Epiphany

By autoraelly

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Arabella não gostava de relacionamentos sérios, muito menos de se envolver com jogadores. Era sonhadora, mas... More

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Enchanted
Wonderwall
Angel
Arabella
Fallin' All In You
Sex Therapy
Ordinary People
Kiss It Better
Why Try
I Almost Do
Wish You Were Here
Don't Blame Me
Ride
Moonlight
This Love
A Sky Full of Stars
Fix You
Already Gone
I Don't Wanna Live Forever
Saturn
Shallow
Don't wait
Light
Crazy in Love
Turning Page
EPÍLOGO

All I Want

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By autoraelly

* O capítulo não está revisado, peço desculpas por qualquer erro.

When you said your last goodbye
I died a little bit inside
I lay in tears in bed all night
Alone, without you by my side
But if you loved me
Why did you leave me?

Caos.

Efeito borboleta.

Estão presentes em tudo que nos cerca, por mais assustador que isso pareça. A ideia central é que pequenas alterações numa situação trazem efeitos incalculáveis.

Uma pequena perturbação em um sistema complexo pode causar uma instabilidade ou desequilíbrio gigantesco de longo prazo.

Enquanto Arabella abraçava seu próprio corpo, com aquela dor incessante no peito, ela se perguntava: por que?

A imprevisibilidade. Nós nunca conhecemos as condições que nos levam até um determinado ponto, qualquer predição é inútil.

"O bater das asas de uma borboleta aqui, pode gerar um furacão no outro lado do mundo."

No caso da borboleta, seu bater de asas em um determinado lugar do mundo pode gerar uma movimentação de ar. E essa movimentação, intensificada, desencadearia a alteração do comportamento da atmosfera terrestre, para sempre.

Parece loucura, mas acontece todos os dias, e chamamos de acaso.

Em que até mesmo um sorriso pode mudar toda a sua vida.

E se pequenas coisas lá atrás não tivessem acontecido?

Estaria passando por aquela situação?

Provavelmente não.

Mas não podemos esperar prever o destino final de um sistema complexo.

E talvez no fim das contas, toda nossa vida se baseie nisso. Grandes histórias iniciam de pequenos momentos, as vezes tão pequenos que chegam a ser insignificantes.

E como um bater de asas de uma borboleta, altera o curso da sua vida para a eternidade.

A médica se questionava como tudo tinha chegado até aquele ponto e para onde as coisas se encaminhariam.

— Arabella? — foi a primeira coisa que o argentino perguntou assim que abriu a porta de seu apartamento.

Não fez mais perguntas ao se deparar com os olhos inchados e vermelhos da mulher.

A puxou para um abraço, sabendo que algo de muito errado tinha acontecido para ela estar naquelas condições.

— Eu posso ficar aqui?— a voz saiu baixa, quase inaudível.

— Você nem precisa me pedir isso. — murmurou. — Fique o tempo que precisar.

A italiana sentiu ainda mais vontade de chorar. Porque no fundo, sabia que sempre teria um lugar para ir. Sempre teria alguém para contar.

Não relutou, estava exausta de conter suas emoções.

1.473 quilômetros dali, Sergio entrava em desespero.

Entrava em desespero porque não calculou aquele acontecimento. Sentiu um dos sentimentos mais bonitos que já presenciou ser arrancado de si, de forma rápida e brutal. Cruel.

E cenas insistentes de todos os meses insistiam em passar por sua mente.

Se amaldiçoou por não ter dimensão da dor que Arabella sentia. Se odiou por deixar a mulher sofrer daquela forma, sem fazer nada.

E então chorou.

E em meio a esse choro se sentiu mais imponente ainda.

Se lembrou das estrelas que ela ensinou para ele antes de partir, e de todas as vezes que a italiana falou sobre o infinito.

Não conseguia acreditar que ela tinha desistido deles.

"Mas eu não posso mais me debruçar em braços preguiçosos e ignorar tudo. Não posso ser egoísta."

Arabella, a mulher mais extraordinária que ela já tinha conhecido, se sentia um empecilho em sua vida.

Ele não podia perdê-la.

Na Itália, país Natal da médica, Paulo fazia chocolate quente para a melhor amiga. Após longos minutos de explicação sobre os últimos meses.

