Confronto Final 2/3

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Ouvi um disparo sendo dado. Me virei bruscamente para trás e vi, ainda caída no chão, Amélia com a mão que impunha a arma para cima. Fui correndo a seu encontro e ajoelhei do seu lado.

- Meu amor, pode falar comigo? Por favor, responda-me.

- Abre... minha camisa...

Não entendi o por quê mais obedeci. Dentro dela, estava vários saquinhos de sangue estourados. Olhei para ela esperando que me desse uma resposta.

- Quando eu acordar... se eu acordar... eu explico...

Dito isso ela fechou os olhos novamente e amoleceu o corpo. Jonatas que viu tudo de perto tocou na tinta vermelha e cheirou.

- Não acredito que essa diabinha fez isso com ela mesma. Minha joia, por quê?

- O que houve com ela? - Pergunto.

- Não dá tempo de explicar, devemos leva-la ao Young Blue o mais rápido possível.

- Meus filhos, precisamos pega-los antes.

- Eles já estão indo para lá junto com Morgan. - Respondeu Diego. - Vamos, corram!

Peguei Amélia no colo e comecei a correr com ela o mais rápido que pude para fora da caverna. Do lado de fora, montei em um cavalo com ela e galopei até a margem onde pegamos uma das velozes naus chamada de prahos do inimigo e fomos direto para o Young Blue.

No navio, Jonatas pediu que eu a levasse até o dormitório em que estávamos pouco tempo antes da batalha ocorrer enquanto ele iria pegar algumas coisas.

Ele voltou com um frasco de vidro pequeno com um liquido dentro e colocou na boca de Amélia obrigando-a a beber.

- Agora só nos resta aguardar. - Falou Jonatas sentando-se no canto, no chão.

- O que era isso que você deu para ela.

- Amélia se envenenou. O que parece saco de sangue amarrado nela são bolsas de veneno misturado com sangue de animal. Um veneno de um peixe que Amélia estudou durante anos, os efeitos, o que ele afetava, quanto tempo demorava para que ele matasse e uma cura. Ela fez todos os seus testes em prisioneiros. Ela ficou feliz quando chegou num resultado bem-sucedido. A cura para um veneno de peixe que só ela tinha. Ela sabia que essa descoberta a ajudaria algum dia, mas sem ter certeza de que realmente daria certo.

- Esse veneno demora quanto tempo para matar?

- Pouco menos de duas horas. Depende da quantidade.

Sentei-me do lado de Jonatas e assim como ele, fiquei aguardando. As duas horas quase se fechando, pois o caminho da caverna até a praia era longe, fora o tempo de luta que teve.

Jonatas pediu que trouxessem um balde, no fio de esperança que ela acordasse. Quinze minutos depois Amélia acorda tossindo e apontando para o o balde.

Ela começou a vomitar, depois de jogar o veneno para fora. Lavou o rosto e a boca em um recipiente com água que Jonatas levou para ela.

- Deu certo! - Jonatas disse.

- Naia e José Carlos. Onde estão? - Ela pergunta. Embora quase tenha se matado, a primeira pergunta foi sobre nossos filhos.

- Dormindo, eles estão bem, minha joia, mas me diga uma coisa, você quer apanhar pela primeira vez depois de velha?

- Estão todos bem, certo?

- Estão sim. Agora responda minha pergunta.

- Enquanto eu estivesse "viva" todos estavam correndo risco. Eu precisava fazer aquilo.

Estrela NegraWhere stories live. Discover now