Ouvi um disparo sendo dado. Me virei bruscamente para trás e vi, ainda caída no chão, Amélia com a mão que impunha a arma para cima. Fui correndo a seu encontro e ajoelhei do seu lado.
- Meu amor, pode falar comigo? Por favor, responda-me.
- Abre... minha camisa...
Não entendi o por quê mais obedeci. Dentro dela, estava vários saquinhos de sangue estourados. Olhei para ela esperando que me desse uma resposta.
- Quando eu acordar... se eu acordar... eu explico...
Dito isso ela fechou os olhos novamente e amoleceu o corpo. Jonatas que viu tudo de perto tocou na tinta vermelha e cheirou.
- Não acredito que essa diabinha fez isso com ela mesma. Minha joia, por quê?
- O que houve com ela? - Pergunto.
- Não dá tempo de explicar, devemos leva-la ao Young Blue o mais rápido possível.
- Meus filhos, precisamos pega-los antes.
- Eles já estão indo para lá junto com Morgan. - Respondeu Diego. - Vamos, corram!
Peguei Amélia no colo e comecei a correr com ela o mais rápido que pude para fora da caverna. Do lado de fora, montei em um cavalo com ela e galopei até a margem onde pegamos uma das velozes naus chamada de prahos do inimigo e fomos direto para o Young Blue.
No navio, Jonatas pediu que eu a levasse até o dormitório em que estávamos pouco tempo antes da batalha ocorrer enquanto ele iria pegar algumas coisas.
Ele voltou com um frasco de vidro pequeno com um liquido dentro e colocou na boca de Amélia obrigando-a a beber.
- Agora só nos resta aguardar. - Falou Jonatas sentando-se no canto, no chão.
- O que era isso que você deu para ela.
- Amélia se envenenou. O que parece saco de sangue amarrado nela são bolsas de veneno misturado com sangue de animal. Um veneno de um peixe que Amélia estudou durante anos, os efeitos, o que ele afetava, quanto tempo demorava para que ele matasse e uma cura. Ela fez todos os seus testes em prisioneiros. Ela ficou feliz quando chegou num resultado bem-sucedido. A cura para um veneno de peixe que só ela tinha. Ela sabia que essa descoberta a ajudaria algum dia, mas sem ter certeza de que realmente daria certo.
- Esse veneno demora quanto tempo para matar?
- Pouco menos de duas horas. Depende da quantidade.
Sentei-me do lado de Jonatas e assim como ele, fiquei aguardando. As duas horas quase se fechando, pois o caminho da caverna até a praia era longe, fora o tempo de luta que teve.
Jonatas pediu que trouxessem um balde, no fio de esperança que ela acordasse. Quinze minutos depois Amélia acorda tossindo e apontando para o o balde.
Ela começou a vomitar, depois de jogar o veneno para fora. Lavou o rosto e a boca em um recipiente com água que Jonatas levou para ela.
- Deu certo! - Jonatas disse.
- Naia e José Carlos. Onde estão? - Ela pergunta. Embora quase tenha se matado, a primeira pergunta foi sobre nossos filhos.
- Dormindo, eles estão bem, minha joia, mas me diga uma coisa, você quer apanhar pela primeira vez depois de velha?
- Estão todos bem, certo?
- Estão sim. Agora responda minha pergunta.
- Enquanto eu estivesse "viva" todos estavam correndo risco. Eu precisava fazer aquilo.
YOU ARE READING
Estrela Negra
RomanceTudo começa com um naufrágio, uma moça que ignora seu próprio passado, de nada se lembra, acorda na praia abaixo da colina depois da Floresta Xifeles, terras pertencente a cidade de Miquate. Quem ela é? Ninguém menos que Estrela Negra, a índia esme...