Inalcançável - Livro 2

By bellanye

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(Livro #2 da Série Inesperado) Após a volta de Théo Carter, a vida de Annie vira novamente de cabeça para bai... More

direitos autorais
inalcançável #2
elenco dos sonhos
epígrafe
capítulo 1
capítulo 2
capítulo 3
capítulo 4
capítulo 5.1
capítulo 5.2
capítulo 6
capítulo 7
capítulo 8.1
capítulo 8.2
capítulo 9.1
capítulo 9.2
capítulo 10
capítulo 11
capítulo 12
capítulo 13
capítulo 15
capítulo 16
capítulo 17
capítulo 18
capítulo 19
Capítulo 20
capítulo 21
capítulo 22
capítulo 23
capítulo 24
capítulo 25
capítulo 26

capítulo 14

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By bellanye

Annie.

Théo está me encarando com a testa franzida. Abro e fecho as pálpebras rapidamente, só então percebo que ele está no mesmo lugar, segurando o celular, com uma cara de quem está confuso, sem entender por qual motivo eu estou parada na sala, petrificada, encarando ele.

Nada aconteceu. Quero dizer, ele não falou tudo o quê eu queria ouvir, nem me fez tocar no que eu mais gosto em todo o seu corpo. Eu imaginei tudo. Posso dizer que sonhei acordada.

Meu Deus. Eu estou enlouquecendo. O efeito de Théo sobre mim é demais pra minha cabeça.

— Annie — Théo me chama. —, tá tudo bem?

Relaxo meus ombros. O suspiro de frustração que sobe pela minha garganta é audível. Ele ainda está com a testa franzida, dando mais um gole longo na água. O pomo de Adão dele sobe e desce.

Céus...

— Eu só vim devolver o seu telefone mesmo.

Um dejavu do que nunca aconteceu me deixa incomodada. Como eu queria que ele tivesse dito todas aquelas besteiras e mais um pouco.

Confiro as horas no relógio digital do aparador da sala.

— Está na hora de buscar a Mía.

— Deixa que eu vou — ele diz. — Só vou colocar uma roupa.

Um gemido escapa entre meus lábios quando ele sai da sala e vai em direção ao quarto.

Mas que merda... Será que eu nunca vou superar a vontade imensa que eu tenho dele? Será que ele sempre estará com suas perfeitas definições esfregando na minha cara o quanto ele é o homem mais bonito que eu conheço na minha vida?

Os hormônios da gravidez definitivamente estão mexendo com a minha cabeça.

Sento no sofá, balançando a perna, impaciente. Preciso me distrair. Não quero fechar os olhos e imaginar todas as possíveis coisas que teriam rolado entre nós dois. O toque de Théo, o jeito como ele faz... Tudo é ainda tão vivo na minha mente. A última vez que estive em seus braços foi há mais de cinco meses, mas parece que foi ontem, porque eu me lembro perfeitamente da maneira como ele me deixou sem fôlego.

Ligo a televisão, buscando por alguma coisa que me distraia. Conecto na Netflix e procuro por algum filme no catálogo. Fujo dos filmes de romance. Não quero saber de casais felizes e amores perfeitos que claramente tem a chance zero de acontecer na minha vida.

Cruzo as pernas em cima do sofá e relaxo o meu corpo, passando de uma sinopse a outra, sem me interessar por nenhuma em especial.

Théo sai do quarto logo em seguida, trazendo com ele o cheiro incrível do perfume masculino que fica impregnado em todos os cantos desse apartamento. Já não basta ser lindo, ele ainda precisa ser tão cheiroso desse jeito?

— Eu já volto. Qualquer coisa me liga, tudo bem?

Balanço a cabeça, confirmando. Parece que eu prendo a respiração até ele bater a porta do apartamento, porque quando ele sai eu solto todo o ar acumulado em meus pulmões. Deito no sofá, apoiando a cabeça em uma das almofadas, me obrigando a focar em qualquer coisa que não seja o Théo.

Desisto de procurar um filme pra ver, nenhuma das sinopses me interessou o bastante. Permaneço deitada no sofá e começo a pensar em tudo que aconteceu na minha vida.

Os flashes do Fred me agredindo voltam a me atormentar, é instantâneo o nó que se forma em minha garganta. A dor física nem se compara a dor emocional que ele me causou. Eu não esperava nada disso dele. Sabia que ele era ciumento e descontrolado, mas ele dizia me amar.  O cara que dizia ser apaixonado por mim quase me matou.

Não sei o quê aconteceria aquele dia se eu não conseguisse fugir. Um calafrio faz o meu corpo estremecer com a possibilidade dele realmente fazer o pior.

