Epiphany

Oleh autoraelly

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Arabella não gostava de relacionamentos sérios, muito menos de se envolver com jogadores. Era sonhadora, mas... Lebih Banyak

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Enchanted
Wonderwall
Angel
Arabella
Fallin' All In You
Sex Therapy
Ordinary People
Kiss It Better
Why Try
I Almost Do
Wish You Were Here
Don't Blame Me
Ride
Moonlight
This Love
A Sky Full of Stars
Fix You
Already Gone
All I Want
I Don't Wanna Live Forever
Saturn
Shallow
Light
Crazy in Love
Turning Page
EPÍLOGO

Don't wait

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Oleh autoraelly

I care for you, I talk to you
In my deepest dreams, I'm fortunate
We got a friendship, no one can contest it
And not to mention, I respect you with my all
If it wasn't for you, I'd be alone
If it wasn't for you, I'd have to hold my own
[...]

A frequência cardíaca de Arabella desacelerava. Em contra partida, ela sentia sua amplitude respiratória aumentar.

Sabia que passava por uma sensação de choque. Surpresa.

Uma reação causada por algo imprevisto, inédito ou estranho. Um estímulo despertado em uma situação que o sujeito não contempla em suas previsões. As mãos suavam e ela simplesmente não sabia o que fazer.

Grávida. Ela estava grávida.

Era o que os três testes, que Isis trouxe para ela, indicavam.

Céus, teria um bebê.

E então mil sentimentos pareceram preenchê-la de uma vez, a sensação de incerteza junto a um estado em que tinha a sensação de ter a mente em branco.

Todas as suas inseguranças estavam ali, escancaradas, fragéis, lembrando-a de ter medo. Ela era capaz de ser uma boa mãe? E se não fosse? O que faria a partir de agora?

— Arabella? — ouviu a voz de Isis chamar através da porta. — Você está ai já tem meia hora, estamos preocupados...

Foi como acordar de um transe, não podia ficar trancada ali para sempre e não enfrentar a realidade, por mais que sua vontade no momento fosse se esconder. Não podia.

Lavou o rosto e os pulsos rapidamente, na esperança de se sentir mais viva, já que tinha consciência de que sua pressão parecia oscilar.

Deixou os três testes no lugar em que estavam, antes de destrancar a porta e se deparar com Paulo andando de um lado para o outro no quarto e Isis sentada em silêncio na cama.

A atenção dos dois logo fora voltada para a mulher, que parecia quase desnorteada. Perdida.

— E então? — o jogador perguntou incerto, se aproximando da amiga.

Arabella apenas assentiu, já sentindo as lágrimas inundarem seus olhos. Ela tentou ao máximo segurá-las.

— Eu avisei que não era minha comida! — Paulo brincou, tentando arrancar um sorriso da italiana.

E ao passo que ela foi sorrir, não conseguiu conter as lágrimas que vieram de uma vez só.

Logo o argentino estava abraçando a mulher, que já não sabia se chorava de desespero, ansiedade ou... uma quase felicidade? Sim, felicidade. Ela estava recebendo um dos melhores abraços do mundo, enquanto o homem comemorava gritando "Eu serei padrinho, não acredito!".

Isis se uniu ao abraço, prometendo ser a melhor tia do mundo e gargalhando da reação entusiasmada do namorado.

E então a euforia do momento foi dissipando, fazendo com que os três ficassem em silêncio.

Arabella sentiu todo o peso da notícia a atingir. Jamais esperaria engravidar na situação que se encontrava: morando na casa do melhor amigo, sem saber se continuaria dando as aulas e... tão distante.

A brasileira, notando as expressões confusas no rosto da médica, pediu para a mesma se sentar. Paulo rapidamente foi até o frigobar, entregando uma garrafa de água para a mulher.

— Como aconteceu? — o homem questionou sentando-se ao lado da mais velha, que prontamente franziu o cenho ao ouvir a pergunta.

A dentista acabou não contendo a risada, que logo foi acompanhada pelos outros dois.

Ali, Arabella notou: o amigo tentava distraí-la, conhecia a mulher bem demais para saber que ela travava uma batalha interna naquele momento, queria deixar as coisas o menos pesadas possível.

E então voltou a chorar.

