Eduardo era muito engraçado. O tempo todo se esforçava para tornar o jantar agradável. Antony não perdeu a oportunidade de fazê-lo confessar todas as loucuras que ele inventou na tentativa de elevar sua carreira. Contou sobre os boatos que ele espalhou na internet sobre o suposto romance entre Antony e Lara. Neste momento Sarah se sentiu constrangida, não queria tocar naquele assunto, afinal foi o principal motivo dela ter terminado seu namoro com Antony. Mas ele falava de uma forma tão natural e espontânea que aos poucos Sarah se sentia mais à vontade para falar sobre isto.
Conversaram acerca de vários assuntos e um dos principais foi sobre a recuperação de Antony.
— Então, Sarah, pretende ficar por quanto tempo?— Eduardo lhe perguntou.
— O suficiente para ajudar na recuperação de Antony.
Clair sorriu satisfeita. Sabia que tendo Sarah por perto a recuperação de seu filho seria rápida. Ele também sorriu, estava feliz em tê-la ao seu lado. Mesmo que fosse apenas como amigos.
— Sarah, trabalhou em uma clínica de fisioterapia, e tem algumas pesquisas desenvolvidas na área, com certeza poderá me ajudar muito.
— Isto é bom. Toda ajuda é bem vinda.
— Na verdade, quero aproveitar e investir mais em minha pesquisa. Tenho feito estudos aprofundados em busca de auxílio no tratamento de lesões, distensões e fraturas. Consegui desenvolver um método único, e acredito que poderá ajudar Antony em sua recuperação. Mas para isso eu preciso da autorização dos médicos que o atendem.
Todos a mesa pareciam curiosos com tudo que ela dizia. Ela demonstrava total domínio sobre o assunto.
— Podemos conversar com a equipe médica que está o atendendo — Eduardo concordou.
— Claro, podemos levá-la ao CT, amanhã mesmo. Lá você poderá conversar com o Dr.George e apresentar seu trabalho. Não vejo problema — Antony falou empolgado.
Quando acabaram o jantar, começaram a falar sobre negócios e Sarah não quis ser invasiva então seguiu até uma enorme varanda a fim de esperar que eles terminassem.
A vista de lá era incrível. Sarah ficou encantada. A brisa bateu forte em seu rosto brincando com seus cabelos e levantando seu vestido suavemente. O espaço não era nada pequeno, várias plantas e um sofá enorme decoravam a varanda. Caminhou um pouco, e mais à frente não acreditou quando viu uma piscina, percebeu que realmente Antony tinha uma vida nada simples. Tentou ignorar o luxo e se apoiou no guarda-corpo para admirar um pouco mais aquela imensidão negra em contato com o mar. Fechou os olhos e respirou fundo, pôde sentir a brisa do litoral.
Aos poucos sentiu que alguém se aproximava, sabia que era ele, pois era o único que fazia seu corpo reagir daquela forma com sua presença. Além do mais ele mancava enquanto se apoiava na muleta.
— É muito lindo, não é?— ele falou com voz rouca.
— Perfeito!— respondeu ainda com os olhos fechados sentindo cada sensação que aquele lugar juntamente com a presença de Antony lhe causavam.
Uma forte brisa bateu em seu rosto novamente brincando com seu vestido. Ela abriu os olhos e abraçou o próprio corpo. Sentiu ele se aproximar e lentamente tocar sua cintura com a mão livre da muleta.
— Eduardo foi embora, deixou um abraço, vai nos encontrar amanhã no CT.
— Ele é muito simpático.
— É um grande amigo.
De repente restou o silêncio e uma ansiedade tomou conta dos dois, sabiam que havia muito o que conversar e não teria mais como fugir.
Antony então falou:
— Sabe quantas vezes eu estive aqui neste mesmo lugar imaginando esta cena, você aqui comigo?— disse enquanto sua mão tocava a cintura dela com mais força.
Ela não respondeu. Não porque não quisesse, mas na verdade não tinha forças.
Antony ergueu a mão e afastou seus cabelos de forma suave e delicada, ela sentiu o calor de seus lábios em sua orelha.
