filha de um mafioso perdedor que acha que sua filha e irmãos devem a ele, Ele acha que eles tem que apanhar se acaso algo estiver errado...