Olá...
Sei que alguns de vocês estão com muito ranço do nosso galã, espero que o coraçãozinho de vocês esteja aberto para ele. Desejo muito que nosso casal sejam feliz !
⚽🥉❤️
Aquela estava sendo a madrugada mais fria do ano, Sarah acordou pela segunda vez com a brisa fria que entrava em seu quarto, pois a janela estava entreaberta, então se levantou para fechá-la. Viu seu celular em cima da cômoda, ficou tentada a mexer, mas já era tarde e sabia que se ligasse o aparelho não conseguiria dormir, então resolveu desliga-lo. Fechou a janela e se enroscou de baixo dos cobertores, precisava dormir, mas as recordações de seu diálogo com Clair não saiam de sua mente, desde a visita há duas semanas, Sarah não estava conseguindo dormir muito menos se concentrar, passava horas pensando que talvez estivesse sendo estúpida por não ir atrás do seu grande amor, mas a idéia de ser rejeitada novamente lhe acovardava completamente. Finalmente, quando conseguiu cochilar por alguns minutos, teve o sono interrompido e despertou com sua mãe batendo na porta. Deu uma tímida olhada para o relógio de cabeceira, eram três e meia da manhã. Por um instante uma sensação ruim tomou conta de seu coração, Sarah ficou aflita sabia que algo não estava bem.
— Sarah, minha filha! — A voz de Meire ainda estava sonolenta, provavelmente ao contrário de Sarah sua mãe estava desfrutando de uma maravilhosa noite de sono.
— Mamãe... — falou se levantando lentamente e se sentando na cama.
— Mary está ao telefone, ela disse que tentou te ligar no celular, mas está desligado — Meire disse entre um bocejo e outro.
Sarah temeu ainda mais, o que teria acontecido, seria Sofia? Estava doente?
Aflita, Sarah pegou o telefone das mãos de sua mãe e atendeu ao telefone imediatamente.
Ligação On
— Mary, o que houve ? — perguntou angustiada.
— Sarah! Estou te ligando faz horas no seu celular, ele está desligado.
— Sim, me desculpe é porque tenho tido dificuldades para dormir por isso o desliguei.
— Sarah, Clair não está bem, ela acabou de ser internada, está em estado grave, Breno está comprando as passagens para irmos ver ela, eu queria saber se você quer ir conosco.
Houve um longo silêncio do outro lado da linha, Sarah sentiu um nó em sua garganta.
— Não pode ser meu Deus… — lamentou com a voz embargada.
Uma forte vontade de chorar lhe sobreveio.
— Sim, e … ela tem chamado pelo seu nome.
Sarah se levantou da cama rapidamente e procurou seus chinelos, sentiu uma forte angústia esmagar seu peito.
— Pode comprar uma passagem, claro que vou...
Ligação Off
*
Saber que voltaria àquela cidade mexeu com as emoções de Sarah. Ali viveu um verdadeiro conto de fadas. Realizou seu sonho de se formar, morou com Antony e bem ali fizeram amor pela primeira vez. Tantas lembranças boas eram misturadas com a dor e o medo de perder Clair. No avião estavam, além de seus amigos, os pais de Breno. Carmem parecia inconsolável, pois o estado de sua irmã não era nada bom.
O frio havia chegado ali também, logo naquela cidade que era normalmente tão quente. Depois de horas de voo desembarcaram, havia um completo silêncio e tristeza entre todos. Um dos maiores temores que Sarah enfrentava, era o de se encontrar com Antony, não sabia como ele iria reagir ao vê-la depois de tanto tempo, mas ela estava se preparando para enfrentá-lo caso fosse necessário, já que ele estava bem diferente do homem que ela conheceu, precisava ser firme, porém pensar em ser maltratada por ele novamente lhe deixava tensa ao extremo.
Chegaram ao hospital, Eduardo e sua esposa estavam lá. Foi inevitável não procurar por ele, Antony. Seus olhos percorreram ao redor e não o viu, se sentiu aliviada, mas sabia que aquele encontro seria inevitável mais cedo ou mais tarde.
Carmem implorou para ser a primeira a entrar, como se tratava de sua irmã todos concordaram. Foram minutos dolorosos para Sarah esperar, até que Carmen saiu e pediu que ela entrasse.
— Ela quer vê-la, Sarah — Carmem falou enxugando as lágrimas ao sair do quarto
Sarah respirou fundo e entrou.
Clair estava bastante debilitada, fraca e magra, sua pele clara parecia mais pálida do que nunca, não tinha mais nenhum fio de cabelo, haviam vários aparelhos ligados a ela, inclusive um respirador, realmente não estava nada bem, era uma cena muito triste. Sarah se lembrou de Clair cuidando da agenda do filho com tanta dedicação, dos momentos em que ela torcia enquanto ele jogava vibrando em meio a torcida, todo seu orgulho por vê-lo em campo sempre presente e dedicada a carreira dele. E agora estava ali, tão fragilizada.
Clair abriu os olhos ao perceber sua entrada, foi notório a mudança em seu semblante que se encheu de alegria, um fio de lágrimas escorreu em seu rosto.
— Você veio... — falou com voz fraca, estava emocionada.
— Clair, você foi muito importante em minha vida, eu jamais deixaria de vir! — Segurou firme suas mãos frágeis, demonstrando todo seu carinho, em resposta ela apertou suas mãos.
— Eu também gosto muito de você… como uma filha!
— Eu não poderia te abandonar.
Os olhos de Clair estavam carregados de amor, apesar de toda enfermidade parecia tão serena, era perceptível que a presença de Sarah havia a deixado bem, tinha muito amor por ela, mas na verdade Clair desejava mesmo era a reconciliação de Sarah com seu filho.
