Epiphany

By autoraelly

119K 6.7K 7.6K

Arabella não gostava de relacionamentos sérios, muito menos de se envolver com jogadores. Era sonhadora, mas... More

Start
Enchanted
Wonderwall
Angel
Arabella
Fallin' All In You
Sex Therapy
Ordinary People
Kiss It Better
Why Try
I Almost Do
Wish You Were Here
Don't Blame Me
Ride
Moonlight
A Sky Full of Stars
Fix You
Already Gone
All I Want
I Don't Wanna Live Forever
Saturn
Shallow
Don't wait
Light
Crazy in Love
Turning Page
EPÍLOGO

This Love

3.4K 218 154
By autoraelly

O barulho alto da campainha ecoou por todo o apartamento, fazendo Sergio se remexer na cama.

Arabella ainda dormia como uma pedra.

O som se fez presente novamente, fazendo com que o homem se sentasse na cama, coçando os olhos. Provavelmente é algum vizinho, ele pensou, já que o porteiro do condomínio não interfonou.

O jogador se perguntou, por um momento, se era possível que fosse o morador do apartamento da frente, pronto para reclamar dos barulhos da noite passada.

Fitou a mulher emaranhada nos lençóis da cama, que não dava nenhum sinal de que fosse acordar. Ela tinha o sono muito pesado.

Ponderou se a chamava para atender, mas a italiana dormia de forma tão serena, que teve pena de acordá-la

E não devia ser nada importante.

Foi em busca de uma calça de moletom, em uma das gavetas que ele tinha no closet da médica. A decisão de ter alguns pertences na casa da mulher gerou um pequeno debate de dez minutos.

Até ela se convencer de que realmente era mais prático, e se lembrar de que não deveria ter medo de mergulhar fundo em todos os sentimentos.

O apartamento era aconchegante, uma espécie de duplex, mas apenas a suíte principal e uma área de lazer ficavam no piso superior.

O andar de baixo era composto por uma cozinha americana de tamanho médio, uma sala em tons pastéis muito bem iluminada, um lavabo em tons escuros e uma suíte.

A sala possuía vidros no lugar de uma das paredes, com a opção de serem cobertos por uma espécie de persiana, quando acionadas em um controle. Era uma das coisas que Arabella mais adorava em seu apartamento.

Sergio descia as escadas quando a campainha tocou pela terceira vez.

— Sergio! — a senhora de meia idade, já com seus cabelos brancos, falou animada assim que o jogador abriu a porta.

— Dona Alma... — conseguiu proferir surpreso. — Não sabia que a senhora vinha para Madrid! Entre, Arabella ainda está dormindo...

Ele estava completamente sem graça em ser pego de surpresa pela mãe de Arabella, daquela forma. Conheceu os pais e avós da mulher no ano novo, o que deixava as coisas menos constrangedoras.

— E como estão as coisas? — a mulher falou sorridente, enquanto se sentava no sofá do ambiente, fitando tudo ao seu redor.

Conversaram por alguns minutos. Ramos se prontificou a fazer café para a senhora, que pareceu extremamente feliz com a menção da bebida.

A risada dos dois ecoava pelo ambiente, enquanto Alma contava para Sergio histórias sobre a filha na adolescência.

— Que barulheira é... — a italiana murmurou alto enquanto descia as escadas, trajando um robe de seda. — Mamma? — falou confusa ao chegar até a sala, fitando a figura da mais velha sentada próxima ao balcão.

Figlia! — exclamou, logo se prontificando a abraçar a mulher. — Desculpa não avisar que chegaria mais cedo, meu vôo foi adiantado.

Arabella assentiu, já tinha avisado o porteiro que a mãe chegaria. Deveria ter contado a Sergio, pensou, talvez evitasse certo constrangimento.

— Fiz café. — o jogador murmurou sorrindo quando a italiana entrou na cozinha, logo dando um selinho na mesma.

— Adivinha só? — a espanhola perguntou a filha com expectativa. — Falei com Juan... Vou conhecer o Cristian.

