Quando nos Vênus, juro a Mart...

By -bullshift

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Jimin amava olhar as estrelas e pedia pelo amor de sua vida através delas. Acreditava que sua alma gêmea era... More

avisos.
prólogo: entre tsurus e almas gêmeas.
a velha melodia sempre retornava.
pré-conceito e expectativas.
ter uma metade.
tornar pessoal.
isso não é valsa.
lugares errados, pessoas erradas.
o mediano entre excesso e falta de expressão.
lista de músicas.
a hipnose dos olhos.
não merecer.
atração interdimensional.
morrer de amores.
asteroides favoritos.
piscinas rasas e vazias.
completamente seu.
um universo, uma casa e um asteroide.
o universo é o limite.
colisão ou conciliação.
a existência deforma o universo.
wish the world away.
no fim da linha.
teoria do globo.
cigarros e origamis.
luas de Galileu.
a noite estrelada.
solidão acompanhada.
plutão já foi planeta.
na abóboda celeste.
comicamente assustador.
nunca é realmente o fim.
Vênus de Milo.
pluto projector.
mil tsurus.
nota da autora.
romance planetário.
lançamento do livro físico!

a garagem do papai.

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By -bullshift

Sentia-se nervoso desde o festival.

Jimin, estranhamente, sentia que o coração sairia pela boca a qualquer minuto, sem que ele menos esperasse. Não entendia ao certo o porquê, mas era algo bizarro que o deixava angustiado. Também estava desconcentrado, se esquecendo fácil das coisas e mal percebia quando alguém falava consigo. Taehyung acreditava ser alguma sequela da gripe que havia pego dias antes, Yoongi dizia que o mais baixo entre os três havia cansado de escutar as porcarias que Kim dizia, mas... Seus alunos de dança achavam que era sua alma gêmea por perto.

Alma gêmea? Mas Jimin tinha certeza de que sentiria quando a encontrasse.

Seria como nos tantos vídeos que assistia de casais contando suas histórias: ele esbarraria sem querer na outra pessoa, os olhos se conectariam e pronto, estaria feito. Ele saberia, sentiria.

Contudo, não havia tempo para pensar naquilo.

Estava atrasado para encontrar com Taehyung e Yoongi, os três iriam juntos até a garagem onde a tal banda dos meninos do festival faria a prática. Estava ansioso, mesmo que não soubesse ao certo. Sabia que seria divertido e, mesmo assim, seu estômago gelava só de pensar. Queria conversar um pouco com os rapazes e conhecê-los melhor, afinal, pareciam pessoas muito divertidas e... Tirando um.

O tatuado, de fios escuros, vocalista. Jimin não sabia ao certo o que pensar sobre ele.

Ele, de primeira, aparentava ser alguém extremamente rude. Jimin possuía certo medo em conversar com ele, afinal, parecia que levaria um soco se perguntasse como o dia dele estava indo ou qual seria a próxima música que cantaria. Contudo, quando o escutava cantar, a sensação que recebia era totalmente diferente. Jimin se sentia leve, sorridente e com o peito cheio; eram sensações vívidas demais para alguém que aparentava ser tão... Sei lá, morto.

Jungkook era realmente quieto.

— Jimin! Já tá pronto? Estamos atrasados, Jesus! — Taehyung falava alto, colocando os sapatos já na entrada do apartamento. — O Yoonie vai matar a gente, é oficial.

— Pronto, tô pronto! — Jimin apareceu na porta do seu quarto, correndo na direção do amigo e caçando seus tênis para poderem, enfim, sair.

Era complicado quando viviam apenas os dois no apartamento, principalmente porque eram dois irresponsáveis que adoravam se atrasar para os compromissos.

Saíram correndo do apartamento, trancando a porta e entrando no carro do mais velho como se fossem duas crianças atrasadas para a aula. Era engraçado porque quando Yoongi não sentia que Jimin era um filho seu com Taehyung, sentia que era um pai solteiro com dois pestinhas hiperativos.

