A Ordem de Cronus

By LukePiedPiper

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Cronus, um fértil e cobiçado reino da vasta terra, sofre um ataque por parte da mulher mais famosa e temida a... More

PRÓLOGO
1 - Sersei das Bruxas
2 - Rainha Dragão
3 - Futuros Incertos
5 - Narcio Cronus
6 - Morte ao Rei
7 - A última visão
8 - Sem Compaixão
9 - Orgulho de Mãe
10 - O Forasteiro

4 - A canção da Flor Roxa

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By LukePiedPiper

O gigantesco castelo de Cronus era protegido por uma espessa muralha em círculo, onde sua frente era banhada por um rio, fundo, porém não extenso. E para o acesso adentro da muralha, era necessário o uso da ponte levadiça.

Voltando ao castelo, o rei foi instruído a comparecer no jardim, a mando da rainha, que o aguardava.

O jardim real era grande o bastante para se imaginar num bosque dentro da muralha. Com inúmeras plantas exóticas e um formato sutil de labirinto, era o lugar mais agradável para se estar fora do castelo.

Martir caminhava juntamente com um dos guardas pessoais, Garti. Este que era o mais importante entre os outros guardas, apesar de ser jovem demais para servir aos caprichos pessoais da família Cronus.

- Noemya está só? - perguntou franzido, enquanto andava.

- Agora a pouco ela conversava com a senhora Mavanel, a camponesa.

Aquelas palavras deixou o rei alvoroçado. Após os passos apressados, enfim ele vê à distância, as duas mulheres sorrindo.

Parou em um canto da parede de pedra, do enorme castelo, com a intenção de não ser visto.

- Senhor? - Garti ao seu lado sem entender a situação.

- Vou esperar a conversa terminar. - dizia inquieto enquanto olhava o guarda. - Não estou afim de iniciar uma possível amizade com os pais de Lyga.

- Isso terá que acontecer, mais cedo ou mais tarde. - Garti mantia um sorriso enquanto debochava gentilmente do rei. - Ela será sua nora para o resto da vida. Se hesitar, os pais dela irão até morar no castelo.

- Se depender de mim, isso nunca irá acontecer!

Ainda sorrindo, o jovem avista a humilde camponesa reverenciando a rainha e se distanciando.

- Senhor, a rainha está só agora.

Após uma espiada, Martir enfim caminha, agora sozinho ao encontro da esposa. Noemya Cronus, que usara sua coroa icônica acima de um penteado complexo, tateava o fino caule de uma flor roxa. Observava fascinada a beleza da flor.

- Aí estás tu, Deusa de Cronus! - exclamava com orgulho, aproximando de braços abertos.

- As criadas não me contaram sobre esta flor. - dizia enquanto era abraçada por trás pelo rei com a grossa roupagem que deixou o momento mais pesado e abafado. - Estou curiosa.

- Vi que estava conversando com a mãe de Lyga. - ignorando a fala dela.

No momento, o abraço foi desfeito. E a rainha se vira mantendo um sorriso agradável:

- A senhora Mavanel. É uma boa pessoa. - Noemya falava enquanto o rei admirava seu rosto. - Ela está realmente feliz com o casamento. Disse que está orgulhosa por nós apoiarmos o amor de Luke.

Ambos sorriram, de forma sínica. A verdade era que tanto o rei, quanto a rainha repudiam o amor dos dois. O filho primogênito conseguiu apenas uma benção simbólica para se casar, depois de tanto protesto e imploração.

- Mas me conte, como foi a visita ao vidente? - mantendo a voz suave e despreocupada.

- Ele disse o básico. - o coroado fica de lado, desta vez observando parte do jardim. - Literalmente prevendo o que acontecerá no casamento.

- Hum.

- Mas também disse coisas esquisitas. Como 'estamos a caminho no encontro dos deuses' e 'vejo fogo em seus olhos'.

- Isto é um tanto intrigante - a rainha se pos pensativa analisando as palavras.

- Sim... Mas depois ele mudou a expressão dizendo bobagens sobre a felicidade do Luke.

A mulher permanecia atenta, apoiando sua mão delicada ao ombro do esposo. E o mesmo continua:

- De qualquer forma, nunca apreciei os falsos poderes dele. Além de ter um péssimo gosto pra roupa.

- Respeite ele, Martir. É um homem íntegro e autêntico.

- Sempre tenta defender este conde. Parece até que esconde algo de mim.

A mulher encerrou aquele assunto com um beijo, que ficou mais intenso e meloso.

Garti, que os observava de longe, sai de seu local, embarassado.

***

Na semana seguinte, a tão esperada noite de casamento. Todo o reino estava iluminado, também com ajuda da lua cheia.

Alguns nobres dos dois reinos vizinhos, Arendur e Filorum, onde foram convidados, chegavam em carruagens luxuosas aos olhos dos humildes habitantes de Cronus.

Há 5 anos atrás, o rei Martir atacou a ilha de Cocro vingando a morte de seu irmão, e claro, não saiu totalmente vitorioso pois não há chances favoráveis ao enfrentar a mulher dragão. Mesmo com mais de 300 homens. Porém, durante a batalha, Krikor, transformado em urso ajudava a defender Morgane e assim, fora capturado e morto por alguns soldados. Martir Cronus notou que não venceria a mulher, então, como triunfo, fugiu num navio com alguns de seus soldados, levando consigo, o corpo do urso.

Ao descobrir sobre a morte do marido, Morgane não tinha estrutura emocional suficiente para sair voando atrás do navio e vingar o companheiro matando o rei a sangue frio.