O casal se entreolhou, sem saber ao certo o que estava acontecendo. A abraçaram de novo, enquanto a mulher fungava.

— Bella, por que está chorando? — Isis usou um tom de voz calmo, tentando passar algum tipo de conforto.

— Eu... não sei. — falou em meio as lágrimas. — Não consigo controlar, só... obrigada por estarem aqui comigo.

O abraço ficou mais apertado assim que ela soltou as palavras.

Arabella sentia naquele momento que, por mais que a vida dela estivesse incerta, assim como seus sentimentos, estava exatamente onde devia. No abraço apertado de duas pessoas que se importavam com ela. Em um abraço que quase jurava: a apoiariam em tudo.

— Espero que tenha seus olhos. — Isis resmungou após alguns segundos.

Paulo soltou uma risadinha.

— Vamos torcer para parecer com a Bella. — o argentino brincou.

Os pensamentos da italiana finalmente foram para a outra pessoa naquela narrativa: Sergio.

Sergio, que estava há muitos quilômetros de distância, se preparando para o jogo mais importante da temporada. Sergio, que esteve ali há algumas semanas pedindo mais uma chance.

Sergio, a pessoa que sua pele, alma e mente imploravam para ter por perto naquele momento. O homem que a apresentou as facetas mais lindas do amor. Que acolheu todas as suas imperfeições e nunca desistiu dela.

Provavelmente o amor de sua vida e agora... pai de seu filho, ou filha.

Arabella sabia que aquela parte dentro de si desejava a presença dele tanto quanto ela.

Era noite do dia vinte e cinco, véspera da final da Champions League.

O céu estrelado de Turim deixava a noite perfeitamente harmoniosa, o vento batia nos cabelos da mulher, enquanto a mesma fitava a cidade pela sacada. Amava aquele lugar. Amava cada memória que construiu ali, cada experiência que viveu e cada laço que construiu.

De fato, um de seus maiores refúgios na Terra.

O lugar que sempre a acolhia em meio ao caos, que sempre esteve com as portas abertas para ela se reestruturar. Se reerguer.

— Não está vento demais para você? — ouviu a voz do amigo perguntar, dentro do apartamento.

Se limitou a abrir um sorriso. Nas últimas vinte e quatro horas Paulo e Isis a mimaram tanto, que ela se sentiu uma criança com pais super protetores e extremamente carinhosos.

— Eu estou bem, nem está ventando tanto assim... — deu de ombros.

O homem mordeu a unha do dedo mindinho, quase ponderando as palavras antes de fazer um enorme confissão.

— Um bebê pode ficar resfriado no útero? — tentou fazer a pergunta parecer casual, fracassando instantaneamente.

A morena gargalhou no mesmo instante, achando a preocupação do homem a causa mais fofa do universo.

— Pare de se preocupar tanto. Estamos bem. — foi a primeira vez que usou o plural para falar do próprio corpo.

É, estava se acostumando com a ideia.

Voltou a fitar o céu, tentando obter nas estrelas a resposta para os problemas que rondavam sua mente.

Sentia falta da primeira pessoa que queria contar sobre seu dia, seus medos e desejos. Quem ela depositava esperança e confiança, almejava um futuro.

Tinha visto a tempestade diante de si. Presa entre ondas, lutou para não deixar seu barco naufragar. E conseguiu.

Estava inteira. Conectada com cada pedacinho em si novamente. No fim do dia tudo se resumia a aprender e superar.

Arabella superou seus medos, e aprendeu como amar Sergio.

Aquele sentimento, sobre como ela conseguia sentir ele tão perto, mesmo que de longe. Sobre a paz que era ouvir sua voz. Sobre as conversas e as teorias. Sobre não conseguir descrever a intensidade daquilo que sentia.

Sobre amor.

Sobre a chegada dele e tudo que isso causou.

Sabia o que tinha que ser feito.

— Como está se sentindo? — ouviu a voz feminina chegando ao seu lado.

As duas encararam a imensidão negra, enquanto Arabella pensava na pergunta.

— Estou bem. — confirmou. — Ainda digerindo que um serzinho cresce aqui dentro. — soltou uma risada nasalada.

— Sei que está com medo. — o tom de voz de Isis era compreensivo. — Na verdade, seria estranho se não estivesse. No fim das contas, daqui uns anos você vai olhar para esse dia e notar que esse medo só serviu para te ajudar a ser a mãe incrível que eu sei que você será.