— Eu me sentia como... a outra. — finalizou sua fala, encostada no balcão da cozinha.

Dybala franziu o cenho, absorvendo a informação.

— Você não era, tenho certeza. — assegurou, enquanto mexia o achocolatado no copo. — Não acha que isso pode ser um reflexo do... — fez uma pausa, pensando se deveria tocar naquele assunto. — do que aconteceu anos atrás?

A morena ponderou, dando um gole na bebida quente.

Há algum tempo, se relacionou por mais de um ano com um Ortopedista do Hospital em que estagiava alguns dias da semana, intercalando com a Juventus.

Fora mais de um ano entregue àquela relação. Achava que tinha encontrando sua cara metade.

E então descobriu que ele era casado.

A sensação de ser a outra ainda a amedrontava.

— Acho que pode ter intensificado a situação, mas não muito. Sei que são casos diferentes. — suspirou. — Eu preciso de um tempo para me reconectar comigo.

— E Turim era a melhor escolha? — o jogador brincou, sorrindo de canto.

— Turim sempre será uma ótima escolha. — respondeu abrindo o primeiro sorriso no dia.

Ao passo que Sergio dava seu primeiro grito de frustração ao ser direcionado, novamente, para a caixa de mensagens da italiana.

— Lupe. — ele chamou o nome da governanta de sua casa enquanto descia as escadas. — Que horas Arabella saiu daqui? Ela pegou um táxi?

A mulher de meia idade notou que algo estava errado, ao julgar os olhos marejados do jogador.

— Dona Arabella saiu muito cedo, com aquela mulher bonita que dança. Esqueci o nome dela, faz tempo que não a vejo. — foi sincera.

É claro. Lara.

Voltou para seu quarto, que tinha o cheiro da médica impregnado. Lençóis, travesseiros, cobertor, tudo lembrava ela.

A dançarina atendeu ao terceiro toque.

— Fala. — ela já esperava que mais cedo ou mais tarde o zagueiro acabasse ligando.

— Pra onde você levou ela? — foi direto, estava agoniado, se sentia no escuro com a situação.

Lara suspirou, já massageando a têmpora.

— Arabella não quer ser encontrada, Sergio. Respeite o tempo dela.

Ramos bufou, irritado. Só queira saber se ela estava bem, com quem estava, onde estava.

— Lara, por favor. — suplicou. — Eu preciso saber.

A mulher do outro lado mordeu a unha do dedinho, ponderando o que devia ser feito.

— Deixei ela no aeroporto. — falou simplesmente. — E ela vai ficar bem, deixe as coisas acontecerem no tempo certo. Arabella é adulta, e preferiu as coisas assim. Respeite isso.

"Não é o dizer adeus que custa tanto. Não é o largar de nossas mãos, nem o prosseguirmos caminhos distintos. O que dói profundamente é a despedida de algo que julgávamos ser resistente a todas as adversidades."

A italiana disse que estava despedaçada. Sabia que ela era resistente, e se perguntou até que ponto de sofrimento e exaustão ela teve que chegar para tomar aquela decisão.

Agora ficava muito claro para ele aonde a mulher fora em busca de amparo.

— Obrigado, Lara. — foram as últimas palavras dele antes de desligar.

E continuou ali, se perguntando o que podia ter feito de diferente para evitar tudo aquilo.

Mas o caos possui um padrão e uma tendência própria e é, paradoxalmente, uma desordem organizada.

— Sergio? — ouviu a voz de Pilar chamar, estava cautelosa. — Você está chorando?

E então se adiantou e o abraçou.

Lupe contou o que tinha acontecido, então já imaginava o desfecho de toda a situação.

Ela sabia que o jogador era perdidamente apaixonado pela médica. E adorava a mulher, sempre seria grata pelo que fizera.

Mas não mandava em seu coração. E por um momento se sentiu péssima ao ser tomada pelo pensamento de que talvez, mas só talvez, tudo aquilo fosse o universo dando mais uma chance para ela e Sergio.

Quartas de final da Champions League.

Juventus e Real Madrid. Em Turim.

Arabella se certificou de que não sairia de casa naquele dia. Começaria as aulas na UEFA em três dias, e a essa altura, sabia que todos em Madrid tinham consciência de onde ela estava.

Afinal,  ela era médica da equipe e deveriam repassar as informações aos jogadores.