Assim que chegaram, a porta da garagem já estava aberta. Yoongi estacionou bem em frente a casa e os três rapazes lá dentro não pareciam ter percebido a presença deles. Hoseok estava sentado sobre a caixa de som, ajeitando seu baixo enquanto ria de qualquer piada que Namjoon fazia, atrás de seu equipamento caro; ambos riam alto, mesmo que o som das músicas gravadas sobressaísse. Jungkook, por sua vez, apenas cantava letras aleatórias de música meio baixo, no microfone já ligado; parecia concentrado demais para perceber o que os outros falavam ou faziam. Os olhos estavam fechados e ele parecia se apoiar no microfone, franzindo o cenho.

Jimin constatou que sim, ele era sim bonito.

— Oh, vocês chegaram! — Hoseok disse, deixando o instrumento sobre a caixa de som e se aproximando. — Sejam bem-vindos ao estúdio mais bem preparado de toda a cidade: a garagem do papai.

— Quanto equipamento avançado. — Taehyung entrou na brincadeira, rindo. — Desculpa o nosso atrasado, mas...

— Que isso! Relaxem. — Namjoon respondeu. — Podem sentar no sofá, a gente tá só terminando de repassar o som pra começar, ok?

Jimin então fitou um sofá que havia no canto da garagem. Não era um dos melhores estofados que já havia visto, também não aparentava ser muito novo, mas... Era confortável. Jogou-se ali e sorriu, ajeitando-se enquanto fitava os rapazes se preparando.

— Vamos começar com qual música? — Hoseok perguntou, vendo o mais tatuado entre os três, Jungkook, lamber os lábios, pensativo.

— Acho que podemos começar com a faixa três. — respondeu, simplório. — Depois a cinco, voltamos para a um, dois, quatro.

— Por que não vão na ordem? — Yoongi questiona, confuso.

Jeon então solta uma risada baixa, meio debochada. Ele se posiciona com a guitarra atrás do microfone e fita o de fios negros, sentado no sofá.

— Porque a três é a melhor de todas.

Yoongi sentiu o ar presunçoso emanando do mais novo, mas decidiu não dizer nada e apenas aceitar, ouvindo os instrumentos tocando e a melodia, por fim, começando.

Querendo ou não, eles eram realmente muito bons. Isto é, a melodia era harmoniosa, o baixo extremamente sutil ao mesmo tempo que presente e, bem, a voz de Jeongguk combinava muito bem.

Era suave, calma e muito afinada. Ele parecia cantar com certa preguiça, porém o timbre da voz combinava tão bem com o resto do conjunto que Yoongi quase sentia ódio. Ódio por ser tão bom.

E ele não era o único fascinado. Taehyung estava muito interessado e Jimin só conseguia prestar atenção nele, como sempre. O mundo parecia girar, mas ali estava tudo parado, só existiam os dois. Jimin e a voz bonita de Jungkook.

Céus, era tão, tão estranho.

As músicas vão passando com lentidão, os ritmos trocando e as letras sempre alternando entre algo bonito, engraçado e sôfrego. Era um conjunto muito interessante, na cabeça do Min, aquela banda tinha sim futuro. Não havia nada parecido no mercado, durante aquela época, nada que combinasse vozes, teclados, baixos e guitarra tão bem. Era a primeira vez que via garotos jovens fazendo algo tão diferente e, mesmo assim, bom.

No entanto, ele e Jungkook deveriam trabalhar com o ínicio de desavenças que poderiam ter no futuro pois, as personalidades eram distintas demais e isso poderia acabar causando uma briga que, sendo sincero, Yoongi ao menos queria. Não era do tipo paciente, muito menos esforçado para ajudar os outros; ele sabia que estava ajudando os garotos e não o contrário, então...

Era alguém tranquilo na maior parte do tempo. Apenas desejava fazer seu trabalho da melhor maneira possível.

— Cara, vocês são bons. — Taehyung disse após o término da última música. — Tipo, muito bons mesmo.

— Sim. É realmente muito bom de ouvir. — Yoongi completou, levemente animado. — Acho que isso pode dar certo.

Hoseok então sorri abertamente, o sorriso perfeito que fazia Namjoon querer sorrir também, animado. Estavam felizes por finalmente conseguir um reconhecimento (pequeno, que fosse, mas ainda sim) com as músicas que gostavam tanto de fazer e, principalmente, que produziam com extremo carinho.

Aquelas canções eram partes deles, não só de Jung e Kim como do Jeon também. Jeongguk não era alguém muito falante, porém escrevia muito. Era como se falasse em forma de música, de letras para melodias.