Tenho medo que ele volte. Tenho medo que ele não me deixe em paz. O que ele fez com o meu carro parecia um aviso de que ele não cansaria até ferrar com a minha vida de uma vez. As palavras dele dizendo que eu ia me arrepender ficam ecoando na minha cabeça. Preciso, mais do que nunca, proteger Mía e me proteger.

Espero que a medida protetiva saia logo e que ele seja proibido de chegar perto de nós.

Não quero ficar pra baixo pensando em tudo que rolou, então decido procurar alguma coisa pra fazer. Tô sem paciência pra qualquer coisa relacionada a faculdade, então levanto do sofá e vou até o quarto de Théo.

Minha mala está no canto do quarto, com algumas das poucas coisas que eu trouxe comigo de Campo de Girassóis. Eu preciso voltar lá e buscar tudo. Ou não... Ainda não sei que rumo dar a minha vida. Ainda não sei o que fazer quando terminar a faculdade. Não sei se vou ficar em Florência, morando tão perto de Fred e correndo o risco de esbarrar com ele na rua. Mas também tenho que pensar em Mía. Não acho justo afastá-la do pai, nem o bebê crescendo em minha barriga. Théo quer ser presente na criação do filho, e ele não vai me deixar ir embora tão cedo.

Abro a mala e pego uma caixa de bolinhas brancas que eu uso para guardar algumas coisas importantes, como documentos e fotos da Mía quando ainda era um bebêzinho de colo. Sorrio ao ver uma delas... como o tempo passa rápido. Às vezes é surreal parar para pensar que ela está prestes a completar cinco anos. E faz apenas cinco anos que a minha vida é verdadeiramente completa. Eu não sei como vivi tanto tempo sem Mía, é ela quem dá sentido a tudo. Foi tudo muito difícil, desde o começo, mas eu não me arrependo de nada.

Aprendi coisas únicas nesse lance todo de ser mãe, e faria tudo de novo. Minha maior recompensa é saber que Mía me ama na mesma intensidade que eu a amo, e que todo o meu esforço para criá-la é reconhecido.

Acaricio a minha barriga por cima da blusa e sorrio. Quem diria... Cinco anos depois estou grávida de novo. E do Théo. Quando eu sonharia que isso seria possível mais uma vez? Eu sempre achei que nunca mais teria notícias dele. Parece que o destino insiste em nos manter por perto, não importa o quanto eu fuja dele, a gente sempre volta pro mesmo lugar.

Tenho medo de não dar conta de criar duas crianças, mas saber que ele está ao meu lado dessa vez me deixa um pouco mais tranquila. O apoio dele é essencial. Hoje eu acredito em seu arrependimento e que ele é um homem melhor, mais maduro, e que entende o tamanho do erro. Eu não preciso jogar isso na cara dele mais e mais vezes, o maior castigo foi ele mesmo quem escolheu: perder os principais anos de vida de Mía, e a chance de escutá-la o chamar de pai. Tenho certeza que dentro dele o arrependimento bate com força todas as vezes que ela o chama de Théo.

Suspiro ao pensar em tudo isso. Minha vida é um turbilhão de acontecimentos, um atrás do outro. Eu preciso dar tempo ao tempo e colocar minha cabeça no lugar. Estou considerando começar a terapia que Lívia me indicou.

E por falar em Lívia, ela está sendo incrível esses dias. Nós conversamos muito, ela me deu tanto apoio e dividiu comigo as histórias tristes e pavorosas que passou com o ex namorado. Nem imagino como ela deve ter sofrido, durante tanto tempo sendo agredida, ter a autoestima destruída, e o pior, perder o filho pelas mãos do homem que ela amava.

Posso ver que ela se abala todas as vezes que conversamos sobre isso. É uma ferida que deixou cicatriz em sua alma. E é horrível pensar que tantas mulheres passam pela mesma coisa todos os dias. Me sinto impotente por não poder ajudar todas.

Revejo as fotos guardadas na caixa e acho algo que eu estava procurando. O meu antigo celular.

É um modelo bem antigo. Eu abandonei ele quando voltei para a casa dos meus pais. Troquei de número e cortei todo o vínculo com o Théo da minha vida. O carregador está enrolado dentro da caixa, eu pego e coloco o celular para carregar.

Posso usá-lo até conseguir comprar um aparelho novo, pelo menos pra me comunicar com os meus pais e os meus amigos.

A tela acende na hora em que eu conecto o carregador na tomada. E então, como em um estalo, eu me lembro de algo que Théo me contou quando estávamos em seu escritório, na casa de seus pais, há meses atrás.

Ele deixou mensagens de voz para mim, no dia seguinte que eu fui embora. Eu nunca parei para escutar essas mensagens. Eu não estava preparada ainda.