— Então, por favor, também não abandone meu filho.— Clair a encarou com um olhar de súplica.
Sarah olhou para ela atônita, o pedido de Clair a pegou de surpresa. Sabia da responsabilidade que carregava naquele momento, precisava ter uma resposta seja qual fosse para que Clair se tranquilizasse.
Segurou as mãos de Clair ainda carinhosamente.
— Prometo que não vou abandoná-lo — Sarah foi o mais convincente possível, pôde sentir o alívio de Clair.
— Era tudo que eu precisava ouvir, minha filha. Agora posso partir em paz.
— Não fale assim, você não pode partir — Sarah falou fungando.
Sentiu uma mão de Clair se colocar por cima da sua.
— Eu preciso descansar, e minha única preocupação era que você deixasse meu filho. Mas agora que me deixou sua palavra, isso não me inquieta mais. Meu tempo já se esgotou...
— Não, Clair... Você não pode nos deixar.
— Filha, eu estarei para sempre em seu coração. E de onde eu estiver vou olhar por vocês.
— Descanse um pouquinho, você deve estar cansada — Sarah pediu, a fim de que ela parasse de falar aquelas coisas.
Ela soltou sua mão lentamente em um delicado sorriso, rapidamente adormeceu. Sarah ajeitou o cobertor e saiu.
Todos conversavam na sala de espera, ao sair, Mary lhe abraçou pois sabia bem como estava sofrendo. Ao soltá-la Sarah ouviu uma voz familiar às suas costas, não conseguiu respirar direito, seu peito estava sufocado, aquela voz era inconfundível. Antony estava ali, parecia não tê-la reconhecido e todos estavam com os olhos arregalados, temendo o que aconteceria a seguir. Sarah se virou lentamente, não poderia fugir, este encontro já era previsto.
Ela teve um choque quando o viu, pois realmente estava diferente, sua barba bastante crescida, abatido e magro, sentado na cadeira de rodas que ele mesmo conduzia, aquele grande atleta que um dia ela conheceu não estava mais ali e vê-lo daquele jeito só fez aumentar a vontade de estar com ele, cuidar dele, mostrá-lo que ainda estava vivo, que juntos poderiam ser felizes.
— Olá, Antony — falou receosa.
— Sarah?
Antony pareceu ter visto um fantasma, certamente não esperava vê-la, ele ficou analisando Sarah da cabeça aos pés completamente admirado, ela estava com os cabelos longos soltos do jeito que haviam se conhecido. Naquele instante houve uma mistura de sentimentos, ambos se olharam nos olhos como se não houvesse mais ninguém ali, ele tinha um olhar tão triste, deprimido, ela teve pena, afinal ele mesmo havia escolhido ficar assim.
— Não poderia deixar de vir, tenho muito carinho por Clair.
Houve um longo e profundo silêncio, Antony não conseguiu tirar os olhos dela nem por um instante. Naquele momento vinheram tantas lembranças em sua mente, lembranças boas, dos dois juntos na praia brincando na areia feito duas crianças, das viagens de primeira classe, Sarah em seus braços, seus corpos juntos e ele sentindo sua pele macia, cheirando seus cabelos, aliás, se recordou do cheiro delicioso de seus cabelos, eram lavanda, um cheiro inconfundível.
Um imenso vazio invadiu seu peito, não entendeu como pôde expulsar ela de sua vida, e do quanto sentiu sua falta durante aqueles meses, e ela estava ali bem à sua frente, linda e de forma surreal.
— Você está tão... Linda Sarah! — Sua voz saiu engasgada.
Eduardo pigarreou a fim de que percebessem que não estavam sozinhos.
— Bom acho que vamos tomar um café, meu amor — Mary falou chamando por Breno.
— Sim, vamos. Vamos, mamãe, você precisa comer algo — Breno respondeu.
Sarah estava bastante nervosa, nem havia notado que seus amigos estavam tentando deixá-los a sós. Já que ela não sabia o que se passava na cabeça de Antony achou melhor aproveitar a oportunidade e sair dali.
— Acho que vou com vocês.
Sentiu um choque em todo seu corpo quando duas mãos lhe tocaram, aquele instante foi surpreendente para ela, era Antony lhe segurando delicadamente.
— Por favor, fique! — ele pediu em um tom gentil.
Ela sentiu uma mistura de emoções, completamente mexida com aquele toque precisou se esforçar para responder, pois ainda estava insegura:
— Não sei se... Seria uma boa ideia...
Ela olhou para Mary desorientada como se pedisse sua ajuda. Sua amiga fez um gesto de cabeça indicando que ela deveria ficar.
— Sei que não tenho esse direito… mas preciso falar com você — ele quase suplicou.
— Antony, eu…
— Por favor… — implorou novamente.
Sarah engoliu seco.
Então respirou fundo criando coragem e ficou, enquanto isso os outros seguiram para a lanchonete lhes deixando a sós. Seus olhos se encontraram por várias vezes de forma tímida.
Sarah estava tensa, não fazia ideia sobre o que ele desejava conversar. Talvez tudo o que ouviu falar a respeito dele a deixou muito nervosa. Sentiu medo de ser mal tratada mais uma vez por aquele a quem pertencia o seu coração. Entretanto, não estava disposta a ouvir desaforos, se Antony agisse com grosseira ela iria revidar a altura, mesmo que sua presença lhe deixasse tão vulnerável, prometeu a si mesma que se esforçaria para sair de cabeça erguida.
Um longo silêncio se instalou entre os dois tornando aquele momento torturante para ambos.
⚽🥉❤️
Uaaau!
Mais alguém sem fôlego aí?
O que será que vai acontecer agora?
Será um diálogo tenso 😓
Espero que Antony não trate Sarinha mal 😪.
Deixem seus comentários prometo ler todos❤️❣️
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