Os mais de cem homens vivos na ilha, ficaram desorientados com o que acontecera. Martir Cronus fugira, em um ato covarde, no único navio que os trouxera. Malasya teria enfeitiçado muitos, e os que estavam sã, desistiram daquela batalha que não faria sentido se continuassem.

Rami, o jovem soldado que o casal poupara sua vida anos atrás, com o passar do tempo ficou mais íntimo deles. E após horas do turbulento ataque, ele conversou com os homens, garantindo a confiança desses que foram ludibriados pelo velho coroado.

Os anos se passaram e esses mesmos homens permaneceram fiéis à Morgane, que manteve a sede de vingança, vivendo na ilha.

E assim, na noite de casamento, um evento tão esperado e grandioso o bastante para tornar a vingança mais saciável.

Morgane estava ao encontro de sua filha, Murilo, e os soldados, em torno de 150 homens, todos bem equipados para o ataque surpresa.

Surro, o confidente ogro de longos anos, mantia-se sério a frente do grupo com mais de trinta outros ogros. Eram a tribo que fazia parte antes de sua expulsão, por motivos desconhecidos. Uma ideia do próprio, que contou a Morgane o local onde viviam, dentro da Tormenta. E à um dia atrás, executaram o plano que ele criou, para a captura do bando, através de uma emboscada.

Agora por vingança ou apenas falta de opções, todas aquelas criaturas estavam no controle de Malasya. Parados. Sem expressar que tinham vidas.

Por fim, no início da Zona Calma, tendo uma visão ampla da cidade iluminada, Morgane estava á espera, juntamente com o resto do bando, que seguravam bastões de madeira - curvados com a ponta extensa e pesada o bastante para fazer estrago.

Em um momento preciso, Rami chegara até Morgane a cavalo com mais três homens. Horas antes, eles teriam ido até o reino extrair informações sobre a segurança do castelo para aquela noite.

- E então? - Morgane dizia fria e sem ansiedade, fixando os olhos em Rami.

- Precisa ser agora! - exclamava ofegante fitando todos ali presente. - Entraram as últimas carruagens, a cerimônia já deve iniciar!

- E quanto a guarda? - perguntou um dos avulsos fieis à hunimalio.

- Há poucos deles acima da muralha, creio que não se prepararam por um possível ataque.

- Também perguntamos a alguns habitantes, e eles garantiram que a ponte não será erguida esta noite. - comentou Kai, um dos homens que foram à cavalos ao lado de Rami.

Analisando aos fatos ditos, Morgane, que usava um surrado vestido cinza, se virou para os ogros e os mais de cem homens a sua volta:

- Lembrem-se - mantendo sua voz peculiar em tom alto para que todos escutassem -, faremos uma execução rápida! Aniquilar toda a família Cronus, se possível, poupem o resto dos inocentes! - Mesmo todos os ogros ouvindo aquelas palavras, obedeceriam apenas à Malasya. - Estou ciente que este plano pode dar errado, por isso Rami e alguns irão entrar ao quarto do rei. Para o ataque não ser em vão, o principal objetivo é a morte do rei e a recuperação do corpo de Krikor!

Após proclamar, a atenção de Morgane se levou para Malasya, que quase não se aguentava de pé, com fortes dores na cabeça.

- Está doendo muito? - Morgane pergunta se aproximando da filha que mantia a mão sobre a testa.

- Não se preocupe. Irei aguentar por mais tempo. - Malasya tentava resistir a dor de seu poder para não desapontar a hunimalio, sabendo que esta missão era importante demais para sua mãe.

Entretanto, Morgane era esperta. Sabia que a filha não estava sendo sincera. E desta vez, com os olhos direcionados a Surro, que estava próximo, ela ordena:

- Leve-a em seu ombro. A dor continuará com ela durante o ataque, e se acontecer o pior, proteja!

As palavras eram firmes e soavam severamente. Surro apenas assentiu, já imaginou momentos antes que sua tarefa seria de cuidar da moça.

Ela resistia à uma dor causada pelo excesso da hipnose. Eram trinta e um ogros sob seu comando. Sua força já se mostrava fraca e não sabia até quando podia sustentar. Mesmo agora, no auge da juventude, onde o poder deveria estar mais forte.

***

Murilo, o bastardo de Cronus, era parte crucial para o plano futuro de Morgane. Então fora ordenado pela mesma, a permanecer no acampamento improvisado, longe da batalha, que poderia custar sua vida.

Ele até implorou para participar, se garantindo como um guerreiro convícto, mas não adiantava, nada mudaria o pensamento da rainha dragão.

Algumas mulheres o faziam companhia, volta de uma pequena fogueira, frente das tendas. Na melancolia, observava os soldados renegados e as grandes criaturas esverdeadas partindo rápidos e silenciosos rumo a civilização; Murilo tocava um alaúde, uma melodia triste, porém inspiradora, enquanto era acompanhado dos vocais suaves de duas das servas. Todos sentados em troncos caídos.

A letra da canção falava de uma flor roxa que fora amaldiçoada a não ter um nome. E ninguém se atrevia nomeá-la, pois seriam igualmente condenados, com uma vida infeliz.

E ouvindo aquilo enquanto se ocupava em tocar, Murilo sorria. Em sua mente, ele desejava toda a sorte para Morgane, Rami e Malasya naquela noite. Estavam juntos a doze anos, eram sua família, apesar de tudo.

...

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