Ele sussurrou:
— Este lugar se tornou meu porto seguro todos os dias depois que você me deixou.
Ela sentiu um nó se formar em sua garganta. A culpa era sua de todo sofrimento, tanto para ele quanto para ela. Aquele último mês havia sido um pesadelo em sua vida, não conseguia dormir, comer ou sequer sair de casa. Mas agora Antony estava ali, e ela estava em seus braços. Mas eram apenas… Amigos. Seria possível isso? Amigos não sentiam um pelo outro o que ambos sentiam naquele momento. Havia uma conexão tão forte, um desejo intenso e carnal.
— Antony...— ela tentou falar. Mas sua boca estava seca demais.
Tentava se distrair com a bela vista a sua frente.
— Depois daquele dia, restou um grande vazio. E quando olhava para o mar, me recordava dos nossos momentos juntos. E desejava você aqui, todos os dias.
Sarah sentiu seu coração bater mais forte, eram tantas coisas que desejava falar. Mas a voz não saía, seu corpo não lhe obedecia, estava petrificada naquele momento.
Ele tocou seu queixo com ternura e completou:
— Sarah, volta pra mim... Minha vida se tornou um inferno sem você... — sussurrou.
Ela não seria capaz de negar aquele pedido, o queria mais que sua própria vida. Ela respirou fundo e o encarou a fim de que ele percebesse sua sinceridade, aquela que não foi capaz de lhe dar na última vez que se viram.
— Não há nada que deseje mais…
Antony suspirou fundo e sorriu com aquela resposta.
— Sarah…
Ele repousou sua testa na dela respirando aliviado.
— Antony — o chamou com seriedade.— …tem uma coisa que ficou pendente entre nós. — ela tocou os lábios dele de leve com os seus e ficou ali parada sentindo a maciez da sua boca. — EU TAMBÉM TE AMO.
Antony ficou satisfeito e ignorou sua perna ainda debilitada lançando a muleta ao chão para beijá-la. A sensação de ter aqueles lábios novamente era mais forte que qualquer dor. A boca dela era doce, delicada, a melhor experiência que ele já tinha experimentado em toda sua vida. Seus corpos estavam colados, ele a pressionou contra o seu com mais força. A intensidade do beijo aumentou, havia saudade, amor, paixão tudo na mesma sequência.
Quando a soltou, ela continuou:
— Sempre te amei, Antony, desde a nossa adolescência. Quando você nem sabia que eu existia, eu já te amava.
Ele afastou uma mecha de cabelo que batia em seu rosto em meio ao contato visual.
— Isto aqui é mesmo real? Pensei que você não me amasse. Naquele dia em sua casa, você não me respondeu, e seu silêncio me torturou de todas as formas possíveis.
Ela novamente tocou seus lábios nos dele de forma delicada, talvez fosse um pedido de desculpas por ter sido tão precipitada. Ele correspondeu abrindo sua boca para que acontecesse o encaixe perfeito de dois lábios apaixonados.
— Me perdoe, fui estúpida!
As mãos dele acariciaram seus cabelos. Não restava mágoas e nem ressentimento.
— Eu também errei colocando meus interesses em primeiro lugar. Mas eu prometo que desta vez as coisas serão diferentes.
Ela sorriu. Sorriu porque estava feliz, porque estava com ele. De repente sentiu que ele se desequilibrou um pouco. Certamente por causa da perna machucada. Ela se preocupou:
— Antony, você não deve apoiar seu pé no chão! — Falou em tom de reprovação.
Ela colocou os braços dele em seus ombros e o conduziu até o enorme chaise na varanda, era de madeira e coberto por várias almofadas floridas. Ele se sentou confortavelmente e ela se ajeitou em seus braços. Não poderia ser mais perfeito do que isto. Ambos não acreditavam que tudo havia dado certo.
Clair surgiu de repente na varanda. Era visível a alegria de Clair ao ver seu filho tão próximo de Sarah e com aquele sorriso no rosto. Sabia que haviam reatado.
