Sim? Sim! 2

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Coloquei o copo de volta ao lado da jarra e retirando a cadeira da maçaneta da porta eu sai e fui para o meu quarto. No caminho encontrei com minha mãe que estava sentada em sua cama penteando os cabelos. Fui até ela e pedi que me deixasse pentear. Ela deixou.

- Minha filha, tenho notado algumas coisas de diferentes nesses dias aqui.

- O que seria minha mãe?

- Aquela moça branca, Marie, anda muito colada com o italiano do seu...

- Sim, sim, não precisa terminar a frase minha mãe, já notamos e já estamos pensando numa solução, por enquanto não podemos falar sobre nosso envolvimento.

- Entendo. É bom mesmo. Pedi para que Melody não contasse nada enquanto eu não falasse com você.

- Fez bem, essa moça não perde tempo e já está dando sua primeira jogada.
Sorte a minha que ele é um moço calmo e respeitoso, não dá atenção as "seduções" dela.

- Soube escolher bem seu parceiro, minha filha. Ele realmente a respeita e a quer bem.

- Decerto que sim. Mudando de assunto, diga-me, o que está achando do palácio de Versalhes?

- Um lugar muito grande e bonito. Já me perdi várias vezes andando por aí junto de Melody, uma vez andamos tanto que paramos numa capela solitária com padre idoso, então ele nos ajudou a encontrar o caminho de volta.

- O Padre Antônio.

- Este mesmo. Você o conhece?

- Foi ele que abrigou nós dois quando a chuva começou.

- Ele é um bom homem. Embora eu não fale francês, mas pelo que Melody me disse ele é uma pessoa de bem.

- Sabe minha mãe, ele é um homem muito solitário. Gostaria de fazer algo para deixa-lo feliz. Amanhã eu e Gabriel vamos visita-lo e marcar com ele um dia para levar todos. Ele iria gostar.

- Decerto que sim.

Depois de pentear os cabelos de minha mãe, os trancei e em seguida, ela penteou os meus e os trançou também. Continuei em seu quarto, conversando com ela até Melody chegar. Ficamos as três conversando até a hora da janta, Melody tentava ensinar um pouco de francês a mamãe.

Na mesa, apenas Matheus Gabriel estava ausente. Comemos e fomos para nossos quartos.

Na manhã seguinte, bem cedo, acordei, o sol ainda nem tinha nascido, fui ao local onde eu e Gabriel tínhamos marcado de nos encontrar. Fiquei na companhia de Tico, quando ele chegou o sol estava claro e existiam poucas nuvens no céu.

Seguimos caminho à capela solitária, encontramos com o padre varrendo à frente do lugar sagrado. Fomos ao seu encontro e cumprimentamos ele. Podia ver em seu rosto a felicidade por nos encontrar. Ele disse que estava de saída, iria até a capital vender trigo e leite. Insistimos em acompanha-lo e ajuda-lo.

Fomos a cavalo para capital, ele tinha dois velhos pangaré, ele usou um e eu e Gabriel fomos no outro. Com nossa ajuda, o padre venderia o triplo de mercadoria, e assim foi feito. Ao meio-dia já tínhamos vendido mais da metade, à tarde, com toda a mercadoria vendia, voltamos.

- Obrigado, meus irmãos, que Deus abençoe os dois com muita felicidade e paz.

- Não nos agradeça. - Disse Gabriel - foi um prazer ajudar o senhor. Amanhã voltaremos se o senhor quiser.

- Seria uma honra.

- E gostaríamos de pedir ao senhor que faça uma missa para nós.

- Uma missa para você dois? Gloria Deus seja louvado. Farei com prazer, irmãos. Céus, obrigado senhor.

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