Inflo meu peito após respirar fundo, e aperto o botão do lado direito do aparelho para ligar. Meu coração acelera a cada segundo de espera.

E assim que o celular é iniciado eu vejo piscar na tela o número de mensagens de voz na caixa postal.

+100.

Meu Deus, Théo!

Ele me ligou mesmo durante todos esses anos.

Coloco o aparelho na orelha quando a primeira mensagem começa a ser reproduzida.

"Annie, eu preciso falar com você."

Ele falava um pouco enrolado, e eu me lembrei dele me contando que bebeu além da conta no dia depois que eu lhe dei a notícia da gravidez.

Apertei na tela para reproduzir a próxima mensagem.

"Me atende, porra! A gente precisa conversar. Eu falei merda, sei que fui um filho da puta, mas quero resolver as coisas" ele fez uma pequena pausa e respirou fundo. "Não quero te deixar sozinha nessa, não foi desse jeito que aprendi a enfrentar meus problemas. Me desculpa por ser um merda, Annie, mas porra, você precisa me entender!"

Meu coração está descompassado. Eu me sento no chão, ao lado da tomada, e recosto na parede.

Passo para a próxima mensagem.

"Eu me descontrolei. Não deveria ter te levado naquela clínica. Um filho não está nos meus planos, mas eu não quero deixar essa responsabilidade só nas tuas costas. Precisamos entrar em um acordo."

"Annie, porra! Me liga assim que escutar esses recados."

"Eu gosto muito de você. Eu gosto pra caralho. Eu amo o que nós temos... Ou tínhamos. Eu sou um merda."

"Por favor, Annie. Me diz que você não foi embora da cidade."

Fecho os olhos, tombando a cabeça para trás. Cada mensagem faz o meu coração apertar dentro do peito.

"Você foi embora! Não tô acreditando. Eu não falei sério quando disse que não queria ver mais você nem a criança. Eu estava nervoso, com a cabeça explodindo. Só... Só não faz isso. Por favor"

"Pra onde você foi, Annie? Me liga, eu quero te ajudar com o nosso filho."

Ele me procurou...

Se nós não fôssemos tão impulsivos tudo teria sido diferente. Se Théo não tivesse se negado a assumir o filho, se eu não tivesse sumido do mapa depois de tudo que ele me disse. Meu Deus. Mía poderia ter crescido ao lado do pai.

Nós dois temos grande parcela de culpa em toda essa história.

Escuto muitas outras mensagens e só deixo o celular de lado quando ouço a porta do apartamento bater.

Mía entra igual a um furacão no quarto e se joga em cima de mim ao me ver. Eu sorrio, correspondendo ao abraço de urso.

O beijo estalado que ela dá em meu rosto faz o meu coração se acalmar um pouquinho.

— Oi, meu amor. Como foi a aula?

— Foi boa.

— Vai tomar um banho, filha.

Ela faz uma careta e eu solto uma risada.

— Deixa de ser porquinha.

Aperto o nariz dela, sem força. Mía dá uma risadinha e senta ao meu lado, no chão.

— O quê você tá fazendo, mamãe?

— Arrumando umas coisas, meu amor.

Ela começa a mexer na caixa aberta e pega uma das fotos.

— Quem é esse neném? — Mía questiona, segurando uma foto em que ela era um bebê gordinho e risonho, com um lacinho no cabelo loiro e rindo para a câmera enquanto colocava as mãozinhas na boca.

— É você, filha.

— Eu? — Mía abre um sorriso. — Mas eu era pequenininha assim?

— Você ainda é minha pequenininha.

— Eu sou grandona, mãe! - ela reclama.

Dou risada, beijando a bochecha dela até ela dizer chega.

— Mais um pouco e você chega na minha altura — brinco, mas Mía fica feliz com a informação e abre um sorriso que me motiva a sorrir também.

Saber que ela se espelha em mim é uma responsabilidade gigantesca, mas acima de tudo é incrível. Me dá orgulho, a pessoinha mais importante da minha vida me tem como referência.

— Eu vou ser bonita igual você? - ela pergunta com os olhinhos brilhando, esperançosos.

Sorrio igual uma boba.

— Muito mais do que eu.

Beijo a pontinha do seu nariz arrebitado, ela sorri e vem para o meu colo. Mía se aninha em meus braços, e nós ficamos assim durante alguns minutos, eu fazendo carinho em seu cabelo e mostrando as fotos de quando ela era um bebê.

— O quê vocês estão aprontando aí? - Théo pergunta ao chegar na porta do quarto.

— Vem ver, Théo!

Ele se aproxima e senta no chão ao nosso lado. Mía se anima ainda mais, pega uma das fotos e mostra ao pai.