— Então, crianças, eu já vou me recolher, pois amanhã temos compromisso cedo! — Clair se despediu.
Logo estavam a sós novamente. Aquela ansiedade familiar transpassou Sarah, pois não sabia o que aconteceria agora, estar ali a sós com ele, então puxou qualquer assunto:
— Eu não sabia que você era, rico, Antony.
Ele riu.
— Mas eu não sou rico.
Ela se levantou e o encarou.
— Antony, você mora em um bairro de alto padrão, num prédio tão luxuoso e ainda por cima tem uma empregada.
— Sarah, sempre fazendo julgamento precipitado...
Antony a puxou para mais perto.
— Eu não sou rico. Nada disso aqui é meu. Tenho vários patrocinadores que me dão moradia, transporte, roupas, acessórios... Assim ajudo a divulgar a marca. Quanto a Yanah, ela trabalha apenas alguns dias, minha mãe não daria conta disso tudo sozinha. Nós não temos empregados.
Ela franziu a sobrancelha.
— Eu ainda não tenho uma casa própria. E nem mesmo outro imóvel, mas em breve poderei comprar. Jogando nesse time tenho um salário melhor e acredito que posso estabilizar minha vida.
Ela se ajeitou novamente em seus braços.
— Sendo assim, fico feliz. Você vai alcançar seus sonhos.
Ela se lembrou da noite em que se conheceram na praia. Ele havia lhe contado de seus projetos.
— Eduardo está sondando outro time internacional. Talvez um dia eles me convidem para fazer um teste. Assim conseguirei acelerar as coisas.
Ela ainda estava feliz por ele. Mas pensar em Antony jogando em outro país, sabia que dificultaria as coisas entre ele.
— Você não gostou?— ele percebeu a mudança em seu semblante.
— Sim, claro. Por você. Não por nós. Se você se mudar para o exterior, como a gente fica?
Antony lhe encarou sereno, para ele tudo era muito fácil de resolver.
— Simples. Se eu me mudar para o exterior, você vem comigo.
Ela ainda ficou surpresa com suas palavras. Se ele quisesse levá-la, ela iria para qualquer lugar, com tanto que estivesse em seus braços o resto não importava.
— Você é louco.
Antony se inclinou e segurou seu rosto com as duas mãos olhando em seus olhos com intensidade.
— Sou completamente louco, por você.
Ela perdeu o fôlego com suas palavras. Antony fazia tudo parecer tão simples e perfeito.
Na sequência ele a beijou, sua boca se uniu a dela com um desejo desenfreado, sem regras ou imposições. Antony gemeu baixo sentindo todo o prazer que a boca dela lhe proporcionava. Enfiou a língua de forma ávida e desesperadora, Sarah sentiu tocar o céu de sua boca em todas as partes ali dentro. Antony que apoiou as mãos em suas costas as deixando escorregar para mais baixo. Desta vez, ela quem gemeu. Sentiu seu corpo queimar de desejo. Ele tocou suas pernas nuas pelo vestido curto em leves carícias. Aos poucos a mão dele subiu chegando a barra do tecido e não parou, continuou a subir mais e mais enquanto sua boca era saciada pela dele.
— Sarah, eu te quero tanto...— ele falou arfando entre um beijo e outro.
Lentamente as mãos de Antony alcançaram suas nádegas, Sarah deu um salto de leve com as reações causadas por seu toque possessivo. Atravessou as pernas com cuidado montando sobre ele.
— Está tudo bem se eu me sentar aqui?— perguntou se preocupada com o estado dele.
Mas, Antony estava em completo êxtase e praticamente implorou para que ela não saísse dali.
— Você não me machuca, não precisa se preocupar — falou com sua boca em seu pescoço.
Novamente ela sentiu seu corpo estremecer. A boca dele desceu de seu pescoço fazendo trilhas de beijos até seu colo, afastou a alça de seu vestido lentamente e de forma torturante, desceu até seus seios os deixando expostos.
— Meu amor, eu desejava tanto isso, Sarah.