O coração da italiana se apertou em felicidade com a notícia. O amor que nutria por sua família era enorme, e um de seus maiores desejos era que o irmão e a mãe resolvessem a relação conturbada que tinham.

E aquilo já era um enorme passo.

— Ah, eu estou tão feliz pela senhora! — sorriu sincera. — Cristian é um menino maravilhoso, você vai amá-lo.

— Tenho que concordar. — Ramos proferiu enquanto abraçava a médica por trás.

Ele se referia a vez que encontrou com o sobrinho da mulher, quando a mesma levou o pequeno em um jogo no Santiago Bernabéu, em uma de suas folgas. O garotinho venerava o capitão merengue, que logo estava encantando com a criança.

— E quanto a vocês? — Alma fitava os dois abraçados. — Pretendem me dar netos?

Pronto.

O sorriso no rosto de Arabella sumiu no mesmo instante.

Ela nunca sonhou com a maternidade, apesar de não descartá-la por completo. Sabia que era uma possibilidade em sua vida. Entretanto, não era isso que a incomodava.

Era o fato de que Sergio já seria pai. E ela se sentia como uma intrusa em meio a tudo.

Se sentia uma intrusa sempre que ele saía para acompanhar Pilar ao médico e voltava cheio de novidades, esbanjando alegria.

Era a sensação de estar no meio da felicidade completa de alguém. Impedindo que isso acontecesse.

— Ainda não conversamos sobre isso... — o jogador respondeu sorrindo de forma forçada, notando o incômodo da mulher em seus braços.

Alma também notou, é claro.

Sentiam que a italiana estava guardando tudo para si, e o medo deles, principalmente de Sergio, era a hora que ela explodisse, não aguentando tudo que estava entalado em si.

— É uma oportunidade incrível, Arabella. — Mihic fitava a médica em sua frente, que ouvia tudo com atenção. — Lidar com médicos de todo o mundo, ter a oportunidade de instruí-los... Não deveria deixar essa chance escapar.

Ela ouvia tudo com atenção, e agora sua mente estava um turbilhão.

Em Abril, dali poucos meses, a UEFA abriria aulas de instrução para médicos que trabalhavam, ou tinha a ambição de trabalhar, em clubes de futebol de todo o mundo.

Mihic indicara Arabella, que fora uma das profissionais convidadas a participar do programa com duração de alguns meses.

O único problema era que o curso não estava disponível em Madrid. Ela poderia escolher entre três cidades, para as aulas de Ortopedia e Traumatologia esportiva: Londres, Turim e Dortmund.

— E o clube? — perguntou apreensiva, mas começando a se interessar pela ideia.

— Nós faríamos um esforço, chamadas de vídeo, e-mails... Pediria para o Sanitas mandar um substituo temporário, que estaria em contato com você.

Ela estralou os dedos, enquanto pensava. Era uma oportunidade única, que merecia ser pensada e planejada.

Afinal, mudar de cidade, mesmo que temporariamente, não era algo simples.

— Posso pensar com calma? — pediu para o homem em sua frente, que estudava as expressões da médica. — É uma oportunidade maravilhosa...

Mihic assentiu, estranhando a postura da mulher, esperava um sim imediato.

— Seja o que for, você se dedica a sua carreira há anos, Arabella. — o chefe da equipe médica a observava com calma. — Sabe que oportunidades como essa não batem na porta duas vezes...

Ela assentiu.

— Eu só... Preciso pensar na ideia... — foi sincera. — De qualquer forma, logo te dou uma resposta, mas com certeza eu preferiria Turim entre as três.— era algo óbvio.

Conversaram por mais alguns minutos, trocando informações a respeito do elenco do time, que estava às vésperas das oitavas da Champions League, aumentando a tensão e cobrança com todos.

Os treinos ficaram mais intensos, a alimentação mais regrada, as horas na fisioterapia aumentaram. Queriam aquele título, e fariam de tudo para consegui-lo.

A mulher saía da sala de seu chefe, enquanto olhava algumas mensagens em seu celular. Sorriu largo com as últimas que recebeu.

"Acho que estou apaixonado."
"Na verdade eu tenho certeza."
"O que eu faço?"