— Cara, eu tô tão animado! — Hoseok ergueu os braços, suspirando alto, puxando um banco para sentar-se perto das "visitas".

Namjoon faz o mesmo, sentando no chão, ao lado do amigo enquanto Jungkook se apoiava na parede, perto de Jimin.

O baixinho ainda não sabia o que dizer ou o que deveria pensar, ouvir aquelas músicas o deixava extasiado num nível bizarro.

— Eu sinto que vai dar certo. — Taehyung disse, encarando o namorado.

— Eu também.

Park sorriu, os olhos se fechando em outros dois sorrisos.

— Se vocês acham isso, tenho certeza que dará certo. — concluiu. — Almas gêmeas, não é?

Yoongi riu de leve, dando de ombros como quem concorda, mas não quer admitir.

— Vocês são almas gêmeas? Woah, que demais. — Namjoon falava como uma criança. — Como vocês se conheceram?

Céus, Jimin amava aquela história. Taehyung havia o contado, no mínimo, umas cinco vezes e ele jamais se cansava. Era realmente como se os dois tivessem saído de um dos filmes que o mais baixo de fios morenos adorava ver.

— Na praia de Bokho. — responderam juntos, rindo. — É uma história meio longa.

— Mas é bonita! — Jimin concluiu, se levantando.

Namjoon e Hoseok acabaram rindo, vendo o mais baixo começar a andar por entre os instrumentos. Yoongi logo puxou o assunto sobre como fariam na produtora, caso fossem mesmo trabalhar juntos; Namjoon preferiu se levantar e ir atrás de Jimin, curioso.

Deveria admitir, ele era alguém adorável e bonito. Jimin observava todo o equipamento e cantarolava baixinho a música que acabara de escutar, mas que zanzava em sua mente durante muito mais tempo. Era bom observar aquele homem meio baixo, afinal, as expressões que Park soltava durante as pequenas descobertas que fazia ali eram impagáveis. E a boca carnuda, tão bonita, era mordida de cinco em cinco minutos entre as coisinhas que descobria ali.

— Mas... E você, Jimin-ah, já tem alguém? — perguntou, meio envergonhado. Não conseguia esconder o certo interesse que cresceu em si, sobre o outro.

— Não, nada de alma gêmea para mim por enquanto. — riu, dando de ombros e tocando de leve o teclado onde Namjoon fazia sua mágica durante a música. — E você? Já encontrou seu par?

— Não. Nós, dessa banda, não temos muita sorte com isso. — riu baixinho, sorrindo logo depois.

Era um pouco triste, na realidade. Contudo, ainda achava graça porque ele e os outros dois não ligavam muito para isso. Não apenas Jeongguk era alguém sem muito interesse em almas gêmeas como seus amigos também e isso, talvez, facilitasse a convivência para eles.

— Como assim?

— Eu não tenho ninguém ainda... Jeongguk gosta de dizer que é renegado e, bem, — respirou fundo, olhando para os lados. — Hoseok está sozinho.

— Como ele sabe que é renegado? — o moreno não queria ter sido direto, mas tudo que envolvia o tatuado acabava deixando-o intrigado e muito curioso. Até porque Jeon não falava, então, alguém deveria falar por ele.

E, ah, aquilo soava assustador para Jimin. Jamais, jamais mesmo, gostaria de sequer imaginar que poderia ser um renegado.

Jimin não saberia o que fazer se descobrisse que, na outra ponta do fio, não havia ninguém.

— Ele não sabe. — deu de ombros. — Ele não é. Talvez ele queira muito ser, mas não tem certeza.

O moreno mais baixo então assentiu, mas não entendia realmente. Quer dizer, não existia um motivo - pelo menos para si - para que alguém quisesse ser um renegado. Isto é, viver sozinho pra sempre soava radical demais, não?

Antes que pudesse pensar mais no assunto, Park vislumbrou o notebook ao lado do teclado de Namjoon, pensando se ele fazia parte do conjunto que o ajudava a tocar ou não. Aproximou-se do aparelho e tocou de leve, virando para o mais alto.

— Você usa o computador na hora de tocar? — perguntou, leigo. O Kim assentiu. — Não é complicado demais?