Quando ele colocou seus lábios ali, ela soube que não daria conta de se conter, sentia tanto amor e desejo por Antony que seria capaz de perder a razão. Entretanto, por mais que desejasse muito mais com ele, se recordou de que estavam na casa dele e em uma varanda. Sarah respirou fundo pois sabia que aquele não era um lugar apropriado para fazerem isso.
— Antony... Acho melhor não...— falou ajeitando seu vestido se recompondo rapidamente. — eu quero isso, mas, não aqui. Alguém pode nos ver.
Ele a soltou ainda ofegante. Respirou fundo, sabia que ela tinha razão, não poderia expôr Sarah daquela forma.
— Me perdoe, você tem razão. Sarah você merece mais do que isto — falou acariciando sua bochecha com os polegares ainda perdido em seus olhos.— Vamos para dentro.
Era nítido a chama de desejo ainda queimando ali.
Sarah saltou para seu lado voltando ao seu lugar.
— Meu amor... — ela o chamou carinhosamente. — Eu desejo muito fazer amor com você... Mas poderíamos esperar só mais um pouco?
Ele a analisou confuso mas compreensivo, jamais a pressionada.
— Ah, claro, não se sinta pressionada a nada.
— Não estou, mas que acabo de chegar, não quero que sua mãe faça mal juízo sobre mim.
Antony sorriu achando interessante a preocupação dela. A puxou contra seu peito e beijou seus lábios rapidamente.
— Você é maravilhosa. A gente vai com calma, mas não se preocupe, minha mãe sabe que você é a mulher da minha vida!
Ela sorriu de volta. Claro que sentiu uma frustração consigo mesma, desejava ser mais ousada, porém não saberia como encarar Clair no dia seguinte. Ficou satisfeita em ver Antony tão compreensivo.
Ele a conduziu até seu quarto mesmo ela insistindo que era ela quem deveria deixá-lo no quarto dele.
Ali, Antony a beijou lhe fazendo perder o juízo, sua boca era urgente, possessiva e precisaram se apoiar contra as parede. Foi mais um momento de toques e amassos. Os beijos cada vez mais ousados. Ele não poupou carícias, beijou seu pescoço, seus ombros, seus seios um de cada vez, as mãos eram ágeis e habilidosas, desceram até suas pernas acariciando os contornos e subindo com ousadia, ali alcançou coxas lhe tomando com paixão. Sarah arfou, o desejo ardia em suas veias e sem ter nenhum autocontrole afastou as pernas para que ele se sentisse livre. Antony sorriu maliciosamente, estava adorando aquele jogo. Acariciou sua femilidade como se fosse um tesouro em suas mãos, a tomou sentindo o corpo dela quente e úmido de prazer.
— Você gosta...? — ele disse arfando.
Ela fechou os olhos contendo a vontade de gritar o quanto gostava. Entretanto apena mordeu os lábios.
Naquele momento já estava sedendo, o queria de todas as formas, ansiava consumar de vez o sexo, recebê-lo dentro dela. Sarah estava completamente entregue e não o impediria.
Antony parou de repente a deixando num imenso vasio e confusa. Ele lhe encarou ainda respirando de forma irregular, seus olhos ardiam de desejo e se afastou enquanto se recuperava.
— Chega, meu amor. Ou não responderei por mim.
Ela o analisou, era visível o desespero dele, seus hormônios estavam travando uma batalha com seu autocontrole, ela o puxou de volta.
— Já chegamos até aqui...
Ele sorriu maliciosamente, gostou de vê-la provando do seu próprio veneno, então, achou que seria interessante torturá-la.
— Não mocinha, acho melhor esperarmos um pouco mais... — falou dando um passo para trás.
Sarah ficou perplexa, no entanto, era visível as intenções dele, Antony estava se vingando de todas as vezes que o impediu de continuar. E era compreensível, sabia que merecia aquilo. Ela sorriu de forma brincalhona, sabia que esperar, não seria tão mal assim, afinal tanta espera certamente valeria a pena.
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Pensem em uma capítulo que me deixou apaixonada! ❤️
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