Se acomodou no sofá do apartamento de Paulo, assistia o pré jogo pela televisão, já que não tivera coragem de ir até o Allianz Stadium.

Era três de abril, estava na cidade há pouquíssimos dias. E não arriscaria ver Sergio, sabia que estava muito vulnerável para isso.

Isis estava mandando mensagens o tempo todo.

Provavelmente Paulo tinha pedido.

O apoio dele estava sendo crucial nos últimos dias. A arrastava para os treinos, fazia mais piadas do que nunca e todo dia a lembrava do quão incrível era.

Ali ela conseguia rir e esquecer um pouco de suas dores.

Com seus antigos amigos.

Isis apostava na vitória do time bianconero, é claro. A brasileira contou para Arabella que acabou se apegando verdadeiramente ao clube, graças ao Paulo.

O coração de Arabella pareceu errar uma batida quando a câmera passou por Sergio, que estava com sua habitual carranca.

Engoliu em seco.

Sergio sabia que não podia levar cartão naquele dia, caso o fizesse, estaria fora do jogo da volta no Santiago Bernabéu.

Mas estava inquieto, irritado, quase como uma bomba prestes a explodir.

Sabia que Arabella estava em Turim.

E também a conhecia bem demais para saber que a mulher não colocaria os pés no estádio naquele dia. O que talvez o frustrasse ainda mais.

Estava saindo do vestiário, enquanto colocava a braçadeira novamente. Logo Marcelo se fez presente ao seu lado.

— Tudo certo? — o lateral perguntou passando as mãos pelo cabelo.

Eram muitos anos jogando juntos, sabiam reconhecer quando algo estava incomodando um ao outro.

— Não. — admitiu. — Me irrita saber que esse time inteiro sabe onde ela está e eu não.

E quase imediatamente, Dybala surgiu no campo de visão do zagueiro, conversando com o camisa 11 da Juventus.

O mesmo camisa 11 que já tinha provocado Sergio durante todo o jogo. Douglas Costa.

— Quer parar? — Marcelo fez uma careta, percebendo que o espanhol encarava os jogadores, enquanto eles voltavam ao gramado.

— Não fiz nada. — deu de ombros, mas ainda com os olhos fixos nos dois, que entravam em campo também.

Aos 55 minutos, Paulo estava caído no gramado.

O argentino imediatamente estava em pé reclamando com Ramos da falta cometida.

— Qual o seu problema? — Paulo disparou.

Sergio riu negando com a cabeça.

— Só não se meta no meu caminho. — e foi dando as costas, ignorando totalmente o cartão amarelo que levara.

Foi inconsequente, sabia disso.

E Paulo estava irritado.

— Sempre egoísta, pelotudo. Ainda bem que a Arabella pulou fora dessa. — soltou, realmente querendo provocar o jogador merengue.

Sergio imediatamente se virou para o camisa 10, sentindo o sangue ferver.

— Quem te deu o direito de falar sobre ela? — a irritação em si já era enorme, e a essa altura ele já sentia Casemiro ao seu lado, o puxando pelo braço.

Alex Sandro estava ao lado de Paulo, que fingia não escutar o amigo pedindo para ele "calar a boca".

— Ela mesma, seu idiota, ela está na minha casa. Se você fosse bom, estaria na sua. — acabou falando sendo impulsionado pela raiva do momento.

— Paulo, chega! — Alex Sandro gritou. — Que porra! — o puxou para longe. — Você está entrando na onda. Ele já está fora do próximo jogo, você não. E Arabella vai ficar realmente muito feliz com ele sabendo onde ela está.

Se deu conta de que, sem querer, informou o paradeiro da amiga.

Exatamente do jeito que Sergio queria.

No minuto 66, Paulo acabou sendo expulso, por uma falta cometida em Carvajal.

Saiu de campo desacreditado. Não

E Sergio não sabia o que fazer com a informação jogada em seu colo.

A partida acabou com uma vantagem de três gols para o time visitante. E com um Paulo extremamente irritado.

Quando saía do vestiário, já de banho tomado, foi surpreendido com a figura da pessoa que menos queria ver.

Sergio Ramos.

— Olha, eu não devia ter falado na... — logo foi interrompido.