— Nah, na verdade é bem simples quando você se acostuma. — deu de ombros, sentando-se para então virar o computador de leve na direção de Jimin. — Olha, você baixa algum programa de edição de som e é só decorar os atalhos, salvar os sons que quiser e usar. Então você aperta a tecla e o som programado sai. Viu? É simples.

O professor de dança logo sentiu-se meio burro, afinal, realmente parecia bem fácil. Contudo, ainda deveria ser complicado sincronizar os sons e saber a hora certa de apertar a tecla desejada. Parecia divertido, no fim.

Enquanto ambos conversavam ali, Taehyung assistia a cena de longe, sorrindo. Gostava de ver seu amigo interagindo com outras pessoas, principalmente se uma terceira figura também prestava atenção na interação tanto quanto ele. De relance, seus olhos fitavam Jeongguk observando tudo calado; os olhos negros encaravam Namjoon que sorria abertamente para Jimin.

Taehyung achou aquilo bem interessante.

Não era como se desconfiasse que Jeon estava interessado em seu amigo ou qualquer coisa assim, mas era um tanto quanto legal vê-lo fazendo algo além de cansar e piscar como se fosse a coisa mais cansativa do universo. Kim dividia a mesma opinião que seu namorado: o vocalista não era alguém fácil de se lidar e, por isso, tinha certo receio.

— Enfim, que tal vocês conhecerem a produtora da próxima vez, então? — Yoongi perguntou, sorrindo de leve. — Nós podemos já iniciar o processo de criação juntos e...

— Cara, seria demais! — Namjoon disse sorridente, voltando para perto deles juntamente de Jimin.

— Sim. Porra. Nossa carreira vai decolar. — Hoseok completava, animado.

Todos concordavam, animados. Jeon se desencostou da parede e sorriu pequeno.

— Então nós nos vemos quando? — ele disse, vendo Yoongi sorrir, satisfeito.

— O mais rápido possível.

...

Após a saída de Jimin, Taehyung e Yoongi, os três outros rapazes puseram-se a arrumar a garagem.

Era um sonho poder deixar os instrumentos no local para usarem sempre que necessário, mas não podiam. Assim como a maioria das coisas na vida deles, a garagem era dos pais de Hoseok e, como regra, estavam proibidos de largar qualquer "tralha" lá após os ensaios.

— Cara, será mesmo que eles vão gravar algo nosso? — Hoseok questionava, encostando a caixa de som perto da estante, nos fundos da garagem.

— Eu acho que sim, sério. — Namjoon respondeu animado. — Será que o... Jimin vai estar lá? Tipo, no estúdio. — perguntou mais para si mesmo. — Ele é bonito, espero que esteja lá.

Jung então se aproximou, negando com a cabeça.

— Tsc, tsc. Que feio. Tá querendo flertar logo com o amigo do cara que vai gravar nosso CD? Que falta de profissionalismo, Namjoon-ah. — deu de ombros, fugindo do soco que o amigo queria dá-lo.

— Ele nem ao menos é algo profissional nosso! E... Não disse que flertaria. Só disse que ele é bonito. — respondeu, quase que envergonhado.

— É, isso não deixa de ser verdade. — sorriu, de leve. — Será que ele trabalha com música também?

Namjoon terminou de varrer, ajeitando suas coisas no canto e guardando o notebook na mochila.

— Espero descobrir logo.

Jeon ajeitou a guitarra dentro da capa, colocando-a nas costas à medida que ouvia a conversa dos amigos. Era a primeira vez que conversavam, de fato, com o trio e Namjoon já estava interessado? Acabou rindo baixinho.

— Que risadinha foi essa, Jeon? — Hoseok perguntou, esperto.

— Namjoon se interessa fácil, huh. — riu de leve, debochado.

No geral, era alguém mais extrovertido perto dos amigos, mesmo que seu humor fosse levemente ácido e complicado de entender.

— Ah, Kook, vamos combinar, vai. — Namjoon começou, resmungando. — Ele é bonito. Olhe pra ele, cara! Bonito e fofo.

Revirou os olhos, dando de ombros antes de resmungar um "tanto faz". Não que o tal Jimin não fosse bonito, não era isso, mas... Tanto faz. Não estava preocupado com isso.

Bom, pelo menos não no momento.