— Essa sou eu.

— É você? — ele finge surpresa.

Mía balança a cabeça, orgulhosa ao dizer que sim.

— Caramba, que neném mais lindo — Théo elogia, e Mía fica toda boba.

Ela mostra mais fotos, e eu percebo que ele olha tudo com muita atenção, me perguntando detalhes sobre cada uma. Meu coração volta a ficar pequenininho no peito. Ele perdeu todos os incríveis momentos dos primeiros anos de vida da Mía, tudo poderia ter sido evitado. Pensar nisso dói.

— Esse foi o dia do primeiro aniversário dela — conto, entregando a ele a foto minha sozinha com Mía no colo, atrás da mesa do bolo.

— Foi tudo lindo. — Théo me olha e sorri, com os lábios grudados. — Obrigado por ter feito o seu melhor.

Não sei como reagir diante do elogio, mas sinto algo quentinho e gostoso dentro do peito. Eu apenas sorrio, confirmando com a cabeça.

Todas as fotos dos outros aniversários de Mía eram do mesmo jeito, nós duas sozinhas atrás da mesa do bolo. Esses eram uns dos momentos mais difíceis de toda a ausência de Théo. A cada foto dessa que ele via, o sorriso dele murchava um pouco.

— Ai, tô cansada — Mía diz, soltando um suspiro logo em seguida.

— Cansada de quê, bailarina? — Théo cutuca a barriga dela com o dedo indicador, arrancando uma risada baixinha da criança.

— De ver foto. — Ela dá de ombros. — E tô com fome do tamanho do mundo!

Eu já disse que coloquei no mundo uma pessoinha dramática? Nisso a Mía puxou a mim.

— Então acho melhor você tomar um banho, enquanto isso eu preparo alguma coisa pra você.

Mía assente com a cabeça, concordando com o que o pai diz.

— Vai fazer panqueca? — ela pergunta com um sorriso brotando nos lábios.

— Nada disso. — Balanço o dedo indicador em sinal negativo. — Você só quer comer essas benditas panquecas.

— Mas eu gosto. — Mía murcha o sorriso, dando lugar a um beicinho que ela sempre faz.

— Mas não é saudável — digo, fazendo ela levantar do meu colo.

— Poxa, mãe.

— Sua mãe tem razão, Mía — Théo concorda comigo.

Ela deixa os ombros caírem, em sinal de derrota.

— Agora vai tomar um banho, Elsa — Théo diz, fazendo referência às vezes que Mía tomou banho cantando a música de Frozen. Ou seja, quase sempre.

Mía para de andar e se vira para encará-lo.

— Eu sou a Anna, Théo!

Solto uma risada. Ela olha para ele como se fosse óbvio demais que ela é a Anna.

— Desculpa, Anna. — Théo levanta as mãos em sinal de inocência. — Foi um erro.

— Você nunca acerta. — Mía bufa e sai marchando na direção do banheiro.

Théo me acompanha em uma risada.

— Ela fica ofendida com esse negócio de Frozen, né.

— Você nem imagina — digo, voltando a recostar na parede.

Théo vem para o meu lado, recosta na parede e encara as fotografias em sua mão. Todas as fotos dos aniversários de Mía.

Ficamos em silêncio por alguns segundos.

— Eu nunca estive lá.

Olho para o seu rosto, a frustração é visível.

— Eu deveria estar lá todos os dias da vida dela.

Sinto o coração doer.

— Agora você está.

Ele me encara. A cabeça virada em minha direção, o rosto tão próximo ao meu. O meu estômago revira, o coração dá pulos dentro do peito. Théo olha em meus olhos, e o olhar reveza entre a minha boca.

— Eu escutei as mensagens.

Pego o celular. Ele olha para o aparelho.

— Você acredita em mim agora? — Théo pergunta.

Confirmo com um aceno de cabeça.

— Eu sempre quis estar por perto.

Minha respiração está irregular, a dele também, ele está tão próximo que sinto sua respiração bater contra o meu rosto.

— Então fique.

Théo sorri com a boca fechada, ele escorrega pela parede até não sobrar nenhum espaço entre nós.

— Você pode ter certeza de que eu não vou ficar longe. Nunca mais. — Théo leva a mão até a lateral do meu rosto, o carinho que ele faz com o polegar em minha bochecha é o suficiente pra agitar as batidas do meu coração. — Eu quero você, Annie, todos os dias da minha vida.

Eu decido não lutar contra. É impossível fugir, é impossível negar tudo que existe entre nós. Eu decido que o rancor e a mágoa não merecem mais ficar. Eu decido me dar uma chance de ser feliz. Então, a gente se beija.

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