— Eu só queria te pedir para entregar isso para ela. — entregou uma pequena caixa para o atacante.

Paulo o encarou desconfiado, ainda irritado com todos os acontecimentos do jogo.

— Eu não sei se é uma boa ideia. — admitiu.

Sergio estava desesperado, sabia que Dybala era a única forma que ele tinha como contatar Arabella. Precisava da ajuda dele.

— Por favor. — o zagueiro pediu, deixando o desespero aparente. — É a única forma que eu tenho de "falar" com ela.

O argentino viu estampado na cara do homem, toda a agonia. Percebeu que ele realmente amava sua melhor amiga, por um momento se colocou no lugar do jogador merengue.

E por mais que ainda estivesse irritado, frustrado, triste, se compadeceu com a situação.

— Tudo bem. — concordou, enfiando a caixinha no bolso.

Sergio suspirou, quase como um alívio.

— Eu queria muito vê-la. — admitiu. — Saber como ela está, se está melhorando, se...

Dybala interrompeu.

— Não acho que seja o momento pra isso. — foi sincero. — Arabella vai ficar bem, ela sempre fica. Mas precisa de um tempo.

Os dois se encararam em silêncio.

Sergio absorvendo as palavras, se sentindo frustrado ao notar que Dybala tinha razão. E ele não podia ser egoísta. Não com ela.

No fim das contas, tinham algo em comum.

— Por favor, só... Cuida dela. — pediu, sentindo o nó na garganta.

— Eu sempre cuido. — Paulo respondeu, antes de ir embora do local.

Arabella continuava deitada no sofá, após o jogo desastroso.

Foi pior do que pensou.

Sentiu a frustração aparente de Paulo, o desespero de Alex Sandro, e até a raiva do juiz.

Mas principalmente, conseguia sentir a mesma dor estampada no rosto de Sergio.

Doía como o inferno. Ainda como uma ferida que tentava cicatrizar, mas era cutucada incessantemente.

Paulo entrou no apartamento com uma cara horrível.

E ela sabia o quão frustrado ele ficava nessas situações.

— Você é um jogador incrível. — logo disparou, não dando chance para ele falar nada. — E um amigo mais incrível ainda eu diria.

Ele semicerrou os olhos.

— Você assistiu o jogo?

— Sim... — deu de ombros, tentando não demonstrar a tristeza. — Vem cá. — bateu no sofá.

O jogador se sentou, logo soltando um longo suspiro.

Estava cansado. Fisicamente e psicologicamente. E esperava que Isis estivesse disposta a aturá-lo dali alguns minutos.

A italiana deu um abraço no amigo, que retribuiu quase que imediatamente.

— Eu sei que você costuma jogar o peso do mundo nas suas costas. Mas eu também sei que você sempre dá seu máximo. Hoje foi um dia ruim, e amanhã pode ser um dia bom. — falou. — O futebol é assim. A vida é assim. Sei que não estou sendo a companhia mais alegre do mundo, peço desculpas. Mas estou com você pra tudo.

Ele mal sabia o que responder.

Aquela mulher em sua frente, completamente quebrada, tentava o deixar mais feliz.

Era mais uma das pessoas maravilhosas que ele tinha em sua vida.

A apertou mais forte, antes de partir o abraço.

— Tenho uma coisa para você. — Paulo murmurou, levando as mãos ao bolso. Arabella o fitava com curiosidade. — Pediram para eu te entregar.

E então ele colocou a pequena caixinha dourada nas mãos da mulher.

Quando ela abriu, não precisou perguntar quem enviou.

Uma pequena foto, no estilo polaroid.

Ela e Sergio após o primeiro jogo das oitavas na Champions League, usando a camisa do Real Madrid.

Naquele dia, ele dissera pela primeira vez que a amava.

E a frase escrita na foto fez seu mundo girar.

"El sentimiento crece cada vez más."

***

Oi, primeiro quero agradecer todo o feedback do último capítulo.

Obrigada por tudo sempre.

Esse capítulo tem muita informação importante, espero que não tenha ficado confuso.

Só queria falar que sou apaixonada pela amizade do Paulo e da Arabella. E que estou morrendo de dó do meu casal.

Espero que gostem.

Não esqueçam de votar e comentar o que estão achando.

Sigam a Arabella no Instagram: @sartoriarabella

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