— Estou mais preocupado com o amigo dele. — disse simplório. — Será que vamos assinar o contrato quando formos lá?

Apesar de tudo, estava nervoso. Jungkook estava ansioso pelo momento que finalmente os reconheceriam como a boa banda que eram. Não se interessava por muitas coisas, num geral, mas aquele era um assunto que até mesmo poderia tirar-lhe o sono. Claro, queria ser um artista famoso, ganhar o mundo! Contudo, talvez pudesse se contentar em ter um disco gravado e alguns fãs pela vizinhança.

Desde que pudesse cantar, estava tudo bem.

— Espero que sim, espero mesmo. — Hoseok respondeu, suspirando. — Enfim. Vocês vão dormir por aqui ou?

Namjoon se espreguiçou, respirando fundo.

— Acho que vou. Amanhã vamos juntos até o centro, certo? — Jung assentiu.

— Eu vou indo, preciso resolver algumas coisas. — Jungkook disse, já se dirigindo para o lado de fora da garagem. — Qualquer coisa, só mandar mensagem.

E foi, tranquilo. A personalidade meio seca já era comum para os amigos, mas ambos às vezes pensavam sobre o que poderia passar pela cabeça do mais novo do trio. Era tão calado e seco que, no ínicio da amizade, achavam que ele era alguém deprimido.

Mas, Jeongguk não ligava.

Muito pelo contrário, ele preferia assim, em silêncio.

Ele suspirava baixinho, se encolhendo embaixo da jaqueta de couro enquanto caminhava, lentamente. Jeongguk era do tipo que aproveitava os mínimos detalhes, nos mínimos segundos. Caminhava devagar, observando tudo ao redor, gostando do modo como as luzes levemente amareladas dos postes aqueciam as ruas por onde passava.

Na realidade, ele gostava de coisas quentes. Mesmo que soasse extremamente frio aos olhos alheios, Jeongguk odiava o frio, o sorvete, o inverno. Era do tipo que curtia abraços, carinhos, mesmo que nunca tivesse os recebido de alguém que realmente o amasse (tirando sua família e amigos). E, talvez por isso, em sua cabeça uma única coisa rondava.

Um único alguém.

À medida que andava pelas ruas escuras, seus ouvidos rapidamente escutaram uma melodia animada vindo de algum lugar próximo dali. Ficou atento. Seus olhos caçavam o local de onde vinha e logo encontrou um estabelecimento aberto. Era uma academia de dança, as janelas de vidro eram extensas e podia-se assistir às aulas do lado de fora. E, por estar curioso, foi o que fez. Se aproximou quase que correndo, as mãos nos bolsos e os olhos rapidamente vidrados em uma única figura que ele já havia visto antes.

Os orbes negros captavam cada movimento que o rapaz de fios morenos fazia dentro da sala, animado. Jeongguk assistia àquela dança como se fosse um show, um último desejo seu antes de morrer.

Era o mesmo rapaz que antes estava com Yoongi e Taehyung. Jimin. Os mesmos lábios carnudos, os fios aparentemente macios e aquela áurea que não deixava Jeon descansar mesmo se estivesse sem dormir por dias. Parecia que reconhecia cada movimento daquela coreografia e ficava ainda mais exausto; extremamente saturado de não entender o que acontecia. Era como Jimin que, de forma bizarra, conhecia todas as músicas cantadas por Jeongguk. Algo surreal e... Irritante. Desde que Jeon o vira pela primeira vez, durante o show, sua cabeça estava bagunçada. Namjoon estava certo... Ele era, realmente, bonito. O tatuado ficou mais algum tempo o observando, pensando em... Como Namjoon parecia estar começando a gostar dele. Seus pensamentos voavam até Jimin e tudo o que conseguia fazer era ficar irritado.

Não gostava de perder o controle das coisas, principalmente dos seus pensamentos. E, bem, Jimin parecia bagunçar tudo sem ao menos perceber, sem fazer esforço algum.

Aproximou-se um pouco mais da janela e, de forma desesperada, sentiu seu corpo começar a esquentar. A mesma sensação gostosa que sentia quando tomava uma bebida forte, sentia tudo queimar por dentro. E, querendo ou não, assistir à Jimin estava o causando isso.

Causando algo que, futuramente, não gostaria de sentir.

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