Era palpável o medo e insegurança nas mensagens. Afinal, ela sabia que Paulo nunca tinha se apaixonado.

Até agora.

Estava prestes a desbloquear o aparelho para responder o amigo, quando seu corpo se chocou com o de alguém.

— Tinha que ser.... — a voz de Lara ecoou pelo ambiente, de forma risonha.

— Olha se não é minha pessoa favorita nessa cidade, boa tarde para você também! — a italiana falou com tom de ironia. — O que faz aqui?

— Vim buscar o Isquinho. — a morena fitou rapidamente o celular. — Mas não sei onde o Isco se enfiou com ele, e ele simplesmente não me atende. Então estou perambulando.

A médica assentiu, achando graça da irritação da amiga.

— E como estão as coisas... entre você e Isco? — perguntou insegura de tocar no assunto.

— Não estão, né? — Lara respondeu revirando os olhos. — Sinceramente, Bella... — fez uma pausa. — Não acho que temos volta.

Arabella segurou a mão da amiga como um ato de impulso, sabia o quanto toda a história com Isco ainda mexia com a mulher.

— Você está feliz? — a espanhola assentiu. — Então é tudo que importa. Você e o Isquinho felizes.

Lara abriu um sorriso sincero, de agradecimento.

— Mamãe! — ouviram o pequeno correndo na direção das duas.

Isco vinha logo atrás, sorrindo com a empolgação do filho.

— Eu estava dando um banho nele, por isso não consegui atender. — explicou.

Arabella logo se despediu de ambos, alegando que tinha trabalho a esperando. O que não era totalmente uma mentira.

Ao virar no corredor, notou o silêncio presente no local e estranhou, normalmente sempre tinha algum membro da equipe médica por ali.

Se assustou ao olhar o horário em seu celular, já se passava das seis da tarde, e ela nem tinha almoçado.

Ao adentrar sua sala, se permitiu sentar e respirar com calma. As últimas semanas foram de trabalho a todo o vapor, pulou algumas refeições nos últimos dias, e se sentia levemente mais magra.

Algo que a incomodava. Odiava saber que não estava cuidando de seu corpo da forma que devia, já sentia a falta de vitaminas em si.

Pegou sua bolsa, já se preparando para voltar para casa, tomar um longo banho e comer algo.

Sergio enviou uma mensagem, dizendo que estava esperando a mulher no estacionamento, já que vieram juntos para a Ciudad Real Madrid.

— Bú. — Arabella falou chegando por trás do homem, que estava concentrado em seu celular.

— Bobinha, sinto seu cheiro de longe... — deu um abraço na mulher, sentindo o cheiro adocicado da mesma.

Entraram no carro da italiana, que estava no banco do motorista; logo Ramos estava acomodado no passageiro.

— Como foi seu dia? — a médica perguntou casualmente, enquanto ligava o carro.

— Intenso. Acho que você percebeu a tensão que fica antes de começar o mata-mata da Champions. — a mulher assentiu, atenta ao trânsito da capital espanhola. — Estou nervoso.

— Ei... — passou as mãos pela coxa do homem, em sinal de compreensão. — Estamos todos fazendo um bom trabalho, relaxa.

Ele sorriu sacana.

— Relaxar? Falou a mulher que me deixou duas semanas de repouso.

Ela arqueou as sobrancelhas, o riso já querendo escapar entre os lábios.

— Mas não te deixei na mão, uh?

— Mesmo assim... — deu de ombros, colocando uma das mãos na coxa da mulher, dando um leve aperto ali.

— Estou digirindo, sossega. — o repreendeu.

Continuaram brincando e conversando durante todo o camino, até o apartamento de Arabella.

Sergio passava a maior parte do tempo ali, e as vezes, ela tinha que lembrá-lo que o mesmo tinha uma casa.

E até o momento, nenhum pedido de namoro. O que não era um problema para nenhum dos dois, sabiam que estavam em um relacionamento, e não eram o tipo de casal preso a rótulos.

Estavam juntos. Ponto.