As palavras atingiram a italiana em cheio, fazendo com que ela demorasse alguma segundos para absorver toda a grandeza da fala.

Um ato tão lindo e nobre que instantaneamente a mulher abraçou Isis.

— Eu nunca vou me esquecer disso. — murmurou sincera. — Espero que saiba a importância e o espaço que você conquistou na minha vida. Obrigada por cada palavra.

A brasileira sorriu entre o abraço, se sentindo extremamente sensível com toda a situação.

— Eu acho que vou chorar. — ouviram uma voz ao fundo, e Paulo tinha uma expressão engraçada no rosto.

As duas mulheres soltaram uma risada, partindo o abraço enquanto o jogador se aproximava da sacada.

— Ainda nem consigo acreditar. — o homem se aproximou. — Eu realmente já amo essa criança, será que é normal?

— Meu Deus, você será o tio mais insuportável do mundo. — Isis brincou com o namorado, envolvendo-o em um abraço.

— Uma pena que a criança torcerá pro rival. — negou com a cabeça, tentando mostrar incredulidade.

Arabella semicerrou os olhos, como se quisesse mostrar que estava ofendida.

— Você já vai nascer um campeão, né filho? — passou as mãos na barriga em um ato involuntário, enquanto um sorriso brincava em seu rosto.

O casal a encarava com a mesma expressão, quase incrédulos pela cena íntima e fofa que tinham acabado de presenciar.

— Ah eu também quero conversar com ele! — Isis exclamou animada, se aproximando da mulher.

— Por que estamos chamando de ele? Pode muito bem ser menina. — o homem colocou as mãos na cintura.

A ortopedista revirou os olhos, mas soltou uma risada. Não tinha notado o pronome que escapou por seus lábios, fora um ato involuntário.

— Eu nem pensei nisso, só saiu... — deu de ombros.

Após alguns minutos conversando, Paulo e Isis decidiram assistir um filme na sala. Arabella já estava sonolenta, então preferiu ir se deitar.

E também precisava dar algum tipo de privacidade para os amigos.

Sozinha conseguia discernir melhor seus pensamentos.

Precisava tomar as rédeas da situação e parar de se esconder por medo. Sabia exatamente o que queria e o que deveria fazer.

Todos os seus sentidos imploravam parar estar perto de Sergio, e ela estava disposta a enfiar toda a insegurança que sentia em um gaveta e trancá-la a sete chaves.

Estava disposta a ignorar os motivos para desistir. Todos pareciam banais se comparado ao sentimento que gritava, pulsava e dilacerava, clamando por ele.

Sergio Ramos era seu calcanhar de Aquiles, e por mais que tentasse fugir ou negar esse sentimento, tudo mudava quando estava nos braços do capitão.

Quando fechava os olhos, era quase como se ele estivesse ali, olhando-a com os curiosos olhos castanhos.

Puro castanho. Doce de leite.  Lembrança de avelã e cacau.

A mesma cor do solo de marte, que a lembrava da sorte grande que teve em tê-lo na mesma galáxia que ela.

Lá estava ela, completamente rendida e livre de suas amarras. Seria tarde demais? Ou ainda tinham volta?

Como um belo gol aos quarenta e cinco do segundo tempo.

E quase como um gesto de impulso, e com uma coragem que surgiu sem explicação, tratou de pegar seu celular.

Vasculhou a agenda por alguns segundos, pensando no que estava prestes a fazer.

Fitou o contato, e ponderou por alguns segundos.

Não teria mais volta, ela sabia que no momento em que ligasse, iria até o fim com a ideia mirabolante que pairava em sua mente.

Céus, precisava fazer aquilo.

Pareceu assistir em câmera lenta seu próprio ato de realizar a ligação.

Atenderam no quarto toque, o tom de voz tão conhecido parecia quase confuso.

— Lara? — Arabella pronunciou exasperada, já sentindo o misto de empolgação e apreensão preenchê-la. — Preciso de um favor...

***

Primeiro capitulo da atualização dupla de hoje.

Obrigada por chegar aqui, e continue lendo para saber o que nossa italiana preferida vai aprontar.

Até a próxima nota. ❤️

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