E com aquele pensamento, Arabella se lembrou da conversa que tivera há poucas horas, com Mihic.

Prontamente a morena se jogou no sofá de sua sala, estava exausta. Sergio se acomodou ali, retirando os sapatos da mesma.

— Acho que você merece uma massagem...

— Então concordamos em algo. — suspirou, o dia fora longo.

Passaram alguns minutos em silêncio, Sergio massageando os pés da morena, e ela pensando em uma forma de contar a novidade.

— Fui chamada para dar aulas para médicos da UEFA. — soltou de uma vez, sentindo um certo alívio  por contar.

O rosto do homem se iluminou.

— Isso é ótimo, cielo! Parabéns! — falou animado.

— Obrigada. — sorriu. — Mas... eu teria que voltar para Turim.

Sergio franziu o cenho com a informação.

— E o time? — perguntou confuso.

— Seria somente por um meses, vocês teriam um substituto. — explicou, enquanto estudava cada expressão do jogador.

Ele estava feliz por ela, é claro. Não via essa distância como um problema, iria apoiá-la independente de qualquer coisa.

— Não vou aceitar. — respondeu dando de ombros.

— O que? Por que?

A italiana já suspirou, querendo mesmo desabafar.

— Eu não acho que estou no momento para isso. — começou. — Estou com projetos dentro do clube. Nunca me apeguei a um lugar, mas aqui... Sinto como se fosse de fato minha casa.

Sergio ponderou antes de responder.

— Bella, é claro que quero você em Madrid. Mas você também deve pensar no seu trabalho, e se isso seria bom para você. Não se precipite em decidir, se você tiver tempo... pense. — fez um carinho na perna da mulher, que ainda deitado o fitava. — Aqui continuará sendo sua casa. Sempre.

E mais uma vez, ele a deixava sem palavras.

Nas pequenas coisas, ela percebia o quão bonita era a relação que os dois construíam, e no quanto aquilo era bom para ela.

Se sentir amada e ser amada.

Não precisou responder com palavras. Logo estavam envolvidos em um longo beijo, intenso, cheio de amor, e com muita gratidão.

Quase como um grito de "obrigado".

Pois era o que sentiam. Gratidão por terem se encontrado, por terem a chance de compartilhar a vida ao lado um do outro, por sentir o amor em cada gesto.

E era nesses momentos, que Arabella esquecia todo o incômodo que a perseguia, quando ele mostrava que ela era importante. Que era amada.

***

Oie!

Primeiramente, perdão pelo leve sumiço. Minha semana foi um tanto conturbada.

Oficialmente passamos da metade da história! Tenho todo o meu planejamento aqui, e estou ansiosa para vocês lerem algumas cenas (que tenho planejado desde o início da história).

O questão achando? Estão gostando?

Gostaria muito de agradecer a todas as leituras, votos, tudo! A cada uma que interage comigo nas redes sociais... Vocês são incríveis.

Não esqueçam de votar e comentar o que estão achando.

IMPORTANTE: é fixado que teremos ao menos uma atualização por semana, sem dia certo. Tentarei ao máximo postar duas, mas sei que muitas vezes não será possível.

Acompanhe a Arabella no instagram:

@sartoriarabella

Continue Reading

You'll Also Like

29.7K 3K 23
Jeon Jungkook e Park Jimin são amigos de infância, eles dizem que são o sol e a lua um do outro. Garotos muito alegres e que sempre se deram bem. Mas...
8.8K 267 13
sn é a nova contratada da loud ela acaba se apaixonando por Arthur Fernandes mas és a pergunta ele gosta dela também? . . Essa história ficou ru...
7K 260 26
Knowing this shit is a problem, yeah Swear to God I should be gone and leave you alone, but I rather be with you and all your bullshit
1M 59.7K 47
Atenção! Obra em processo de revisão! +16| 𝕽𝖔𝖈𝖎𝖓𝖍𝖆 - 𝕽𝖎𝖔 𝕯𝖊 𝕵𝖆𝖓𝖊𝖎𝖗𝖔| Fast burn. Mel é uma menina que mora sozinha, sem família e s...